Quem tem o hábito (e o prazer) de ir ao teatro para assistir um bom espetáculo conhece a emoção de ser cúmplice do ator que se dedica a contar uma história. Uma experiência ímpar, sem dúvida. Mas o que o público desconhece é a emoção do ator, que se concentra atrás das cortinas, na coxia, antes, durante e depois do terceiro toque da campainha.
Apaixonadas pela arte de representar, as jornalistas Simone Melamed e Susanna Lira resolveram unir as experiências profissionais para revelar as ‘emoções de bastidores’ do teatro brasileiro com o filme Contracena. As filmagens começaram em janeiro de 2008 em vários teatros do Rio de Janeiro, entre eles: Maison de France, Casa de Cultura Laura Alvim, Carlos Gomes e Teatro dos Quatro. O filme teve boa recepção no festival Cine Sul Iberoamericano de Cinema e Video e sua estreia está prevista para 2010.
“A ideia do Contracena surgiu quando a gente resolveu aproveitar a expertise da Susanna com documentários e meus anos de praia jornalística, fazendo a cobertura da programação teatral no Rio de Janeiro. Nós duas tínhamos curiosidade em registrar as duas horas que antecedem um espetáculo, naquele delicado momento da passagem do mundo real para a fantasia, num espaço onde o sagrado e o profano contracenam harmonicamente.”, conta Simone Melamed.
O longa-metragem, no estilo cinema-verdade, investiga os bastidores dos espetáculos teatrais através de depoimentos de atores que praticam o ofício com excelência e mostra ao espectador as etapas do processo de feitura, que só chega a público como produto final. São recortes - como a preparação vocal e corporal - costurados com depoimentos de artistas consagrados que narram a si próprios, com suas percepções pessoais, suas memórias, emoções, superstições, silêncios e reticências.
“Ficamos encantadas com a forma como os artistas se deixaram revelar diante das câmeras, naquele momento tão delicado em que eles estão se preparando para encontrar não só com seus personagens, mas com a platéia. São momentos em que os sentimentos se misturam: emoção, descontração, solidão. Foi muito bacana testemunhar esse jogo de construção/desconstrução, como se a câmera não estivesse ali”, completa Simone.
O filme, com 71 minutos, conta com a participação de Alessandra Maestrini, Charles Fricks, Eva Wilma, Ida Gomes, Marcelo Médici, Othon Bastos, Rogéria, Sérgio Britto e Zezé Motta, entre outros. A experiência de registrar a intimidade de veteranos como Ida Gomes (falecida em fevereiro deste ano) e Sérgio Britto, por exemplo, tem deixado as diretoras emocionadas.
“O Sérgio Britto em especial expôs sem restrições todo o ritual de preparação e concentração a que ele se dedica. Documentá-lo aos 85 anos passando texto no camarim e se exercitando antes de subir ao palco foi o momento mais emocionante para mim. São imagens que ficarão marcadas para sempre em minha mente”, revela Sussana Lira.
“Todos os atores deixaram importantes depoimentos. O Sérgio foi de uma generosidade ímpar. E é lindo poder ter acompanhado de perto aquele monstro do teatro, com um vigor, um frescor e uma entrega de uma criança. É como a própria Eva Wilma diz no filme: em outros idiomas, o verbo representar é o mesmo que se usa para brincar. Então, no final das contas, é como se a gente tivesse acompanhado os preparativos pra brincadeira acontecer”, completa Simone Melamed
Fonte: Cultura RJ - 28.10.2009
P.S: Matéria postada em 2009, porém só encontrada agora. Mas tudo confirma a estréia do documentário neste ano ainda.
Apaixonadas pela arte de representar, as jornalistas Simone Melamed e Susanna Lira resolveram unir as experiências profissionais para revelar as ‘emoções de bastidores’ do teatro brasileiro com o filme Contracena. As filmagens começaram em janeiro de 2008 em vários teatros do Rio de Janeiro, entre eles: Maison de France, Casa de Cultura Laura Alvim, Carlos Gomes e Teatro dos Quatro. O filme teve boa recepção no festival Cine Sul Iberoamericano de Cinema e Video e sua estreia está prevista para 2010.
“A ideia do Contracena surgiu quando a gente resolveu aproveitar a expertise da Susanna com documentários e meus anos de praia jornalística, fazendo a cobertura da programação teatral no Rio de Janeiro. Nós duas tínhamos curiosidade em registrar as duas horas que antecedem um espetáculo, naquele delicado momento da passagem do mundo real para a fantasia, num espaço onde o sagrado e o profano contracenam harmonicamente.”, conta Simone Melamed.
O longa-metragem, no estilo cinema-verdade, investiga os bastidores dos espetáculos teatrais através de depoimentos de atores que praticam o ofício com excelência e mostra ao espectador as etapas do processo de feitura, que só chega a público como produto final. São recortes - como a preparação vocal e corporal - costurados com depoimentos de artistas consagrados que narram a si próprios, com suas percepções pessoais, suas memórias, emoções, superstições, silêncios e reticências.
“Ficamos encantadas com a forma como os artistas se deixaram revelar diante das câmeras, naquele momento tão delicado em que eles estão se preparando para encontrar não só com seus personagens, mas com a platéia. São momentos em que os sentimentos se misturam: emoção, descontração, solidão. Foi muito bacana testemunhar esse jogo de construção/desconstrução, como se a câmera não estivesse ali”, completa Simone.
O filme, com 71 minutos, conta com a participação de Alessandra Maestrini, Charles Fricks, Eva Wilma, Ida Gomes, Marcelo Médici, Othon Bastos, Rogéria, Sérgio Britto e Zezé Motta, entre outros. A experiência de registrar a intimidade de veteranos como Ida Gomes (falecida em fevereiro deste ano) e Sérgio Britto, por exemplo, tem deixado as diretoras emocionadas.
“O Sérgio Britto em especial expôs sem restrições todo o ritual de preparação e concentração a que ele se dedica. Documentá-lo aos 85 anos passando texto no camarim e se exercitando antes de subir ao palco foi o momento mais emocionante para mim. São imagens que ficarão marcadas para sempre em minha mente”, revela Sussana Lira.
“Todos os atores deixaram importantes depoimentos. O Sérgio foi de uma generosidade ímpar. E é lindo poder ter acompanhado de perto aquele monstro do teatro, com um vigor, um frescor e uma entrega de uma criança. É como a própria Eva Wilma diz no filme: em outros idiomas, o verbo representar é o mesmo que se usa para brincar. Então, no final das contas, é como se a gente tivesse acompanhado os preparativos pra brincadeira acontecer”, completa Simone Melamed
Fonte: Cultura RJ - 28.10.2009
P.S: Matéria postada em 2009, porém só encontrada agora. Mas tudo confirma a estréia do documentário neste ano ainda.
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