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    'Ti-Ti-Ti' dá quase a mesma audiência que novela das oito

    Aline Falcão
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    Mensagem por Aline Falcão

    Ti-ti-ti já pode ser considerada um sucesso na faixa das 19 horas. O remake de Maria Adelaide Amaral raríssimas vezes deixa o horário abaixo dos 30 pontos durante a semana e fica, geralmente, a três pontos de Passione, novela das oito que costuma ter média de 33. Uma audiência que a antecessora Tempos Modernos jamais sonhou conquistar. Alívio para a direção da emissora e também uma prova de que a disputa de egos entre o malandro Ariclenes Martins e o afetado André Spina, de Murilo Benício e Alexandre Borges, ainda dá muito pano para manga. Na pele dos farsantes Victor Valentim e Jacques Leclair, os atores fazem valer com segurança toda a liberdade cômica que a faixa das 19h proporciona.

    Difícil mensurar qual dos dois aspirantes a ditador da moda se sai melhor. Mas é nítida a vantagem de Murilo Benício no que diz respeito às parcerias. Alexandre aparece, na maior parte das vezes, contracenando com Nicete Bruno, que vive Júlia, a mãe de Jacques, e com os adolescentes que encarnam os três filhos do costureiro, entre eles, o talentoso Davi Lucas. Mas o garoto interpreta um menino nerd e que fala difícil o tempo todo, destoando demais do ambiente descontraído da trama. Enquanto isso, Murilo consegue se destacar ao ter como escada os promissores Humberto Carrão, que dá vida ao batalhador Luti, e Rodrigo Lopez, o atrapalhado e divertido Chico. Isso sem contar que as cenas de Victor Valentim com Jaqueline, bem defendida por Cláudia Raia, chamam muito mais atenção que as dela com Leclair. Talvez por serem menos comuns e sempre carregadas de elementos que reforçam a farsa de Ariclenes. Ponto para Murilo.

    Cláudia Raia mostra que sabe bem como trabalhar vários tons acima. Aliás sempre soube. Depois de dividir as atenções com Patrícia Pillar, que roubou a cena como a implacável vilã Flora de A Favorita, em 2008, Cláudia não deixa espaço para que nenhuma outra personagem feminina se destaque mais que a dela em Ti-ti-ti. A atriz parece saber exatamente até onde pode e deve chegar em seus exageros, tanto em situações engraçadas de sua personagem como em dramas familiares envolvendo o interesseiro Breno, de Tato Gabus, e a avoada Thaísa, de Fernanda Souza.

    Um outro trunfo de Ti-ti-ti é a história da doce Marcela, de Ísis Valverde, e do sofrido Julinho, de André Arteche. Ísis começa a mostrar que, mais uma vez, deve chamar a atenção explorando conflitos românticos em um folhetim - a atriz estreou com elogios ao encarnar a ingênua Ana do Véu em Sinhá Moça, brilhou como a burra Rakelly de Beleza Pura e se destacou na pele da inquieta Camila de Caminho das Índias. E André parece ter tirado a sorte grande ao ser escalado como o viúvo de Osmar, de Gustavo Leão. Ele e Giulia Gam, que vive a religiosa Bruna, já começam a mostrar que a doença dela e o desenvolvimento de uma relação de afeto entre os dois promete render boas pitadas dramáticas. Pelo menos enquanto Bruna não descobrir que Julinho e Osmar tinham uma relação amorosa.
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