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Ricarte
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    A Chama de Tupã

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    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:47 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Ceci conta para Icaraí que Silvio foi seu antigo noivo mas que nada a impede de ter um relacionamento com ele. Abaeté leva suas malas para morar na casa do pai Peri no quarto de Jassanã.
    Icaraí e Peri se encontram pela primeira vez e ela pede para terem uma conversa particular entre ela, ele e Ceci.





    Peri já estava no local. Passou pelas prateleiras e puxou alguns livros. Icaraí apareceu com Ceci logo atrás. Ele continuou a olhar o livro que tinha na mão até escutar a voz dela e sentir sua presença:

    - Eu já ouvi muita coisa sobre você, Peri. Coisas boas... e coisas más. Dessa vez eu quero esquecer o que já escutei e saber por você. Quero que diga como é o meu pai. Como é você.

    Capítulo 88 - Desabafo

    Peri não entendeu perfeitamente qual era o propósito daquilo. Icaraí complementou:

    - Quero te conhecer pelo que me diz de si próprio e não pelo o que os outros dizem.

    Ele passou a entender melhor o que ela queria. Icaraí havia escutado muitas coisas ruins sobre Peri da mãe, mas, depois de conhecer Ceci, seus conceitos sobre o pai mudaram. Ela, então, gostaria de escutar dele tudo o que conheceu por duas versões.
    Peri respirou fundo e iniciou:

    - Eu... me chamo Peri. Filho de Jiguê com e Fenoméia. Aos... sete anos, minha mãe faleceu. Ela estava com pneumonia. Esconderam isso de mim na época, achavam que eu seria um garoto traumatizado se a visse no estado que estava. Sendo assim, me disseram que ela havia abandonado a mim e à meu pai. Eu não me tornei uma criança traumatizada mas algo muito pior do que isso. Eu passei a ser um jovem rebelde, arrogante e violento por trás dos olhos de meu pai. Tinha uma raiva imensa da minha mãe até descobrir a verdade sobre sua morte somente aos meus dezoito anos.

    Icaraí e Ceci se sentaram nas cadeiras do quarto por ver o quanto aquele 'desabafo' de Peri seria longo. Ele continuava:

    - Eu permaneci com minhas atitudes rudes começando à sentir arrependimento aos poucos. Peguei várias mulheres à força e na última delas, vi que havia ido longe demais. E essa era a...
    - Amanauci. - Ceci completou.
    - Minha mãe.

    Peri se sentia mal ao contar e lembrar de todo o seu passado, mas continuava mesmo assim:

    - Fui perseguido por pessoas que viram o que fiz e acabei atropelando um bebê. Não aguentava esconder a besteira que tinha feito e contei tudo ao meu pai. Toda a verdade sobre mim. E... foi a partir desse momento... que a minha vida mudou completamente. Minha mudança no jeito de ser e meu arrependimento trouxeram muitas coisas ruins e boas. Eu vi meu pai... morrer... por causa das bombas... - Emocionava-se ao lembrar da tragédia. - as bombas... durante a guerra norte-americana. Também soube que o bebê que atropelei era um dos meus filhos desconhecidos, o Abaeté.

    Ceci o escutava atentamente, alguns detalhes da vida do marido ela não conhecia.

    - Em compensação, eu ganhei uma filha ao encontrar uma moça grávida pedindo ajuda. Deixei de ser o homem arrogante que era, passei a cuidar da empresa do meu pai e... conheci a mulher da minha vida. - Olhou para Ceci. - Esses fatores foram o que me fizeram a ver a vida de outra forma, de uma forma mais esperançosa de que tudo daria certo. E após superar tantas dificuldades e problemas, que acredito que parte sejam devido à tudo de ruim que fiz no passado, aqui estou eu... conhecendo meus filhos... junto com a minha amada... cuidando da minha empresa... - As lágrimas caiam do rosto de Peri que passava a sorrir. - Reconheço que ainda tenho que mudar meu jeito de ser. Pois se eu acreditasse mais nas pessoas - Olhou novamente para Ceci - ou contasse a verdade para elas imediatamente - Lembrou da dor de Jassanã -, muitos problemas não existiriam. Eu preciso enxergar quem realmente gosta de mim e não duvidar dessas pessoas. Mas eu juro, eu juro que farei de tudo para que nada mude na minha vida a partir desse momento. Que tudo só melhore daqui por diante.

    Ceci e Icaraí estavam emocionadas.

    - Estou muito feliz por ver a casa cheia, muito feliz por ter minha filha e esposa em casa novamente e muito feliz por conhecer meus dois outros filhos. Essa é a minha vida, Icaraí. Espero que me aceite como seu pai.

    Icaraí ficou parada por um instante, encarando Peri até decidir abraçá-lo.
    Ceci sorriu pra ele, mostrando que fez tudo certo, e logo em seguida o beijou.



    - Já acabaram? - Jassanã pergutou, ao vê-los sair do quarto de livros. Estava magoada por ter sido 'excluída' da conversa.

    Os três estavam com um rosto vermelho de tanto chorar.

    - Sim - Ceci respondeu.
    - Jassanã - Peri a chamou - Essa aqui é Icaraí, sua irmã.

    Jassanã sentiu uma vontade de ser grosseira como era antes mas ao pensar nisso, Icaraí, emocionada, a abraçou carinhosamente. O susto daquele ato de Icaraí a cativou.
    Aos poucos Jassanã mudava seu jeito de ser e a raiva que estava sentindo daquela nova filha do pai foi sumindo.



    Amanauci acordou assustada por ver tanto movimento na casa.
    Jassanã e Icaraí conversavam com Ceci e Peri tentando entrar na conversa.
    Abaeté descia as escadas depois de tomar um banho no quarto de Jassanã.

    Amanauci falou, avisando à todos que havia acordado:

    - Filha, está tarde. Temos que ir pro hotel. - disse, sonolenta e ignorando a existência de Peri à sua frente.
    - Já? - Icaraí perguntou. - Vamos ficar mais um pouco.
    - Por que vocês não ficam aqui?









    CONTINUA NO CAPITULO 89 - NÃO ESTÁ PERFEITAMENTE CLARO
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    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:47 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Ceci conta para Icaraí que Silvio foi seu antigo noivo mas que nada a impede de ter um relacionamento com ele. Abaeté leva suas malas para morar na casa do pai Peri no quarto de Jassanã.
    Icaraí e Peri se encontram pela primeira vez e ela pede para terem uma conversa particular entre ela, ele e Ceci.





    Amanauci acordou assustada por ver tanto movimento na casa.
    Jassanã e Icaraí conversavam com Ceci e Peri tentando entrar na conversa.
    Abaeté descia as escadas depois de tomar um banho no quarto de Jassanã.

    Amanauci falou, avisando à todos que havia acordado:

    - Filha, está tarde. Temos que ir pro hotel. - disse, sonolenta e ignorando a existência de Peri à sua frente.
    - Já? - Icaraí perguntou. - Vamos ficar mais um pouco.
    - Por que vocês não ficam aqui?

    Capítulo 89 - Não está perfeitamente claro

    - Quê?!! - Amanauci exclamou, sem escutá-lo direito. Ainda estava um pouco tonta.
    - Até que não é uma má idéia. - Icaraí respondeu, ignorando a mãe. - Mas é melhor ficarmos no hotel mesmo, não quero atrapalhar a vida de vocês.
    - Não vão atrapalhar. O que não falta aqui é espaço e seria ótimo poder conhecê-la melhor. Vocês passam a noite aqui e amanhã de manhã vão para o hotel pra ficar lá ou até mesmo para pegarem suas coisas e trazerem pra cá. - Peri disse.
    - Então... tá. Ficamos aqui, certo mãe?

    Amanauci ficou de cara séria por ser ignorada da decisão. Já Icaraí passou a conversar mais com Peri, contando detalhes de sua vida, da viagem para estudar, da cidade onde mora com a mãe, de Mauro.
    Peri escutava tudo, dando uma grande atenção à ela.



    O dia estava acabando e todos começaram à se arrumar para dormir.
    Icaraí e Amanauci acabaram ficando mesmo na mansão de Peri. Ceci apresentou os quartos de hóspedes que elas ficariam.
    Amanauci não gostava da idéia de encontrar com Peri entre os corredores da casa e as salas mas seu sono não lhe dava outro pensamento que não fosse dormir.

    Ceci e Peri aproveitavam a reconcilição que tiveram para viver como se estivessem numa segunda lua de mel.



    Abaeté dormia profundamente enquanto Jassanã passava à lembrar de situações que havia apagado da memória por um momento.
    Cenas traumatizantes que aconteceram nos ultimos dias da semana anterior voltavam à sua mente. Lembrava do momento que golpeava a própria barriga, de sua sogra mandando o filho ser abortado.
    Lembrava também de estar na rua, chorando, e ser chamada por um homem. As palavras dele apareciam na sua lembrança:

    "Então... a-acho que não terei outra oportunidade de dizer isso que não seja agora. E-u sou seu pai."

    Jassanã acordou, ofegante. Estava assustada por saber que aquilo não era um sonho. Era real.



    O outro dia começou. A mesa para do café-da-manhã estava cheia.
    Peri levantou-se e saiu logo após terminar seu prato, despendido-se de todos presentes, beijando Ceci e chamando Jassanã para sair da mansão junto com ele. Iriam para a empresa.

    - Vamos, minha secretária. - ele brincou.
    - Tá, tá, tá, tô indo.
    - Tchau pra vocês. - Ceci disse.

    Abaeté, Icaraí e Damiana também deram "Tchau" para os dois.
    Já Amanauci não. Não falou com Peri em momento algum que estava na casa. Ela apenas o olhava discretamente.

    - E então? Vocês vão agora para o hotel? - Ceci perguntou para as duas.
    - Sim, sim. Temos que pegar nossas coisas lá. - Icaraí respondeu.
    - Ficarão mesmo aqui? Que bom!

    Amanauci permanecia séria por não aprovar a idéia.

    - Sim, sim. Mas temos que pensar no dia de voltar pra casa, não é? Já ficamos no Rio de Janeiro tempo demais.
    - Caramba, é mesmo. Vocês já ligaram pro Mauro?
    - Já. Ligamos ontem a ontem no hotel e ligaremos hoje pra falar sobre a volta.
    - Certo.

    Ceci sorria todo o tempo mesmo com a notícia de que suas duas novas amigas iriam voltar para Belo Horizonte. Sua felicidade estava estampada no rosto. Saber que tudo estava bem naquele momento e que nada poderia mudar dessa vez a confortava. Porém, sempre é necessário se preparar para algumas surpresas...



    Peri e Jassanã estavam de volta ao escritório. Era o segundo dia de trabalho de Jassanã.
    Tentava ajudar o pai cada vez mais. Procurava aprender à fazer outras coisas e saber de todas as negociações que Peri estava fechando.

    Jassanã voltava à ter na memória a imagem do homem dizendo ser seu pai. Aquilo começou à lhe desconcentrar ao ponto de querer perguntar ao pai:

    - Pai?
    - Oi, diga. - respondeu, assinando um papel.
    - O que aconteceu com os seus empregados daqui do escritório?
    - Foram demitidos. Por uns problemas.
    - Aquele contínuo também?








    CONTINUA NO CAPITULO 90 - O PAI INESPERADO
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    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:48 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Ceci conta para Icaraí que Silvio foi seu antigo noivo mas que nada a impede de ter um relacionamento com ele. Abaeté leva suas malas para morar na casa do pai Peri no quarto de Jassanã.
    Icaraí e Peri se encontram pela primeira vez e ela pede para terem uma conversa particular entre ela, ele e Ceci. Após conversarem, Peri pede que Icaraí fique na casa dele enquanto não volta para Belo Horizonte.
    Jassanã sonha com o momento em que Aracauê disse que era seu pai.





    Peri e Jassanã estavam de volta ao escritório. Era o segundo dia de trabalho de Jassanã.
    Tentava ajudar o pai cada vez mais. Procurava aprender à fazer outras coisas e saber de todas as negociações que Peri estava fechando.

    Jassanã voltava à ter na memória a imagem do homem dizendo ser seu pai. Aquilo começou à lhe desconcentrar ao ponto de querer perguntar ao pai:

    - Pai?
    - Oi, diga. - respondeu, assinando um papel.
    - O que aconteceu com os seus empregados daqui do escritório?
    - Foram demitidos. Por uns problemas.
    - Aquele contínuo também?

    Capítulo 90 - O PAI INESPERADO

    Peri pensou por um minuto em um motivo de Jassanã perguntar aquilo que não fosse apenas uma simples curiosidade.

    - Sim, o contínuo também.
    - É? E por que ele foi?

    Peri após escutar aquela pergunta específica sobre Aracauê, viu que o contínuo estava focalizado na dúvida dela.

    - Ele fez muitas coisas erradas aqui. Por que você quer saber disso?
    - Nada, só queria saber o que aconteceu.

    Jassanã se distanciou dele, até ele voltar à falar do que ela gostaria de ouvir:

    - Ele brigou comigo, por isso o demiti.
    - Ele... brigou com você?
    - Foi. A minha antiga secretária também.
    - Mas ele sentia raiva de você? - ela perguntou, sem se importar com a secretária despedida. O foco era apenas o contínuo.
    - Jassanã, o que você sabe sobre o contínuo?
    - Nada, só estou perguntando.
    - Por favor, não minta pra mim. Não há nada demais que faça você não me contar a verdade.

    Jassanã ficou calada por um momento até decidir:

    - Ele... me encontrou na rua... uma vez... e disse que eu era... a filha dele.

    Peri tomou um enorme susto ao escutar isso dela. Coisa que não entendia no início agora estavam mais claras como a raiva que Aracauê tinha por ele, o momento em que ele gritou:

    "EU SOU QUEM DEVERIA ESTAR NO SEU LUGAR! VOCÊ ROUBOU TUDO DE MIM!"

    Lembrava de María falar do pai de Jassanã, chamando pelo nome "Cauê". Peri começava à pensar o quão burro foi de não associar isso ao Aracauê. Talvez o contínuo nunca tenha recebido a atenção de Peri em suas reflexões e pensamentos.

    A partir daquela descoberta, Peri estava completamente transtornado. Gostarida de saber se o seu contínuo sempre soube que ele estava com a sua filha ou se descobriu depois. Também não entendia como o contínuo aguentou ficar tanto tempo trabalhando com ele sem contar a verdade.

    Jassanã interrompeu a reflexão de Peri:

    - Pai?

    Peri "acordou":

    - Ah, oi.
    - Por que está com essa cara assustada? Você acha que isso é verdade?
    - Não, claro que não. Seu pai está morto, Jassanã. - Peri preferiu mentir dessa vez a contar a verdade sobre o que achava. Se Aracauê fosse realmente o pai dela, só traria mais problemas pra sua vida. Ela não merecia ter um pai daqueles. - Ele é um desequilibrado, filha, não se preocupe com essas coisas que ele disse.



    Icaraí e Amanauci chegaram no hotel. Na recepção, havia uma surpresa à espera de Icaraí. Era Silvio, que estava aguardando a sua vinda.

    - O que está fazendo aqui? - ela perguntou, surpresa.
    - Você me disse ontem que estava hospedada aqui. Vim fazer uma visita. Não sabia que já tinha saído.
    - É, estava na casa de Ceci. Eu vou ficar lá... por uns dias.
    - E de lá você vai pra onde?
    - Voltar pra minha casa.



    Aracauê acordou em seu apartamento, lembrando do que havia feito na noite anterior. Jacuí estava em pé na janela, olhando para a rua.

    - Você... dormiu aqui. - ele a chamou.

    Jacuí virou-se, séria. Ele continuou:

    - Você dormiu aqui. Você... ficou comigo.
    - Esqueça isso. - respondeu friamente. - Temos coisas mais importantes para pensar. Hoje é o dia.







    CONTINUA NO CAPITULO 91 - TER QUE VOLTAR
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    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:48 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Ceci conta para Icaraí que Silvio foi seu antigo noivo mas que nada a impede de ter um relacionamento com ele. Abaeté leva suas malas para morar na casa do pai Peri no quarto de Jassanã.
    Icaraí e Peri se encontram pela primeira vez e ela pede para terem uma conversa particular entre ela, ele e Ceci. Após conversarem, Peri pede que Icaraí fique na casa dele enquanto não volta para Belo Horizonte.
    Jassanã sonha com o momento em que Aracauê disse que era seu pai e conta isso para Peri, fazendo com que ele finalmente descubra que o contínuo era o pai biológico de sua filha.





    Aracauê acordou em seu apartamento, lembrando do que havia feito na noite anterior. Jacuí estava em pé na janela, olhando para a rua.

    - Você... dormiu aqui. - ele a chamou.

    Jacuí virou-se, séria. Ele continuou:

    - Você dormiu aqui. Você... ficou comigo.
    - Esqueça isso. - respondeu friamente. - Temos coisas mais importantes para pensar. Hoje é o dia.

    Capítulo 91 - Ter que voltar

    - Você está pensando nisso durante todos esses dias. Parece que o Peri fez mais mal à você do que à mim.
    - Não enche, tá? Eu estou... querendo lhe ajudar também.
    - Você quer é se vingar dele por não te querer.
    - Não é porque ele não me quis. Ele fez mais que isso, ele me demitiu arrogantemente! Tirou o dinheiro do meu sustento. Eu não tenho família aqui e não quero voltar pra o lugar de onde fugi.
    - Então, o que você planejou pra hoje que melhorará nossa situação?
    - Eu conheço todo o truque de segurança para abrir o portão da empresa e com a chave que possuo, poderemos abrir o escritório nessa madrugada. Amanhã será o dia de entrega de notas fiscais ao governo quanto a impostos e outros documentos, bastará eu pôr alguns papéis que fiz aqui e colocar no meio dos que tiverem lá. Depois de fazermos isso, pegamos boa parte do dinheiro que estiver no caixa que fica com a chave na sala e saíremos.
    - Mas pra quê colocaremos esses papéis lá?
    - Os papéis indicaram indiretamente que o presidente da empresa está praticando uma lavagem de dinheiro, obtendo lucros particulares ilegais e sonegando os impostos do governo. Acho que isso é o bastante para que o Peri seja preso. - riu, maquiavelicamente.

    Aracauê, ao entender seu plano, riu também.

    A sede de vingança de Jacuí não a deixava ver o quanto poderia ser difícil e perigoso esse plano.



    - Como assim, voltar pra casa? Você vai sair do Rio de Janeiro? - perguntou Silvio.
    - Sim, eu terei de voltar para minha casa.
    - Mas assim... do nada?
    - Não, estava tudo planejado, eu... - Parou de falar ao ver que a mãe estava escutando a conversa atenciosamente. - Mãe, pode subir sem mim.

    Amanauci subiu após ela pedir, mas queria continuar escutando.

    - Então, - Icaraí continuou - eu só vim mesmo para conhecer o meu pai verdadeiro, o Peri, e ajudar a minha amiga Ceci. Eu moro em Belo Horizante.
    - Mas é que eu...
    - Talvez eu venha mais vezes, volte para cá, mas por enquanto a minha vida não é no Rio de Janeiro, sabe.
    - Então... tá. Tudo bem.
    - Pra que você veio aqui?
    - Pra te visitar, te chamar pra sair mais uma vez e... te dar um beijo.

    Silvio puxou Icaraí para si e a beijou. Depois de um tempo, ela o empurrou.

    - Pára, pára, pára! Só porque eu te beijei ontem quando estava alcoolizada não significa que você possa ter toda essa intimidade. - disse ofegante após tê-lo beijado.
    - Eu gosto de você, Icaraí. - Silvio respondeu, também ofegante.
    - E que forma de gostar é essa?! - exclamou. Silvio só prestava atenção no movimento de sua boca pronto para beijá-la novamente. - Você me puxou, eu tomei um susto e...

    Ele a beijou novamente.

    - Que agonia. O que você tem? - ela o empurrou de novo.
    - Eu já disse, eu gosto de você, Icaraí.
    - Esse desespero todo é só porque eu vou embora?
    - Err, também, né.
    - É? - Ela sorriu, descobrindo a importância que tinha para ele.

    Os dois a partir de então ficaram em silêncio até Icaraí manifestar sua vontade:

    - Vai me beijar, não?

    E então Silvio a puxou novamente.



    Amanauci ligou para o marido Mauro ao chegar no seu quarto do hotel:

    - Querido?
    - Oi, querida. Como você está?
    - Bem, tá tudo bem aqui. E aí?
    - Aqui também. Já decidiram quando voltarão?
    - Ainda não sabemos. Que dia você acha que seria melhor?
    - Não sei, eu terei uma viagem de negócios daqui a dois dias, portanto não seria muito bom vocês demorarem para voltar.
    - Então está dizendo que o melhor é voltarmos amanhã?








    CONTINUA NO CAPITULO 92 - O DIA DE AMANHÃ
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    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:49 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Ceci conta para Icaraí que Silvio foi seu antigo noivo mas que nada a impede de ter um relacionamento com ele. Abaeté leva suas malas para morar na casa do pai Peri no quarto de Jassanã.
    Icaraí e Peri se encontram pela primeira vez e ela pede para terem uma conversa particular entre ela, ele e Ceci. Após conversarem, Peri pede que Icaraí fique na casa dele enquanto não volta para Belo Horizonte.
    Jassanã sonha com o momento em que Aracauê disse que era seu pai e conta isso para Peri, fazendo com que ele finalmente descubra que o contínuo era o pai biológico de sua filha.
    Silvio descobre que Icaraí voltará para Belo Horizonte e se declara para ela.





    Amanauci ligou para o marido Mauro ao chegar no seu quarto do hotel:

    - Querido?
    - Oi, querida. Como você está?
    - Bem, tá tudo bem aqui. E aí?
    - Aqui também. Já decidiram quando voltarão?
    - Ainda não sabemos. Que dia você acha que seria melhor?
    - Não sei, eu terei uma viagem de negócios daqui a dois dias, portanto não seria muito bom vocês demorarem para voltar.
    - Então está dizendo que o melhor é voltarmos amanhã?

    Capítulo 92 - O dia de amanhã

    - Sinceramente, seria melhor mesmo que voltassem amanhã. Mas caso não tenha como, não se preocupem. A casa fica fechada por enquanto e vocês voltam quando eu chegar da viagem.
    - Essa sua viagem durará quanto tempo?
    - Alguns... dias.

    Amanauci não gostaria de ficar muito tempo perto de Peri naquela casa. Sentia saudades do marido e tinha medo de causar alguma polêmica ao falar algo que não devesse para Peri.

    - Então voltamos amanhã mesmo. - decidiu, sem a filha presente - Comprarei a passagem.



    Amanauci desceu do quarto de hotel. Icaraí estava sentada na recepção, conversando e rindo com Silvio.

    - Vamos, filha - Amanauci a chamou - Temos muito o que resolver hoje.
    - Como assim? Vamos pra onde?
    - Seu pai avisou que nós temos que voltar pra lá dentro de dois dias senão ele viajará e levará a chave da casa consigo.
    - Ma-mas, ele voltará quando pra lá?
    - Daqui a muito tempo.
    - Então nós...
    - Nós partiremos daqui amanhã.
    - Já?! - Silvio manifestou-se.
    - É, infelizmente sim. - Respondeu para Silvio. - Mas voltaremos outras vezes, Icaraí, não se preocupe. Agora temos que preparar nossas malas, avisar Ceci e visitar a minha mãe e a minha família que até agora não fomos.



    Ceci e Abaeté estavam sozinhos na mansão, distantes um do outro, até que a campainha da porta tocou. Damiana foi atender.

    - Seu Abaeté, - ela chamou - tem uma senhora aqui querendo falar com você.

    Ele passou à caminhar em direção a porta.

    - Senhora? Quem...? - perguntou, até ver por si próprio a mãe Iracema na porta.

    Damiana abriu a porta para que Iracema entrasse na mansão. Ela parecia estar muito triste e abatida com o fato do filho ter saído de sua casa.

    - O que você veio fazer aqui? - Abaeté perguntou, sério.

    Ceci olhou ao longe para ver quem era.

    - Vim te ver, Abaeté. Não posso?



    Icaraí e Amanauci foram pra estação. Iriam comprar a passagem de volta para Belo Horizonte para o dia seguinte. Icaraí não gostava nem um pouco da idéia de voltar tão rápido.

    - Duas passagem para Belo Horizonte. Amanhã tem em quais horários? - Amanauci perguntou à atendente.
    - Pra amanhã temos uma bem cedo às cinco horas e uma de oito, mas a de oito infelizmente já lotou então...
    - Então eu quero das cinco mesmo.
    - Mãe! - Icaraí exclamou.
    - Que foi? - Perguntou para a filha que estava completamente irritada.
    - A senhora está louca?! Não há necessidade alguma de irmos amanhã. Ainda mais tão cedo.
    - Mas seu pai...
    - Eu tenho certeza que ele não falou nada que nos obrigasse à ir amanhã! Você quer ir por outro motivo. Que motivo é esse? É o Peri?







    CONTINUA NO CAPITULO 93 - MOTIVO DA VOLTA
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    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:50 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Ceci conta para Icaraí que Silvio foi seu antigo noivo mas que nada a impede de ter um relacionamento com ele. Abaeté leva suas malas para morar na casa do pai Peri no quarto de Jassanã.
    Icaraí e Peri se encontram pela primeira vez e ela pede para terem uma conversa particular entre ela, ele e Ceci. Após conversarem, Peri pede que Icaraí fique na casa dele enquanto não volta para Belo Horizonte.
    Jassanã sonha com o momento em que Aracauê disse que era seu pai e conta isso para Peri, fazendo com que ele finalmente descubra que o contínuo era o pai biológico de sua filha.
    Silvio descobre que Icaraí voltará para Belo Horizonte e se declara para ela. Amanauci diz que ela e Icaraí devem voltar amanhã para a cidade que moram.





    Icaraí e Amanauci foram pra estação. Iriam comprar a passagem de volta para Belo Horizonte para o dia seguinte. Icaraí não gostava nem um pouco da idéia de voltar tão rápido.

    - Duas passagem para Belo Horizonte. Amanhã tem em quais horários? - Amanauci perguntou à atendente.
    - Pra amanhã temos uma bem cedo às cinco horas e uma de oito, mas a de oito infelizmente já lotou então...
    - Então eu quero das cinco mesmo.
    - Mãe! - Icaraí exclamou.
    - Que foi? - Perguntou para a filha que estava completamente irritada.
    - A senhora está louca?! Não há necessidade alguma de irmos amanhã. Ainda mais tão cedo.
    - Mas seu pai...
    - Eu tenho certeza que ele não falou nada que nos obrigasse à ir amanhã! Você quer ir por outro motivo. Que motivo é esse? É o Peri?

    Capítulo 93 - Motivo da volta, motivo de raiva

    - De onde tirou um absurdo desses?
    - Você pensa que não dá pra reparar a forma que fica quando está perto dele? Até agora, nunca quis dar um "Oi" para o Peri. Chegou até a confessar que gostava dele depois de ter bebido ontem.
    - Não é nada disso. - Disse, nervosa por saber que aquilo era verdade. Estava louca para não encontrar novamente com Peri durante muito tempo.
    - Nós podíamos muito bem esperar Mauro voltar da viagem de negócios que terá.
    - E ficar aqui esse tempo inteiro?
    - Nós temos a Ceci, temos até a nossa família aqui.
    - Sinto muito, Icaraí, mas eu preciso de sua compainha, de sua ajuda e compreensão. - Respondeu para Icaraí com um olhar que mostrava ser verdade a dedução de que o Peri era a causa da volta antecipada e que ela precisava da ajuda da filha. Amanauci se virou novamente para a atendente. - Nós iremos amanhã. Duas passagens, Belo Horizonte, amanhã às cinco.



    - Poderia sim me ver se seu objetivo fosse apenas esse. - Abaeté respondeu para a mãe.

    Iracema passou a andar pela sala de estar da casa, olhando todos os detalhes da decoração.

    - Diga, o que quer? - Abaeté perguntou, sem paciência.
    - Saiu de nossa casa para vir pra cá. Uma ótima escolha. Olha só quanta coisa cara.
    - Veio pra me ver ou ver a casa?
    - Eu só queria saber se você estava bem aqui.
    - Como pode ver, eu estou. Se não se importa...
    - Sim, está muito bem. Sua vida mudará muito. Depois que soube que o pai é rico, vejo o quanto está interessado em ficar com ele e esperar que...
    - Acho melhor você sair.

    Ceci, que estava escutando tudo, levantou-se da cadeira que estava sentada.

    - Não, deixa eu olhar mais um pouquinho para a mansão que você está morando. Você me abandonou por isso. Só pra ficar rico.
    - Está maluca. Saia daqui!
    - Não, não estou. Qualquer um faria o mesmo, eu entendo.

    Ceci foi até os dois, querendo saber o que estava acontecendo:

    - O que está havendo aqui? - ela perguntou.
    - Sou a mãe do Abaeté. Muito prazer.
    - Ceci, não ligue para o que ela está dizendo. - O rapaz disse, nervoso.
    - Mas é a pura verdade. Eu sei que o que você quer é isso. - Iracema continuou.
    - Eu não sou igual à você! - Abaeté estressou-se.

    Ceci via o quanto ele estava nervoso naquela situação e que nada que aquela mulher estava dizendo era verdade. Queria poder ajudá-lo de alguma forma e tirar Iracema daquela casa.

    - Não, não sou mesmo. Você é que está muito pior do que eu. Porque uma pessoa que aceita um relacionamento incestuoso só para...
    - Pare com isso! Como pode falar desse jeito com o próprio filho?! - Ceci a interrompeu, querendo ajudar Abaeté.
    - Não se meta nessa conversa.
    - Será que não vê o quanto ele sofre em escutar isso de você?
    - Eu já disse pra não se meter. Você deve bem ser a nova esposa daquele tarado estrupador. Deve ser mais uma que só está aqui pelo dinheiro dele. Esperando o milionário morr...

    "PLACK!" - Ceci, sem pensar muito, deu um grande tapa no rosto de Iracema.

    Abaeté ficou parado, nervoso.

    - Abaeté! - Iracema o chamou, como se pedisse que ele fizesse algo com aquela que bateu em sua mãe.

    Ao contrário do que a mãe queria, Abaeté não teve nenhuma reação brusca. Ficou parado, sério, até dizer:

    - Acaba de perder o pouco de vontade que eu tinha de lhe perdoar.
    - Damiana - Ceci chamou, nervosa como o rapaz. - Por favor, peça para que os seguranças venham aqui e retirem essa mulher.



    Peri e Jassanã continuavam trabalhando para deixar a empresa com nenhuma transação ou dado pendente.
    Já era de tarde e em breve voltariam para casa.

    Jassanã permanecia pensando no contínuo lhe dizendo que era seu pai.



    Amanauci e Icaraí voltaram da visita à casa dos familiares que tinham no Rio de Janeiro e foram para a mansão Tupiniquim, avisar à Ceci sobre a viagem.
    Ao entrarem na casa, viram Abaeté chorando no sofá com Ceci tentando acalmá-lo.

    - Eu não consigo ter raiva, sabe. Ela me criou por tanto tempo, eu tinha um carinho tão grande. Tudo mudou de repente, desapareceu.
    - Calma, Abaeté. As coisas mudam, quem sabe um dia ela veja o quanto está errada agindo assim com você.
    - Eu não queria abandoná-la, mas morar lá estava sendo uma tortura e depois do que ela fez com Jassanã...

    Só depois de um tempo paradas, Icaraí avisou que estava lá:

    - Er... Olá, gente.

    Ceci olhou para saber quem era, mas já tinha reconhecido a voz antes:

    - Oi, Icaraí.
    - Está tudo bem aqui, Ceci? - Amanauci perguntou.
    - Sim, sim. Só tivemos alguns problemas agora a pouco mas tudo vai se acalmar já já.
    - Que bom então, porque eu tenho uma coisa pra lhe dizer.
    - O que?
    - Nós voltaremos pra Belo Horizonte amanhã.



    - Falta pouco, falta pouco. - Jacuí disse ansiosa para Aracauê.
    - Se tudo der certo, nós poderíamos tentar mais vezes, não é?
    - "Se" não, vai dar tudo certo. - Corrigiu o ex-contínuo.
    - Fazemos uma bela dupla. - Aracauê continuou, encarando ela.
    - É, né? Acho que sim.
    - Você gosta de mim, não é Jacuí? - Perguntou, em seu nervosismo quase comum.







    CONTINUA NO CAPITULO 94 - PREPARATIVOS
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    A Chama de Tupã - Página 5 Empty Re: A Chama de Tupã

    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:52 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Ceci conta para Icaraí que Silvio foi seu antigo noivo mas que nada a impede de ter um relacionamento com ele. Abaeté leva suas malas para morar na casa do pai Peri no quarto de Jassanã.
    Icaraí e Peri se encontram pela primeira vez e ela pede para terem uma conversa particular entre ela, ele e Ceci. Após conversarem, Peri pede que Icaraí fique na casa dele enquanto não volta para Belo Horizonte.
    Jassanã sonha com o momento em que Aracauê disse que era seu pai e conta isso para Peri, fazendo com que ele finalmente descubra que o contínuo era o pai biológico de sua filha.
    Silvio descobre que Icaraí voltará para Belo Horizonte e se declara para ela. Amanauci diz que ela e Icaraí devem voltar amanhã para a cidade que moram.
    Iracema vai até a mansão e ofende Abaeté e Ceci, que lhe dá uma tapa e manda ir embora.





    - Falta pouco, falta pouco. - Jacuí disse ansiosa para Aracauê.
    - Se tudo der certo, nós poderíamos tentar mais vezes, não é?
    - "Se" não, vai dar tudo certo. - Corrigiu o ex-contínuo.
    - Fazemos uma bela dupla. - Aracauê continuou, encarando ela.
    - É, né? Acho que sim.
    - Você gosta de mim, não é Jacuí? - Perguntou, em seu nervosismo quase comum.

    Capítulo 94 - Preparativos

    - Que pergunta mais idiota, Aracauê. - Ela respondeu, arrogantemente. - Vá pensar em outras coisas!
    - Como o que?
    - Como o que podemos e devemos levar para nos prevenirmos hoje. Você tem alguma coisa aí?
    - Não entendi. Que tipo de coisas devemos levar?
    - Coisas tipo... facas. Você tem facas grandes aí no armário. - Perguntou, começando a abrir o armário do contínuo, que se desesperou automaticamente.
    - Espera, espera, não abra isso aí. Deixe que eu abra. - Disse, com medo que ela achasse algo dele que estava escondido em uma das gavetas.

    Porém, era tarde demais. Jacuí abriu uma das gavetas à procura de uma faca e ao retirar alguns objetos de cima, se deparou com uma arma que o contínuo guardava lá.

    - Minha nossa. - Ela se surpreendeu. - Não achava que você tinha uma dessas aqui.
    - M-mas eu n-nunca usei iss...
    - É mesmo? Hehe. Então prepare-se para aprender. Pois talvez nós usaremos hoje. - Sorriu.

    Aracauê olhou desconfiado e assustado para ela. Estava cada vez mais com medo daquele plano. Jacuí não estava interessada no dinheiro como dizia, e sim em se vingar de Peri.



    Ceci estranhou a notícia.

    - Como assim amanhã? Vocês ontem não faziam nem idéia de que dia iriam.
    - É que eu liguei para o Mauro e ele disse que o melhor era nós voltarmos amanhã mesmo. Então, infelizmente...

    DING DONG! - A campainha da porta tocou.

    - Quem será? - Abaeté perguntou, preparando-se para levantar do sofá e atender.
    - Deixa, deixa. Eu atendo. - Ceci lhe disse, já que não havia sinais de Damiana por perto.

    Ao atender a porta, Ceci se deparou com o seu antigo noivo. O encontro dos dois causava um tremendo desconforto.

    - Olá. - Ela o cumprimentou, sem saber o que dizer.
    - Err, a Icaraí veio aqui?
    - Sim, sim. Ela acabou de chegar. Gostaria de falar com ela?
    - Gostaria.
    - Venha, pode entrar.

    Ele entrou, meio constrangido, querendo não encontrar na casa aquele que lhe tirou Ceci anos atrás.

    - Silvio - Icaraí o chamou ao lhe reconhecer. - O que está fazendo aqui?
    - Eu fui para o hotel, queria saber se você já tinha resolvido sobre a viagem, mas vocês não estavam lá. Então pensei em onde estariam e vim pra cá.
    - Que sorte, chegamos há pouquíssimo tempo.
    - É, mas e então? O que decidiram?
    - Nós vamos voltar amanha de manhã. - Amanauci respondeu pela filha.
    - Então... você vai mesmo, Icaraí?
    - Eu... - Icaraí iniciou mas foi interrompida por Amanauci que novamente respondeu por ela.
    - Sim, ela vai.
    - Eu gostaria de ouvir isso dela, caso não se importe. - Silvio falou para Amanauci. - Será que eu poderia falar com você à sós, Icaraí?

    Amanauci se sentiu ofendida com a resposta que ele deu para ela. Icaraí ficou parada por um instante até caminhar para perto de Silvio e sair com ele para fora da casa.
    Ao sair eles encontraram Peri e Jassanã que tinham acabado de chegar da empresa.



    - Nossa, já está ficando de noite e eu não preparei nada das malas pra amanhã. - Disse Amanauci, nervosa sobre o que a filha poderia estar conversando e a possibilidade dela decidir não voltar de jeito nenhum com a mãe para a antiga cidade.
    - Calma, não adianta ficar nervosa, Amanauci. Eu sinceramente acho que essa viagem está sendo repentina demais. - Ceci respondeu.

    A porta se abriu. Todos acharam que seria Icaraí voltando da conversa rapidamente, mas se enganaram.

    - Oi querida. - Peri entrou na casa. - O que está havendo lá fora? Quem é aquele homem lá com Icaraí?
    - Ele é Silvio, o... amigo dela.



    - Icaraí, por favor, fique. - Silvio lhe pedia, pela terceira vez naquele momento.
    - Eu não posso simplesmente dizer à minha mãe que ficarei aqui, Silvio. Eu te conheço há apenas três dias.
    - Mas o que eu sinto por você, o que eu disse hoje de manhã é verdadeiro.
    - A minha vida está em Belo Horizonte ainda.
    - Sua família está aqui.
    - Entenda, Silvio. Eu quero muito ficar aqui, mas tenho medo que tudo não passe de uma ilusão e que eu abandone a minha mãe e o meu pai adotivo por uma besteira.
    - Então... não há outra saída? Você vai embora mesmo?







    CONTINUA NO CAPITULO 95 - DECIDIDO
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    A Chama de Tupã - Página 5 Empty Re: A Chama de Tupã

    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:54 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Ceci conta para Icaraí que Silvio foi seu antigo noivo mas que nada a impede de ter um relacionamento com ele. Abaeté leva suas malas para morar na casa do pai Peri no quarto de Jassanã.
    Icaraí e Peri se encontram pela primeira vez e ela pede para terem uma conversa particular entre ela, ele e Ceci. Após conversarem, Peri pede que Icaraí fique na casa dele enquanto não volta para Belo Horizonte.
    Jassanã sonha com o momento em que Aracauê disse que era seu pai e conta isso para Peri, fazendo com que ele finalmente descubra que o contínuo era o pai biológico de sua filha.
    Silvio descobre que Icaraí voltará para Belo Horizonte e se declara para ela. Amanauci diz que ela e Icaraí devem voltar amanhã para a cidade que moram.
    Iracema vai até a mansão e ofende Abaeté e Ceci, que lhe dá uma tapa e manda ir embora. Jacuí encontra uma arma no armário de Aracauê.
    Silvio tenta pedir mais uma vez que Icaraí fique.





    - Icaraí, por favor, fique. - Silvio lhe pedia, pela terceira vez naquele momento.
    - Eu não posso simplesmente dizer à minha mãe que ficarei aqui, Silvio. Eu te conheço há apenas três dias.
    - Mas o que eu sinto por você, o que eu disse hoje de manhã é verdadeiro.
    - A minha vida está em Belo Horizonte ainda.
    - Sua família está aqui.
    - Entenda, Silvio. Eu quero muito ficar aqui, mas tenho medo que tudo não passe de uma ilusão e que eu abandone a minha mãe e o meu pai adotivo por uma besteira.
    - Então... não há outra saída? Você vai embora mesmo?

    Capítulo 95 - Decidido

    - Sim. Infelizmente sim. - Respondeu. - O ônibus partirá de cinco da manhã, não há mais como desistir e deixar minha mãe.

    Silvio ficou calado por um momento até dizer:

    - Então... tá.

    Ele não estava nem um pouco conformado como aparentava na voz. Sem dizer mais nada, saiu da mansão. Icaraí se sentia mal por não poder ficar por mais tempo na cidade, mas não queria deixar a mãe voltar sozinha.
    Ela entrou novamente na casa do pai, com um aspecto triste, chamando Amanauci:

    - Vamos, mãe. Vamos para o hotel. Temos muito o que arrumar das bagagens.

    Amanauci se sentiu aliviada por ver que a filha não mudou de idéia.

    - Vamos, vamos. - Ela respondeu, caminhando até a saída da casa.
    - Amanauci, vocês sairão de que horas? - Ceci perguntou.
    - De cinco da manhã.
    - Meu Deus, é muito cedo.
    - É que só tinha nesse horário.
    - Então... mesmo assim iremos até a estação para nos despedirmos de vocês.
    - Certo, até mais.
    - Até.

    A mãe e a filha, então, saíram para o hotel. Peri aproximou-se de Ceci, perguntando:

    - Elas vão voltar para Belo Horizonte?
    - Sim, irão.
    - Mas... já? Tão de repente? Icaraí nem sequer me avisou.
    - Parece que é devido à saída de Mauro da casa por um tempo, elas terão que voltar antes que ele viaje.
    - Poxa, que pena. - Terminou, afastando-se da esposa.

    Após um tempo pensando, ele voltou até Ceci para perguntar sobre outra dúvida:

    - Aquele homem que estava com Icaraí lá fora, quem é?
    - Eu já disse, Peri, é um amigo dela.
    - Amigo? - Perguntou desconfiado.
    - É, pelo menos eu acho que é. - Ceci respondeu.
    - Um pouco velho demais, não? E ele não me é estranho. Acho que já vi em algum lugar.
    - Ele mora aqui no bairro, então você já deve tê-lo visto por aí. Agora esqueça isso, deixe a Icaraí viver a vida dela. Mal se tornou o pai da moça e já está querendo controlar o que ela faz?
    - Não, não é isso.
    - Vá descansar. - Disse, carinhosamente, aproximando-se dele e beijando-o em seguida. - Já se preocupou com coisas demais ultimamente.

    Ceci realmente gostaria que ele esquecesse de onde conhecia o Silvio. Já bastava o desconforto dela ao ver o antigo noivo com sua amiga e filha de seu marido. Seria muito pior se Peri soubesse quem ele era e participasse do desconforto também.



    Jassanã, após jantar ao lado de todos presentes na casa, preparava-se para dormir. Estava muito cansada depois de ajudar o pai o dia inteiro na indústria Tupiniquim.
    Quando estava se deitando na cama, Abaeté entrou no quarto e foi até ela. Após lhe dar um beijo, perguntou:

    - Como está?
    - Bem... estou bem. - Respondeu, com um pequeno sorriso. - E você?
    - Também. Sabe... eu estava pensando. Vou começar a procurar um emprego. Não gostei da sensação de ficar aqui o dia inteiro sem saber o que fazer.
    - Sim, entendo. Aconteceu alguma coisa aqui hoje? - Perguntou, notando que o noivo estava agindo diferente. Estava triste e quieto o tempo inteiro na hora da janta.
    - A minha mãe... veio aqui hoje. Falou coisas terríveis. Brigou até com Ceci.
    - Minha nossa! - Assustou-se. - Mas e você? O que você fez?
    - Nada. Não fiz nada. - Respondeu, triste.



    Todos da mansão foram dormir mais cedo, já que Ceci avisou na janta sobre a viagem de Icaraí e Amanauci e todos decidiram que iriam se despedir das duas antes da partida do ônibus.



    Icaraí e Amanauci estavam terminando de organizar as malas. Icaraí pensava na forma que se despediu de Silvio e se ele iria até a estação para vê-la.

    - Sabe, filha. Eu agradeço por você ter decidido voltar comigo. - Amanauci iniciou o que seria um desabafo particular. - Queria também dizer que você estava certa.
    - Sobre o que?
    - Sobre eu querer voltar por causa do Peri. Eu realmente ainda não o esqueci e tenho medo que isso possa afetar tanto a sua relação com ele de filha quanto a relação de amizade que eu tenho com Ceci. Também não quero estragar meu casamento com o Mauro, que realmente gosta de mim, por uma atitude inconsciente que eu possa ter.

    Icaraí assustou-se com a atitude da mãe de confessar aquilo.

    - Eu... entendo a senhora.
    - Eu sei disso. Vejo que quer me ajudar e voltar comigo por isso também. Muito obrigada. - Terminou, abraçando Icaraí.



    Já era madrugada, Jacuí e Aracauê estavam dormindo na mesma cama.
    Aos poucos Jacuí acordou, saindo rapidamente da cama ao ver que Aracauê quase lhe abraçava. Foi até o relógio e tomou o grande susto, resmungando logo em seguida:

    - Eu não acredito nisso! Aracauê!

    Ele permanecia dormindo até ela decidir jogar um travesseiro no rosto do ex-contínuo.

    - Hã... que... que foi... - Acordou, assustado.
    - A porcaria do seu relógio não despertou! Estamos atrasados aqui!
    - Já era pra ter tocado?
    - ERA! Está na hora!



    Todos da mansão saíram em torno das três horas para encontrar com Icaraí e Amanauci para conversar e se despedir com um bom tempo de antecedência da viagem.
    Icaraí abraçou o pai, dizendo:

    - Eu voltarei mais vezes, tá? Quero conhecer o senhor melhor.
    - Sim, sim. Aguardarei você.

    Amanauci se despedia de Ceci e de todos os outros, até chegar em Peri:

    - Err... Tchau. - Falou, estranha para ele.



    Aracauê e Jacuí chegaram no prédio da empresa. Pensaram na forma em que passariam pelos seguranças do prédio até chegar à conclusão de que os que estavam de serviço no momento não sabiam da demissão dos dois e que poderiam dizer que Peri os mandou ir até lá mais cedo para terminar algo que precisava se finalizado naquele dia.
    Com a chave que Jacuí possuía e os conhecimentos que tinham de como era possivel abrir outros portões da empresa, entraram no prédio e na sala que desejavam.

    - Chegamos, finalmente. - Disse, sorrindo para o contínuo.



    Já estava perto do ônibus partir. Icaraí desistia da idéia de Silvio aparecer na estação para vê-la e se despedir.

    - Está na hora, filha. Vamos. - Amanauci a chamou.

    Triste, Icaraí passava a seguir a mãe e acenar para os novos amigos presentes até escutar uma voz:

    - ESPEREM!








    CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO
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    A Chama de Tupã - Página 5 Empty Re: A Chama de Tupã

    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:57 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Ceci conta para Icaraí que Silvio foi seu antigo noivo mas que nada a impede de ter um relacionamento com ele. Abaeté leva suas malas para morar na casa do pai Peri no quarto de Jassanã.
    Icaraí e Peri se encontram pela primeira vez e ela pede para terem uma conversa particular entre ela, ele e Ceci. Após conversarem, Peri pede que Icaraí fique na casa dele enquanto não volta para Belo Horizonte.
    Jassanã sonha com o momento em que Aracauê disse que era seu pai e conta isso para Peri, fazendo com que ele finalmente descubra que o contínuo era o pai biológico de sua filha.
    Silvio descobre que Icaraí voltará para Belo Horizonte e se declara para ela. Amanauci diz que ela e Icaraí devem voltar amanhã para a cidade que moram.
    Iracema vai até a mansão e ofende Abaeté e Ceci, que lhe dá uma tapa e manda ir embora. Jacuí encontra uma arma no armário de Aracauê.
    Silvio tenta pedir mais uma vez que Icaraí fique, mas não adianta e ela vai para a estação rumo a Belo Horizonte mesmo assim.
    Aracauê e Jacuí iniciam o plano, chegando na empresa Tupiniquim.





    Já estava perto do ônibus partir. Icaraí desistia da idéia de Silvio aparecer na estação para vê-la e se despedir.

    - Está na hora, filha. Vamos. - Amanauci a chamou.

    Triste, Icaraí passava a seguir a mãe e acenar para os novos amigos presentes até escutar uma voz:

    - ESPEREM!

    Capítulo 96 - Mudança na vida

    Silvio surgiu na estação, segurando uma mala na mão e uma bolsa nas costas. Estava indo rapidamente até lá.

    - Silvio?! - Icaraí o chamou, assim que escutou sua voz, espantada.
    - Mas o que ele está fazendo com essas malas? - Amanauci perguntou baixinho para a filha.
    - Irei com vocês para Belo Horizonte. Comprei a passagem ontem nas pressas. - Ele respondeu, como se tivesse escutado a pergunta.
    - Mas por que? - Icaraí perguntou, sem entender.
    - Pra ficar com você. - Disse, ofegante.

    A resposta a deixou completamente surpresa, assim como Peri e Amanauci que sentiam um enorme ciúme pela filha. Icaraí, mesmo sentindo fortes sentimentos por Silvio, não achava que era um motivo importante o bastante para que ele saísse de sua cidade. Os dois se conheciam há tão pouco tempo que não acredita que aquele sentimento fosse real e eterno para ele.

    - V-você está falando sério, Silvio? - Ela perguntou, ainda sem acreditar.
    - Sim, estou.
    - Mas... e seu emprego?
    - Eu acabo de pedir minha transferência. Se não aceitarem, o jeito será eu procurar outro.
    - Isso é loucura, Silvio.
    - Não, não é. Eu já perdi alguém que gostava muito por uma besteira. - Lembrou de Ceci e da traição dele que fez com que os dois se separassem. - Finalmente amadureci e vejo que não quero perder quem eu gosto novamente para ficar nessa cidade, sozinho. Eu quero estar ao seu lado para sempre, Icaraí. E aqui, - Começou à se ajoelhar de frente à ela. - diante de sua mãe e de todos aqui presentes, eu gostaria de fazer um pedido. Aceita ser minha futura esposa?



    Jacuí e Aracauê estavam no escritório, procurando uma forma de abrir o caixa de pagamentos.

    - Precisa da chave. - Ela avisou.
    - Você não tem a chave? - Perguntou Aracauê.
    - Não essa chave.
    - Então o que faremos?
    - Vai procurando um jeito aí que eu vou no andar de cima pra botar aqueles papéis junto com os relatórios e notas do governo. - Disse, mais preocupada com o plano de se vingar do antigo patrão.



    Jassanã estava adorando ver aquela cena romantica. Ceci, porém, estava com um certo desconforto pelo fato de Silvio ser seu antigo noivo e ainda citar indiretamente a sua perda na declaração que fez pra Icaraí.
    A resposta para o pedido demorava por conta do nervosismo de Icaraí. Muitas pessoas que iriam na viagem para Belo Horizonte ou pra outros destinos estavam na estação prestando atenção nos dois.

    - Eu... aceito.

    Ele levantou-se e a beijou.
    "AEEEEEEEEEEEEEEE!!" - Todos gritaram e bateram palmas, como se fosse um público assistindo a um jogo de fultebol.

    Icaraí passava a sentir vergonha da atenção que estava recebendo de desconhecidos e Amanauci não sabia o que dizer sobre aquilo. "Ele vai morar conosco?", perguntava a si mesma.

    - Acho melhor se apressarem que o ônibus já já sai. - Abaeté avisou.
    - Nossa, é mesmo. - Icaraí olhou para o relógio da estação. - Vamos.

    Os três se despediram mais uma vez e entraram no ônibus. De todos, Amanauci parecia a mais inquieta com a novidade de Silvio decidir morar junto com ela e Icaraí.

    Ceci não queria que suas novas amigas fossem embora tão rápido. Porém, mesmo sem saber, aquilo seria o melhor para ela. Amanauci ainda gostava de Peri e algo que fizesse inconscientemente poderia afetar a relação de amizade dela com Ceci e tanto o seu casamento com Mauro quanto o de Ceci com Peri também poderiam ser afetados. Silvio afastado também acabaria com o desconforto que poderia ocorrer toda vez que houvesse um encontro dele com Ceci, ainda mais se Peri descobrisse que ele foi o seu ex-noivo.



    Jacuí voltou para o andar onde Aracauê estava e perguntou:

    - Conseguiu alguma coisa?
    - Não, não há nada aqui.
    - O Carloní é que fica nesse setor. O miserável nunca esquece as chaves do caixa, mas há uma pessoa além dele que possui essa chave.
    - Quem?
    - O Peri, é claro. E este sim quase sempre esquece as chaves na sala de escritório. Bastará apenas nós conseguirmos entrar no escritório com a minha chave e de alguma forma abrir a porta da sala dele pra pegarmos essa chave.



    Peri chegou em sua mansão junto com a esposa, Jassanã e Abaeté.
    Ao saírem do carro, todos foram até a porta para entrar na casa enquanto Jassanã ficou parada, olhando para o prédio da empresa do pai.

    - Jassanã, vamos, entre. Temos um longo dia de trabalho nos esperando daqui a pouco.- Peri a chamou, depois de Ceci e Abaeté já terem entrado na mansão.

    A moça continuou parada.

    - O que foi? - Ele perguntou.
    - Pai, olha só aquilo. - Apontou para o prédio.
    - O que? - Ele perguntou, olhando em direção ao ponto que ela estava apontando até ver o seu escritório aceso. - Nossa, deixei o escritório com a luz acesa.
    - Não, não deixou. Tem alguém lá.









    CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO
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    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:57 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Ceci conta para Icaraí que Silvio foi seu antigo noivo mas que nada a impede de ter um relacionamento com ele. Abaeté leva suas malas para morar na casa do pai Peri no quarto de Jassanã.
    Icaraí e Peri se encontram pela primeira vez e ela pede para terem uma conversa particular entre ela, ele e Ceci. Após conversarem, Peri pede que Icaraí fique na casa dele enquanto não volta para Belo Horizonte.
    Jassanã sonha com o momento em que Aracauê disse que era seu pai e conta isso para Peri, fazendo com que ele finalmente descubra que o contínuo era o pai biológico de sua filha.
    Silvio descobre que Icaraí voltará para Belo Horizonte e se declara para ela. Amanauci diz que ela e Icaraí devem voltar amanhã para a cidade que moram.
    Iracema vai até a mansão e ofende Abaeté e Ceci, que lhe dá uma tapa e manda ir embora. Jacuí encontra uma arma no armário de Aracauê.
    Silvio tenta pedir mais uma vez que Icaraí fique, mas não adianta e ela vai para a estação rumo a Belo Horizonte mesmo assim. Chegando lá, se surpreende ao saber que Silvio irá com ela e Amanauci para Minas.
    Aracauê e Jacuí iniciam o plano, chegando na empresa Tupiniquim e entrando no escritório de Peri.





    Peri chegou em sua mansão junto com a esposa, Jassanã e Abaeté.
    Ao saírem do carro, todos foram até a porta para entrar na casa enquanto Jassanã ficou parada, olhando para o prédio da empresa do pai.

    - Jassanã, vamos, entre. Temos um longo dia de trabalho nos esperando daqui a pouco.- Peri a chamou, depois de Ceci e Abaeté já terem entrado na mansão.

    A moça continuou parada.

    - O que foi? - Ele perguntou.
    - Pai, olha só aquilo. - Apontou para o prédio.
    - O que? - Ele perguntou, olhando em direção ao ponto que ela estava apontando até ver o seu escritório aceso. - Nossa, deixei o escritório com a luz acesa.
    - Não, não deixou. Tem alguém lá.

    Capítulo 97 - Intrusos

    - Tem certeza disso, filha? - Perguntou, assustado.
    - Tenho, tenho sim. Passou uma pessoa agora na janela. É... é o contínuo, pai. - Reconheceu, apavorada.



    - Desliga essa luz, Aracauê. Podemos chamar a atenção dos seguranças assim. Só quem entra nessa parte é o Peri e eles sabem que ele não está aqui. - Jacuí avisou, sem saber que os dois já tinham chamado atenção.
    - Tá, tá. - O contínuo desligou as luzes, nervoso. O escritório continuava claro pelo sol que já surgia naquela hora. Aquilo fez com que o nervosismo do ex-contínuo aumentasse.

    Aracauê estava com muito medo de que todo o plano desse errado. Ao contrário dele, Jacuí parecia calma demais estando naquela situação.

    - Já está amanhecendo, Jacuí. Daqui a pouco os funcionários já estarão aqui.
    - Calma, Aracauê. Eu já contava com essa possibilidade, é por isso que trouxemos os acessórios. - Lembrou da arma.



    - O-o Aracauê está lá?! - Perguntou, nervoso, pensando no que ele poderia estar fazendo no escritório pra tentar se vingar do patrão que lhe demitiu e que lhe "roubou" a filha.
    - Sim, parece que é ele.
    - Meu Deus, eu tenho que ir lá. Ele pode causar um grande problema. - Andou, apressado, em direção ao portão de saída da mansão.
    - Eu vou com você, pai.
    - Não, fique aqui. - Ele respondeu, indo em direção ao prédio da indústria.

    Jassanã, mesmo assim, o seguiu sem ele notar.



    - Onde estão o Peri e Jassanã? - Ceci perguntou à Abaeté ao sentir a ausência deles.
    - Devem estar lá fora. Jassanã ficou um pouco estranha aí ele foi conversar com ela.
    - Será que é algum tipo de ciúme com a Icaraí?
    - Talvez.



    - Jacuí, vamos embora daqui antes que nos encontrem. - O ex-contínuo disse, desesperado. - Outro dia nós voltamos aqui.
    - Não, nós ficaremos aqui. - Ela respondeu, bastante calma e confiante.

    Aracauê olhou para ela e viu que aquele aspecto de confiança demonstrava que todo o plano estava dando certo.

    - Você... Não veio aqui pelo dinheiro, não é? - Perguntou, desconfiado.
    - Quê?
    - Você planejou isso mais pra encontrar com o Peri, não foi?
    - De onde tirou isso, Aracauê?
    - Eu lembro muito bem de ter colocado o relógio pra despertar mais cedo e quando acordamos ele estava desligado. Você tirou o despertador pra que acordássemos mais tarde e o Peri nos encontrasse aqui!
    - Que loucura isso, Aracauê!
    - Loucura é o que você está planejando, Jacuí. Olha só o que você está fazendo: Invadindo a empresa, forjando crimes e trazendo uma arma. Pretende matar o Peri?!
    - E se estiver pretendendo isso mesmo? Não é o que você quer tanto também?

    Aracauê ficou calado até uma voz surgir no escritório:

    - Mas o que é isso?!

    Os dois tomaram um susto até reconhecer a voz. Jacuí assim que o viu, soltou um sorriso:

    - Olha só quem chegou.
    - O que estavam fazendo aqui? - Peri perguntou, sério.

    Jacuí puxou rapidamente a bolsa com os acessórios e retirou a arma de Aracauê, mirando contra Peri e respondendo:

    - Preparando a sua morte.









    CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO
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    A Chama de Tupã - Página 5 Empty Re: A Chama de Tupã

    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:58 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Ceci conta para Icaraí que Silvio foi seu antigo noivo mas que nada a impede de ter um relacionamento com ele. Abaeté leva suas malas para morar na casa do pai Peri no quarto de Jassanã.
    Icaraí e Peri se encontram pela primeira vez e ela pede para terem uma conversa particular entre ela, ele e Ceci. Após conversarem, Peri pede que Icaraí fique na casa dele enquanto não volta para Belo Horizonte.
    Jassanã sonha com o momento em que Aracauê disse que era seu pai e conta isso para Peri, fazendo com que ele finalmente descubra que o contínuo era o pai biológico de sua filha.
    Silvio descobre que Icaraí voltará para Belo Horizonte e se declara para ela. Amanauci diz que ela e Icaraí devem voltar amanhã para a cidade que moram.
    Iracema vai até a mansão e ofende Abaeté e Ceci, que lhe dá uma tapa e manda ir embora. Jacuí encontra uma arma no armário de Aracauê.
    Silvio tenta pedir mais uma vez que Icaraí fique, mas não adianta e ela vai para a estação rumo a Belo Horizonte mesmo assim. Chegando lá, se surpreende ao saber que Silvio irá com ela e Amanauci para Minas.
    Aracauê e Jacuí iniciam o plano, chegando na empresa Tupiniquim e entrando no escritório de Peri. Jassanã nota que há alguém lá e vai junto ao pai para o escritório.





    - Eu lembro muito bem de ter colocado o relógio pra despertar mais cedo e quando acordamos ele estava desligado. Você tirou o despertador pra que acordássemos mais tarde e o Peri nos encontrasse aqui!
    - Que loucura isso, Aracauê!
    - Loucura é o que você está planejando, Jacuí. Olha só o que você está fazendo: Invadindo a empresa, forjando crimes e trazendo uma arma. Pretende matar o Peri?!
    - E se estiver pretendendo isso mesmo? Não é o que você quer tanto também?

    Aracauê ficou calado até uma voz surgir no escritório:

    - Mas o que é isso?!

    Os dois tomaram um susto até reconhecer a voz. Jacuí assim que o viu, soltou um sorriso:

    - Olha só quem chegou.
    - O que estavam fazendo aqui? - Peri perguntou, sério.

    Jacuí puxou rapidamente a bolsa com os acessórios e retirou a arma de Aracauê, mirando contra Peri e respondendo:

    - Preparando a sua morte.


    Capítulo 98 - Vingança

    - Pai, vamos embora daqui! - Jassanã gritou assustada, fazendo com que Peri notasse sua presença atrás dele só naquele momento. Ele achava que a filha de consideração havia ficado na casa.

    - Jassanã? - Aracauê disse, ao ver a filha mais uma vez. Sentiu uma grande felicidade por vê-la em uma aspecto muito melhor do que da última vez.

    Ao ver a moça tentar puxar o pai pra fora do escritório, Jacuí gritou:

    - Se tentarem sair daqui eu atiro nos dois!

    O pai e a filha ficaram parados, assustados.

    - Jacuí, por que você está fazendo isso? - Peri perguntou.
    - Ainda pergunta?! - Riu, ironicamente. - Você me demitiu! Tirou o meu modo de sustento de repente. Além disso, me jogou fora como se eu fosse um produto estragado depois de chegar um novo. Eu servi até o momento em que ela voltou! Não está lembrado disso? Não acha que é o suficiente para eu querer acabar com você?!

    Aracauê cada vez mais tinha certeza que aquela vingança dela era toda por conta de Peri tê-la deixado para ficar com Ceci novamente.

    - Eu nunca menti sobre isso pra você, Jacuí. Eu amo a Ceci e me arrependo do dia em que me envolvi com você.
    - Seu idiota! SEU IDIOTA!!! - Gritou, desequilibrada, atirando no chão objetos que estavam na mesa do escritório.
    - Pára com isso, Jacuí! - Peri avisou. - Eu vou chamar os seguranças daqui!
    - Pois já devia ter chamado! Agora é tarde, eu vou matá-lo!!
    - PAI! - Jassanã gritou, apavorada.
    - Jassanã, você não devia estar aqui.
    - Eu vou chamar os seguranças! - Ela avisou.
    - NÃO! - Jacuí gritou. - Se ela sair, eu atiro!
    - Pare com isso, Jacuí! Você não é assim! Não pode matar alguém apenas por que não te ama.
    - Eu não... eu não estou fazendo isso porque me deixou, mas... porque me demitiu e demitiu o... Aracauê! - Respondeu, nervosa.
    - À quem você quer enganar, Jacuí? - Aracauê perguntou, desmentindo a parceira do plano. Ele estava passando a ficar com raiva de ter se envolvido naquilo. - Eu tenho muito mais motivos para querer matá-lo aqui.
    - Olha aqui, se é dinheiro o mais importante agora eu posso arranjar pra vocês.
    - Não, agora não é mais. - Jacuí respondeu, voltando a apontar a arma pra Peri. - Últimas palavras?

    Jassanã começava à chorar. Peri estava completamente nervoso. Não conseguia entender o quanto Jacuí estava transformada.



    - Essa conversa tá demorando demais. - Ceci disse, passando por perto de onde Abaeté estava, na mansão.
    - É mesmo. - Abaeté concordou.
    - É perigoso lá fora. Vou chamá-los para entrar. - Decidiu, andando até a porta da mansão.

    Após pouco tempo, ela voltou assustada:

    - Eles não estão lá, Abaeté!



    Peri continuava sob a mira de Jacuí. Já havia um certo tempo que ela estava apontando a arma para ele. A aflição de levar um tiro começava a passar até ele ter a certeza de que ela não atiraria.

    - Você não vai conseguir atirar em mim. - Disse, deixando-a mais nervosa.
    - Claro que vou. Eu... - Movimentou a arma. - Estava só esperando você dizer suas últimas palavras.
    - E o que você espera que eu diga, Jacuí? Que me arrependo de ter lhe deixado?
    - Não, eu... - Tentava negar a esperança de que ele estivesse arrependido de voltar pra Ceci, mas não conseguia. - Quer saber? Eu esperava. Eu esperava que você algum dia me reconhecesse. Que você algum dia me olhasse com outros olhos. Passei vários anos esperando um beijo, um carinho seu. Será que não pensa em como fiquei ao ver tudo isso acontecer e desaparecer em pouquíssimos dias?! - Dizia, desequilibrada. Seu nervosismo era semelhante ao de Aracauê.

    Peri ficou por um tempo calado, entre o medo de Jassanã e o nervosismo de Aracauê que olhava de instante em instante para a grande janela do escritório, para saber se haviam chamado a polícia. Após pensar um pouco, Peri respondeu:

    - Eu... sinto muito, Jacuí. - Disse sério, vendo que a ex-secretária realmente lhe amava e falava a verdade naquele momento.
    - Olha, eu-eu não quero atirar em você. Tudo, tudo poderia ser esquecido, deixado pra trás se você apenas voltasse pra mim agora.







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    A Chama de Tupã - Página 5 Empty Re: A Chama de Tupã

    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:59 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Ceci conta para Icaraí que Silvio foi seu antigo noivo mas que nada a impede de ter um relacionamento com ele. Abaeté leva suas malas para morar na casa do pai Peri no quarto de Jassanã.
    Icaraí e Peri se encontram pela primeira vez e ela pede para terem uma conversa particular entre ela, ele e Ceci. Após conversarem, Peri pede que Icaraí fique na casa dele enquanto não volta para Belo Horizonte.
    Jassanã sonha com o momento em que Aracauê disse que era seu pai e conta isso para Peri, fazendo com que ele finalmente descubra que o contínuo era o pai biológico de sua filha.
    Silvio descobre que Icaraí voltará para Belo Horizonte e se declara para ela. Amanauci diz que ela e Icaraí devem voltar amanhã para a cidade que moram.
    Iracema vai até a mansão e ofende Abaeté e Ceci, que lhe dá uma tapa e manda ir embora. Jacuí encontra uma arma no armário de Aracauê.
    Silvio tenta pedir mais uma vez que Icaraí fique, mas não adianta e ela vai para a estação rumo a Belo Horizonte mesmo assim. Chegando lá, se surpreende ao saber que Silvio irá com ela e Amanauci para Minas.
    Aracauê e Jacuí iniciam o plano, chegando na empresa Tupiniquim e entrando no escritório de Peri. Jassanã nota que há alguém lá e vai junto ao pai para o escritório.
    Os dois são surpreendidos por Jacuí segurando uma arma e avisando que irá matar Peri.





    Peri continuava sob a mira de Jacuí. Já havia um certo tempo que ela estava apontando a arma para ele. A aflição de levar um tiro começava a passar até ele ter a certeza de que ela não atiraria.

    - Você não vai conseguir atirar em mim. - Disse, deixando-a mais nervosa.
    - Claro que vou. Eu... - Movimentou a arma. - Estava só esperando você dizer suas últimas palavras.
    - E o que você espera que eu diga, Jacuí? Que me arrependo de ter lhe deixado?
    - Não, eu... - Tentava negar a esperança de que ele estivesse arrependido de voltar pra Ceci, mas não conseguia. - Quer saber? Eu esperava. Eu esperava que você algum dia me reconhecesse. Que você algum dia me olhasse com outros olhos. Passei vários anos esperando um beijo, um carinho seu. Será que não pensa em como fiquei ao ver tudo isso acontecer e desaparecer em pouquíssimos dias?! - Dizia, desequilibrada. Seu nervosismo era semelhante ao de Aracauê.

    Peri ficou por um tempo calado, entre o medo de Jassanã e o nervosismo de Aracauê que olhava de instante em instante para a grande janela do escritório, para saber se haviam chamado a polícia. Após pensar um pouco, Peri respondeu:

    - Eu... sinto muito, Jacuí. - Disse sério, vendo que a ex-secretária realmente lhe amava e falava a verdade naquele momento.
    - Olha, eu-eu não quero atirar em você. Tudo, tudo poderia ser esquecido, deixado pra trás se você apenas voltasse pra mim agora.


    Capítulo 99 - Medo

    Aracauê olhou para Jacuí com uma enorme raiva ao escutar aquilo dela e ter a conclusão de que estava sendo usado ali desde sempre.

    - Está maluca. - Jassanã interferiu a cena, comentando sobre o que achava de Jacuí.

    A ex-secretária chorava, segurando tremularmente a arma. Peri estava paralisado ao vê-la naquele estado e com aquela proposta. Ele nunca iria aceitar estar com ela, mas tinha medo de que a ameaça de atirar nele fosse verdade.



    Abaeté foi até a porta da casa para ver, assim como Ceci, que Peri e Jassanã não estavam lá.

    - Minha nossa, onde será que eles estão?
    - Não sei, estou começando à ficar preocupada. - Ceci respondeu.
    - Vamos perguntar aos seguranças, se viram algo.

    Ao perguntarem, um dos seguranças afirmou que viu Peri e Jassanã saírem da mansão, apressados.

    - Será que foram para a empresa?
    - Mas já? - Ceci estranhou.
    - Não custa dar uma olhada. É aqui perto. Vamos.



    Carloní, o contador, chegava para mais um dia de trabalho. Além dele, o recepcionista do prédio, Maurício, já estava lá.

    - Bom dia! - Cumprimentou ele até notar o rosto de preocupação do recepcionista. - Que cara é essa?
    - Tem alguma coisa acontecendo lá em cima, Carloní. Já ouvi vários gritos.
    - Quem está lá em cima?
    - Eu escutei alguém falar "Eu vou te matar". Acho que era a voz da Jacuí.
    - A Jacuí?! Aqui?! Mas ela não foi demitida?
    - É essa a minha preocupação.
    - Liga para a polícia, chama os seguranças daqui. A Jacuí da última vez que esteve nesse prédio não parecia estar nem um pouco equilibrada.
    - Será que ela... - Parou, deixando a suposição que os dois sabiam no ar.



    Aracauê bateu na parede ao lado da janela, com a força equivalente à raiva que sentia naquele momento.

    - Eu sabia! EU SABIA QUE ERA ISSO QUE VOCÊ QUERIA O TEMPO INTEIRO! - Gritou, descontrolado. - Você me usou para que eu lhe ajudasse nisso e todo o intuito era pedir, chantagear o Peri para que ficasse com você. Veio fingindo que queria se vingar dele quando eu tenho muito mais motivos para matá-lo. Ele roubou a minha filha! Me demitiu! Tirou as duas mulheres que me apaixonei! Simplesmente acabou com a minha vida, com a minha razão para estar vivo!

    Irritado, ele foi até Jacuí para puxar dela a arma que possuia.

    - Não, não. - Jacuí tentava impedir que ele tirasse a arma de suas mãos mas não conseguiu.
    - Sabe o que é isso?! - Aracauê perguntou, rindo desequilibradamente de tão irritado que estava, para Peri. - É a arma que eu consegui roubar na época da ditadura. Na época que eu ainda possia a María pra mim, com Jassanã em seu útero!

    Jassanã ficou apavorada com o fato de ter uma pessoa mais maluca que Jacuí apontando a arma para o pai e ainda escutar o seu nome na conversa.



    Ceci e Abaeté chegaram na empresa e viram vários seguranças entrando no prédio. Sirene de carros de polícia também podiam ser escutadas indo em direção ao prédio.

    - O que está havendo lá? - Ceci perguntou, com medo.
    - Um pequeno conflito no andar do doutor Peri. - Um dos seguranças por perto respondeu, tentando amenizar sobre o que estava acontecendo lá.
    - Ai, meu Deus. - Disse, vendo em seguida da grande janela do escritório, boa parte do corpo de Jacuí andando no escritório. - Não pode ser, é a Jacuí!



    - O quê?! - Jassanã perguntou ao escutar Aracauê dizer seu nome. Ela já estava muito apavorada após ter chorado achando que o pai levaria um tiro de Jacuí.
    - Aracauê, eu não fazia idéia... - Peri tentou explicar, espantado. Andava, tentando fugir da arma que estava sendo apontada até chegar à sua mesa e cadeira de escritório bem em frente à grande janela da sala, onde não havia mais como andar.
    - É isso mesmo! - Aracauê respondeu para Jassanã, descontrolado e sem escutar Peri. - Eu sou seu verdadeiro pai, Jassanã! Fiquei trancado nesse escritório durante anos, refratado de meu amor, Jassanã! Esperava que um dia eu poderia viver com tudo o que esse infeliz roubou de mim, mas vejo agora que não há mais como eu ser feliz. Eu vou matá-lo!
    - Aracauê, não faça isso! - Jacuí gritou, atemorizada.
    - EU VOU ACABAR COM A VIDA DELE ASSIM COMO ELE ACABOU COM A MINHA!!
    - Não, não! - Jassanã gritou!

    Ao vê-lo puxar o gatilho da arma sem medo, Jacuí correu até peri e o empurrou para que o tiro não lhe atingisse. Peri, ao ser empurrado, desequilibrou-se e caiu da janela.



    - PERIIIIIIIIII!! - Ceci gritou, apavorada ao ver o marido cair do alto.

    Os carros da polícia chegaram no prédio da empresa.



    - PAAAAAAAAAAAAAAAAAAAI!!! - Jassanã gritou, desesperada.
    - Ah, não, não! - Jacuí falou, com medo do que fez com Peri ao tentar salvá-lo.

    Aracauê assustou-se com a cena. Tentava chegar perto da filha.

    - Filha...
    - SAI DAQUI! VOCÊ NÃO É MEU PAI, SAI DAQUI!! - Gritou, chorando aterrorizadamente.
    - Eu não queria...
    - EU TE ODEIOOOO!! SAIA DAQUI, EU TE ODEIOOO!!!








    CONTINUA NO ÚLTIMO CAPÍTULO
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    A Chama de Tupã - Página 5 Empty Re: A Chama de Tupã

    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 11:00 pm

    
    A Chama de Tupã - Página 5 29dip7p

    - O que?! - Jassanã perguntou ao escutar Aracauê dizer que era seu pai. Ela estava muito apavorada após ter chorado achando que o pai levaria um tiro de Jacuí.
    - Aracauê, eu não fazia idéia... - Peri tentou explicar. Andava, tentando fugir da arma que estava sendo apontada até chegar à sua mesa de escritório bem em frente à grande janela da sala, onde não havia mais como andar.
    - É isso mesmo! - Aracauê respondeu para Jassanã, descontrolado e sem escutar Peri. - Eu sou seu verdadeiro pai, Jassanã! Fiquei trancado nesse escritório durante anos, refratado de meu amor, Jassanã! Esperava que um dia eu poderia viver com tudo o que esse infeliz roubou de mim e vejo que não há mais como. Eu vou matá-lo!
    - Aracauê, não faça isso! - Jacuí gritou, desesperada.
    - EU VOU ACABAR COM A VIDA DELE ASSIM COMO ELE ACABOU COM A MINHA!!
    - Não, não! - Jassanã gritou!

    Ao vê-lo puxar o gatilho da arma sem medo, Jacuí correu até Peri e o empurrou para que o tiro não lhe atingisse. Peri, ao ser empurrado, desequilibrou-se e caiu da janela.



    - PERIIIIIIIIII!! - Ceci gritou, apavorada ao ver o marido.



    - PAAAAAAAAAAAAAAAAAAAI!!! - Jassanã gritou, desesperada.
    - Ah, não, não! - Jacuí ficou apavorada.

    Aracauê assustou-se com a cena. Tentava chegar perto da filha.

    - Filha...
    - SAI DAQUI! VOCÊ NÃO É MEU PAI, SAI DAQUI!! - Gritou, chorando.
    - Eu não queria...
    - EU TE ODEIOOOO!! EU TE ODEIOOO!!!



    Capítulo 100 - A vida continua

    - Cretino, seu cretino! - Jacuí o xingava, junto com Jassanã.

    As duas choravam, apavoradas por pensar que Peri estava morto. A sirene da polícia passava a ser escutada pelos três.

    - A polícia... - Jacuí falou, assustada.
    - Vão prender vocês dois! - Icaraí gritou, estressada.
    - Não, não... - Disse Aracauê, nervoso. - Eu não vou deixar me prenderem. Filha, me ajude, eu...
    - EU NÃO SOU SUA FILHA! EU QUERO QUE VOCÊ APODREÇA NA CADEIA, SEU CRETINO!
    - Eu sempre quis seu bem, filha. - Dizia com a voz trêmula para Jassanã, que estava atordoada.

    Aracauê olhou para Jacuí, que também o encarava. Ela pegou a chave da porta do escritório para trancá-la, com medo dos policiais entrarem. Estava com um enorme ódio dele.
    Após trancar a porta, viu o quanto aquilo era inútil.

    - Vão nos prender, não tem mais jeito. - Ela disse, ofegante de tanto chorar. - Tudo foi em vão.
    - Eu não consigo acreditar em como fui bobo de continuar fazendo o que você queria, Jacuí. Eu já deveria saber que nada daria certo na minha vida. Nunca consegui o que quis e dessa vez não seria diferente. Passei mais de dez anos trabalhando aqui para encontrar com uma filha que acaba de dizer que me odeia junto à mulher por quem me apaixonei. - Disse, levantando aos poucos a arma que segurava. - Eu não tenho mais motivos pra viver.

    Jacuí e Jassanã olharam para aquele gesto dele, assustadas:

    - Não me diga que você vai... - Jassanã disse, mas foi interrompida por ele.
    - Tudo o que procurei ter desapareceu. Ninguém sentirá minha falta. Talvez isso seja um castigo.
    - Você não precisa...
    - Adeus à todos.

    POOOF!

    As duas soltaram um grito de susto ao ver aquela cena terrível.



    - Que barulho foi esse?! - Abaeté perguntou a si próprio, preocupado com a noiva.
    - PERI, SEGURA FIRME, PELO AMOR DE DEUS! - Ceci gritava desesperada, mesmo estando mais aliviada por ver o marido conseguir se segurar nas decorações do prédio.

    Ele, cuidadosamente, tentava encaixar o pé nas partes curvadas da arquitetura.

    - Cuidado, pai! - Abaeté gritava, também nervoso, para Peri.
    - Façam alguma coisa! - Ceci exclamou para os policiais e seguranças que estavam por perto. - Ele pode cair dali!
    - Eu vou lá! - Abaeté disse, não aguentando mais ver o pai daquele jeito e querendo saber como estava sua noiva.
    - Calma, moço. - O policial da entrada do prédio o impediu.
    - Meu pai está lá em cima. Ele pode cair.
    - Nós vamos pegá-lo. Já mandei os policiais entrarem no escritório, prenderem os dois que causaram tudo isso e socorrer o seu pai pela janela.



    A porta do escritório começou a bater. Eram os policiais.

    Jacuí não parava de chorar, vendo o corpo de Aracauê estendido à sua frente. Jassanã também estava parada e traumatizada com aquela cena até escutar a voz do pai:

    - Jassanã?! Alguém me ajuda aqui!
    - PAI!! - Ela correu para a janela, algo que já deveria ter feito há muito tempo, e viu o pai tentando se segurar.

    Ela estendeu a mão, tentando pegá-lo.

    - Segura minha mão, pai.
    - Você não aguentaria me segurar, filha.

    A porta voltava à bater pelos policiais.

    - POLICIA, ABRAM! VAMOS ARROMBAR A PORTA!

    Jacuí permanecia chorando, trêmula. Pensava no que lhe aconteceria. Seria a única a ser presa ali.
    Os policiais não deram outra chance e derrubaram a porta do escritório. Pararam ao ver o corpo de Aracauê estendido no chão.

    - Ajudem aqui! - Jassanã gritou.

    Ao verem ela na janela, lembraram de socorrer Peri e correram para ajudar.
    Jacuí, chorando, ao não ser notada, foi silenciosamente até a saída do escritório para fugir até que foi surpreendida por um policial que estava do lado de fora.

    - Dona Jacuí, certo? - Chegou mais perto dela até puxar seus dois braços e incliná-los para trás. - Está presa.



    Abaeté e Ceci ficaram do lado de fora do prédio, aflitos, vendo Peri ser ajudado por policiais e por Jassanã e colocado para dentro do escritório. A atenção dos dois foi direcionada logo em seguida para o policial que saiu do prédio, segurando Jacuí que chorava continuamente.
    Depois de levá-la com o carro da polícia, outros apareceram com uma capa preta que parecia ser de um corpo.

    - Quem pode ter sido morto? - Ceci continuava tensa.
    - Não faço idéia. Mas sabemos que não é a Jassanã nem o papai. - Abaeté respondeu, estranhando um pouco a primeira vez que chamava Peri de "papai".

    Para o alívio maior deles, Jassanã e Peri apareceram pouco tempo depois. Estavam acompanhados por dois seguranças da empresa e um policial.
    Peri ao vê-los, sorriu e beijou a esposa, emocionado. O mesmo fez Jassanã com o seu noivo. Após ver a emocionante cena, o policial chamou Peri:

    - Doutor Peri, precisaremos que o senhor vá conosco para a delegacia contar tudo o que aconteceu para que seja usado no julgamento da moça que foi levada.
    - Certo, eu irei. - Respondeu, sério.



    Jacuí estava em sua cela provisória da delegacia. Não conseguia parar de chorar e pensar no rumo que sua vida levaria.
    Passos começavam a ser escutados. Ela permanecia imóvel até ser chamada pela única voz que abalava suas estruturas físicas e mentais, Peri.

    - Jacuí?

    Ela tomou um grande susto ao sentir a vibração daquela voz grossa e conhecida chegar aos seus ouvidos, causando um movimento descontrolado de seu corpo e uma resposta quase automática:

    - O que veio fazer aqui? Rir da minha desgraça? – Perguntou arrogante, mesmo sem querer ser.
    - Muito pelo contrário, eu vim lhe ajudar. - Ele respondeu calmo e sério.
    - Ha - Ela fingiu rir, ironicamente. - Eu já lhe ofereci muitas formas de me ajudar, esqueceu?
    - Eu... - Continuou sem responder nada sobre a última frase dela. - Contei o que aconteceu para o delegado. Disse que você ainda não havia sido despedida, e que tinha a autorização para estar lá naquela hora. Que tudo foi apenas um descontrole emocional seu após um relacionamento acabado. Espero que confirme essa versão pra ele.
    - Por que disse isso?
    - Porque eu estou querendo lhe ajudar. Se eu contasse tudo exatamente como ocorreu, você ficaria muito mais tempo presa. O delegado me confirmou que depois do que eu contei você não passará muito tempo em regime fechado.
    - E pra quê você gostaria de me ver sair da cadeia mais cedo do que mereço? - Levantou-se, andando para perto dele.
    - Pra tentar lhe ajudar, como já disse. Pois todos devem ter uma segunda chance para se arrepender do que fez na vida. Você passou tantos anos sendo gentil, amável, tímida... Acho que esse sempre foi seu verdadeiro jeito de ser. Não acho que você deve estragar sua vida por uma coisa tão boba, tão... Mesquinha de querer ter alguém que não te quer. Você vai encontrar alguém que lhe ame de verdade. E isso não é difícil, o Aracauê era um de muitos por aí.
    - Eu não quero mais viver. - Jacuí respondeu, com suas lágrimas caindo em uma maior intensidade.
    - Não se pode pensar assim.
    - Eu não sou mais uma pessoa boa.
    - Ninguém no mundo é cem por cento bom ou mau. Eu já fiz muita coisa ruim, muita coisa pela qual me arrependo, mas foi saber que precisava mudar que me fez ser feliz aos poucos. É preciso tentar consertar os erros, por mais que eles tenham sido graves. Você enfrentará várias consequências pelo que fez antes, assim como eu. Mas quando vencer todos os problemas, verá o quanto foi melhor sofrer um pouco ao tentar superá-los. Eu desejo uma boa sorte para você, Jacuí. Adeus.

    E assim, Peri despediu-se dela, caminhando até a saída da delegacia. Jacuí pensou sobre aquelas palavras e viu o quanto ele estava certo.

    - Peri! - Ela o chamou, antes que ele já tivesse saído.
    - Oi. - Ele respondeu e recuou um pouco pra perto dela.
    - Você deve retirar três papéis que estão no meio do relatório da empresa desse mês para o governo o quanto antes.
    - Como assim? Por que está me pedindo isso?
    - Estou consertando meus erros. Obrigada pelo conselho.

    Ele sorriu, vendo que ela estava sendo sincera ao querer mudar o que havia feito de errado.

    - Obrigado, Jacuí.
    - De nada. Tenha uma boa vida, Peri. Adeus.



    O enterro do contínuo Aracauê, no dia seguinte, ocorreu apenas com a presença de Peri e Jassanã que foram à cerimônia para que aquele homem fosse enterrado ao menos com algum conhecido por perto.

    - Ele deve estar muito feliz por saber que você foi ao enterro, Jassanã. - Peri disse à ela.



    Um ano se passou, todos estavam reunidos na igreja para a celebração do casamento de Abaeté e Jassanã.
    Amanauci, Mauro, Icaraí e Silvio saíram de Belo Horizonte para irem ao casamento e encontrar com os amigos.
    Peri estava nervoso e emocionado por ser o dia do casamento de seus dois filhos.

    - Que demora. - Abaeté falava, nervosíssimo, na igreja.

    Logo após ele dizer isso, a marcha nupcial passou a ser tocada. Junto à música, veio o enorme frio na barriga de Abaeté ao ver sua noiva linda e radiante aparecer com Peri, o seu pai, para se casar com ele.

    A emoção e o nervosismo não deixavam Abaeté enxergar nada com muita clareza, mas ele teve a certeza de ver a mãe em algum momento da cerimônia, algo que foi comprovado logo após a celebração.
    Depois dos cumprimentos, Abaeté foi para fora da igreja e disse ao encontrá-la:

    - Sabia que estava aqui.
    - Claro, eu precisava ver o casamento do meu filho.
    - Eu não sou mais seu filho. Depois do que você fez naquele dia que foi na casa do meu pai...
    - Estava alterada, eu sinto muito. O que eu preciso fazer pra você me perdoar, Abaeté?
    - Não sei. Sinceramente, eu não sei. Portanto, gostaria que você vivesse sua vida enquanto eu vivo a minha. O que fez comigo nos nossos últimos encontros me deixou profundamente magoado até hoje, mas quem sabe um dia eu ainda possa lhe perdoar em decorrência de tantos anos que cuidou de mim.



    Na festa após a cerimônia de casamento, todos passavam a se divertir.
    Ceci contava todas as novidades para Amanauci e Icaraí. Encontros assim com elas eram muito melhores para manter pouca proximidade entre Amanauci e Peri e entre Ceci e Silvio.
    Mauro ainda se sentia estranho por não conhecer ninguém, conversando apenas com Silvio.
    Haviam muitas pessoas na festa: Os familiares de Peri dos Estados Unidos, Damiana e sua familia do interior que dançavam alegremente, os funcionários da empresa Tupiniquim, os amigos de Abaeté que trabalham com ele no emprego que conseguiu de colunista no jornal da cidade com bastante esforço, algumas amigas de Jassanã do colégio que ela estudou, os familiares de Amanauci e Icaraí que moravam bem perto, entre outros.
    Jassanã cumprimentava todos com Abaeté. Muitas pessoas ainda tinham dúvidas se eles eram irmãos de verdade e perguntavam discretamente para um dos dois.

    Icaraí contava para Ceci como o pai reagiu com a chegada repentina de Silvio na casa. Peri começava a beber e chamou Mauro e Silvio para beberem junto com ele. Falou sobre a felicidade que sentia ao ver o casamento, Mauro tentava conhecê-lo perguntando sobre como é a empresa Tupiniquim e Silvio, mesmo um pouco estranho ao falar com Peri, contou sobre como estava o emprego que ele conseguiu em Belo Horizonte. Em pouco tempo, os três já conversavam como grandes amigos.

    Depois de um certo tempo de festa, Jassanã e Abaeté apareceram no palco da festa e foram até o microfone:

    - Olá a todos. - Jassanã iniciou. - Gente, eu gostaria de agradecer muito pela presença de vocês ao nosso casamento. Significa muito para nós.
    - Eu queria também pedir para que o meu pai e pai de consideração de Jassanã, ou também algo que se pode dizer o contrário, viesse falar aqui em nosso nome, pois ele é o nosso maior exemplo. Vem cá, pai. - Abaeté o chamou sorridente como Jassanã.

    Peri, que não esperava por aquilo, andou até lá para abraçar os dois, acompanhado das palmas dos convidados.

    - Eu... Gostaria de agradecer a todos pela presença aqui no casamento também. Porém, gostaria de agradecer ainda mais aos dois recém-casados pela presença deles na minha vida. Não só eles como também a minha esposa Ceci, minha outra filha Icaraí, minha companheira Damiana de tanto tempo, o meu pai e minha mãe que se foram, mas certamente me ajudam de onde estão, além de muitos outros que fizeram parte de minha história. Se não fossem essas pessoas tão especiais, acho que eu nunca veria o quanto estava errado e nunca tentaria mudar o meu jeito, consertar os meus erros. Todos possuem várias chances de fazer o que é errado. Porém, não há tantas chances assim para fazer o que é certo depois. É preciso enfrentar problemas, consequências. E foi isso o que eu enfrentei. Guardei vários segredos da minha vida e descobri que eles só poderiam ser enterrados depois de serem revelados e finalizados. Uma mentira permanece na mente da pessoa durante toda a vida caso ela não a revele. É por isso que eu estou falando isso aqui. Alguém que tenha feito o mau alguma vez merece sim uma nova chance para se redimir de todo erro que cometeu. Considero-me uma prova disso. Depois de tantos males que causei, consegui me redimir por eles aos poucos junto com as pessoas especiais que conheci, que encontrei. Enfrentei diversas consequências, mas finalmente, após não restar nenhum outro segredo em minha vida, estou feliz ao lado de todos que amo e presenciando o casamento de meus dois filhos queridos. Obrigado. - Terminou, emocionado.

    Uma salva de palmas foi prolongada após o discurso dele.



    No mesmo dia do casamento, logo após a festa, Jassanã contou para Abaeté o que estava guardando para aquele dia especial: Ela estava grávida.
    Os dois deram gritos de alegria, beijaram e se abraçaram. Finalmente teriam um filho e dessa vez seria no melhor momento.



    Um ano e meio depois, Jassanã já passeava pela rua com o pequeno Cauã. O nome dado, mesmo sem perceber no início, foi considerado uma homenagem ao avô de nome parecido, Aracauê, depois de Peri contar à filha que os sentimentos que o contínuo sentia por ela eram verdadeiros e que faria de tudo pela felicidade da mesma.
    Sendo levado pela mãe, o carrinho de Cauã passou a andar lentamente. Ele e Jassanã estavam passando pelo prédio onde o avô biológico morou.



    - María, María! - Um rapaz chamava na estação da cidade de Caruaru, em Pernambuco.

    Ele corria atrás de uma mulher que tinha, aparentemente, quarenta anos. Correu até ela para conversar, enquanto ela tentava se afastar dele, andando.

    - María, pra onde você vai? Vai nos deixar?
    - Vou, infelizmente vou, Roberto. Depois que seu pai morreu eu não sei mais o que estou fazendo aqui. Foi por ele que eu saí da minha cidade. A forma que passei a viver aqui não era a que eu esperava mas eu agüentei até esse momento por estar com ele. Agora nem ele está aqui mais.
    - Então... Vai nos abandonar? Vai abandonar a mim e a Rafaela?
    - Vocês saberão viver sem mim. - Respondeu, dando as costas para ele e andando.

    Ele, que parou de acompanhá-la, perguntou enquanto ela se afastava:

    - Pra onde você vai?
    - Eu? Eu vou tentar viver uma nova vida. Quem sabe eu ainda precise resolver questões do passado para poder vivê-la. Até mais ver, Roberto. - Acenou, despedindo-se do rapaz que era filho do homem que lhe fez fugir da casa de Peri vinte anos atrás.



    Jassanã estava de volta à mansão. Abaeté passava à brincar com o pequeno Cauã na sala. Peri e Ceci viam e riam do garotinho sorrindo. Todos na casa estavam bastante alegres.
    Peri, em certo momento, levantou-se de sua poltrona e foi até uma das janelas da casa que ficava na sala de estar. Ao apoiar-se na janela, passou a observar o céu por um longo tempo. Ceci foi até ele e o abraçou por trás, beijando seu pescoço.

    - O que você está pensando nesse momento, querido? - Perguntou, notando o quanto ele estava pensativo.
    - Estou pensando... No que estou sentindo agora.
    - E o que está sentindo?
    - Estou me sentindo... Feliz.
    - Isso não é ótimo?
    - Sim, é. E como é. - Ele sorriu. - Sabe, Ceci, eu nunca acreditei em histórias com finais felizes onde parecia que todos parariam de ter surpresas na vida a partir daquele ponto. Que tudo a partir daquele momento só seria bom.
    - Você acha que algo de ruim pode acontecer?
    - Não sei, não sei. Eu só sei que mesmo que o destino ainda traga alguns problemas pra minha vida e pra vida da minha família, eu lutarei, eu batalharei para que tudo seja resolvido e eu volte a me sentir assim ao lado de todos que amo. Feliz.

    Os dois se beijaram. Logo em seguida, Abaeté e Jassanã se juntaram aos dois para conversar e brincar com o bebê da casa. Risos eram escutados por toda a mansão que há muito tempo deixara de ser silenciosa e vazia.





    FIM







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    Mensagem por Ricarte Ter Ago 30, 2011 8:03 pm

    Admin, vc devia mandar isso pra uma editora. Eu me lembro de quando eu acompanhava essa história no fórum antigo e fico imaginando como ela iria vender feito água nas livrarias /hm

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