- Foi um presente esse convite pra atuar agora. Vão ser minhas férias de diretor, estou a serviço de Alvarenga (José Alvarenga Jr., diretor da série): mandou, eu faço, sou escravo dele agora. O barato de ser ator, e da vida, é aprender vivendo - brinca.
- Ao contrário das novelas, que dependem muito das suas tramas, seriados de comédia dependem de personagens interessantes. Por que ninguém fez até hoje uma história sobre um ex-gay? Já se fez de homem que vira mulher e vice-versa, adulto que vira adolescente e vice-versa, rico que vira pobre e vice-versa - até de hétero que vira gay já se fez. Nós resolvemos, portanto, investigar como seria a vida de um gay que vira hétero.
- Todo mundo é ex 'alguma coisa'. Eu, por exemplo, sou ex-publicitário. Mas ninguém nunca tinha feito uma história de um gay que vira heterossexual. Sempre fiz piada com gordo, eu sou gordo e gordura é um assunto lá em casa. Mas a gordura é mais a questão do que o peso faz com a cabeça da pessoa. É a história de dois grandes amigos.
O autor elogia a escolha de Jorge Fernando e Marisa Orth para os papéis:
- A dificuldade de encontrar um ator era entender o papel. Quando o Alvarenga (José Alvarenga Jr., diretor da série) teve o lampejo do Jorge Fernando, achei perfeito. Quando surgiu a Marisa, o projeto deslanchou. Hoje em dia, a gente já escreve para eles sem nunca ter visto. Comédia é uma matemática que a gente tem no nosso arquivo mental e as ideias vêm de muito traballho.
- A ideia é divertir, não queremos levantar uma bandeira. O seriado tem toda uma pegada discoteca. O horário de sexta, para quem está em casa, é para divertir.
O diretor fala sobre a escolha de Jorge Fernando para interpretar Nelson:
- A gente queria que esse cara, o Nelson, fosse um cara contagiante. Um dia, estava no sítio e pensei que queria um cara como o Jorge Fernando fazendo. Aí pensei: 'Por que não o Jorge Fernando?' Daí, conversei com o Alexandre e veio a certeza de que o papel tinha que ser dele. É um ator com muitos recursos, noção cênica e ser diretor ajuda também. De lá pra cá, a gente só tem se divertido.
- O marido de uma amiga minha é e ela diz que ele é o melhor marido, até sexualmente.
De acordo com Fernanda Young, a história promete fazer o público sorrir e refletir:
- A proposta do humor é fazer, através da gargalhada, as pessoas refletirem levemente sobre algo. Personagens e atores são incríveis. Tenho essa proposta de fazer o mundo ficar mais leve e bacana. As pessoas têm a visão romântica de que nos inspiramos em histórias que já ouvimos, mas tudo vem de muito trabalho de criação mental.
- Meu prazer como diretor é ver a atriz parecer bem, ver o cara com papel pequeno crescer... Aí não fico nem aí para mim, fico lá para eles. Mas quando viro o ator, já fico me olhando no espelho, muda a vaidade. E tenho me exercitado todos esses anos com o meu espetáculo "Boom".
Fonte: Rede Globo
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