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Ricarte
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    A Chama de Tupã

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    Mensagem por Admin Seg Dez 28, 2009 6:04 pm

    A Chama de Tupã 295fyfc

    Peri é o filho do dono das empresas Tupiniquins. Rico e arrogante, ele é um jovem que acredita poder fazer tudo que quer e pegar, nem que seja à força, todas as mulheres que deseja. Ele vive assim até que sua vida se transforma para sempre após uma série de fatos: A morte do pai, deixando-o sozinho por já ter perdido a mãe anteriormente, o arrependimento de ter agredido uma jovem e atropelado uma criança, e o seu encontro com Ceci e Maria, uma mulher grávida que lhe pede ajuda.
    Não deixe de conferir esta emocionante história.

    Capítulos

    Capitulo 1 - O ato
    Capitulo 2 - A verdade
    Capitulo 3 - As bombas
    Capitulo 4 - Traumas
    Capitulo 5 - De volta à 'calmaria'
    Capitulo 6 - Jassanã
    Capitulo 7 - Primeira filha
    Capitulo 8 - O parto
    Capitulo 9 - Fuga
    Capitulo 10 - Pai solteiro
    Capitulo 11 - A secretária
    Capitulo 12 - A decisão de Ceci
    Capitulo 13 - Nunca mais vê-la
    Capitulo 14 - Consertando os erros
    Capitulo 15 - O problema do contínuo
    Capitulo 16 - Conflitos
    Capitulo 17 - O jantar
    Capitulo 18 - A filha dele
    Capítulo 19 - Enfim... juntos
    Capítulo 20 - Um novo dia de problemas
    Capítulo 21 - Segredos
    Capítulo 22 - O motivo de desequilibrio
    Capítulo 23 - Implicância
    Capítulo 24 - Passeio no parque
    Capítulo 25 - A garota má
    Capítulo 26 - Providências
    Capítulo 27 - Mas o tempo passa...
    Capítulo 28 - Um pedaço do passado
    Capítulo 29 - Segredos enterrados
    Capítulo 30 - Segredos desenterrados
    Capítulo 31 - O conflito das duas mulheres
    Capítulo 32 - O plano de vingança
    Capítulo 33 - O pai desconhecido
    Capítulo 34 - O prato que se come frio
    Capítulo 35 - Em prática
    Capítulo 36 - Gastos
    Capítulo 37 - Quando a mentira dá certo
    Capítulo 38 - A primeira briga
    Capítulo 39 - Separados
    Capítulo 40 - Nova visita
    Capítulo 41 - Inesperadamente
    Capítulo 42 - Desespero
    Capítulo 43 - A milagrosa ajuda
    Capítulo 44 - A viagem
    Capítulo 45 - Em um novo lugar
    Capítulo 46 - Ex-Suíça
    Capítulo 47 - O mundo minúsculo
    Capítulo 48 - Sozinho?
    Capítulo 49 - O Flagra e a confusão
    Capítulo 50 - Tem perna curta
    Capítulo 51 - Suspensa
    Capítulo 52 - Noivos irmãos e a descoberta
    Capítulo 53 - Sofrimento pra quem já fez alguém sofrer
    Capítulo 54 - Abrigo
    Capítulo 55 - Resultado dos atos
    Capítulo 56 - Atitudes não compreendidas
    Capítulo 57 - Brigas e sustos
    Capítulo 58 - Proposta indecente
    Capítulo 59 - Desespero
    Capítulo 60 - Desgraça
    Capítulo 61 - A verdade
    Capítulo 62 - Reencontro
    Capítulo 63 - Acidente
    Capítulo 64 - Pedido de socorro
    Capítulo 65 - Mudanças da vida
    Capítulo 66 - Desapontamento
    Capítulo 67 - A surpresa e o encontro
    Capítulo 68 - Romance Abalado
    Capítulo 69 - Pai e filhos
    Capítulo 70 - O fim rápido de um relacionamento
    Capítulo 71 - Raiva
    Capítulo 72 - Sentimentos iguais
    Capítulo 73 - O verdadeiro amor
    Capítulo 74 - Algo em comum
    Capítulo 75 - A briga por Peri
    Capítulo 76 - Segunda demissão
    Capítulo 77 - Amor Declarado
    Capítulo 78 - Juntos, novamente
    Capítulo 79 - A volta para casa
    Capítulo 80 - O que não esperava
    Capítulo 81 - Revelações nunca são demais
    Capítulo 82 - Verdades Necessárias
    Capítulo 83 - Perdão
    Capítulo 84 - Ajuda
    Capítulo 85 - Conversas, Bebidas, Surpresas
    Capítulo 86 - Conhecido
    Capítulo 87 - Casa cheia
    Capítulo 88 - Desabafo
    Capítulo 89 - Não está perfeitamente claro
    Capítulo 90 - O pai inesperado
    Capítulo 91 - Ter que voltar
    Capítulo 92 - O dia de amanhã
    Capítulo 93 - Motivo da volta, motivo de raiva
    Capítulo 94 - Preparativos
    Capítulo 95 - Decidido
    Capítulo 96 - Mudança na vida
    Capítulo 97 - Intrusos
    Capítulo 98 - Vingança
    Capítulo 99 - Medo
    Capítulo 100 - A vida continua






    Última edição por Admin em Sáb Jan 08, 2011 2:19 pm, editado 6 vez(es)
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    Mensagem por Admin Seg Dez 28, 2009 6:07 pm

    Capitulo 01 - O ato

    Em 1960, no inicio da guerra do Vietnã, uma enorme firma estava sendo fundada: As Empresas Tupiniquins. Jiguê, o fundador dela, estava muito contente com esse feito. Porém, algo o incomodava. Sua familia norte-americana estava bastante envolvida na guerra da época pois os Estados Unidos ja preparava seus soldados para entrar diretamente no conflito.
    O filho de Jiguê, Peri, um rapaz alto e loiro tinha 19 anos acompanhava todos os procedimentos do pai.
    Jiguê tinha na faixa de 50 anos de idade com pele mais escura do que Peri, pois carregava uma mistura de raças, tendo entre elas, a indigena
    brasileira em seu sangue e nome. Peri era seu filho com uma alemã chamada Fenoméia por isso, nasceu branco, loiro e de olhos azuis.
    Porém, mesmo junto do pai, Peri gostava muito de sair à noite e de namorar. Ele, nas festas, arranjava muitas brigas e não aceitava um "não" de nenhuma garota. Muitas diziam à ele estarem esperando um filho, mas ele nunca se importou com isso, e abandonava elas.
    Em uma dessas festas ele conheceu uma linda garota morena de cabelos castanhos e olhos claros. Assim que a viu, ele sorriu. Ela retribuiu o sorriso fazendo-o se interessar mais ainda e chegar perto dela.

    - Oi, tudo bom? - perguntou ele.
    - Tudo - respondeu ela, um pouco envergonhada. Ela sentiu o hálito de Peri e notou que ele já estava alcoolizado.
    - Qual o seu nome?
    - Amanauci.
    - Que lindo nome.

    Ela riu baixinho, ele reparou que ela não costumava sair para esses tipos de festas. Talvez fosse a primeira vez que ela estava indo pra lá.

    - Você vem sempre aqui? - perguntou ele, se arrependendo depois de ter feito uma cantada tão ridicula.
    - Às vezes - mentiu ela, pois nunca tinha ido antes para esses lugares. Estava sendo forçada à ir pela sua amiga.
    - Sério? Nunca te vi aqui antes.
    - É porque n-não venho muito aqui. - gaguejou.
    - Ta... - ficou um silencio constrangedor para os dois até que ele voltou a falar chegando ao ponto que tanto aguardava - quer ir pra um lugar mais reservado?
    - Gostaria de um refrigerante.
    - Comprarei pra você então.

    Depois de ter comprado o refrigerante, Peri a chamou para fora da casa onde ocorria a festa.

    - Quer entrar no meu carro? Meu pai comprou um som nele, quer escutar?
    - S-Sim - falou ela, um pouco rapido demais - eu nunca vi um som no carro antes.
    - Então vamos.

    Após entrar, ela perguntou inocentemente:

    - Qual tipo de musica você gosta?
    - Depois eu falo, vamos nos divertir de outra forma agora - respondeu ele, pegando na blusa dela e a deixando assustada.
    - O que é isso? O que está fazendo? Me solte, por favor.
    - Não, não te soltarei até fazer o que quero.

    Assim, com as janelas fechadas, Peri despiu ela à força e a possuiu durante alguns minutos de grande tristeza e fim de inocência de Amanauci. Quando chegou ao ponto alto do ato, ela gritou chamando a atenção de algumas pessoas. Apenas uma delas foi tentar ajudá-la.

    - NÃO SE META NISSO! - Peri gritou.
    - Por favor, me ajude! - chorava Amanauci.

    O rapaz abriu a porta do carro e tirou Amanauci de lá.

    - Corra! - disse ele. Amanauci correu, soluçando e completamente nua, tentando cobrir seu corpo com os pedaços de sua roupa que conseguiu puxar.
    - Eu disse pra você não se meter. - Falou Peri, esmurrando o rapaz que caiu no chão.
    - POLICIAAAAAAAAAAA! - gritou o porteiro do salão onde acontecia a festa.

    Peri entrou no carro rapidamente e correu com o carro desesperado. Ele começou a se sentir mal por ter feito aquilo com a garota. Não era a primeira vez que ele tinha feito isso com alguém, mas dessa vez lhe bateu o arrependimento. Ele poderia ter sido calmo com ela. Ela ja gostava dele, só precisava de tempo.

    CRAK!!!!!

    E assim, com o seu pensamento longe da estrada, Peri atropelou algo sem notar até escutar o barulho. "Meu Deus, o que foi aquilo?" pensou ele.
    Ao olhar pra trás viu uma coisa voando pelo ar e uma mulher gritando:

    - ABAETÉÉÉÉÉ!!!!
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    Mensagem por Admin Seg Dez 28, 2009 11:54 pm

    Capitulo 2 - A verdade

    Peri chegou em casa completamente atordoado com o que foi capaz de fazer durante tanto tempo e só ter reparado agora no mal que fez.
    Era bem capaz de aquelas mulheres estarem certas ao dizer que seus filhos são dele. Ele poderia estar com vários filhos e ainda não sabe.

    - É você, filho? - falou uma voz grossa, longe. Era Jiguê no quarto tentando dormir.
    - Sou eu sim, pai.
    - Como foi o jogo de dominó? - ele não fazia idéia do que o filho fazia à noite.
    - B-bom. - respondeu tremulamente.
    - Ganhou? - a voz dele se aproximava, ja estava caminhando até a sala.
    - Sim, sim. Só... acabou um pouco tarde.
    - É, estou vendo. - apareceu ele ja na sala - Já é bem tarde e... que cara assustada é essa?

    Peri desviou o olhar do pai, tentando disfarçar.

    - Nada, é só que...
    - Filho, me diga. Eu sei que tem algo acontecendo. Não minta.
    - Não é nada, já disse.

    Jiguê respirou fundo e voltou a falar:

    - Olha, você é um garoto de ouro. Muito estudioso e muito calmo. Alguns rapazes que você conhece não são assim e por isso podem querer brincar, bater em você. E se isso estiver acontecendo, me diga que eu tomarei as providenc...
    - Não é nada disso. É tudo uma mentira!
    - Como assim?
    - Nada que você disse agora é verdade. Eu não estudo nem nunca gostei, não sou calmo, e ninguém bate em mim. Eu sou o que bate.

    Jiguê passou a olhar assustadamente para o filho.

    - Eu nunca presto atenção nas suas transações da empresa. Você não sabe nada sobre mim. Eu agora... acabo de estuprar uma menina que eu nem conhecia e atropelei um bebê. E aí, o que você acha disso.

    Durante muito tempo de Jiguê em silêncio olhando diretamente para Peri e deixando-o mais irritado ainda, ele respondeu calmamente para a surpresa e medo de Peri:

    - Que ótimo.
    - O QUÊ?! - disse Peri completamente assustado com a reação do pai.
    - Isso prova que você é homem. Merece ser da familia Tupiniqui. - respondeu ele sorrindo
    - Como você pode dizer isso?
    - Digo isso porque sempre pensei que você não passava de um moleque de 19 anos completamente inocente.
    - E isso é algo de se orgulhar?
    - Não tanto, você foi errado em molestar essa garota, se é que você só fez isso com ela. - Peri desviou novamente o olhar do pai, mostrando à ele que foi mais de uma.
    - Eu... tô arrependido.
    - Não se preocupe tanto, vou lhe ajudar caso alguma coisa aconteça. Você é rico alto, loiro e de olhos azuis. Pode ter qualquer garota que quiser. Não precisa...


    TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM... - toca o telefone.


    - Alô? - atendeu Jiguê.

    A sala ficou em silêncio.

    - Quem é, pai?

    O silencio voltou a prevalecer até que depois de algum tempo, Jiguê responde nervoso.

    - É o seu avô. A guerra lá começou.
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    Mensagem por Admin Ter Dez 29, 2009 12:24 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Peri ao estuprar Amanauci, corre com o seu carro e acaba atropelando um carrinho de bebê com o bebê dentro.
    Ao contar toda a verdade para o pai, ele recebe um apoio. Porém, a guerra do Vietnã inicia mais forte agora lá nos Estados Unidos onde está quase toda a familia de Jiguê.


    Capitulo 3 - As bombas

    - Filho, rápido, acorda meu mordomo e manda ele chamar o piloto do meu jatinho. Nós vamos para os Estados Unidos agora.
    - Mas pai, é tarde. - falou Peri.
    - Seu tios e primos foram mandados para a guerra e o Vietnã do Sul está atacando os EUA.
    - Caramba, mas tenha calma, amanhã de manhã iremos.
    - Minha família corre perigo! - gritou Jiguê - Eles não possuem tempo pra esperar. Rápido, chame meu mordomo.

    Peri correu e chamou o mordomo da casa Alfred, um senhor já careca, baixinho e fanhoso conhecido de muitos anos de Jiguê que no momento durmia profundamente.

    - Alfred, Alfred! - tentou acordá-lo calmamente, com medo que ele acordasse assustado e tivesse um infarte. Mas nada adiantou, ele não acordava.
    - E aí, filho? - falou Jiguê da sala.
    - Espera, calma... Alfred! - tentou mais uma vez, sem sucesso.
    - ALFREEEEEEEED!!! - gritou o patrão - ACORDA!

    O velhinho pulou da cama ofegante e com medo do que tivesse acontecido.

    - O que foi, sir? O que está acontecendo?
    - Alfred, meu pai precisa ir para os Estados Unidos agora. Chame o nosso piloto.
    - Certo. Irei chamá-lo. Preparem suas malas.

    Após o piloto ser chamado, Peri e Jiguê subiram no jatinho para a casa de sua família norte-americana. Depois de várias horas de vôo, o piloto avisa:

    - Chegamos, Dr. Jiguê.
    - Ótimo.

    A cidade estava atordoada com o que estava acontecendo. Ao entrar na casa da família, Peri avistou seu avô.

    - Pai, como está? - falou Jiguê, entrando no quarto do pai.
    - Estou bem, seus sobrinhos e irmãos foram obrigados à entrarem para a guerra pelo governo americano. Você e seu filho tem sorte de não estarem aqui.
    - Mas pra onde eles foram?
    - Os ataques estão acontecendo em vários lugares, até aqui na nossa cidade tem alguns lugares em que não podemos ir por terem bombas instaladas.
    - E agora, o que faremos?
    - A unica coisa que nos resta é torcer para que nada ocorra com eles.

    - Não vá, não vá. - escutaram uma voz longe.

    - Que voz é essa? - perguntou Jiguê.
    - É a sua mãe.
    - Mãe - Jiguê foi pra sala - Oi, mãe. Que foi?
    - O-o Peri, acabou de sair, dizendo que vai tentar encontrar nossa familia. - disse nervosa.
    - Não dá pra encontrá-los, ele pode morrer!!

    Jiguê saiu da casa e correu pra tentar encontrar Peri. Depois de um tempo, ele achou o filho ao longe perto de alguns soldados.

    - PERI!!!

    Ao se virar, Peri viu o pai e...


    BOOOOOOOOOOOOOOOOOMMMMMM!!!
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    A Chama de Tupã Empty Re: A Chama de Tupã

    Mensagem por Admin Ter Dez 29, 2009 12:25 pm

    Nos capitulos anteriores...
    A guerra do Vietnã inicia mais forte agora lá nos Estados Unidos onde seus irmãos e sobrinhos foram levados à força para o combate. Vários locais da cidade se tornaram pontos de bombardeio. Peri, sai de casa tentando encontrá-los, mas não sabia que os bombardeios também estavam ocorrendo lá. Seu pai corre pra tentar chamá-lo até que...



    Capitulo 4 - Traumas

    - PERI, PARE!
    - Pai? - Peri se virou e viu o seu pai correndo até ele ofegantemente até que...

    BOOOOOOOOOOOOOOOMMMMMMMMMMM!!!!

    Uma bomba bem ao lado de Jiguê explodiu.

    - PAI, CUIDADO! AS BOMBAS! AS BOMBAS ESTÃO EXPLODINDO!! - gritou desesperado após notar que os bombardeios também estavam ocorrendo lá.

    "Bomba ativada, bomba ativada", gritava um dos soldados. "Retirem as pessoas, retirem as pessoas"

    Peri correu até a escuridão de poeira onde a bomba explodiu e seu pai estava. Não dava pra saber se a bomba tinha atingido ele.

    - Pai! Pai! Responda!

    "Retirem as pessoas" - repetia o soldado junto com outros que iam em direção à Peri.

    - CALMA, FILHO, ESTOU BEM - gritou Jiguê ao longe, a sombra dele já podia ser vista por Peri - ESTOU INDO ATÉ VOC...


    BOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOMMMMMMM!!


    Dessa vez não havia dúvidas. A bomba havia explodido bem abaixo de Jiguê.

    - Não pode ser, não pode ser!
    - Garoto, saia daí se não quiser explodir também - gritou um dos soldados.
    - Eu preciso ver meu pai. Eu preciso saber se atingiu ele. - mentia para si próprio, ele já não tinha mais duvidas de que seu pai havia sido atingido dessa vez.

    Peri sentiu braços puxarem ele fortemente e tirarem ele de perto da fumaça.

    - Você não pode ir até lá. Nós devíamos ter bloqueado sua entrada rapidamente antes que isso acontecesse. Vocês não leram os jornais? Essa rua está bloqueada para passagem.
    - Me solta, me solta! - ele tentava voltar pra lá. Mas o soldado era mais forte que ele, mesmo ele não sendo fraco.
    - Ele já está morto, depois retiraremos o corpo. Não se preocupe.
    - Não é verdade! Não é verdade!
    - Você quer morrer igual à ele?
    - Vá se danar! PAI!!!!! PAAAAAAAI...


    As lagrimas saiam dos olhos de Peri como uma cachoeira. Ele estava sozinho neste momento. A tristeza lhe invadia completamente. Sua mãe morrera de pneumonia quando ele tinha 7 anos e dessa vez, era o pai que lhe deixava.
    Sentia muita raiva daquele país por ter feito aquilo com o pai. Não gostaria de ficar lá com o que restou da familia em nenhum momento. Ele tinha que voltar para o Brasil. Precisava comandar a indústria Tupiniquins que seu pai tanto o ensinou à administrar na hora que ele morresse.
    E essa hora chegou. Muito mais cedo que os dois esperavam.

    Seu avós o receberam em casa com abraços e muitas outras lagrimas, pois já sabiam do ocorrido.

    - Você não ficará sozinho, Peri, saiba disso. Você ficará conosco. - disse sua avó
    - Não, não ficarei. - respondeu ele
    - Porque não?
    - Porque eu não quero.







    CONTINUA NO CAPITULO 5 - DE VOLTA À 'CALMARIA'
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    A Chama de Tupã Empty Re: A Chama de Tupã

    Mensagem por Admin Ter Dez 29, 2009 12:26 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Por causa do desespero de ajudar seus parentes na guerra do Vietnã, Peri acabou matando o próprio pai. Seus avós estão dispostos à ficar com ele lá nos Estados Unidos, mas ele não quer.


    Capitulo 5 - De volta à 'calmaria'

    - Porque você não quer ficar conosco, Peri?
    - Eu vou voltar para o Brasil, preciso cuidar das indústrias Tupiniquins. Pela qual meu pai tanto lutou para eu administrar.
    - Mas você é muito novo, tem certeza que deseja fazer isso.
    - É verdade - concordou o avô - você é muito novo pra cuidar de uma empresa tão grande.
    - Não se preocupem, eu vou conseguir. Assim que amanhecer eu sairei daqui.

    Completamente decidido à voltar, Peri avisou ao piloto e deitou um pouco esperando amanhecer. As lagrimas não deixavam de parar pelo seu rosto. Qualquer coisa lembrava seu pai.
    Ele queria sair daquele lugar o mais depressa possível, sairia também da casa do pai no Brasil. Compraria outra, ele não gostaria de se lembrar do pai e da mãe todos os dias que restavam.
    Peri estava reparando também o quanto estava diferente. De uma pessoa arrogante e sem sentimento, ele passava a ser o contrário. Seria por causa da morte do pai?

    Naquele momento batia uma enorme culpa por tudo que ele fez. Por ter saído da casa fazendo seu pai morrer por sua causa, por ter molestado tantas garotas, Amanauci, Paloma, Iracema, Janete, o que será que aconteceu com elas?
    E o bebê que atropelou bem ao lado de uma igreja a qual também molestou a Amanauci bem perto? Tantos garotos que bateu, tantas pessoas nas ruas que riu, que machucou...
    Ele precisava ser uma nova pessoa a partir de agora. Iria para o Brasil, e com a calmaria lá e uma nova casa, ele iria fazer uma mudança completa de sua vida.

    E assim ele foi embora de manhã. Sem saber que aquela seria a ultima vez que veria os avós novamente.
    Estava disposto a mudar para uma vida sem surpresas, para um país bastante calmo no momento...

    Chegando no Brasil, tudo estava como era antes. Peri saiu para as ruas com o seu carro tentando procurar alguma distração que fizesse ele esquecer o pai. E isso acabou ocorrendo, pois ele começou à assistir nas ruas várias pessoas sendo pegas por policiais e outras gritando e chorando com placas e dizeres:


    ABAIXO A DITADURA


    Peri sabia que já tinha escutado sobre isso diversas vezes pelo pai, mas nunca prestou atenção. Do que se tratava? Seria a guerra do Vietnã no Brasil também?
    Com os seus pensamentos e teorias do que poderia ser aquilo, ele não percebeu alguém chegando perto do carro e em seguida entrando nele.

    - Ai - gemeu uma voz de mulher.

    Assustado, Peri virou-se para saber do que se tratava aquele gemido. Era uma mulher branca de cabelos castanhos e olhos escuros que havia entrado em seu carro com a mão pressionando fortemente a barriga.

    - Me ajude - pediu com os olhos inchados
    - Q-quem é você? - perguntou Peri.
    - Sou María. Eu p-reciso de sua ajuda. Jassanã pode morrer.







    CONTINUA NO CAPITULO 6 - JASSANÃ
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    Mensagem por Admin Ter Dez 29, 2009 12:27 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Peri volta ao Brasil procurando descanso mas o que encontra é mais problemas. Uma mulher no movimento Abaixo a ditadura entra em seu carro pedindo ajuda.


    Capitulo 6 - Jassanã

    - Calma, calma moça. Respire fundo. O que está acontecendo? Quem é Jassanã?
    - Minha filha, Jassanã, ela pode morrer. Minha barriga dói muito. Posso perdê-la.
    - Calma, vou levá-la pra minha casa. Vou chamar meu médico.
    - Não tenho muito tempo. Por favor me ajude! - gritava em desespero.
    - Eu vou ajudar, relaxe. Nada vai acontecer. - tentava acalmar ela, mas estava tão nervoso quanto.

    Peri ligou, apressado, para o seu médico particular e voltou para sua casa com a garota grávida pensando se faria essa mesma ajuda à alguns meses ou até dias atrás.
    Alguns minutos depois, com a garota no quarto sendo examinada pelo médico, o doutor saiu para falar com Peri.

    - Olá, Peri. Soube do que ocorreu com o Senhor Jiguê. Meu pêsames.

    Peri sentia vontade de mudar logo de assunto para não se lembrar e se sentir mal novamente. Assim, começou a falar da garota.

    - Como ela está?
    - Está bem, ela passou mal por ter se machucado e batido na barriga. Não quis me contar o porque, mas o bebê está bem. Não sabia que você vai se tornar pai.
    - Não é meu. - explicou rapidamente. Não imaginava o momento em que se tornaria pai. Mesmo pensando que já poderia até ser.
    - Ah, me desculpe então. Err... eu já disse a ela tudo o que deve ser feito. Qualquer coisa pode me chamar. Até mais, meu caro.

    Após o medico fechar a porta ao sair, María foi saindo do quarto lenta e timidamente. Sorriu bastante envergonhada para Peri, estava notando o quão importante ele era após ter entrado na casa.

    - Ele disse que está tudo bem com minha filhinha. Agradeço a ajuda do senhor. Não roubarei mais seu tempo.
    - Não - falou - Fique mais um pouco. Está se sentindo melhor.
    - Estou, sim senhor. - ficou olhando para baixo.
    - Está com fome?
    - Sim senhor. - ainda não conseguia olhar para ele.
    - E quantos anos eu tenho?
    - O quê? - estranhou ela.
    - Quantos anos eu tenho de diferença pra você ficar me chamando de 'senhor'?
    - É que eu achei que...
    - Eu tenho 19 anos. E você?
    - Dezessete.
    - Dezessete? Um pouco jovem demais para já esperar um filho, não? - disse Peri e reparou depois o quanto pareceu o seu pai ao falar isso.
    - Foi... uma loucura. Uma loucura estudantil.
    - Loucura estudantil? Isso quer dizer que o pai...
    - Não, não. O pai é uma ótima pessoa. O Cauê está presente ainda e vai participar da criação de Jassanã... ou iria.
    - Por que 'iria'?
    - Eu não sei o que aconteceu com ele. Ele estava no meio da revolução estudantil contra a ditadura militar. Eu fui atacada e vi ele ser pego por um policial também. Eu corri pra pedir socorro e não o vi mais. Tenho medo do que possa ter acontecido com ele.
    - Quer voltar lá?
    - Não posso. Tenho que ficar em descanso ou posso perder a minha filha. Também não quero que o senh... - Peri a olhou com um olhar de censura - que você se preocupe com isso. A vida é minha e eu já atrapalhei a sua demais hoje.
    - Tudo bem, mas não se preocupe, nada vai acontecer com ele. Quer assistir um pouco de televisão?
    - Televisão? Sim, sim. - poucas vezes ela tinha visto Tv antes.
    - Vou ligar então - respondeu sorrindo.

    Ao ligar a TV, estava passando o jornal local.

    "27 estudantes da universidade local estão desaparecidos após um protesto na Avenida"

    - CAUÊ!!







    CONTINUA NO CAPITULO 7 - PRIMEIRA FILHA
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    Mensagem por Admin Ter Dez 29, 2009 12:30 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Peri conhece uma mulher grávida com sérios problemas no meio do conflito militar e tenta ajudá-la.
    Porém, é noticiado o desaparecimento de varios estudantes em que entre eles pode estar o marido dela.


    Capitulo 7 - Primeira filha

    - O Cauê só pode ter sido preso e não noticiaram isso. Os telejornais estão todos sendo censurados. Não sei como o governo deixou eles noticiarem isso.
    - Eu ainda não entendi direito o porque de tudo isso que está acontecendo no país. O mundo inteiro está um caos? - teria ele saído dos Estados Unidos para uma situação ainda pior?
    - É, está terrivel. Tenho medo do que possa ter acontecido com o pai da minha filha.
    - Acalme-se, María.
    - Como? Como irei me acalmar? Meus pais me expulsaram de casa. Eu estava em um quartinho com o Cauê. Agora nem ele mais eu tenho. Como você acha que eu estou?
    - Você e sua filha não ficarão sozinhas em nenhum momento.
    - Nós já estamos sozinhas. O Cauê pode até estar morto.
    - Mesmo que esteja. Ela terá um pai... que sou eu.
    - O que? - assustada, ela finalmente olhou direto para Peri.
    - É isso mesmo que você escutou, essa menina será minha filha. Com a sua permissão, claro.
    - Não, não posso mudar a sua vida dessa maneira. O senhor é muito rico, já deve ter muitos problemas, negociações de empresa. Isso atrapalharia sua vida completamente.

    Peri começou à pensar mais sobre isso. Já era dificil demais pra ele aceitar a idéia de ser pai, dessa vez seria de uma pessoa que nem filha verdadeira dele é, e também ele não tinha mais o pai pra cuidar da empresa, tenho que administrar ela e ter pouco tempo livre. Aguentaria ter também um bebê para cuidar?

    - Mesmo assim não voltarei atrás com as minhas palavras. A partir de agora, a criança que você espera... como você sabe que é uma menina?
    - Eu tenho grande pressentimento das coisas.

    Peri a olhou como quem estava completamente sem graça do que responder sobre a 'idiotice' de acreditar em pressentimentos.

    - Errrr... então tá. A criança que você espera aí será um novo membro da minha familia. Jassanã Tupiniquim.







    CONTINUA NO CAPITULO 8 - O PARTO
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    Mensagem por Admin Ter Dez 29, 2009 12:32 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Depois de saber que o pai de seu filho está desaparecido, María não sabe o que fazer da vida mas Peri faz de tudo para ajudá-la, inclusive ter a filha dela como se fosse sua.


    Capitulo 8 - O parto

    Os dias seguintes foram bem dificeis para Peri. Entrar numa indústria em que já conhecia tudo mas nunca prestou atenção de como era comandá-la. E também a idéia de ser pai não era fácil. "O bebê nem é meu", pensava. "Como fiz uma coisa dessas para uma estranha que entrou no meu carro?".

    O tempo foi passando. E enquanto os 20 anos de Peri se aproximavam, mais ele ficava, ou tentava ficar, responsável. A filha já estava perto de nascer, María ainda ficava envergonhada ao falar com ele e também nunca tiveram nada. Ele já pensou nela como sua mulher mas nunca teve a oportunidade, ou coragem, de falar sobre isso. Talvez o tal Cauê ainda estivesse muito em sua mente o que impedia ela de pensar no Peri, ou será que ela tinha medo por ele ser um homem poderoso e rico?

    E foi nesse clima que finalmente nasceu o bebê.

    - É uma menina! - falou o médico sorrindo.
    - Eu sabia! - gritou ela em meio ao suor, choro e cansaço por ter parido a criança.

    Peri tentava não demonstrar, mas em meio de tanto sangue e calor, ele não estava se sentindo nada bem ao ver aquele parto.

    - Olha, senhor. - falou o médico, mostrando a criança pra ele.
    - É-é linda. - tentou disfarçar.
    - É, a minha Jassanã. - disse María, chorando de felicidade.
    - Sabe, doutor. Acho que não devia ter vindo pra cá ver isso - disse em desespero porque já sabia que ia desmaiar se continuasse alí - eu vou dar uma voltinha pela sala, tá?
    - O senhor está se sentindo bem?
    - Estou é só que...

    PLAFT! - Peri caiu no chão completamente pálido.







    CONTINUA NO CAPITULO 9 - FUGA
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    Mensagem por Admin Ter Dez 29, 2009 12:33 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Finalmente Jassanã nasce. María estava certa ao dizer que era menina. Todos estavam alegres ao ver o parto menos Peri, que passou mal ao ver tanto sangue e desmaiou.


    Capitulo 9 - Fuga

    Depois do susto e do socorro ao Peri, o centro das atenções de todos passou a ser o bebê daquela casa. Todos queriam dar uma passadinha pelo quarto, rapidamente construído, do bebê Jassanã.

    - Olha só que lindinha - disse a governanta da casa, Damiana, sorrindo - ela é uma gracinha. E loirinha, né? Parece com o senhor, dr...

    Peri e María olharam pra ela deixando-a constrangida com o que tinha acabado de dizer.

    - Eu... vou me retirar, senhor. - falou ela, vermelha, saindo.

    Os dois riram baixinho com o ocorrido. Peri sentia como se aquela filha realmente fosse dele.

    O tempo foi passando, Peri comprou a nova casa que queria. Essa era muito mais moderna, o quarto de Jassanã nela estava perfeito. Os negócios com as Indústrias Tupiniquins também estavam indo bem. Ele finalmente estava tendo a credibilidade dos sócios, começou à procurar novos empregados para trabalhar com ele, mas ainda não tinha encontrado. Jassanã em breve completaria um ano e Peri, 21. A relação entre ele e María também crescia cada vez mais ao ponto deles já terem se beijado e dormido juntos. Nunca mais tiveram notícias sobre o Cauê, María parecia já ter esquecido dele. Até que um dia, duas semanas antes do aniversário de Jassanã, ela parecia bastante abatida e triste. Peri estranhou.

    - Está se sentindo bem, meu amor?
    - Estou, estou sim. - disse ela com um sorriso nada convincente.

    Depois de um certo tempo calada, ela foi até onde Peri estava e falou:

    - Querido pode cuidar de Jassanã um pouquinho? Vou tomar banho.
    - Claro que sim. Venha cá, bebê. Vamos brincar um pouquinho? Vamos? - começou a balançá-la. A criança não parava de sorrir.

    A distração com a 'filha' fez Peri não escutar vários barulhos que viam do quarto. Até que um deles foi alto demais pra não perceber. Era uma junção de porta batendo, carro correndo, objetos caindo, entre outros.

    - Querida? O que foi isso? Você bateu em algo?

    O barulho foi diminuindo, até que parou, sem Peri receber nenhuma resposta.

    - Querida?

    Com Jassanã nos braços, ele subiu as escadas, nervoso, para saber o que aconteceu. Estava tudo bem, exceto um abajur no quarto que caiu e quebrou. Ao notar o abajur quebrado, ele notou um papel na mesma direção. Chegou mais perto para ler.

    "Querido Peri, minha vida não é essa.
    Não posso me transformar em uma dona de casa de 18 anos.
    Eu ainda tenho muito o que viver.
    Não amadureci igual à você.
    Estou agora fugindo com o homem da minha vida, não é o Cauê nem você.
    Quero poder aproveitar a vida enquanto sou jovem e espero que me compreenda e cuide de Jassanã.
    Adeus."







    CONTINUA NO CAPITULO 10 - PAI SOLTEIRO
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    Mensagem por Admin Ter Dez 29, 2009 12:34 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Quando tudo parecia estar bem depois do nascimento de Jassanã, María foge da casa de Peri deixando uma carta de adeus.


    Capitulo 10 - Pai solteiro

    "E agora?" pensou Peri. "Estou só, sem pai, sem mãe, com uma filha que não é minha, uma grande empresa pra administrar e uma mansão para me sentir ainda mais só." Ele não sabia mais o fazer. Sua vida parecia uma montanha-russa que quebrou e não parava mais de andar. Como ele conseguiu passar de um adolescente mal educado para uma pessoa calma, com uma filha, um pai morto e uma mulher que fugiu e que mesmo assim não conseguia sentir raiva dela? Sua unica companhia naquele momento não falava, só sorria sem entender a situação e era a única pessoa que o fazia se sentir melhor naquele momento.

    - Alfred, sairei agora - avisou ele, preparando a malinha de Jassanã - vou levar Jassanã para ver a empresa. Agora sou um pai solteiro.
    - O que, sir? - respondeu espantado.
    - Isso mesmo, María nunca mais aparecerá aqui novamente.
    - Mas... e a garota?
    - Ela será minha filha verdadeira e eu nunca direi a verdade.

    E tentando esquecer da fuga da sua quase esposa e a morte de seu pai, Peri levou Jassanã para as indústrias Tupiniquins. Não se importou do que realmente deveria fazer lá, só se importava em se entreter com a bebezinha. E assim, o tempo continuou passando e a vida de Peri começou a finalmente se estabilizar. Ainda não havia encontrado novos empregados, mas pediu a Alfred, os empregados e amigos da empresa para saber se ele conhecia alguém que quisesse trabalhar como secretário, contínuo ou em outros serviços para a empresa. "Me sentirei menos só com mais empregados no meu escritório", pensava ele. Mas ainda demoraria pra eles conseguirem muitos empregados. A empresa ia bem porém tinha sido fundada há pouco tempo pelo pai dele e tinha pouca credibilidade e instabilidade.

    Cinco anos se passaram, a indústria crescia mais e mais e muitos já mandavam seus curriculos para trabalhar no escritório. O empregado Pereira estava responsável por selecionar os empregados e mostrar ao patrão a partir daquele momento. Um já tinha sido escolhido para ser o contínuo, empregado que trabalhara no escritório exercendo variadas tarefas como entregar correspondências, operar equipamentos e até mesmo limpar a mesa do escritório e servir café para Peri. O homem, chamado Aracauê era bastante estranho e meio desequilibrado mentalmente. "Mas é que ele está precisando bastante do dinheiro, me implorou pra contratá-lo. Está passando por um momento dificil, mas é honesto e trabalhador", explicou Pereira à Peri após ele ter perguntado o porque de escolher uma pessoa 'daquela'.
    Realmente ele era honesto, tinha até medo de Peri (e Peri dele), mas nunca fez nada de errado, a não ser a vez em que derramou café quente em sua camisa causando a perda da camisa e queimaduras em sua barriga.

    Peri já tinha 26 anos e desde a fuga de María nunca mais teve uma relação amorosa séria. A vontade de ser casar também aumentava.

    - Dr. Peri? - entrou Pereira no escritório, assustando o contínuo - Trouxe a sua nova secretária, Ceci.







    CONTINUA NO CAPITULO 11 - A SECRETÁRIA
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    Mensagem por Admin Dom Jan 03, 2010 12:58 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Cinco anos depois da fuga de María, Peri sente vontade de se casar. As industrias Tupiniquins crescem mais e mais e ele acaba de conhecer sua nova secretária, Ceci.


    Capitulo 11 - A secretária

    Peri ficou hipnotizado com a beleza daquela secretária. Era morena, com lindo sorriso, cabelos macios e pele clara. Parecia ser a escolha perfeita para ser sua esposa e não secretária.

    - Oi - disse ele sorrindo - seja bem vinda. Como vai?

    Ela retribuiu o sorriso. Seus cabelos balançavam com o vento. Eram brilhantes e lisos. Pereira saiu da sala e os deixou à sós. O contínuo também saiu desconfiado.

    - Err, e então? O que trouxe você a trabalhar aqui?
    - Primeiramente o dinheiro, queria ajudar mais a minha familia que está com uns problemas financeiros. Segundo para pagar a minha faculdade e terceiro, a experiência. Quero me formar com uma experiência de emprego já.
    - Quer dizer então que você não espera trabalhar aqui por muito tempo não?
    - Não. - disse seguramente. O seu jeito segura de ser e de falar (completamente o contrário do Aracauê), fez Peri gostar ainda mais dela. Era uma mulher atual, decidida a trabalhar e sem vergonha de falar com ele apenas porque era rico, diferente das outras que conheceu.
    - Que pena. Tenho certeza de que nos daríamos bem aqui.
    - É, mas eu planejo um futuro melhor para mim. - respondeu sorrindo.
    - Mas você está certa. Se quiser eu posso lhe ajudar depois, tenho vários contatos. Basta me dizer onde quer trabalhar.
    - Enquanto ainda não me formei, eu quero ficar aqui mesmo.
    - Quantos anos você tem?
    - Vinte.

    "Vinte? Eu tenho vinte e seis", pensou ele. Seis anos era uma diferença de idade, mas não muito grande.

    - Legal. - disse ele, pois o pensamento da diferença de idade não o fazia ter novos assuntos para falar.

    O silêncio atingiu o constrangimento dos dois até que Ceci acabou com ele.

    - Então... quando começarei?
    - Quando quiser. - respondeu.
    - Ah... ta. - ela não entendeu o que ele queria dizer com isso. E se ela quisesse começar naquele momento, poderia?

    Quando ela iria perguntar o que significava aquilo, Peri foi mais rápido:

    - Mas, e se eu te dissesse que não estou interessado em você como minha secretária?







    CONTINUA NO CAPITULO 12 - A DECISÃO DE CECI
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    Mensagem por Admin Dom Jan 03, 2010 1:00 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Peri conhece a escolhida para ser sua secretária e acaba se apaixonando por ela. Ele não resiste e conta a ela que suas intenções não são de que ela seja sua secretária.


    Capitulo 12 - A decisão de Ceci

    - Como assim? - Ceci fingiu de desentendida, mas tinha quase certeza do que ele estava querendo dizer com aquilo.
    - Eu vou ser bem sincero, tá? - disse Peri, aproximando-se dela - Eu não gostaria de ter você como minha secretária. Eu gostaria de ter você como minha mulher.

    Então realmente estava confirmado para Ceci. Ele estava querendo ela como sua mulher. Como pôde falar isso no mesmo momento em que a viu pela primeira vez? Ela não negava em seu pensamento que estava olhando ele de outra forma que não era como seu patrão, mas sua consciencia era mais forte. Não podia trabalhar tendo um caso com ele, e se eles fizessem isso escondido de todos seria muito pior.

    - Olha, eu vim aqui para arranjar um emprego e não para ser assediada - respondeu ela com firmeza, indo em direção à saída do escritório.
    - Por favor, espere. Desculpe, eu me precipitei. O cargo é seu.
    - Isso não dará certo. Prefiro arranjar outro emprego.
    - Eu sinto muito pelo que disse agora. Esqueça isso. - Peri não sentia nem um pouco pelo que tinha dito, só queria que ela ficasse lá.
    - Desculpe por ter feito você perder seu tempo. Irei me retirar. - disse ela, continuando com sua firmeza nas palavras - Tenta falar isso para a próxima secretária selecionada, quem sabe ela aceita essa proposta, não é?
    - Eu estou muito confuso. Faz anos que não tenho ninguém. Me dedico apenas à milha filha. Meu pai morreu, a minha quase esposa fugiu com outro. Eu estava atordoado. Mas não vou mentir pra você. Tudo o que eu falei agora é verdade.
    - Já escutei demais por hoje. - falou ela, novamente indo em direção à saída.
    - Case-se comigo.
    - Está louco?! - se virou de novo para olhá-lo - Como fala essas coisas com alguém que conheceu em dez minutos?
    - Porque estou apaixonado! Não entende?

    Ceci olhou pra ele durante alguns segundos, começando a acreditar no que ele estava dizendo. Mas novamente ela não agiu por impulso.

    - Vou procurar um novo emprego. Adeus.

    Peri ficou apavorado. Nunca mais veria ela novamente. Ele sentia vontade de chamar Pereira e avisar para ninguém deixá-la sair, mas não podia fazer isso. Se ele ousasse a agir desse jeito, nunca teria o amor dela e voltaria a ser o mesmo homem que quando jovem estrupava mulheres. O tal homem que ele achava que tinha mudado e tentava fazer de tudo para que tivesse realmente mudado. Jassanã e seu pai o fez pensar nos sentimentos do próximo. Ele realmente estava apaixonado por ela e gostaria de pensar que a veria novamente. Mas se não visse, é porque tinha que ser assim. Pereira entrou no escritório, olhando para a cara dele como quem quis "Que idiotice a sua, hein?". Mas ele não falou isso, nem ousaria falar uma coisa dessas com seu patrão. Ficou calado até o momento em que Peri resolveu dizer:

    - Precisamos de uma outra secretária.
    - É, e impressionantemente tem uma lá na portaria.


    Na portaria, lá estava a canditada ao cargo, Jacuí. Loira, tímida e bem jovem, ela parecia ter uma personalidade muito diferente da de Ceci.

    - Desculpe-me senhora mas a vaga parece que já foi preenchida - avisava o porteiro não muito informado à ela.
    - Não, não. - apareceu Ceci saindo do prédio da indústria - Pode subir lá. O cargo é todo seu. Aproveite.







    CONTINUA NO CAPITULO 13 - NUNCA MAIS VÊ-LA
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    Mensagem por Admin Dom Jan 03, 2010 1:01 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Peri conhece a escolhida para ser sua secretária e acaba se apaixonando por ela. Ele não resiste e conta a ela que suas intenções não são de que ela seja sua secretária. Não gostando do assédio, ela (Ceci) sai do prédio da industria deixando a vaga desocupada.


    Capitulo 13 - Nunca mais vê-la

    A garota loira subiu até o escritório de Peri, pensando se aquilo não passava de uma roubada (ao ver como Ceci saiu de lá). Mesmo assim, ela se apresentou, torcendo para que conseguisse a vaga, e conseguiu. Mas Peri nem sequer lhe olhou.

    - Está contratada, pode falar com o Pereira que ele resolverá tudo o que precisa.
    - Muito obrigada. - disse sorrindo, mas Peri não sabia que ela estava sorrindo. Não fazia idéia de como ela era. Ficou lendo papéis mecanicamente. Só pensava na Ceci que foi embora e talvez nunca mais voltasse.


    Apenas no outro dia, Peri se deu ao trabalho de notar a sua secretária jovem e tímida.

    - Bom dia, err... qual o seu nome mesmo?
    - É Jacuí, doutor - respondeu timidamente.
    - Ah, sim. Isso mesmo. Jacuí, depois traga os papéis dos meus acordos com a empresa que fornece papéis, tá?
    - Sim.

    "Ela é muito tímida" pensava ele. "Se fosse um pouco desequilibrada, faria um casal perfeito com o Aracauê". Eles realmente eram muito parecidos. Os dois tinham um grande olhar de desconfiança e timidez.

    Aquele dia e os que se seguiram não foram de muito rendimento para os negócios de Peri. Ele tentava esquecer a tal Ceci e apenas cuidar de Jassanã e seus negócios mas não conseguia de jeito nenhum. "Como pude afastar a mulher pela qual me apaixonei pela primeira vista daquele jeito?" pensava, sem nenhuma esperança de reencontrá-la. Até que não aguentava mais e saiu em uma das noites para beber sozinho em um bar e quem sabe conhecer alguém.

    "Tem coisa mais deprimente que isso?" pensava. "O pior é que tem sim. Olha só aquela moça brigando escandalosamente com aquele rapaz."

    - Eu não acredito no que você pôde fazer comigo. - dizia ela, quase gritando. O que chamava a atenção de todos.
    - Deixe-me explicar. - falava o rapaz calmamente.
    - Aquilo não tem explicação.
    - Claro que tem.
    - Me trair tem explicação?
    - Tem sim, aquilo foi apenas um divertimento meu. Quem eu gosto de verdade é você.
    - Como você é estúpido! Eu vou embora daqui!

    Peri seguiu aquela moça que, de tão nervosa, estava quase chorando.

    - Você... está bem? - perguntou.
    - Sim, sim. Estou. - respondeu ela, começando à chorar e sem querer que ele visse. Com isso, ela também não o via.
    - Quer ir para outro lugar?
    - Eu estou bem. Só quero sair desse lu... - ela se virou e se assustou ao ver Peri. A reação dele foi sorrir para ela.
    - Vamos tomar um café ali?
    - Não acredito que é você! - disse Ceci estressada.







    CONTINUA NO CAPITULO 14 - CONSERTANDO OS ERROS
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    Mensagem por Admin Dom Jan 03, 2010 1:02 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Peri conhece a escolhida para ser sua secretária e acaba se apaixonando por ela. Ele não resiste e conta a ela que suas intenções não são de que ela seja sua secretária. Isso assusta Ceci que não gostando do assédio, sai do prédio da industria deixando a vaga desocupada. A vaga é preenchida por Jacuí, que é bem tímida e desconfiada. Porém, mesmo depois de vários meses, Peri não consegue esquecer Ceci reencontrado-a no momento em que está se separando do namorado.


    Capitulo 14 - Consertando os erros

    - Não acredito que é você - repetiu ela - Só faltava mais um maluco na minha vida essa noite.
    - Eu quero recomeçar tudo de novo e pra isso preciso de sua ajuda.
    - Sei... - disse, tentando não olhar diretamente para ele.
    - Eu me precipitei naquele dia. Peço desculpas mais uma vez.
    - Você estava me seguindo até aqui?
    - Não, não estava. Mas esse tempo todo eu não deixei de pensar em outra coisa que não fosse você.

    Ela ficou calada.

    - Vamos recomeçar tudo de novo. Vou me apresentar. Eu me chamo Peri.

    Ela continuou calada.

    - Você não está muito bem. Vamos sair daqui. - disse ele, perdendo as esperanças de que ela o veria de outra forma que não fosse de maluco que disse estar apaixonado por ela em menos de dez minutos.

    Ceci acompanhou ele, permenecendo calada.

    Enquanto isso, a secretária Jacuí estava saindo na rua quando encontrou o contínuo Aracauê.

    - Oi, tudo bom? - tentou ser simpática.

    Mas ele não a olhou, muito menos respondeu. Pareceu não ter visto ela, mas ele havia visto. O que deixou ela intrigada com o que estava acontecendo. Era perceptível que ele não era muito normal "Mas porque ele é desse jeito?", questionava ela para si própria.

    Peri e Ceci já estavam andando por um certo tempo calados sem dizer nada de muita importancia. Peri falou do tempo, da rua, de qualquer coisa que tornasse a situação menos constrangedora. Mas não adiantava. Ceci permanecia calada, no maximo dizia um "É verdade". Até que ele tocou em um assunto mais importante.

    - Sinto muito pelo que aconteceu entre você e o seu namorado. - Mentira. Ele estava completamente feliz ao saber que ela tinha um namorado mas se separou agora.
    - Meu noivo - corrigiu.
    - Ah, ta. Mas ele agora continua sendo?
    - Não sei.
    - Mas o que foi que aconteceu entre vocês dois?
    - Me desculpe, mas eu não quero falar sobre isso agora.
    - Ta certo. Fui mal educado, sinto muito. - percebeu ter ido longe demais.

    Ela ficou encarando-o. Já fazia meses que eles tinham se encontrado daquela vez e ele continuou dizendo que a amava. Isso mostrava à ela que era verdade os sentimentos dele. Estava bastante triste com a traição de seu noivo. Aquela era a oportunidade perfeita para Peri. E depois de um longo tempo olhando para ele, disse sorrindo:

    - Eu me chamo Ceci. Muito prazer.







    CONTINUA NO CAPITULO 15 - O PROBLEMA DO CONTÍNUO
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    Mensagem por Admin Dom Jan 03, 2010 1:04 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Peri se apaixona por Ceci, mas assusta ela ao dizer várias coisas assim que a conheceu. A vaga de secretária é preenchida por Jacuí, que é bem tímida e desconfiada. Porém, mesmo depois de vários meses, Peri não consegue esquecer Ceci reencontrado-a no momento em que está se separando do namorado. Ele pede pra que eles finjam estar se conhecendo de novo e depois de um tempo calada, ela se apresenta novamente.


    Capitulo 15 - O problema do contínuo

    Peri rapidamente notou que aquela era a forma dela dizer que queria começar a conhecê-lo novamente. Estava tudo dando certo para ele, o que o deixava muito feliz.

    - Ah - falou sorrindo - Muito prazer, senhorita Ceci.
    - Pode me chamar apenas de Ceci.
    - Certo - melhor ainda, isso mostrava que ele estava se tornando uma pessoa mais intima e importante pra ela.
    - Continuando o que eu não respondi há um tempinho, fui sim traída pelo meu noivo. Mas não tenho vontade de falar mais sobre ele. A partir de agora só vou me importar com quem gosta de mim de verdade.

    "Isso é uma indireta?" pensou. "Ela realmente está notando que meus sentimentos são verdadeiros?"
    A felicidade só sabia aumentar dentro de Peri. Notou que foi a melhor decisão dele, sair para beber naquele lugar. Aquilo não era o comum dele, mas foi essa atitude que fez ele reencontrar a amada, descobrir que ela se separou e finalmente ter seu amor por ela reconhecido (ou quase, ele não tinha certeza absoluta disso).

    Estava tudo muito bom até ele notar que estava esquecendo de alguém.

    - Jassanã!
    - Quem é Jassanã? - perguntou desconfiada.
    - Me desculpe, é a minha filha. Eu aqui acabei me esquecendo dela.
    - Você tem filha?
    - Sim, tenho. Mas não é minha. Eu... meio que adotei.
    - Ah, sim. Você me disse isso naquele... - dizer que lembrava daquele dia acabava com toda a encenação deles de recomeçar à se conhecer - Ah, que legal. Quero conhecê-la. - disse tentando mudar de assunto.
    - Acho que eu preciso ir agora. Mas não quero que essa seja a última vez que te vejo.
    - Não se preocupe, não será.

    Chegando em casa, pensando em como pôde deixá-la, Peri viu sua filha na sala brincando de boneca.

    - Oi, minha filha - disse indo abraçá-la - Ainda não foi dormir?
    - Estava esperando o senhor. - disse Jassanã, que já tinha sete anos - Porque demorou?
    - É que... eu estava trabalhando até agora. Muita coisa, sabe. O papai é bastante ocupado.
    - É. Eu queria ter uma mãe pra poder ficar comigo enquanto o senhor não estivesse.
    - Ô, filha. Mas você tem... o Alfred.
    - O Alfred não gosta de brincar comigo. Ele nem consegue se sentar no chão.
    - Mas é a idade dele, filha - disse sorrindo - Mas você já brincou muito por hoje. Tá na hora de dormir, né?
    - Ta, papai.


    No dia seguinte, Peri ainda estava dormindo no momento que já deveria estar na empresa. Jacuí e Aracauê estavam sozinhos no escritório compartilhando um silêncio constrangedor.

    - Aracauê, você pegou naqueles papéis que eu deixei aqui? - perguntou Jacuí, gentil.

    O contínuo não respondeu.

    - Aracauê? Escutou o que eu disse?

    Ele permaneceu fingindo (mal) que não escutou. Seus atos era de uma pessoa completamente descontrolada que tentava fingir algo mas que todos conseguiam ver a verdade.

    - Eu estou falando com você, Aracauê.

    Depois de falar isso bem perto dele, o contínuo saiu da area do escritório onde os dois estavam, deixando Jacuí falando sozinha. Isso deixou ela mais furiosa ainda.

    - Você escutou sim o que eu disse! Porque está me evitando? Você pegou aqueles papéis que eu deixei aqui?
    - Eu não pegaria em nada que você tocasse - respondeu grossamente.
    - Porque está falando assim comigo? O que foi que eu te fiz?
    - Ele te contratou aqui pra estragar meus planos. Pra estragar meus planos!
    - Que planos são esses?
    - Não lhe interessa.
    - Por que você é assim?
    - Não ouse falar comigo nesse tom.
    - QUAL É O SEU PROBLEMA?!!!







    CONTINUA NO CAPITULO 16 - CONFLITO
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    Mensagem por Admin Sáb Jan 09, 2010 5:29 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Peri se apaixona por Ceci, mas assusta ela ao dizer várias coisas assim que a conhece. A vaga de secretária é preenchida por Jacuí, que é bem tímida e desconfiada. Depois de vários meses, Peri reencontra Ceci no momento em que está se separando do noivo. Ele pede pra que eles finjam estar se conhecendo de novo e eles finalmente começam à se entender. Enquanto isso, Jacuí procura entender o porque do desiquilibrio mental de Aracauê, deixando-o furioso.


    Capitulo 16 - Conflitos

    - QUAL É O SEU PROBLEMA?!!! - gritou.
    - Jacuí, o que significa esses gritos? - disse Peri, chegando no escritório e vendo a briga dos dois - O que está acontecendo aqui?

    Aracauê saiu de fininho da sala do escritório deixando apenas a culpa para Jacuí.

    - Me desculpe, doutor Peri. Um pequeno conflito entre mim e o contínuo.
    - Espero que isso se resolva. Não quero brigas aqui no meu escritório.
    - Sim, doutor Peri.

    Peri foi para a sua parte do escritório, enquanto Aracuê voltava para perto de Jacuí até cochichar em seu ouvido:

    - Não darei uma semana para que você saia daqui.


    O telefone da sala de Peri toca:

    - Alô
    - Oi
    - Quem fala?
    - Sou eu, Ceci.
    - Olá, como está hoje? - ele ficou surpreso e feliz por aquela ligação, mesmo não sabendo de onde ela pegou seu numero.
    - Estou bem.
    - Eu estava até pensando
    - O que?
    - Nós poderíamos sair hoje para... jantar?

    O telefone ficou em silêncio.

    - Se quiser, eu levo a minha filha pra você conhecer também. - complementou, mas o telefone ainda estava em silêncio - Você não quer ir, não?
    - Não, claro, sim, sim, vamos jantar. - respondeu rapidamente se enrolando com as próprias palavras.
    - Tem algo que você queira me dizer? Algum motivo para essa ligação?
    - Não, não, nada demais. Então está combinado. Jantar hoje de que horas?
    - De oito. Está bom pra você?
    - Sim, está.

    E assim a ligação foi encerrada. O jeito estranho de Ceci responder sobre o jantar deixou Peri um pouco desconfiado do que poderia estar acontecendo. Mas ele não teve muito tempo pra pensar, em poucos minutos o contínuo Aracauê entrou em sua sala.

    - Dr. Peri, aceita um café?
    - Sim, claro.

    Depois de servir o café, o contínuo permaneceu na sala, olhando diretamente para Peri.

    - Mais alguma coisa? - perguntou para ele.
    - Tem sim, doutor. Eu gostaria de perdir que o senhor retire aquela mulher à qual ocupa o cargo de secretária há apenas dois dias e já está causando problemas no escritório.







    CONTINUA NO CAPITULO 17 - O JANTAR
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    Mensagem por Admin Sáb Jan 09, 2010 5:30 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Depois de meses pensando nela, Peri reencontra Ceci no momento em que ela está se separando do noivo. Ele pede pra que finjam estar se conhecendo de novo e eles finalmente começam à se entender. Peri a chama para jantar.
    Enquanto isso, Jacuí procura entender o porque do desiquilibrio mental de Aracauê, deixando-o furioso. Aracauê diz que ela está atrapalhando seus planos e pede para Peri demití-la.


    Capitulo 17 - O jantar

    - Aracauê, calma, espere. O que foi que ela fez?
    - Ela... ela... está atrapalhando tudo aqui no escritório, doutor - disse nervoso.
    - Pode me dizer um exemplo disso? - perguntou Peri, desconfiado.
    - Ela... estava falando mal do senhor.
    - Ela disse o que? - persistiu com a desconfiança.
    - ELA TEM QUE SAIR! - gritou em desespero.
    - Aracauê, com essa atitude quem sairá daqui é você. - respondeu Peri seriamente. O contínuo nunca tinha ficado assim na frente dele. Isso mostrava que o desequilibrio poderia ser bem pior do que Peri imaginava.
    - Eu... - Aracauê ficou assustado e sem ação- me desculpe, doutor.
    - Certo, já é noite. Por que não vai pra casa descansar. Eu farei o mesmo.
    - Sim, doutor. - saiu do escritório rapidamente e triste por não conseguir o que queria.


    Peri saiu do escritório. Já estava pensando em seu jantar com Ceci e aproveitou a situação, no minimo estranha. "O que aconteceu com o contínuo?" se perguntava. "Bom, não vou pensar nisso agora, vou ligar para Ceci"

    - Alô - Ceci atendeu o telefone.
    - Oi, Ceci. Já está pronta?
    - Oi, estou sim. O jantar será onde mesmo?
    - Na minha casa. Irei te buscar. Diga-me apenas onde é a sua rua e eu estarei aí, certo?

    Após dizer seu endereço, Peri foi buscá-la bastante entusiasmado. Sua filha falou que queria uma mãe e agora poderia ter. Finalmente tudo estava dando certo para ele (menos o incidente no escritório há minutos atrás). Eles entraram na casa de Peri. Ceci ficou olhando atentamente para os detalhes da linda mansão.

    - Nossa, como isso é grande.
    - É verdade. Mas em breve farei minha familia inteira aqui com vários filhos que a farão pequena.

    Ceci ficou calada, não queria responder nada sobre aquela indireta. Era muito cedo para isso.

    - PAPAAAAI! - gritou Jassanã de longe indo abraçar o pai com o mordomo Alfred ao lado.
    - Oi, querida. Como está?
    - Bem - disse sorrindo - Quem é essa aí?
    - É a Ceci. A... amiga do papai.
    - Ah, é?
    - Oi, Jassanã, tudo bom? - comprimentou Ceci abaixando-se e sorrindo para a garotinha.
    - Você é a namorada do papai? - perguntou a garotinha desconfiada.
    - E então, quem vai fazer oito anos daqui a dois dias? - perguntou em um ato desesperado de mudar de assunto.
    - Eu, eu, eu papai! - gritou agitada - Qual vai ser meu presente?
    - Isso só no dia você saberá. Então, Alfred? O jantar já está pronto?
    - Não sei, sir. Chamarei a governanta Damiana.
    - Sim, subirei aqui no meu quarto por enquanto, tá?

    Assim, Ceci ficou sozinha na sala da mansão com a garotinha sorridente.

    - Você é a namorada do papai? - repetiu Jassanã, tornando-se muito incoveniente.
    - Não, não sou não. - respondeu sorrindo - Talvez um dia eu sej...
    - Ufa! Ainda bem. Papai tem que encontrar a minha mãe desaparecida. Eu não quero que ele namore ninguém além dela não.







    CONTINUA NO CAPITULO 18 - A FILHA DELE
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    Mensagem por Admin Sáb Jan 09, 2010 5:31 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Jacuí procura entender o porque do desiquilibrio mental de Aracauê, deixando-o furioso. Aracauê diz que ela está atrapalhando seus planos e pede para Peri demití-la mas o dono da empresa não faz isso. Enquanto isso, Peri reencontra Ceci no momento em que ela está se separando do noivo. Ele pede pra que finjam estar se conhecendo de novo e eles finalmente começam à se entender. Peri a chama para jantar e ela conhece a filha dele bastante incoveniente que diz não querer o pai com nenhuma namorada.


    Capitulo 18 - A filha dele

    Ceci ficou assustada com as palavras da garota.

    - Mas então, você não gostaria que o seu pai tivesse namorada?
    - Não, não. Ele está bem assim. - respondeu a garota.
    - E se ele não estiver?
    - Aí minha mãe volta e pronto. Ela viajou mas gosta muito dele.
    - Ela não viajou, ela abandonou seu pai... e você. - disse achando que tinha falado algo muito pesado para uma criança de quase oito anos. Mas aquilo não atingia Jassanã, ela era muito mais adulta do que todos imaginavam.
    - Mas ela gosta dele e é com ela que ele vai ficar.
    - E você acha que ela vai voltar?
    - Vai sim. Ou então ele fica sozinho.

    Ceci reparou que a falta da mãe por perto poderia ter causado isso na garota. Ela nunca viu o pai com nenhuma mulher e agora só aceitaria uma mulher com o pai se fosse a própria mãe.

    - E então? O que vocês duas estão conversando aí? - perguntou Peri, descendo as escadas sem saber o que estava acontecendo.
    - Eu tava mostrando minha boneca pra ela, papai. - respondeu a garotinha sorrindo e ganhando a antipatia de Ceci pelas suas mentiras.
    - Ah, que bom que vocês estão virando amigas. - disse Peri completamente feliz.

    Ceci permaneceu calada, aquela situação estava lhe deixando bastante estressada. Aconteceram coisas pelas quais ela preferiu estar lá do que em outro lugar que poderia até ser mais interessante pra ela.

    - O jantar será servido agora - anunciou Alfred, com Damiana deixando a mesa pronta.


    Jacuí havia arrumado suas coisas e já estava de saída do escritório quando reparou que estava sozinha com Aracauê pois todos os outros funcionários do prédio já tinham saído. Ela fechou a porta, fazendo com que Aracauê pensasse que ela tinha ido embora, e andou lentamente sem fazer barulho para escutar os murmúrios do contínuo desequilibrado.

    - Aquela mulher vai estragar meus planos, vai sim. Mas eu não vou deixar. Não, não vou. Vou fazê-la sair daqui. Sim, vou conseguir tirar ela daqui. Vou conseguir pegar minha filha.


    - Então, o que achou da janta? - perguntou Peri, levando Ceci até o carro.
    - Foi bom. Tava muito saboroso - realmente a janta estava ótima. O problema foi o clima em que ela estava com aquela garotinha muito incoveniente.
    - Tenho certeza que a Jassanã adorou você.
    - Ah, sim. Eu também. - respondeu, mentindo e sentindo mais raiva ainda pela filha dele.
    - E então? Quando você vai querer voltar?
    - Não sei, Peri, sabe. Aconteceram algumas coisas, que eu até ia dizer hoje pelo telefone.

    Os dois ficaram parados no portão da mansão.

    - O que aconteceu?
    - É que... meu noivo. Ele foi até a minha casa pedindo perdão. E eu não dei nenhuma resposta até agora.
    - Quer dizer então que você está pensando em voltar pra ele?
    - Sim, estou. Mas algo me diz que eu tenho uma escolha melhor.







    CONTINUA NO CAPITULO 19 - ENFIM... JUNTOS
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    Mensagem por Admin Sáb Jan 09, 2010 5:32 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Jacuí procura entender o porque do desiquilibrio mental de Aracauê, deixando-o furioso. Aracauê diz que ela está atrapalhando seus planos e pede para Peri demití-la mas o dono da empresa não faz isso. Jacuí escuta ele falando sozinho sobre sua filha desconhecida. Enquanto isso, Peri reencontra Ceci no momento em que ela está se separando do noivo. Ele pede pra que finjam estar se conhecendo de novo e eles finalmente começam à se entender. Peri a chama para jantar e ela conhece a filha dele bastante incoveniente que diz não querer o pai com nenhuma namorada. Ceci revela à Peri que seu ex-noivo a quer de volta mas acha que tem uma escolha melhor.


    Capítulo 19 - Enfim... juntos

    Jacuí permaneceu no escritório calada esperando descobrir mais sobre o contínuo até que ele saiu do escritório e a viu.

    - O que está fazendo aqui?
    - Trabalhando. - disse calmamente. Jacuí era uma pessoa calma e tímida, mas não era burra. Às vezes também perdia o controle como na hora que gritou com Aracauê. Mas na maior parte do tempo era calma, simples e simpática.

    O contínuo olhou desconfiado e foi embora. Logo depois, ela foi para casa também. Jacuí vinha de uma família humilde, tinha apenas dezesseis anos e já trabalhava porque precisava muito daquele emprego. Aracauê era muito mais velho do que ela e lhe dava medo. Não sabia como reagir da próxima vez que ele fosse ignorante com ela.


    Em frente à casa de Peri o clima era romântico e agradável. Ceci lhe contou sobre seu noivo que pediu desculpas mas que ela tinha outra opção além de ficar com ele que seria melhor.

    - E que opção é essa? - ele perguntou sorrindo, fingindo não saber.
    - Não finja. Você sabe muito bem qual é.
    - E você está na dúvida entre qual opção escolher?
    - Estava, não estou mais.
    - E escolheu o que?
    - Você saberá agora. - fechou a boca dele com o dedo, retirando-o depois e colocando o seu rosto no lugar.

    E assim, os dois finalmente encostaram seus lábios em um beijo longo do qual Peri há muito tempo esperara. Ceci estava com receio quanto ao que Jassanã falou. Seria aquela garotinha capaz de fazer algo pra atrapalhar o relacionamento deles?
    Após o beijo, Peri ficou completamente feliz. Ele ainda não sabia do conflito que a filha já tinha começado, portanto não havia mais nenhuma preocupação em sua cabeça. Realmente ele tinha passado à se tornar uma pessoa bastante sentimental. O amor que sentia por ela era verdadeiro, ao contrário de todas as outras mulheres que passaram por sua vida.

    - Acho que a Jassanã já foi dormir. Quer voltar para a minha casa? - perguntou ele, enquanto os dois ainda estavam no portão de fora da mansão.

    Os pensamentos dos dois naquele momento estavam interligados em uma única coisa para fazer. Assim, subiram para o quarto de Peri e deitaram na cama em meio à beijos, abraços e carinhos.
    Finalmente estavam juntos.







    CONTINUA NO CAPITULO 20 - UM NOVO DIA DE PROBLEMAS
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    Mensagem por Admin Sáb Jan 09, 2010 5:33 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Jacuí procura entender o porque do desiquilibrio mental de Aracauê, deixando-o furioso. Aracauê diz que ela está atrapalhando seus planos e pede para Peri demití-la mas o dono da empresa não faz isso. Jacuí escuta ele falando sozinho sobre sua filha desconhecida. Enquanto isso, Peri reencontra Ceci no momento em que ela está se separando do noivo. Ele pede pra que finjam estar se conhecendo de novo e eles finalmente começam à se entender. Peri a chama para jantar e ela conhece a filha dele bastante incoveniente que diz não querer o pai com nenhuma namorada. Ceci revela à Peri que seu ex-noivo a quer de volta mas acha que tem uma escolha melhor de ficar com ele.


    Capítulo 20 - Um novo dia de problemas

    Mais um dia se iniciava para todos. Um dia de felicidade para Peri e Ceci, de escola para Jassanã, de nervosismo para Aracauê e de indecisões para Jacuí.
    A vida de Peri tinha saído da monotonia e estava se tornando agitada. Mas ele não imaginava o quanto mais iria ficar.

    - Bom dia, Jassanã - comprimentou Alfred com a mesa cheia de comida.
    - Bom dia, Alfred - disse Jassanã, bocejando - Cadê o papai?
    - Está dormindo ainda.
    - Poxa, mas ele sempre acorda antes de mim. Queria perguntar hoje sobre o meu aniversário. O que será que ele vai fazer amanhã? O senhor já sabe, Alfred?
    - Mesmo que eu soubesse, não contaria algo que o doutor Peri não quer que a senhorita saiba antes da hora.
    - Poxa, Alfred. Então você sabe, né? Conta, conta. Por favor.

    E durante essa conversa, finalmente o mais novo casal daquela mansão acordou para tomar café da manhã com todos que estavam à espera de apenas uma pessoa e não duas. Jassanã assustou-se:

    - O que ela está fazendo aqui, papai?
    - Ela... é a nova namorada do papai, Jassanã.




    Jacuí já estava chegando na empresa para mais um dia de trabalho. Todos já estavam lá, menos Peri. Essa era a pior parte da história. Ela não podia chegar atrasada em sua primeira semana de emprego, mas não queria ficar na sala do escritório sozinha com o Aracauê. A menos que conseguisse descobrir o porque dele estar assim com ela. O que ela tem a ver com a tal filha desaparecida dele?
    Ela teria que entrar no jogo dele e fazê-lo confessar tudo o que pretende fazer.

    - Isso são horas de chegar aqui? - perguntou ele em tom de piada.
    - Não estou atrasada. - respondeu seriamente.
    - Por pouco, não é. Bastava alguns minutos e estaria atrasada. Eu, sendo o doutor Peri, não confiaria muito em você.
    - É mesmo? E o doutor Peri está aqui? Não.
    - Está dizendo que é superior à ele?
    - Olha aqui! Você quer pôr palavras em minha boca? Vá, pode pôr. Pode falar à ele o que quiser. Eu não tenho medo de você. Você não é uma pessoa equilibrada ao ponto do Peri escutar os seus conselhos.
    - Você está me chamando do que?
    - De desequilibrado. Ou melhor, maluco.
    - Eu que sou o maluco? Sou eu que mal entrei no emprego e estou apaixonado pelo Peri?
    - O que? - perguntou, ficando nervosa e pálida.
    - Oh, você acha que eu nunca vi o modo que você olha ele? Você é fácil de se decifrar e está apaixonada por ele. E esse é o problema!







    CONTINUA NO CAPITULO 21 - SEGREDOS
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    Mensagem por Admin Sáb Jan 09, 2010 5:34 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Jacuí procura entender o porque do desiquilibrio mental de Aracauê, deixando-o furioso. Aracauê diz que ela está atrapalhando seus planos e pede para Peri demití-la mas o dono da empresa não faz isso. Jacuí escuta ele falando sozinho sobre sua filha desconhecida. No outro dia, eles brigam novamente até que Aracauê diz que sabe do interesse amoroso da secretária pelo patrão.


    Capítulo 21 - Segredos

    - De onde você tirou isso?
    - Você não passa de uma adolescente. É muito fácil entender seus sentimentos. Você fica envergonhada toda vez que o vê.
    - E daí, o que isso te interessa?
    - E daí que... isso só atrapalharia tudo.
    - Tudo o que?
    - Não vou mais lhe responder nada! - saiu da mesa ao sentir que estava falando demais. Mas Jacuí o seguiu.
    - Olha, eu venho de uma família humilde. Estou tentando ganhar dinheiro para ajudar meus pais. Eu preciso desse emprego e exijo no mínimo que você me diga o que eu fiz pra você ter raiva de mim.

    Aracauê ficou calado.

    - O que foi que eu te fiz?

    Ele começou à andar pela sala do escritório desesperadamente para não responder a pergunta. Jacuí ao notar isso, começou a olhar o que ele estava fazendo na mesinha do escritório com uns papéis. Pegou os papéis para ler e o contínuo correu para puxá-los. Ela ainda conseguiu ler algumas partes. Os papéis eram umas fichas de um "Colégio Conceição" e saldos de banco.

    - NÃO TOQUE NESSAS COISAS! Isso não interessa a você!
    - Interessa a partir do momento em que você se importa com meus sentimentos por Peri. Você usou essa estratégia para me fazer achar que sabe tudo de mim e que conseguiria me tirar daqui, não é isso?
    - Você está maluca!
    - Eu estou maluca? Você está procurando informações sobre as pessoas e eu sou a maluca? Esses papéis não dizem respeito à você, isso eu tenho certeza.

    Ele não respondeu nada sobre isso ao ponto de Jacuí soltar o que pretendia.

    - É sobre a sua filha?
    - Filha? Que filha? Eu não tenho filha. - disse descontrolado, mas baixando o tom da voz.
    - Tem sim, eu já sei que tem. Mas não entendo o porque que você fica assim. O que aconteceu?

    Aracauê ficou sem falar por algum tempo. Jacuí estava reparando a demora de Peri e dava graças que ele não apareceu no meio da briga dos dois novamente. A atenção dela voltou para Aracauê a partir do momento que, para seu enorme espanto, ele começou à chorar.

    - O que... o que foi?

    O contínuo permaneceu chorando e caiu no chão murmurando.

    - Jassanã...







    CONTINUA NO CAPITULO 22 - O MOTIVO DE DESEQUILÍBRIO
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    Mensagem por Admin Sáb Jan 09, 2010 5:35 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Jacuí procura entender o porque do desiquilibrio mental de Aracauê, deixando-o furioso. Aracauê diz que ela está atrapalhando seus planos e pede para Peri demití-la mas o dono da empresa não faz isso. Jacuí escuta ele falando sozinho sobre sua filha desconhecida. No outro dia, eles brigam novamente até que Aracauê diz que sabe do interesse amoroso da secretária pelo patrão. A secretária por sua vez pega papéis dele de um Colégio chamado Conceição e pergunta se isso tem a ver com a filha dele. Ele começa a chorar murmurando o nome Jassanã.


    Capítulo 22 - O motivo de desequilibrio

    Jacuí correu para ajudá-lo.

    - Calma, calma. O que foi? Está se sentindo mal?
    - Não, não - respondeu com a voz trêmula e as lágrimas escorrendo pelo rosto - É que... eu sinto muito pelo que fiz com você agora. Eu sou um idiota mesmo.
    - Aracauê, calma. Eu preciso antes saber o que aconteceu.



    - Eu não acredito que o senhor está namorando essa aí, papai. - gritou Jassanã.
    - Jassanã, isso são modos de tratar a Ceci? - repreendeu Peri.
    - Ela só quer o seu dinheiro, pai.
    - Dinheiro? Desde quando você sabe dessas coisas? - perguntou assustado, olhando para a cara de Ceci e tentando acalmá-la com a situação.

    A felicidade sem preocupações de Peri estava começando a ser abalada a partir daquele momento. A sorte foi que Ceci não reagiu às agressões verbais pois estava consciente que Jassanã não passava de uma criança mimada. A garota saiu da mesa, pegou a mochila e correu pra pegar o ônibus escolar do seu Colégio Conceição.



    - Eu... eu queria apenas tê-la pra mim. Eu não tenho mais ninguém na minha vida - iniciou Aracauê, com Jacuí tentando entender sua história.
    - Mas sua filha... Jassanã. O que aconteceu com ela? Ela está bem?
    - Ela está ótima! Ótima sem saber nem que eu existo.
    - Por que? Como ela não sabe?
    - Ocorreu... um conflito de estudantes e policiais nas ruas da cidade há oito anos atrás. - ele estava falando pausadamente e gaguejando, notava-se que era algo difícil pra ele lembrar e falar - Jassanã ainda estava na barriga da mãe. Mas, eu acabei sendo atingido na cabeça naquele dia passei a não saber o que aconteceu com a María e minha filha. Até que... depois de um ano. Recebi uma visita surpresa dela na minha casa. Ela estava com o bebê nos braços e me mostrou dizendo que seria a única oportunidade de ver a minha filha pois ela fugiria da cidade. Eu me ofereci pra ficar com a garota, mas María disse que ela tinha um lugar muito melhor para viver. A partir daí eu a segui até descobrir onde ela deixou minha filha e ver sua fuga. Eu pedi pra que ela fugisse da cidade comigo e sua filha mas ela respondeu que estava indo embora justamente para se livrar de todos nós com outro homem.

    Jacuí permaneceu atenta com a história. "Seria tudo isso verdade ou a loucura dele está inventando essa história toda?", pensava ela. Enquanto isso, ele continuava a falar.

    - Assim, eu comecei a implorar pra que me aceitassem nas indústrias Tupiniquins para ter mais informações da minha filha. Eu fui abandonado pelo meu pai, minha mãe morreu, não tenho nada a não ser a Jassanã para continuar vivendo - as lágrimas escorriam sobre seu rosto.
    - E agora, o que você pretende fazer então?
    - Ter minha filha de volta, pegar o dinheiro do Peri e matar a María.







    CONTINUA NO CAPITULO 23 - IMPLICÂNCIA
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    Mensagem por Admin Sáb Jan 09, 2010 5:36 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Jacuí procura entender o porque do desiquilibrio mental de Aracauê, deixando-o furioso. Aracauê diz que ela está atrapalhando seus planos e pede para Peri demití-la mas o dono da empresa não faz isso. Jacuí escuta ele falando sozinho sobre sua filha desconhecida. No outro dia, eles brigam novamente até que Aracauê diz que sabe do interesse amoroso da secretária pelo patrão. A secretária por sua vez pega papéis dele de um Colégio chamado Conceição e pergunta se isso tem a ver com a filha dele. Ele começa a chorar murmurando o nome Jassanã e conta tudo o que aconteceu pra ficar desse jeito. Aracauê havia sido atingido no combate contra os policiais e nunca mais viu a filha até Maria mostrar pra ele e dizer que ia fugir e deixar a menina com uma pessoa melhor que ele. Agora, ele planeja pegar Jassanã, o dinheiro de Peri e matar María.


    Capítulo 23 - Implicância

    - Aracauê, você não pode fazer isso.
    - Eu tenho que fazer. Ou minha vida... não terá mais sentido.
    - Então você quer se tornar um bandido? - perguntou Jacuí.
    - Não, eu não sou bandido.
    - É sim. Você planeja sequestrar, roubar, matar e diz que não é bandido?
    - Eu... eu... O que eu devo fazer então?
    - Eu entendo que você queira ter sua filha e até compreendo que tente pegá-la de Peri, mas acho que está indo muito longe ao planejar roubá-lo e matar a tal de María. Por que você não se acalma um pouco e tenta pensar nas consequências drásticas que teria se fizesse isso? Poderia não ter nada e acabar preso, sem dinheiro e sem sua filha.



    Na mansão do rico Peri Tupiniquim as coisas não iam muito bem. Peri estava atrasado para chegar na empresa mas isso nem se passava pela sua cabeça. O que tinha acabado de ocorrer era um sinal de que nada é bom por muito tempo e aquela alegria dele estava começando a ser abalada, pois ele conseguia compreender que coisas piores viriam.
    Ceci estava calada, mas notava-se que não conseguia parar de pensar na cena e que estava só esperando Peri iniciar a conversa sobre aquilo.

    - Eu... sinto muito pelo que aconteceu agora, Ceci. Tenho certeza que ela só falou aquilo da boca pra fora. Ela é uma criança. Ela não entende as coisas.
    - Claro que entende, Peri! - respondeu imediatamente - Ela não tem mais uma cabeça infantil. Ela é muito mais adulta do que pensamos e receio que ela pode fazer até o nosso relacionamento acabar.
    - Eu nunca deixaria que ela fizesse isso.
    - Será, Peri?
    - Claro que sim. Eu te amo, Ceci! E eu farei de tudo para não te perder.

    As últimas palavras de Peri a deixaram emocionada por ver à cada dia que o amor que ele sentia era realmente verdadeiro. Mas a garota ainda era uma preocupação. Ele gostava muito da filha e isso atrapalharia tudo. A implicancia da garota parecia ser muito grande com ela.

    - Olha, daqui a pouco ela largará do colégio. Por que não vamos buscá-la? Vamos à praça aqui perto. Eu farei vocês se entenderem.
    - Eu não sei, Peri.
    - Por favor. Venha comigo, hoje e eu juro que farei de tudo pra mudar a primeira impressão que vocês duas estão tendo uma da outra.
    - Ta certo, então. - respondeu não muito entusiasmada.
    - Ótimo, vamos tomar um banho. Me acompanha? - disse sorrindo.

    O pensamento dela imaginava o que ainda a aguardava naquele dia. Seria mesmo aquilo uma ótima idéia de Peri ou faria só a situação piorar mais ainda?







    CONTINUA NO CAPITULO 24 - O PASSEIO NO PARQUE
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    A Chama de Tupã Empty Re: A Chama de Tupã

    Mensagem por Admin Sáb Jan 09, 2010 5:37 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Aracauê conta todo o motivo de seu desequilíbrio para Jacuí depois de uma briga deles. Ele havia sido atingido no combate contra os policiais e nunca mais viu a filha Jassanã até Maria mostrar pra ele e dizer que ia fugir e deixar a menina com uma pessoa melhor. O contínuo também confessa que planeja pegar Jassanã, o dinheiro de Peri e matar María mas Jacuí diz que isso não é uma boa idéia.
    Enquanto isso, Peri tenta melhorar a situação depois do desentendimento entre sua namorada Ceci e a filha combinando um passeio com as duas.


    Capítulo 24 - Passeio no parque

    O sino toca. Os alunos correm pelo pátio do colégio, alegres por estarem dispensados. Entre eles está Jassanã que ao ver o pai lhe esperando do lado de fora corre alegremente sem notar aqueles que estão por perto que, no caso, era Ceci.

    - PAPAAAAI!!! - abraçou - O que o senhor está fazendo aqui? Não devia estar na empresa?
    - Eu... tirei uma folga. Pra passear.
    - Oba, passeio! - sorriu.
    - Quer ir brincar um pouco na praça e tomar sorvete aqui perto?
    - Sim, vamos entrar no carr... Por que ela veio? - perguntou perdendo instataneamente o sorriso ao ver Ceci.
    - Pra passear conosco.

    Os três entraram no carro. Peri deu graças por Jassanã não ter respondido nada depois disso e nem Ceci ter se dirigido à ela. Será que aquele plano dele daria certo? Ele não sabia. Mas a única forma naquele momento de melhorar as coisas era deixar o silêncio reinar naquele carro. Se uma conversa iniciasse alí, com certeza uma das duas sairía ofendida.
    Enfim, chegaram na praça onde tinha um parquezinho.

    - Jassanã, venha comigo. Quero comprar um sorvete pra você, venha. - Peri já tinha combinado com Ceci que conversaria com a garota sozinho e tentaria fazer ela parar com aquela implicância.

    Sorvete comprado, ele começou a falar do assunto para a menina:

    - Sabe, Jassanã, a Ceci é a nova namorada do papai e ela ficou um pouco ofendida com as coisas que você disse hoje.
    - Mas pai, ela não é uma pessoa certa para o senhor.
    - Sou eu que decido isso, minha filha. Você ainda é muito pequena, não sabe dessas coisas para decidir minha vida. - falou, tentando ter a maior calma e paciencia possivel com a filha.
    - Mas eu não gostei dela.
    - Você nem a conheceu direito. Garanto que se vocês passarem um tempinho conversando se tornarão grandes amigas.
    - Mas... Ta, tudo bem. Eu vou brincar um pouco com ela, tá?
    - Ótimo. Ficarei alimentando os pombos aqui por enquanto.

    Jassanã foi até onde estava Ceci. Ficou encarando ela durante alguns segundos até dizer:

    - Quer sorvete?
    - Não, não. Obrigada. - respondeu Ceci, tentando ser calma e paciente mas sem mostrar nenhum sorriso por mais falso que fosse.
    - Tá. - começou a tomar sozinha.
    - Olha, Jassanã. Eu entendo que você queira seu pai com outra pessoa, sabe. Mas você devia pensar sobre o bem estar do seu pai. Ele está feliz e assim você também ficará feliz com o tempo. Eu prometo brincar com você, lermos histórias quando você quiser. Serei sua amiga, você poderá contar comigo sempre, certo?

    Ela ficou calada por um tempo, até responder:

    - Eu não preciso de amigas da sua idade, muito menos de você. Amanhã é o meu aniversário e desejarei que você vá embora da minha casa.
    - É sua casa?
    - É sim. É do meu pai e minha, não é sua.
    - Você está muito mimada. Não se pode ser assim. Pense na felicidade do seu pai. - a calma dela estava acabando. Mas Jassanã permanecia falando baixo, pra Peri não escutar de longe.
    - Eu não estou nem aí para o que o meu pai precisa. Eu simplesmente não gosto de você e não quero você lá em casa.
    - O que você tem contra mim?
    - Você não vai se casar com ele, não vai tirar a minha herança. Não é uma pessoa rica, é uma vigarista. Eu escutei muito bem o Alfred e Damiana. Eu entendi o que eles disseram. Eu posso perder minha herança pra você.

    "Então os próprios serviçais dele falam de mim", resumiu Ceci.

    - Disseram até que poderia ser uma "mulher da vida" que ele conheceu. O que é uma "mulher da vida"?
    - É ALGO QUE NÃO LHE INTERESSA SABER! VOCÊ ESTÁ ASSIM PORQUE FICA ESCUTANDO CONVERSAS ALHEIAS E TIRA CONCLUSÕES PRECIPITADAS. VOCÊ NEM ENTENDE AS COISAS PRA PODER FALAR MAL DE MIM, GAROTA. VOCÊ É UMA CRIANÇA!
    - Você está gritando comigo. Você é má! - Jassanã fez cara de choro - Vou contar pro meu pai.
    - AH, NÃO VAI NÃO! - Ceci segurou o braço da garota, ela tentou soltar mas acabou batendo tropeçando no banco da praça. Ao cair, as mãos de Ceci acabaram rasgando um pedaço da camisa dela.

    Ceci estava falando alto demais. Peri correu pra saber o que estava acontecendo. Jassanã percebeu isso e começou à chorar quando o pai chegou para ver a cena da filha caída no chão e uma parte da camisa nas mãos de Ceci..

    - Por favor, não me bata mais! - gritou Jassanã.






    CONTINUA NO CAPITULO 25 - A GAROTA MÁ

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