Bullying, solidão e amizade são alguns dos assuntos de Vivendo em Voz Alta, segundo livro de Falabella
O cotidiano assusta muita gente. Miguel Falabella, 54 anos, o transforma em livro. Em Vivendo em Voz Alta (Lua de Papel, R$ 24,90/ 160 págs.), o ator, roteirista, produtor – e escritor – parte de observações do dia a dia para construir a obra. As cem crônicas são divididas em cinco partes: De Casa, Do Palco, Do Amor, Do Mundo e Da Vida.
Em cada uma, ele parte do olhar individual para tecer comentários sobre temas díspares como bullying, solidão, amizade e manga. Sim, a fruta serve como base para o autor discorrer sobre infância, lembranças e sincronicidade – ou destino. Sobre o amor, decreta: “Não há nada mais ficcional do que uma história de amor já vivida. Acaba-se contando a história do jeito que a gente gostaria que ela tivesse sido”.
Atualmente escrevendo a próxima novela das 19h da Globo, o carioca de 54 anos afirma que não tem medo da maturidade e gosta de amar “o estranho que passa
Várias faces
E, sobre ficção, Falabella pode falar com propriedade. Seu rosto é conhecido de quem acompanha a produção televisiva brasileira nas últimas décadas. Seu nome também figura como roteirista nos créditos da novela Salsa e Merengue e de séries como Toma lá, dá cá e Sai de Baixo. Atualmente, o artista escreve o roteiro da próxima novela das 19h da Globo, que tem nome provisório de Aquele Beijo.
Em quase todas as coisas que Falabella faz, o humor sempre está presente, mesmo que de forma discreta. Ele diz ter particular interesse por aquilo que é popular, pela risada rasgada, por provocar alegria. Nas crônicas de Vivendo em Voz Alta, entretanto, vai além. Em certos momentos, deixa escapar até certa melancolia. Falabella acredita que os leitores não se frustram ao ler textos de sua autoria que não sejam cômicos. “Nessas crônicas, eu trago toda essa bagagem de reflexão sobre a vida, que gosto de dividir com as pessoas”, diz.
Bullying
O escritor afirma que não teve pudores na hora de criar as crônicas que compõem Vivendo em Voz Alta. “Claro que sempre tive cuidado ao contar histórias que envolvem pessoas amigas, mas não sou de expor nem minha vida nem a vida dos outros”, diz. Em Um Quilômetro a Mais, por exemplo, relata um encontro com amigos, entre eles a atriz Cláudia Jimenez. Na ocasião, Cláudia contou sobre as perseguições que sofria na época da escola e o que fazia para escapar delas. Costumava fazer um caminho maior na ida e na volta do colégio, de modo a evitar grupos de colegas que a atacavam.
“O silêncio caiu sobre a mesa, e eu percebi, nos olhos de cada uma daquelas pessoas, que aquele quilômetro a mais que Cláudia afirmava ter trilhado durante bom período da adolescência espelhava-se nos vários quilômetros extras que cada um de nós tinha percorrido em sua trajetória”, escreve o autor.
Maturidade
Vivendo em Voz Alta é a segunda incursão de Falabella na literatura. Em 1993, ele lançou Pequenas Alegrias, também com crônicas. No novo livro, parece afrontar de frente o tempo que passa. Para Falabella, a maturidade faz com que as pessoas percam a pressa. “Agora, consigo olhar (as coisas) sob um prisma mais amplo, tendo a experiência da juventude e da passagem do tempo”.
Em outro momento do livro, o carioca diz que consegue sempre amar “o estranho que passa”. E, para ele, isso não é necessariamente uma posição romântica em relação aos humanos e à vida. “Gosto de olhar o estranho com a pureza de alma, de acreditar na bondade”, observa. Falabella afirma ter especial relação com os escritos do capixaba Rubem Braga (1913 – 1990). Dele, inclusive, pegou emprestado o nome do livro.
“Ser cronista é como viver em voz alta”, teria dito Braga, certa vez. Como todo autor, cada conto de Vivendo em Voz Alta é como um filho para Falabella. Todos merecem igual atenção e amor por parte do genitor. Mas um, em especial, toca mais fundo seu coração. É justamente o conto no qual fala sobre o pai. Em uma noite de vento, ele escreve sobre como o apartamento onde atualmente reside, lhe traz tantas lembranças do pai, uma vez que foi onde teve contato com ele pela última vez. “Curiosamente, aquele homem que era o arquétipo do carioca da gema (...), ficou para sempre guardado neste meu apartamento de concreto, que hoje resolveu engolir a noite gelada e sem estrelas”, anota.
Fonte: Correio
Miguel Falabella fala sobre temas do cotidiano em livro de crônicas
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Re: Miguel Falabella fala sobre temas do cotidiano em livro de crônicas
Profunda essa frase sobre o amor hein? Deve ser bom o livro!
Muito, deu vontade de comprar!
Recomendo, é excelente!
Realmente, é mt bom
Ah, eu sofria de Bullying quando mais novo... Era um saco isso, mas eu tinha mais raiva de mim mesmo por não fazer nada ¬¬'
Mas hoje em dia já não sofro mais ^^
E deu vontade de comprar o livro...
Mas hoje em dia já não sofro mais ^^
E deu vontade de comprar o livro...