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    No ar como a ex-gorda Valéria em Macho Man, Marisa Orth diz que mulheres são complexadas.

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    Convidad
    Convidado

    29052011

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    Mensagem por Convidad

    No ar como a ex-gorda Valéria em Macho Man, Marisa Orth diz que mulheres são complexadas. 26_MVB_ORTH

    Ter parado de fumar há quatro meses ajudou Marisa Orth a entender melhor a cabeça de Valéria. Grande amiga do cabeleireiro Nelson, o Zuzu (Jorge Fernando), a assistente do salão Fréderic's interpretada pela atriz no seriado "Macho man" é um tipo curioso: uma mulher que emagreceu 20 quilos, mas ainda não recuperou a autoestima. E amarga um fracasso atrás do outro em seus relacionamentos com o sexo oposto.

    - Já tentei parar de fumar outras vezes, mas agora é de verdade - garante a atriz. - E isso tem me ajudado a fazer a Valéria, que é uma ex-compulsiva. Se eu pensar em toda a nicotina que já consumi... Quanto isso significaria em quilos? O fumante não pode falar do gordo! - defende.

    Loura, como toda boa funcionária do Fréderic's - a exceção é a gótica e morena Nikita (Natalia Klein) -, Valéria vive trombando pelos cantos por ainda não saber se comportar como uma mulher magra:

    - Ela é desajeitada. Emagreceu, mas se sente feia e se move como tal. A mente não muda assim tão fácil. O legal do programa é isso: Zuzu passou a gostar de mulher, mas não deixou o jeito viado.

    Acostumada ao texto do casal Fernanda Young e Alexandre Machado - autores também de "Os normais" e "Separação!?" -, Marisa costuma proferir em cena frases hilárias como "A comida sempre me deu muito mais prazer que os homens. Do primeiro ao último".

    - O texto da série tem uma concentração grande de piadas. E são todas frases de muito conteúdo - destaca a atriz, que em cena abusa das metáforas para falar daquilo. - O programa é sobre sexo, mas o mote não é só o ato sexual. Fala da conquista do parceiro, da questão do cara que muda de orientação sexual - enumera.

    Diretor do seriado, José Alvarenga Jr. afirma que Marisa sempre "participa com muita vontade" do produto em que está.

    - Ela tem uma velocidade de pensamento e interpretação. Como o Jorge Fernando é muito rápido, precisávamos de uma atriz assim. Em quase todos os nossos programas (dirigidos por ele e assinados por Fernanda e Alexandre) ela é convidada - conta Alvarenga.

    Amigos de Marisa há anos, os autores de "Macho man" já criaram personagens para a atriz em outras ocasiões - no seriado "Os aspones" (2004) e no primeiro filme de "Os normais" (2003).
    - Escrever para a Marisa é uma atividade estimulante, já que ela entende o que o autor quer dizer e, por vezes, melhora - elogia Alexandre, satisfeito com a dupla formada agora pela atriz e Jorge Fernando no vídeo: - Os dois são geniais sozinhos e funcionam genialmente juntos. Eles deram um caráter popular ao programa, sem perder a inteligência.

    O casal de roteiristas se aproximou mais de Marisa na época em que a atriz apresentava o "Saia justa", do GNT, ao lado de Fernanda.

    - Marisa é uma das pessoas mais engraçadas e mais malucas que eu conheço. No bom sentido, lógico. Uma vez, fomos perseguidos no trânsito, com ela dirigindo, por uma fã sapata louca, que ficou enfurecida quando a Marisa não deu a atenção que a fã achava que merecia - lembra o autor.

    Em geral, a atriz afirma lidar muito bem com o assédio dos fãs. Até com os que se julgam engraçadinhos e já chegam gritando o bordão "Cala a boca, Magda!", do extinto "Sai de baixo", que ficou seis anos no ar, na Globo, e agora é reprisado pelo Canal Viva:

    - Até hoje me mandam calar a boca! A Magda me persegue e, de certa forma, me homenageia. Não posso falar mal dela. Mas nunca lidei bem com gente falando para eu calar a boca (risos). Respondo na hora: "Você é criativo, né?".

    Com apenas quatro novelas na carreira - a atriz estreou como a tarada Nicinha, de "Rainha da sucata" (1990) -, Marisa ficou preocupada durante um tempo por só ser convidada para atuar em comédia na TV.

    - Já me aborreci por não saber se conseguiria fazer outro papel tão forte quanto a Magda. Realmente, fiz pouca novela. Mas, desde a época do "TV Pirata" (1994), fui sendo mais chamada para a linha de shows. Hoje, não sinto desconforto por fazer comédia. E posso atuar em outros gêneros no teatro [i/]- pondera a atriz, ex-vocalista das bandas Luni e Vexame e, atualmente, em turnê com o espetáculo musical "Romance Vol. II" pelo Brasil.

    Sentada na cobertura de um hotel em Copacabana - casa provisória da paulistana no Rio, enquanto o seu endereço carioca passa por uma reforma -, Marisa mostra o aplique que usa no cabelo para compor o visual de Valéria.

    [i]- É um truque! Eu tinha que ter cabelo de cabeleireiro para essa personagem, né? Só fui loura assim quando criança. Eu nadava e ficava com o cabelo verde naquela época! Agora, são potes de creme para cuidar dos fios. Esse tom resseca mais
    - conta a atriz, adiantando que o seriado, de 14 episódios, terá uma segunda temporada.

    Aos 47 anos, Marisa diz ser vaidosa sem excessos e afirma que "as mulheres são muito complexadas". Para ela, o lado positivo de envelhecer é justamente deixar para trás certas neuroses. Hoje, ela malha e cuida da alimentação. Mas também não resiste a salgadinhos e diz devorar batata frita de pacote na companhia do filho, João Antônio, de 12.

    - Engordei dos tempos da "Playboy" para cá. Aquele corpo da revista não era o meu - confessa a atriz, que já mostrou a publicação, de 1997, para o filho: - Ele não gosta de me ver com pouca roupa na TV, mas parece não ter registrado a revista. Não tenho vergonha. Acho meu ensaio chique.

    Embora não tenha se arrependido, Marisa não faria outro nu naqueles termos.

    - É uma loucura o trabalho que aquilo dá. Você precisa driblar a vergonha. Mas não é só tirar a roupa e aceitar seu corpo como ele é. No teatro, isso é possível. Na revista, você tem que estar nua e linda. A grana é alta, mas você tem noção de quantas horas de ginástica você faz sabendo que vai fotografar sem roupa?

    Hoje, Marisa se diz confortável na própria pele:

    - As pessoas acham que artista é louco. Mas sou igual a todo mundo, sabe?





    Fonte: Revista da TV
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