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Ricarte
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    A Chama de Tupã

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    A Chama de Tupã - Página 2 Empty Re: A Chama de Tupã

    Mensagem por Admin Sáb Jan 09, 2010 5:38 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Aracauê conta todo o motivo de seu desequilíbrio para Jacuí depois de uma briga deles. Ele havia sido atingido no combate contra os policiais e nunca mais viu a filha Jassanã até Maria mostrar pra ele e dizer que ia fugir e deixar a menina com uma pessoa melhor. O contínuo também confessa que planeja pegar Jassanã, o dinheiro de Peri e matar María mas Jacuí diz que isso não é uma boa idéia.
    Enquanto isso, Peri tenta melhorar a situação depois do desentendimento entre sua namorada Ceci e a filha combinando um passeio com as duas, mas dá tudo errado a partir do momento em que brigam e Jassanã tropeça nas escadas da praça e começa a chorar.


    Capítulo 25 - A garota má

    - O que significa isso? - perguntou Peri sério olhando para Ceci.

    Ceci, nervosa, não conseguia explicar.

    - É q-que ela... ela... - gaguejou.
    - ELA BATEU EM MIM, PAI! - gritou Jassanã, chorando.
    - É mentira! - retrucou Ceci, para a garota - Eu nunca... machucaria você.
    - Vejo que trazer vocês pra cá foi a pior idéia que já tive. Vamos embora, Jassanã. E Ceci... - disse sem olhar pra ela - peço que vá pra casa. Amanhã nós conversamos.
    - Não! - ela respondeu. - Você está acreditando nela, Peri? Eu nunca faria isso. Ela caiu, tropeçou, ela me xingou e você vai acreditar nela?
    - Ela é minha filha acima de tudo e eu conheço ela desde que nasceu. Eu não acho que ela mentiria sobre isso pra mim.
    - Ela não mentiria pra você se ela não tivesse raiva de mim, mas ela tem! E eu ainda não sei o porque.
    - Pai, vamos embora. Eu não quero mais ficar aqui. - pediu a menina, ainda com cara de tristeza.
    - Tá, vamos.

    Quando Peri estava prestes a sair da praça com a filha, deixando Ceci sozinha, uma voz o chamou:

    - Moço! Moço!
    - Oi, o que foi? - virou-se para ver quem era. Era um vendedor de algodão-doce com o estojo na mão.
    - Tome o estojo. A sua filha deixou cair quando tropeçou aqui. Essas escadinhas da praça precisam de cuidado para subir, não é?
    - É mesmo? - perguntou olhando sério para Jassanã que passava a olhá-lo assustada - Realmente as 'escadas' são um perigo.



    No escritório, estava tudo mais calmo do que antes. Jacuí estava começando a compreender o problema de Aracauê e ele, por sua vez, viu que estava errado em fazer tudo aquilo contra ela.

    - Acho que doutor Peri não virá hoje. Já é quase noite. - disse ela, quebrando o silêncio do escritório.
    - É verdade.
    - Acho que já vou arrumar minha bolsa para terminar o expediente.
    - Jacuí, eu queria te dizer...
    - O que?
    - Você perguntou mas eu não respondi bem. Eu não tenho raiva de você.
    - Tudo bem, você já me pediu desculpas.
    - Eu só fiz aquilo com você essa semana porque... você trabalhando aqui perto de mim descobriria tudo o que estava fazendo aos poucos e contaria para o Peri, já que gosta tanto dele. É por isso que eu tentei lhe despedir da empresa, nunca ninguém tinha trabalhado aqui nessa sala. Agora é que quiseram contratar secretárias pra cá. Mas eu não me preocupo mais com isso. Você já sabe de tudo da minha vida e eu sei que não vai contar nada pra ninguém. Eu já sei que posso contar com você... Certo?






    CONTINUA NO CAPITULO 26 - PROVIDÊNCIAS





    Nos capitulos anteriores...
    Peri tenta melhorar a situação depois do desentendimento entre sua namorada Ceci e a filha combinando um passeio com as duas, mas dá tudo errado a partir do momento em que brigam. Nessa briga entre as duas, Jassanã acaba revelando à Ceci que os serviçais do pai é que disseram tudo o que ela acha sobre Ceci. Ela também diz pro pai depois que foi agredida por Ceci, mas Peri acaba descobrindo toda a verdade.
    Enquanto isso, Aracauê conta todo o motivo de seu desequilíbrio para Jacuí depois de uma briga deles e pergunta à Jacuí se ela guardaria esse segredo principalmente para Peri.


    Capítulo 26 - Providências

    - Claro... claro que sim. Eu não contaria nada para o Peri. - respondeu Jacuí, ainda em dúvida se seria capaz de guardar esse segredo pra sempre.
    - Que bom! - sorriu - Vou arrumar minhas coisas então para largarmos o expediente.




    Chegando na casa de Peri, estavam Ceci (que foi chamada pra lá de volta depois de Peri concluir a situação), ele e a filha Jassanã. Peri estava muito irritado com o que Jassanã fez. Ela, por sua vez, assim que chegou em casa correu para subir as escadas até chegar ao quarto.

    - Jassanã! Volte aqui! Volte aqui! - chamou ele, mas a garota não atendeu, fazendo-o subir as escadas para chegar até ela.
    - Peri, calma! - falou Ceci olhando ele subir as escadas mas tentando não se meter naquele problema.

    Ela estava naquele momento de frente para Alfred e Damiana. Os dois que acabaram, indiretamente, fazendo a cabeça de Jassanã contra ela. Eles haviam saído da cozinha para saber o que estava acontecendo.

    - O que houve, madame?
    - É um... conflito. Entre pai e filha. - tentou controlar a raiva que ela passava a sentir daqueles dois serviçais.
    - Nunca ocorreu nada assim aqui. Sempre foi uma casa calma. Nenhuma pessoa veio pra cá para pertubar a vida do Dr. Peri e da filha dele desse jeito.
    - Perturbar?! Está dizendo que eu sou essa pessoa?
    - Não, não, não é isso, senhora. Desculpe o Alfred. - disse Damiana.
    - Não desculpo. Nem ele e nem você. Caso não entederam ainda, eu sei o que estão falando sobre mim. Por que acham que a Jassanã tem raiva de mim? Uma criança de oito anos não tem a capacidade de entender essas coisas.
    - Mas nós nunca ofenderíamos a senh...
    - Vocês disseram que eu sou uma vigarista, que só quero o dinheiro do Peri e que posso ser até uma prostituta! Isso não é ofender?
    - Eu... eu... que gritos são esses? - perguntou em um ato desesperado de não falar mais nada sobre aquilo.

    O Peri tinha começado à gritar com a filha lá em cima.

    - Jassanã! Olhe aqui! Olhe pra mim! Por que você está fazendo isso?! Por que está agindo assim?! Ficar mentindo sobre a Ceci. Nem parece mais uma criança!
    - Ela é má, pai! Ela não é uma pessoa boa! Ela quer roubar o senhor!
    - Quem botou isso na sua cabeça? De onde você está tirando isso? - a garota ficou calada - O que faz você dizer pra mim que ela te bateu?
    - Ela quer o seu dinheiro. Até o Alfred e Damiana sabem disso. - Peri olhou pra ela estranhando por nunca pensar que os seus serviçais falassem coisas assim pelas suas costas.
    - Então foi deles que você tirou essa idéia?

    A garota afirmou com a cabeça, olhando para baixo e mais quieta.

    - O que mais eles diziam sobre mim?
    - Riam dizendo que o senhor nunca conseguiria uma mulher. Que era um traumatizado e que qualquer dia levaria a empresa à falência.

    Peri ficou um instante olhando para o chão até tomar a reação de descer as escadas. O barulho da conversa deles no quarto já não dava mais pra escutar lá embaixo, o que fez Ceci voltar com a conversa sobre eles falarem mal dela. Peri descendo as escadas e escutando isso fez ele ter a certeza de que aquilo que a filha disse dessa vez era verdade.

    - Eu sabia que uma criança não teria umas idéias dessas sozinha. - ao falar isso, assustou todos na hora, que se viraram imediatamente pra ele - Como puderam ficar falando mal de mim pelas costas depois de tudo o que eu e meu pai fizemos por vocês?
    - Mas senhor, nós... - disse o serviçal nervoso.
    - Fora! Não quero mais vocês aqui!
    - Mas é que...
    - FORA! Eu não quero mais saber de suas histórias! Quero os dois fora daqui! Deve ter um patrão melhor do que eu por aí para vocês rirem e falarem coisas. E VOCÊ JASSANÃ... - apontou para a garota que olhava para ele na parte de cima da casa - SAIBA QUE A CECI A PARTIR DE AGORA É SUA MADRASTA. EU A AMO, VOU ME CASAR COM ELA E NÃO IMPORTA O QUE OS OUTROS PENSEM OU FALEM! NEM VOCÊ, NEM NINGUÉM IRÁ MUDAR ISSO!






    CONTINUA NO CAPITULO 27 - MAS O TEMPO PASSA...


    Última edição por Admin em Sáb Jan 08, 2011 1:44 pm, editado 1 vez(es)
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    Mensagem por Admin Sáb Jan 09, 2010 5:38 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Aracauê conta todo o motivo de seu desequilíbrio para Jacuí depois de uma briga deles e pergunta à Jacuí se ela guardaria esse segredo principalmente de Peri.
    Enquanto isso, Peri tenta melhorar a situação depois do desentendimento entre sua namorada Ceci e a filha combinando um passeio com as duas, mas dá tudo errado a partir do momento em que brigam. Nessa briga entre as duas, Jassanã acaba revelando à Ceci que os serviçais do pai é que disseram tudo o que ela acha sobre Ceci. Ela também diz pro pai isso depois dele gritar e castigá-la. Ao saber que seus serviçais viviam falando mal dele, Peri grita e os manda pra fora de sua casa além de dizer pra Jassanã que nada vai mudar o que ele sente por Ceci.


    Capítulo 27 - Mas o tempo passa...

    Jassanã olhava atentamente para o pai e o seu comportamento alterado. Damiana passava à chorar ao lado de Alfred. Mesmo que as mentiras tenham sido descobertas, Ceci não estava feliz com aquela situação. Era triste olhar para os serviçais dizendo que não tinham outra forma para viver longe daquela casa. Mas Peri, naquele momento, estava descontrolado ao ponto de não pensar nas consequências.

    - Ah, e sem aniversário pra você, amanhã. - terminou Peri de falar para Jassanã.
    - O quê?! - gritou em choque.
    - É isso mesmo. Vamos ver se você aprende a não mentir mais a partir de agora.

    O tempo foi passando e os anos que se seguiram permaneceram agitados. Naquele ano, realmente a festa de aniversário de Jassanã foi cancelada. A menina, a partir daquele momento, viu que o pai fez algo que nunca faria antigamente e isso se tornava mais um motivo pra ela permanecer com raiva de Ceci.
    Dois anos depois, Peri e Ceci finalmente se casaram. Na cerimônia, a mulher e a filha de Peri (que já estava mais crescida) brigaram novamente onde Jassanã chegou a dizer "Eu te odeio" tanto para a madrasta quanto para o pai. A raiva da garota com Peri passou rápido, mas a dela com Ceci não. As duas a partir daquele momento não conseguiam mais se aproximar nem dar um oi, pesando mais ainda o clima da casa.
    Ceci passou a morar com Peri e em um certo dia viu o mordomo Alfred na rua bastante debilitado e fraco. Sentindo pena dele, ela pediu que Peri o chamasse de volta junto com a Damiana. Ele fez isso mas já era tarde demais, pois acabou descobrindo que Alfred tinha acabado de morrer. Damiana acabou voltando para a mansão. Passou vários meses chorando pela casa pensando no Alfred.
    Aracauê e Jacuí estavam com uma grande afinidade, mas em nenhum momento tiveram alguma relação amorosa. Jacuí não conseguia ver o contínuo desequilibrado de outro modo. Peri era o dono de seu pensamento. Ela tinha uma grande inveja de Ceci por isso.

    Assim, se passaram mais sete anos. Com Peri tendo trinta e sete e com medo de chegar logo aos quarenta. Já Ceci estava com trinta e um. A diferença de idade dos dois já não tinha nenhuma importância mais. Jassanã, estava com dezessete anos, já era uma moça que permanecia com raiva de Ceci. Dessa vez, ela tinha uma idade para iventar coisas muito piores sobre Ceci sem a ajuda de ninguém.
    Jacuí durante esse tempo acabou convencendo Aracauê à não contar nada sobre sua filha pra ninguém e pra esperar o tempo certo de contar. O problema era que esse tempo nunca chegava e ele a cada dia fica mais ansioso para poder encontrar a filha e dizer toda a verdade.

    As indústrias Tupiniquins estavam crescendo mais e mais. O número de empregados crescia também.



    - O Dr. Peri já chegou? - perguntou Aracauê para Jacuí.
    - Ainda não. Já já ele deve estar por aqui.
    - Jacuí, preciso te dizer uma coisa. - disse nervoso.
    - O que foi, Aracauê? - perguntou, olhando para o contínuo que nunca falou com ela nesse tom sussurrando.
    - Eu não aguento mais guardar isso dentro de mim.
    - Como assim? - estranhou. Estaria o Aracauê apaixonado por ela?
    - Eu não consigo mais vê-la e não poder dizer a verdade.
    - E qual é essa verdade?
    - Que eu sou o pai dela. - respondeu, acabando com as imaginações de Jacuí sobre do que ele poderia estar falando.
    - Ah, sim. - disse olhando para baixo - Esse dia chegará, Aracauê. Acalme-se.



    - Pai - chamou Jassanã, quando Peri estava prestes à sair da mansão.
    - Oi, filha. O que foi?
    - Eu queria saber, se dava para você ficar aqui em casa essa noite. Hoje eu trarei o meu namorado Abaeté pra cá e queria que você o conhecesse.
    - Sim, sim, claro. Que tal um jantar especial?
    - Seria ótimo. - sorriu.






    CONTINUA NO CAPITULO 28 - UM PEDAÇO DO PASSADO
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    Mensagem por Admin Sáb Jan 09, 2010 5:38 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Capitulo 1
    Peri entrou no carro rapidamente e correu com o carro desesperado. Ele começou a se sentir mal por ter feito aquilo com a garota. Não era a primeira vez que ele tinha feito isso com alguém, mas dessa vez lhe bateu o arrependimento. Ele poderia ter sido calmo com ela. Ela ja gostava dele, só precisava de tempo.
    CRAK!!!!!
    E assim, com o seu pensamento longe da estrada, Peri atropelou algo sem notar até escutar o barulho. "Meu Deus, o que foi aquilo?" pensou ele.
    Ao olhar pra trás viu uma coisa voando pelo ar e uma mulher gritando:
    - ABAETÉÉÉÉÉ!!!!


    Os anos passaram, Aracauê depois de contar todo o motivo de seu desequilíbrio para Jacuí depois de uma briga deles e recebe os conselhos dela de guardar esse segredo até a hora certa.
    Enquanto isso, Peri tenta melhorar a situação depois do desentendimento entre sua namorada Ceci e a filha combinando um passeio com as duas, mas dá tudo errado a partir do momento em que brigam. Depois de anos, a raiva das duas continuam e agora Jassanã pede para Peri para ele conhecer o seu namorado. Peri, assim, combina um jantar para conhecê-lo.


    Capítulo 28 - Um pedaço do passado

    Fazia alguns meses que Jassanã tinha esse namorado Abaeté. Peri nunca o tinha visto, talvez por falta de interesse. Ele não se preocupava mais com o que estava acontecendo com a vida da filha. Ela já era naquele momento quase adulta. Tinha dezessete anos, mas com grande responsabilidade (pelo menos ele achava que tinha).
    O jantar seria no final daquela semana. A ansiedade de Jassanã para que o pai conhecesse o namorado era imensa. Já Peri pensava mais em ficar descansando ao lado de Ceci nas horas vagas sem pensar em nada. Porém, a semana passou rápido e a hora do jantar logo chegou.

    - Olá - comprimentou Peri.
    - Oi, senhor Peri, como vai? - respondeu o rapaz meio tímido - Meu nome é Abaeté. Muito prazer.

    Abaeté era magro, tinha cabelos escuros, bigode pequeno e sobrancelhas grossas. O que mais chamou atenção de Peri no rapaz, porém, foram algumas marcas de cicatrizes que ele possuia no pescoço que pareciam ir por várias partes do corpo.

    - Boa noite, eu me chamo Ceci, sou a esposa do Peri. - comprimentou Ceci, sorrindo.
    - Querido, vamos aqui, quero lhe mostrar uma coisa - puxou Jassanã, tirando-o de perto de Ceci, a madrasta que ela ainda odiava.
    - Daqui a pouco o jantar ficará pronto - avisou Peri, atualmente eles só tinham os porteiros do lado de fora da mansão, a Damiana e uma empregada nova cuidando da casa.
    - Senhor Peri. Antes eu queria falar uma coisa. - pediu Abaeté.

    Nesse momento Jassanã abriu um largo sorriso, passando um estranhamento e Peri que começou à achar que ela sabia exatamente do que se tratava.

    - Pode dizer - respondeu.
    - É que... - começou, nervoso - eu conheço a sua filha já faz bastante tempo e... eu realmente gosto muito dela. - o sorriso de Jassanã crescia cada vez mais - É por isso que eu gostaria de ter a sua permissão para noivar com ela neste exato momento.

    Peri tomou um susto. "Não está muito cedo, não?", pensava. O que ele deveria fazer agora? Ele já tinha um relacionamento muito bom com a filha depois de muitas brigas antigas, se ele respondesse "Não" nesse momento, ela voltaria a ter raiva dele. Porém ele mal conhecia o rapaz e pela cara da Jassanã, ela sabia de tudo desde o início. Como é que decidem noivar no primeiro encontro que tem com o pai da noiva, tendo essa noiva apenas dezessete anos? Com tudo isso na sua cabeça, um resposta 'mecânica' dele saiu rapidamente causando-lhe um grande arrependimento depois.

    - Claro.

    Jassanã soltou um grito de felicidade e abraçou fortemente o pai logo após receber o anel. Tudo parecia muito bem programado pelos dois, parecia que os únicos que não compareceram aos ensaios foram ele e Ceci. Mas agora não dava mais pra fazer nada, o noivado dos dois se concretizou, restava saber se seria bom para os dois, ou para os quatro pois Ceci também pensava como seria bom se Jassanã fosse morar em outro local depois de casar.



    O telefone estava se popularizando mais no país. Jacuí já tinha o seu, na nova casa que ela conseguiu comprar juntando seu dinheiro. Esse mesmo telefone começou a tocar na sala de estar.

    - Alô.
    - Alô - ela passou a escutar sussurros - Jacuí?
    - É ela sim, quem é?
    - Aracauê.
    - Ah, oi Aracauê - "como não identifiquei?", pensou. Era tão fácil identificar a voz desequilibrada e sussurrante dele. - Como você está?
    - Mal, muito mal. Eu não estou conseguindo me controlar.
    - Calma, o que está havendo?
    - Eu não posso mais esconder a verdade da minha filha!
    - Aracauê, você não pode ficar assim. Eu vou passar aí na sua casa. Espere.



    O jantar na mansão Tupiniquim foi servido aos olhos desconfiados de Peri para com o casal que acabou de noivar.

    - Então, Abaeté. Conte-me sobre a sua vida. - perguntou, querendo saber indiretamente se ao menos a família dele era rica.
    - A minha vida... não é algo que eu goste de falar.
    - E por que não? - insistiu,
    - Pai, o Abaeté tem traumas difíceis. - respondeu Jassanã.
    - Traumas? - Peri não conseguiu mudar de assunto - Tem algo a ver com essas cicatrizes?
    - Paaaai! - censurou novamente Jassanã.
    - Não muito. Essas cicatrizes são de um acidente que eu sofri quando era bebê. Minha mãe disse que um homem alcoolizado depois de uma confusão em uma festa saiu com o carro correndo e acabou batendo no carrinho em que eu estava.
    - Meu Deus - disse Jassanã apavorada. Quem foi esse infeliz?
    - Não sei. Minha mãe gritou por mim, achou que eu estivesse morto. Mas graças ao socorro rápido que tive eu não morri no acidente, só fiquei assim com essas cicatrizes.

    Essa cena estava ficando muito familiar para Peri até ele ter uma súbita lembrança de que o causador daquele acidente era ninguém mais, ninguém menos que ele.






    CONTINUA NO CAPITULO 29 - SEGREDOS ENTERRADOS


    Última edição por Admin em Sáb Jan 08, 2011 1:48 pm, editado 2 vez(es)
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    A Chama de Tupã - Página 2 Empty Re: A Chama de Tupã

    Mensagem por Admin Sáb Jan 09, 2010 5:41 pm

    Capítulo 29 - Segredos enterrados

    Se sentindo mal ao ver a cena da filha com o recém-noivo falando mal dele mesmo sem saber, Peri tentou sair da mesa sem ser muito notado. Mas isso não ocorreu.

    - Um absurdo iss... Pai, vai onde? - perguntou a filha.
    - Eu? Eu vou aqui no toalete, querida.
    - Está bem, então.

    Peri ficou sozinho por vários minutos, esperando pararem de falar sobre aquele assunto. Falar com ele sobre qualquer coisa daquela época lhe trazia enormes dores. Muitas lembranças que ele gostaria de deixar enterradas apareciam ao citar aquela época. Lembrava-se de como era uma pessoa diferente, estranha, má. Também lembrava da morte do pai, das bombas, de tudo que aconteceu naquele fim de semana traumático. Seria muito melhor se tudo continuasse guardado apenas em sua mente.

    - Demorou - cochichou Ceci ao seu lado quando ele se sentou na mesa novamente.

    Ceci estava profundamente desajustada naquela ocasião em que apenas o Peri lhe dava um pouco de atenção. Damiana também não gostava dela pelo que aconteceu com o Alfred e ela no dia em que foram demitidos.



    - Aracauê, oi! - abraçou Jacuí ao chegar na casa bem simples do contínuo.
    - Oi - respondeu, quase tremendo. Ele tinha parado de ficar dessa forma.

    Jacuí reparou o quanto o continuo estava voltando a ser desequilibrado como antes. Era realmente isso que o tornou desse jeito. O sentimento que ele tinha pela filha.

    - Calma, Aracauê. Quer desabafar comigo?
    - Quero, quero. Eu preciso ver minha filha agora.
    - Aracauê, você não pode fazer isso. Ela ainda nem te conhece, irá tomar um susto ao lhe ver dizendo isso. Vai achar que está maluco.
    - EU PRECISO VÊ-LA!
    - Fique calmo! - insistiu Jacuí tentando ajudá-lo.
    - EU NÃO CONSIGO FICAR CALMO! - gritou nervoso.

    E em um ato de desespero, Jacuí o beijou antes que ele gritasse mais alguma coisa.

    - E agora? - perguntou.



    O encontro entre Peri e Abaeté e o noivado inesperado de Jassanã estava quase chegando ao fim. Peri já estava querendo apressá-los:

    - Filha, você não acha que já está na hora de Abaeté ir pra casa não? Os pais dele já devem estar preocupados.
    - Não, senhor Peri. Eu não tenho pai. E a minha mãe, Iracema, é bem legal. Eu avisei ela que podia chegar tarde, mas acho que já está na hora de ir mesmo.
    - Como assim você não tem pai? - perguntou Ceci, pela primeira vez entrando na conversa.

    Jassanã fez uma cara feia. Ela já sabia dessa história, por isso alertou pouco tempo atrás à Peri que seu noivo tinha alguns traumas.

    - Minha mãe disse que meu pai era um homem rico e arrogante que ela conheceu em uma festa mas que achou que fosse boa pessoa. Ele se aproveitou dela. - disse com uma raiva aparecendo em suas feições - Eu não gostaria de vê-lo na minha frente pois não sei o que faria se visse.
    - Meu Deus, que história triste. - respondeu Ceci, que passou a olhar para o marido - Não é, Peri? .... Peri?!

    Peri estava paralisado.

    - Pai?!







    CONTINUA NO CAPITULO 30 - SEGREDOS DESENTERRADOS


    Última edição por Admin em Ter Jan 11, 2011 3:12 pm, editado 2 vez(es)
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    Mensagem por Admin Sáb Jan 09, 2010 5:43 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Capitulo 1

    Peri entrou no carro rapidamente e correu com o carro desesperado. Ele começou a se sentir mal por ter feito aquilo com a garota. Não era a primeira vez que ele tinha feito isso com alguém, mas dessa vez lhe bateu o arrependimento. Ele poderia ter sido calmo com ela. Ela ja gostava dele, só precisava de tempo.
    CRAK!!!!!
    E assim, com o seu pensamento longe da estrada, Peri atropelou algo sem notar até escutar o barulho. "Meu Deus, o que foi aquilo?" pensou ele.
    Ao olhar pra trás viu uma coisa voando pelo ar e uma mulher gritando:
    - ABAETÉÉÉÉÉ!!!!


    Capitulo 5

    Naquele momento batia uma enorme culpa por tudo que ele fez. Por ter saído da casa fazendo seu pai morrer por sua causa, por ter molestado tantas garotas, Amanauci, Paloma, Iracema, Janete, o que será que aconteceu com elas?
    E o bebê que atropelou bem ao lado de uma igreja a qual também molestou a Amanauci bem perto? Tantos garotos que bateu, tantas pessoas nas ruas que riu, que machucou...
    Ele precisava ser uma nova pessoa a partir de agora. Iria para o Brasil, e com a calmaria lá e uma nova casa, ele iria fazer uma mudança completa de sua vida.


    Os anos passaram, Aracauê depois de contar todo o motivo de seu desequilíbrio para Jacuí depois de uma briga deles, recebe os conselhos dela de guardar esse segredo até a hora certa. O contínuo acaba tendo um desequilibrio onde Jacuí o beija para acalmá-lo.
    Enquanto isso, Jassanã pede para Peri para ele conhecer o seu namorado. Peri, assim, combina um jantar para conhecê-lo descobrindo que o jantar era uma cerimônia de noivado entre os dois e que o noivo é nada mais que o bebê que ele atropelou logo após molestar Amanauci quando ainda era jovem. Logo após lembrar de tudo, Peri também descobre que ele é nada mais que seu filho com Iracema, uma das moças que agrediu em uma festa.


    Capítulo 30 - Segredos desenterrados

    Peri estava paralisado.

    - Pai?! - perguntou Jassanã - Você está bem?
    - Peri, o que aconteceu? - perguntou Ceci.

    O passado parecia estar voltando pra assombrar Peri. Como pode em uma noite ele descobrir que engravidou uma das moças as quais agrediu e que esse filho era o bebê que ele atropelou ao agredir outra moça, a Amanauci. Ele estava começando a lembrar de tudo o que tinha feito naquela época e passava a se sentir cada vez mais sujo de tantos males. Até que depois de muitos chamados da filha e da esposa, ele despertou.

    - Err... eu não to muito bem, não. Eu vou dar uma passada novamente pelo toalete. Lavar o meu rosto. Estou com fortes dores de cabeça. - respondeu.

    Ele saiu rapidamente da conversa deles mais uma vez e demorou ao ponto de Abaeté sair da mansão sem se despedir dele e de Ceci, que subiu pro quarto por se sentir de fora da conversa já que Jassanã ficou impedindo em todos os momentos que o noivo se dirigisse à sua madrasta.
    Peri saiu do banheiro para deitar um pouco em sua cama e dar mais tempo para o noivo sair de sua casa, mas acabou se deparando com Ceci sentada nela e encarando ele.

    - Você quer falar sobre isso?



    - Jacuí, o que foi isso? - perguntou o contínuo assustado com o beijo.

    O rosto de Jacuí começarou a ficar alaranjad e ela, bastante envergonhada.

    - Me desculpe, me desculpe. Eu me desesperei ao ver você desse jeito tão enlouquecido. Eu queria fazer de tudo pra te acalmar. E-eu vou embora.
    - Não, não vá.

    O contínuo a puxou pelo braço fazendo ela bater sobre ele e beijá-lo novamente.



    - Falar? Sobre... sobre o que? - perguntou Peri, sem saber o que Ceci estava pensando.
    - Eu já entendi que você tem algo relacionado com esse noivo de Jassanã mas que não contou pra ninguém.
    - Ceci, de onde tirou isso? - riu, debochando da esposa como se aquilo fosse um absurdo, mas por dentro estava muito nervoso por saber que já estavam desconfiando disso.
    - Do modo que você ficou ao falar com o ele. Você nunca ficou assim, Peri.
    - É que eu estou mal do estômago.
    - Peri, eu estou casada com você fazem sete anos. Você acha que eu não saberia se isso fosse apenas uma dor no estômago? Você ficou paralisado olhando fixamente para o noivo dela.
    - Eu fiquei assustado com aquele noivado repentino.
    - Peri, não minta pra mim, por favor. Como poderei confiar em você se você não confia em mim?
    - Por favor, Ceci, me dê um tempo.
    - Você quer um tempo? - olhou pra ele com uma cara bastante séria - Se você quiser eu lhe dou um tempo pra confiar em mim. Mas não sei se esse tempo será pequeno ou eterno.

    Peri se assustou. Aquela noite estava se tornando a pior de muitos anos. Brigar com Ceci era o que faltava pra torná-la uma das piores da sua vida. Ele sentiu uma subita vontade de dormir. Quem sabe aquilo fosse apenas um pesadelo e tudo voltaria ao normal depois?

    - PERI! ME RESPONDA! - ela gritou, alterada pela demora de Peri para responder algo.

    Aquilo mostrou que não era um sonho. O maximo que ele poderia fazer é dormir pra começar um mais calmo, porém, teria que acabar essa conversa com Ceci antes.

    - Ceci, eu não quero brigar com você. Mas gostaria muito que me entendesse nesse momento.
    - Como irei te entender se você não conta pra mim o que está havendo?
    - Por que se eu te contasse, você não me olharia da mesma forma que me olha atualmente.

    Ceci passou a ter medo do que poderia ser. Imaginou milhares de coisas terríveis.

    - Eu compreenderei você. Basta me contar.

    Peri respirou fundo, sentindo que não dava mais pra fugir.

    - O que você acha de mim ter sido um agressor de mulheres que me achava o dono do mundo quando adolescente, que estrupava as garotas que queria ter e que deixei uma delas com filho que não sabia até agora?

    Ceci abriu bem os olhos como sinal de susto. Antes que ela respondesse algo, ele complementou:

    - E se eu te dissesse que o noivo da minha filha é o meu filho fruto desse estupro?






    CONTINUA NO CAPITULO 31 - O CONFLITO DAS DUAS MULHERES
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    Mensagem por Admin Sáb Jan 09, 2010 5:43 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Capitulo 1

    Peri entrou no carro rapidamente e correu com o carro desesperado. Ele começou a se sentir mal por ter feito aquilo com a garota. Não era a primeira vez que ele tinha feito isso com alguém, mas dessa vez lhe bateu o arrependimento. Ele poderia ter sido calmo com ela. Ela ja gostava dele, só precisava de tempo.
    CRAK!!!!!
    E assim, com o seu pensamento longe da estrada, Peri atropelou algo sem notar até escutar o barulho. "Meu Deus, o que foi aquilo?" pensou ele.
    Ao olhar pra trás viu uma coisa voando pelo ar e uma mulher gritando:
    - ABAETÉÉÉÉÉ!!!!


    Capitulo 5

    Naquele momento batia uma enorme culpa por tudo que ele fez. Por ter saído da casa fazendo seu pai morrer por sua causa, por ter molestado tantas garotas, Amanauci, Paloma, Iracema, Janete, o que será que aconteceu com elas?
    E o bebê que atropelou bem ao lado de uma igreja a qual também molestou a Amanauci bem perto? Tantos garotos que bateu, tantas pessoas nas ruas que riu, que machucou...
    Ele precisava ser uma nova pessoa a partir de agora. Iria para o Brasil, e com a calmaria lá e uma nova casa, ele iria fazer uma mudança completa de sua vida.


    Os anos passaram, Aracauê depois de contar todo o motivo de seu desequilíbrio para Jacuí depois de uma briga deles, recebe os conselhos dela de guardar esse segredo até a hora certa. O contínuo acaba tendo um desequilibrio onde Jacuí o beija para acalmá-lo e ele retribui com outro beijo.
    Enquanto isso, Jassanã pede para Peri para ele conhecer o seu namorado. Peri, assim, combina um jantar para conhecê-lo descobrindo que o jantar era uma cerimônia de noivado entre os dois e que o noivo é nada mais que o bebê que ele atropelou logo após molestar Amanauci quando ainda era jovem. Logo após lembrar de tudo, Peri também descobre que Abaeté é também o seu filho com Iracema, uma das moças que agrediu em uma festa. Ele fica atordoado com tudo. Ceci repara e pergunta o que está acontecendo até ele contar tudo pra ela.


    Capítulo 31 - O conflito das duas mulheres

    Foi duro pra Peri poder pela primeira vez contar toda a verdade de sua vida para alguém. Ele estava com lágrimas nos olhos por se lembrar que fez tantas coisas e que tinha um filho homem e não sabia.
    Ceci estava pasma, sem saber o que fazer, ou dizer sobre aquilo.

    - Meu Deus, Peri. E... e agora?
    - Agora eu terei de arcar com as consequências de tudo o que fiz quando era jovem e não tinha responsabilidade.
    - Mas Peri, você tem que tomar atitudes rápidas.
    - Que atitudes? Não há nada que eu possa fazer?
    - Você está louco?! Sua filha vai se casar com o seu filho e você diz que não há nada a fazer?! Isso é incesto, Peri!!
    - Calma, calma. Esse é o menor dos meus problemas. A Jassanã não é minha filha, portanto ela não tem nenhuma ligação sanguínea com o Abaeté.
    - E ela sabe disso?

    TOC TOC - a porta bateu logo em seguida. Ceci foi atender e se deparou com Jassanã de cara emburrada.

    - Eu preciso que você saia daqui! - exclamou a moça - Eu quero falar com o meu pai à sós.

    "Não, ela não sabe disso" - respondeu Peri em seu pensamento a pergunta de Ceci.
    Fazia tempo que Jassanã não dirigia a palavra à madrasta. Ela parecia estar bem furiosa naquele momento.

    - Sinto muito mas seu pai não tem condições de falar com você agora.
    - E você fala por ele? Eu já disse que quero que você saia daqui. - respondeu, aumentando o tom de voz.

    A porta ainda estava entreaberta, fazendo com que Jassanã não conseguisse ver o pai de onde estava.

    - Pai! - ela gritou empurrando a porta do quarto contra Ceci para poder ver Peri, ela queria falar com o pai sobre o jantar. Ela estava bastante chateada por ele mal ter falado com o Abaeté. - Pai?

    Jassanã finalmente o viu. Ele estava chorando baixinho para não chamar a atenção das duas.

    - Pai, o que está havendo? - perguntou novamente a garota, deixando de estar com raiva dele naquele momento.
    - É o que eu já te disse, seu pai não está em condições de falar nada agora.
    - O que você fez com ele, sua...
    - Sua o que?
    - Vagabunda!

    PLAFT! - Ceci deu uma tapa no rosto de Jassanã.

    - OLHA AQUI, MOCINHA! EU ESTOU SENDO MUITO PACIENTE COM VOCÊ, COM TODAS AS SUAS IMPLICÂNCIAS DURANTE TODOS ESSES DIAS. VOCÊ CRESCEU COMO UMA GAROTA MIMADA MAS VAI SAIR DAQUI AGORA NEM QUE EU TENHA QUE TE BATER E FAZER O PAPEL DE MÃE QUE A SUA NÃO FEZ!
    - NÃO FALE ASSIM DA MINHA MÃE!!

    Ceci começou à empurrar a filha de Peri para fora do quarto. A menina passava a empurrar de volta a madrasta.

    - Pai!! Você vai deixar que ela faça isso comigo?! - gritou chorando.

    E na briga entre as duas, finalmente a voz de Peri saiu:

    - Jassanã! - chamou.

    Ceci soltou a jovem que estava com lagrimas nos olhos e uma cara muito emburrada, e vermelha pelo tapa. A garota chegou mais perto do pai para poder escutá-lo e ele apenas sussurrou:

    - Vá embora!

    Jassanã, surpreendida com o pai, saiu do quarto. Colocando em sua mente que aquela atitude dele era culpa de Ceci. Achava que a madrasta estava conseguindo fazer a cabeça de seu pai contra ela. A raiva de uma com a outra só fazia aumentar a cada dia. Jassanã viu que teria que fazer algo para conseguir separar seu pai dela e todo esse "pesadelo" acabar.
    Ceci fechou a porta para voltar a falar com Peri.

    - Não, ela não sabe. - respondeu o marido à última pergunta dela.






    CONTINUA NO CAPITULO 32 - O PLANO DE VINGANÇA
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    Mensagem por Admin Sáb Jan 09, 2010 5:43 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Os anos passaram, Aracauê depois de contar todo o motivo de seu desequilíbrio para Jacuí depois de uma briga deles. Ele conta que é o pai verdadeiro de Jassanã e recebe os conselhos dela de guardar esse segredo até a hora certa. O contínuo acaba tendo um desequilibrio onde Jacuí o beija para acalmá-lo e ele retribui com outro beijo.
    Enquanto isso, Jassanã pede para Peri para ele conhecer o seu namorado. Peri, assim, combina um jantar para conhecê-lo descobrindo que o jantar era uma cerimônia de noivado entre os dois e que o noivo é nada mais que o bebê que ele atropelou logo após molestar Amanauci quando ainda era jovem. Logo depois de lembrar tudo, Peri também descobre que Abaeté é também o seu filho com Iracema, uma das moças que agrediu em uma festa. Ele fica atordoado com tudo. Ceci repara e pergunta o que está acontecendo até ele contar tudo pra ela. Jassanã tenta falar com ele mas Ceci impede dizendo que ele não tem condições pra falar com ela naquele momento. As duas brigam novamente ao ponto de Ceci dar um tapa no rosto de Jassanã, e esta planejar se vingar dela.


    Capítulo 32 - O plano de vingança

    E mais um dia estava começando para todos. Os pássaros cantavam, as ruas começavam a ficar movimentadas com carros. Naquela época estava ocorrendo um aumento intenso de veículos na cidade.

    Jacuí, ainda sonolenta, se levanta da cama cansada para um novo dia de trabalho. Ela vai ao banheiro e volta para a cama até reparar que aquela não é a sua cama e sim a do seu colega de trabalho que estava dormindo bem ao seu lado da cama e ela não viu.

    - Eu dormi aqui?!



    Nada ia bem nesse novo dia na mansão dos Tupiniquins. Damiana acordou chorando por Alfred novamente, todas as manhãs ela se lembrava dele. Peri não conseguiu dormir pensando sobre tudo o que ainda viria sobre o seu passado. Ceci permanecia com raiva de Jassanã e sentia até vontade de bater mais nela. Já Jassanã, estava concentrada em seu plano de vingança contra a madrasta. Ela estava pensando em algo que fizesse o seu pai nunca mais querer saber de Ceci. Era uma coisa bem difícil de ocorrer, mas ela não perdia a esperança.
    Nesse clima, todos da casa desceram para tomar o café da manhã. Peri desceu sem estar pronto para o trabalho, ele quase sempre fazia isso. Jassanã também era de comer antes de pronta, mas daquela vez foi diferente, ela estava completamente arrumada para o colégio o problema é que era muito cedo. Depois dos conflitos do dia anterior, estavam todos estranhos. Cada um olhava apenas o próprio prato, sem se dirigir à ninguém. Comeram no silêncio apenas interrompido com os soluços de Damiana ao fundo. Peri sentia muita pena dela por depois de tantos anos ela ficar daquele jeito por Alfred. Eles não eram casados mas viviam juntos na casa e tinham um romance que nem todos sabiam.
    Acabado o silencioso café da manhã, cada um foi para um lugar diferente. Peri foi se arrumar para enfrentar mais um dia na indústria Tupiniquim. Jassanã saiu rapidamente para o colégio sem dizer a ninguém o que faria para sair tão cedo de casa. Ceci... bem, Ceci não tinha o que fazer. Estava se arrumando para sair de casa, fazer compras e olhar algumas roupas. Era a vida que qualquer esposa gostaria de ter, mas ela não era feliz assim.

    - Cadê Jassanã, Damiana? - perguntou Peri, calçando os sapatos.
    - Ela saiu, doutor Peri, não falou pra onde iria tão cedo.
    - O que será que ela está aprontando agora?



    - Jacuí? - perguntou Aracauê na cama bocejando.
    - Oi - respondeu ela se preparando para sair do apartamento.
    - Você vai sair?
    - Sim, claro. Eu nem lembrava que tinha dormido aqui. Nós temos que trabalhar hoje, esqueceu?
    - Mas... como você não lembrava?
    - Eu esqueci, Aracauê. Eu pensava que estava em casa. Já estou indo, tá? Vou em casa pra vestir uma roupa pra trabalhar. Até mais.
    - Jacuí - chamou.
    - O que foi? - perguntou ela com a porta já aberta.
    - Isso que... aconteceu conosco... significou alguma coisa?

    Ela demorou para responder. Não tinha muita vontade de ter uma relação séria com o Aracauê. Aquilo tinha sido um deslize dela. Não dava pra ter um relacionamente estável com uma pessoa que de vez em quando tinha desequilibrios mentais.

    - Não sei... não sei.

    Fechou a porta logo em seguida, deixando Aracauê pensando que ela não gostava dele.



    Jassanã estava na empresa do pai. Na indústria Tupiniquim. Estava colocando em prática o seu plano de vingança, por isso saiu cedo de casa. Ela pegou alguns recibos de compras de Ceci e escreveu como destino das dívidas a empresa, isso complicaria o valor a ser dado aos funcionarios e os pagamentos de serviços. Não contente com isso, ela também planejava tirar dinheiro do caixa da empresa se identificando como Ceci e roubar outro pedaço comprometendo os funcionários que guardam o dinheiro. Depois da investigação de quem teria pego o dinheiro, tudo indicaria que foi Ceci, por ter na mesma hora, pego um pouco no caixa.
    O plano estava pronto mas poderia ser um grande problema se alguém a encontrasse lá. Tudo tinha sido criado em sua mente muito rápido e não era algo muito pensado, tinha enormes possibilidades de dar errado.



    O contínuo se arrumou rapidamente pensando em Jacuí e delirando que ela poderia nunca mais querer falar com ele depois do que aconteceu entre os dois.
    Acabou saindo de casa mais cedo do que o comum sem perceber. Chegando lá, ele encontra uma moça loira mexendo nos papéis de pagamento das empresas que ficava responsável por Jacuí.

    - Ei - falou Aracauê, alertando a moça - o que você está fazendo a...

    A jovem se assustou quando percebeu que foi encontrada e se virou para saber quem era. O contínuo logo a identificou:

    - JASSANÃ?!






    CONTINUA NO CAPITULO 33 - O PAI DESCONHECIDO
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    Mensagem por Admin Sáb Jan 09, 2010 5:44 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Os anos passaram, Aracauê depois de contar todo o motivo de seu desequilíbrio para Jacuí depois de uma briga deles. Ele conta que é o pai verdadeiro de Jassanã e recebe os conselhos dela de guardar esse segredo até a hora certa. O contínuo acaba tendo um desequilibrio onde Jacuí o beija para acalmá-lo e ele retribui com outro beijo. Os dois dormem juntos, mas pela reação de Jacuí no dia seguinte, a relação dos dois pode não ter muito futuro.
    Enquanto isso, Jassanã pede para Peri para ele conhecer o seu namorado. Peri, assim, combina um jantar para conhecê-lo descobrindo que o jantar era uma cerimônia de noivado entre os dois e que o noivo é nada mais que o bebê que ele atropelou logo após molestar Amanauci quando ainda era jovem. Logo depois de lembrar tudo, Peri também descobre que Abaeté é também o seu filho com Iracema, uma das moças que agrediu em uma festa. Ele fica atordoado com tudo. Ceci repara e pergunta o que está acontecendo até ele contar tudo pra ela. Jassanã tenta falar com ele mas Ceci impede dizendo que ele não tem condições pra falar com ela naquele momento. As duas brigam novamente ao ponto de Ceci dar um tapa no rosto de Jassanã, e esta planejar se vingar dela colocando em notas que ela está roubando a empresa Tupiniquim. Quando ela está colocando o plano em prática, é flagrada por Aracauê, seu pai biologico.


    Capítulo 33 - O pai desconhecido

    - JASSANÃ!? - chamou Aracauê emocionado por vê-la tão de repente.

    Jassanã tomou um enorme susto, derrubando quase todos os papéis que segurava.
    Aracauê correu pra ajudá-la.

    - Minha filha, quer dizer, senhorita. - corrigiu, rapidamente e desesperadamente - O que está fazendo aqui?

    Aracauê estava hipnotizado com a beleza da filha enquanto ela estava procurando alguma desculpa para o ocorrido. Ele nunca tinha visto ela tão de perto. Estava muito emocionado em poder vê-la.

    - Eu... eu vim... ver umas coisas... do meu pai. Ele... - ela parou de inventar histórias a partir do momento que notou que ele havia falado seu nome - Como sabe meu nome?
    - É-é que... seu pai fala muito de você, claro. Como eu não saberia. - respondeu nervoso, tendo uma enorme tristeza em não poder contar a verdade pra ela. Estava com a filha bem à sua frente e não podia dizer. As lagrimas começavam a querer cair pelo seu rosto.
    - Você está chorando?
    - Não, não - respondeu rapido, enxugando os olhos com as mãos. Ele não podia dar nenhuma pista. Contar toda a verdade pra ela era muito mais simples nos seus pensamentos de desespero. - Foi um cisco no meu olho.
    - Tem certeza? - era notável que ele estava chorando.
    - Sim, sim. Por que eu mentiria? Mas então, que coisas são essas? - mudou de assunto - Doutor Peri deveria ter me avisado ou avisado a secretária dele, Jacuí, que você viria. Assim eu não levava um susto tão grande, não é mesmo?
    - É verdade. - sorriu falsamente - Mas não é nada demais. Acho que foi por isso que ele não falou nada pra vocês.

    Aracauê começou à estranhar a forma de agir da garota. Assim, tentou saber o que ela estava fazendo sem que notasse muito, até porque ela era a filha do patrão, e dele também. Não queria que nada de ruim acontecesse com ela se aquilo que estava fazendo fosse errado.

    - Deixa eu lhe ajudar a pegar esses papéis.
    - NÃO, não precisa. Eu mesma pego. Não se incomode.

    Mas já era tarde demais. O contínuo pegou um dos papéis que, para o azar de Jassanã, era uma nota que ela alterou.

    - Mas o que é isso? Uma nota falsificada?
    - Não, não é. - puxou o papel, nervosa.
    - Claro que é. Está até riscada. O que você estava tentando fazer com ela? Redigitar as notas com outros valores?

    Jassanã ficou olhando seriamente para o contínuo que esperava uma resposta. Ele mal tinha conhecido a filha e já estava começando a pensar que ela não era uma pessoa muito boa.

    - Você não entende dessas coisas. Só serve café e trás cartas pro meu pai.
    - Eu sei muito bem dessas coisas. - respondeu, sentido-se um pouco humilhado por ter o emprego esnobado pela filha.
    - Então tá, eu não me importo. Mesmo que saiba o que eu estou fazendo aqui, isso não lhe interessa.
    - Claro que me interessa. Quem fica responsável por isso é a Jacuí. Ela é minha... amiga. Ela pode ser prejudicada por isso se você não fizer bem feito o que planeja.
    - E daí?
    - E daí que eu tenho outras opções pra você, que não prejudicaria ninguém.
    - Mas eu quero prejudicar alguém!
    - Pode fazer de outra forma, então. Uma que não prejudique quem não seja o alvo do seu plano.

    Jassanã ficou pensando por um tempo. Realmente ela não entendia os procedimentos de lá. Tinha noventa por cento de chance daquilo dar errado com ela. Quem sabe aquele contínuo estava certo.

    - Tá, e o que você sugere?
    - A minha ajuda.






    CONTINUA NO CAPITULO 34 - O PRATO QUE SE COME FRIO


    Última edição por Admin em Sáb Jan 08, 2011 1:50 pm, editado 1 vez(es)
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    Mensagem por Admin Sáb Jan 09, 2010 5:46 pm

    Capítulo 34 - O prato que se come frio

    - Você me ajudaria?
    - Sim, sim. - respondeu o contínuo.

    Os dois passaram a escutar uma voz ao fundo vindo da janela do escritório. A voz era conhecida pelos dois. Jassanã se aproximou para saber quem estava entrando no prédio e confirmou a suspeita: Era Peri.

    - Meu pai! - disse assustada - Ele não pode me ver aqui!
    - Ele já está subindo?
    - Sim, está. E agora? O que faço?
    - Vá embora o mais rápido possível. - respondeu Aracauê, arrumando todos os papéis rapidamente - Pegue o elevador de serviços. Vou te levar até lá.

    Ele passou a andar empurrando ela consigo para o caminho certo a seguir.

    - E as notas?
    - Não se preocupe, eu resolvo isso pra você.

    Eles chegaram no elevador.

    - Obrigada. Mas por que está arriscando seu emprego me ajudando assim? - perguntou já entrando no elevador.
    - Um dia você saberá... e entenderá. - respondeu ele, segurando a emoção enquanto a porta do elevador se fechava.

    Ao voltar para o escritório, Peri chegou imediatamente.

    - Bom dia, Aracauê. - comprimentou sorrindo.
    - Bom dia, doutor Peri.
    - Cadê a Jacuí?
    - Ela ainda não chegou, doutor.
    - Que estranho. Ela não é de se atrasar.
    - É verdade, senhor.

    O comportamento de Aracuê pra aparentar estar tudo bem no escritório estava muito forçado, mostrando à Peri que algo de errado tinha acontecido lá.

    - Está tudo bem com você, Aracauê?
    - Sim, sim, senhor. Claro.
    - Bom dia! - chegou Jacuí no escritório.
    - Oi, Jacuí. Estávamos falando de você. Nunca foi de atrasar. - disse Peri.
    - Desculpe-me, doutor Peri. Acabei me atrasando por me acordar... tarde. - respondeu, olhando para o contínuo.
    - Tudo bem, sem problemas. Eu também me atrasei. Cheguei só agora aqui. - sorriu.

    Peri foi para a sua sala do escritório, enquanto os dois foram para suas mesas. Porém, Aracauê saiu de sua mesa e foi para a de Jacuí.

    - Então, Jacuí... o que aconteceu, entre nós...
    - Como? - perguntou ela, fingindo não saber de nada.
    - Como, o que?
    - Como assim, digo, o que aconteceu conosco? Eu não lembro de nada.
    - Então, você não lembra de nada. - ele notou que ela estava simplesmente terminando uma relação que ele nem sabia se havia começado.
    - Não, não me lembro.
    - Mas você gostaria de se lembrar um dia?
    - Err... não. Acho melhor deixar tudo calmo na minha vida.

    Aracuê saiu de perto dela, triste com o ato de Jacuí, depois do que aconteceu ente eles e também por 'perder' novamente a filha sem poder dizer a verdade pra ela.
    Não era fácil pra Jacuí também. Ela não gostaria de acabar com o contínuo daquela forma, fingindo como se nunca tivesse acontecido nada entre eles. Ela gostava dele, mas sabia que esse relacionamento dos dois só traria grandes problemas pra ela.

    - O que são esses papéis aí na sua mesa? - ela perguntou.







    CONTINUA NO CAPITULO 35 - EM PRÁTICA
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    Mensagem por Admin Sáb Jan 09, 2010 5:46 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Os anos passaram, Aracauê depois de contar todo o motivo de seu desequilíbrio para Jacuí depois de uma briga deles. Ele conta que é o pai verdadeiro de Jassanã e recebe os conselhos dela de guardar esse segredo até a hora certa. O contínuo acaba tendo um desequilibrio onde Jacuí o beija para acalmá-lo e ele retribui com outro beijo. Os dois dormem juntos, Jacuí decide terminar tudo no dia seguinte por achar que esse relacionamento traria sérios problemas pra ela.
    Enquanto isso, Jassanã pede para Peri para ele conhecer o seu namorado. Peri, assim, combina um jantar para conhecê-lo descobrindo que o jantar era uma cerimônia de noivado entre os dois e que o noivo é nada mais que o bebê que ele atropelou logo após molestar Amanauci quando ainda era jovem. Logo depois de lembrar tudo, Peri também descobre que Abaeté é também o seu filho com Iracema, uma das moças que agrediu em uma festa. Ele fica atordoado com tudo. Ceci repara e pergunta o que está acontecendo até ele contar tudo pra ela. Jassanã tenta falar com ele mas Ceci impede dizendo que ele não tem condições pra falar com ela naquele momento. As duas brigam novamente ao ponto de Ceci dar um tapa no rosto de Jassanã, e esta planejar se vingar dela colocando em notas que ela está roubando a empresa Tupiniquim. Quando ela está colocando o plano em prática, é flagrada por Aracauê, seu pai biologico. Ele repara o que ela está tramando e oferece ajuda à filha que não o conhece.


    Capítulo 35 - Em prática

    - O que são esses papéis aí na sua mesa? - perguntou Jacuí, mudando de assunto quando o contínuo já estava sentado em sua mesa.
    - S-São... registros... de compras... da empresa. - respondeu descontrolado olhando para a sala de Peri pra saber se ele estava conseguindo escutar de lá.
    - De compras da empresa? Mas eles não ficam sob minha responsabilidade?
    - Foi, entregaram à mim. Não entendi muito bem também.
    - Então me dá.
    - Não, não, agora não!
    - Por que não? - olhou desconfiada pra ele.
    - Porque... porque... Tá, eu vou dizer. São coisas particulares. Peço que você não se meta, por favor.
    - Mas tem carimbos da empresa nessas notas. Aracauê, me fale a verdade. - disse em um tom de ameaça.

    O contínuo viu que não conseguiria enganá-la por mais tempo e acabou contando a verdade.

    - É da minha filha, Jacuí! Por favor, não se meta nisso. - suplicou.
    - Como assim da sua filha? - ela chegou mais perto dele e cochichou - A Jassanã esteve aqui?
    - Sim, sim. Ela precisa da minha ajuda.
    - De sua ajuda? Em que?
    - Em... se vingar de alguém.
    - E você vai ajudá-la nisso?
    - Eu preciso. É a primeira vez que eu posso ser útil para a minha filha. Eu não posso deixar de ajudá-la por pior que seja a intenção dela. - as lágrimas caiam do rosto dele. Aracauê passou a ficar muito emotivo naquele dia.
    - E o que você pretende fazer?
    - Pôr em prática o tal plano dela. Ela quer culpar alguém pelos gastos da empresa. O que eu preciso é pôr em prática isso sem o doutor Peri desconfiar de nada. Eu também precisarei da sua ajuda.
    - Da minha ajuda? - olhou incrédula, com receio do que poderia acontecer com ela se todo esse plano desse errado.
    - É isso mesmo. Tudo o que você precisa fazer é chegar na sala do doutor Peri e avisar à ele que essa semana ocorreram gastos pessoais imensos aqui na empresa.
    - Não, eu não vou fazer isso.
    - Por favor, Jacuí, me ajude nisso. É pela minha filha e a minha felicidade de poder ajudá-la.



    Jassanã, ao sair da empresa decidiu não ir para o colégio e sim para a casa do noivo, Abaeté.
    Os dois se abraçaram e se beijaram por muito tempo. Conversaram sobre várias coisas, inclusive sobre um novo encontro entre ele e Peri.

    - Eu sinto muito pelo jantar de ontem.
    - Não se preocupe com isso, Jassanã.
    - É que meu pai parece que está com alguns problemas, sabe. Teve um dia, semana passada, que ele foi para um lugar de jogos de azar. Parece que está perdendo dinheiro. E também... a Ceci... - começou a pensar no plano - ela também está gastando muito e eu acho que é o dinheiro da empresa.
    - Mas eles precisam ter cuidado, Jassanã. Muitos gastos podem levar a empresa à falência. Seu pai não pode brincar com isso.
    - Eu sei, eu sei. Mas não quero pensar mais sobre esse assunto. - disse, começando a se sentir meio culpada caso a empresa vá realmente à falência por causa do tal plano dela.
    - Tudo bem, vamos mudar de assunto então.
    - Quando você acha que seria bom termos um novo jantar com o meu pai?
    - Quem sabe nessa semana mesmo? Eu vou falar com a minha mãe, a Iracema. Vou levá-la na sua casa nesse dia para o senhor Peri conhecê-la.



    Jacuí se sensibilizou com o estado do contínuo naquela hora e depois de algum tempo acabou aceitando fazer o que ele pediu.

    - Muito obrigado, Jacuí!

    Ele a abraçou, causando um contrangimento pra ela e em seguida pra ele também que se distanciou rapidamente.

    - Eu vou arrumar essas notas rabiscadas pra você poder mostrar à ele. Estão no nome de... - ele olhou o papel para ler - Ceci.
    - Ceci? Mas Ceci é a esposa dele.
    - É, né? Parece que a vingança dela é contra a própria madrasta.






    CONTINUA NO CAPITULO 36 - GASTOS
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    Mensagem por Ricarte Ter Jan 19, 2010 5:45 pm

    Saudade da Chama de Tupã viu Allan

    Ela que deixou alguns muito conectados com a história
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    Mensagem por Amanda$ Ter Jan 19, 2010 5:54 pm

    Tbm tava com muita saudades da Chama de Tupã.
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    Mensagem por Ricarte Ter Jan 19, 2010 6:04 pm

    Eu sei que Eu, a Vivi, a Flávia e vc estariamos morrendo de saudade dessa história que é absolutamente Mara
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    Mensagem por Admin Ter Jan 19, 2010 6:23 pm

    Tbm to com saudades de escrevê-la. Sad
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    Mensagem por Admin Ter Jan 19, 2010 6:35 pm

    Capítulo 36 - Gastos

    - Dr. Peri? Posso entrar? - perguntou Jacuí, abrindo a porta da sala de Peri, timida. Ela não sabia se era certo ajudar o Aracauê no plano.
    - Claro - respondeu ele, sem olhar pra ela, pois estava lendo vários papéis na mesa - O que foi?
    - É que...
    - Sim? - olhou para a secretária, dando mais atenção à ela.
    - É que... - ainda estava indecisa sobre o que falar pra ele.
    - Eu estou ocupado. Diga de uma vez o que quer, Jacuí.
    - T-Trouxe o relatório da semana, doutor Peri, e as empresas não vão bem.
    - As empresas não vão bem? - levantou-se da cadeira - Mas como é possível? Ainda esta manhã estava tudo bem e éramos todos milionários.
    - O senhor gastou muito dinheiro no jogo, doutor Peri. E isso sem falar nas extravagâncias de sua esposa, a dona Ceci.
    - Da Ceci? - estranhou - Mas ela não mexe no dinheiro da empresa. Ela nunca mexeu.

    Jacuí ficou calada. Aracauê entrou no escritório do patrão com uma bandeja de café e falou:

    - Doutor Peri, eu acho... que o senhor devia... tomar um café... para se acalmar.
    - Me acalmar? Pra quê me acalmar?
    - Eu encontrei a sua esposa aqui mexendo em suas coisas nessa semana.
    - Nessa semana? A Ceci nunca quis se meter em nada da empresa. Por que viria aqui sem eu saber?
    - Talvez ela não queira que o senhor saiba do que ela está fazendo aqui. - respondeu o contínuo com o seu olhar desconfiado.

    Jacuí preferiu ficar calada durante a conversa dos dois e a invenção do contínuo de dizer que Ceci foi lá. Ela estava reparando que seria melhor Aracauê não continuar falando muito da Ceci mais. Pois já estava forçando muito para falar mal dela.

    - Não posso acreditar que ela esteja tirando dinheiro da empresa sem me dizer. - falou Peri, ainda assustado com a notícia - Se ela quisesse algo, bastava me pedir.

    Jacuí que ficou por todo esse tempo calada, para não se meter muito no plano, saiu do silêncio:

    - Isso já se torna um caso pessoal do senhor, doutor Peri. Eu e o contínuo iremos nos retirar a partir de agora. Isso não nos interessa mais. Vamos, Aracauê. - chamou o contínuo e fechou a porta.

    Os dois passaram a cochichar fora do escritório de Peri.

    - Por que me tirou de lá? - perguntou ele.
    - Se você continuasse falando mais sobre a Ceci, seria perceptível que estava querendo difamá-la para o doutor Peri.
    - É, talvez você tenha razão mesmo. Obrigado.



    A mente de Peri estava completamente atordoada. A única pessoa que ele conseguia contar toda os seus segredos era a Ceci. E agora estava sabendo que nem ela era mais confiável. "Como pôde mexer em minhas coisas, roubar dinheiro da minha empresa. Tramar sem o meu conhecimento?", pensava ele.
    Parecia que a má sorte e os maus acontecimentos estavam voltando para a vida dele.
    "Seria um castigo pelo que fiz no passado?", continuava se perguntando. "Eu me arrependo muito de tudo que fiz, mas eu não quero, não consigo saber como viverei sem a Ceci. Será que ela realmente tem culpa nisso tudo? Eu não consigo entender o porquê dela fazer isso comigo. A Jassanã nunca gostou dela, o Alfred e a Damiana que trabalharam na minha casa durante tanto tempo chegaram à ser expulsos por causa dela. Eu sempre a amei mesmo tendo várias pessoas à minha volta falando mal de minha esposa. Se ela realmente estava me enganando esse tempo todo, durante todos esses anos, e só eu não consegui enxergar... então... então eu não posso mais continuar me iludindo. Precisarei me separar dela. Precisarei me esquecer dela. E ela mereceria ser castigada por isso..."






    CONTINUA NO CAPITULO 37 - Quando a mentira dá certo
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    Mensagem por Admin Ter Jan 19, 2010 6:36 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Abaeté, o noivo de Jassanã, quer ter um novo encontro com Peri. Dessa vez ele deseja levar a mãe dele, Iracema.
    Enquanto isso, Jassanã e Ceci brigam novamente ao ponto de Ceci dar um tapa no rosto de Jassanã, e esta planejar se vingar dela colocando em notas que ela está roubando a empresa Tupiniquim. Quando ela está colocando o plano em prática, é flagrada por Aracauê, seu pai biologico. Ele repara o que ela está tramando e oferece ajuda à filha que não o conhece. Em seguida, Jacuí encontra as notas alteradas e recebe o pedido para ajudar no plano. Assim, os três iniciam o plano fazendo com que Peri acredite que Ceci estava enganando ele esse tempo todo e que ainda roubava dinheiro de sua empresa.


    Capítulo 37 - Quando a mentira dá certo

    Já era tarde. Peri saiu da empresa e entrou no carro. Não conseguia pensar em outra coisa que não fosse a enganação de Ceci. Como ele pôde acreditar nela enquanto todos só falavam mal?
    Ele já não sabia qual a reação que teria ao vê-la em casa. Mas, mesmo assim, queria chegar lá o mais rápido possível.
    A rota demorava muito mais do que o comum. Talvez fosse a ansiedade. Ele continuou no caminho até que viu a filha, Jassanã, andando na rua.
    Peri buzinou.

    - Oi, filha. Está fazendo o quê aqui?
    - Er, oi pai. Estou indo pra casa.
    - Quer carona?
    - Quero, quero sim.

    Ela entrou. Os dois ficaram calados um certo tempo, já que não vinha nenhum assunto na mente de Peri que não fosse Ceci e também a mesma coisa estava na mente de Jassanã. Ele não aguentou e falou deste único assunto:

    - Jassanã, você sabe de algo da Ceci que eu não saiba?
    - Tipo o quê? - perguntou, fingindo de desentendida mas rindo por dentro.
    - Sobre ela ir na empresa, mexer em algumas coisas minhas...
    - Não, não... assim, teve uma vez - começou a inventar - que eu a vi indo até a rua onde a empresa fica quando disse que iria na loja de roupas da dona Carla. Mas a loja de roupas da dona Carla é no caminho oposto, não é?

    Tudo se encaixava então. Porém, ele mal desconfiava que a vitima dessa história era quem ele pensava ser a vilã.

    - Bom saber, então.

    Finalmente haviam chegado em casa.

    - Mas... por que você quis saber sobre isso pai?
    - Por nada, por nada. Vamos entrar. - respondeu, abrindo a porta da mansão.

    Ceci estava na sala com a mesa de jantar pronta.

    - Boa noite, meu amor. - comprimentou ela, sorrindo para Peri.

    Ela caminhou em sua direção pronta para beijá-lo, mas ele se desviou dos lábios da "ex-amada". Esse ato fez Ceci desconfiar pela primeira vez de que algo estava errado.
    Eles começaram à jantar e Ceci notou que o marido nunca havia lhe tratado daquela forma tão fria antes. A evitava o tempo todo e não lhe dirigiu a palavra em nenhum momento.

    "Talvez seja apenas problemas no trabalho. Estou pensando coisas demais sobre essa atitude dele comigo. Vou verificar então o que é."

    Assim, ela começou suas tentativas de falar com o marido:

    - Como foi o seu dia amor? - sorriu.

    Peri ficou calado, comendo mais rapido para ficar com a boca ocupada.

    - Teve algum problema no trabalho?

    Ele permaneceu calado, fazendo o sorriso de Ceci rapidamente sair do rosto.

    - Pai, - chamou Jassanã - o Abaeté estava pensando em nós termos um novo jantar, sabe, para o senhor conversar melhor com ele dessa vez. Aí eu e o senhor iriamos nos encontrar com ele, - ela esqueceu de citar a mãe de Abaeté. Foi até melhor, para não piorar ainda mais aquela situação - talvez, naquele restaurante que inaugurou faz pouco tempo?
    - Claro, claro. - respondeu imediatamente para a filha, com um sorriso que não era muito verdadeiro, pois ele não sentia nenhuma felicidade naquele momento.

    Nem ele, nem Ceci. Pois aquilo comprovou a idéia de que o problema daquela situação era ninguém menos que ela. Peri não respondeu à nenhuma de suas perguntas mas não deixou de conversar e sorrir com Jassanã. Além do fato de combinarem o novo jantar com apenas o noivo dela e os dois. "O que eu fiz?", se perguntava. "Por que ele está me tratando assim?"
    Ela acabou tomando uma atitude drástica, saindo da mesa irritada, fazendo a cadeira dançar e cair no chão segundos depois. Damiana correu para levantar a cadeira. Peri ficou calado, terminando de comer. Já Jassanã fez de tudo pra controlar uma barulhenta gargalhada que tinha vontade de dar naquele momento mas ao invés disso tossiu para que a vontade de rir passasse.

    Ceci ficou no quarto alguns minutos até Peri entrar após acabar o jantar. Ela estava aguardando ele para ter uma conversa à sós. E a iniciou com uma voz bastante séria:

    - O que está acontecendo, Peri?






    CONTINUA NO CAPITULO 38 - A PRIMEIRA BRIGA
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    A Chama de Tupã - Página 2 Empty Re: A Chama de Tupã

    Mensagem por Admin Ter Jan 19, 2010 6:36 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Abaeté, o noivo de Jassanã, quer ter um novo encontro com Peri. Dessa vez ele deseja levar a mãe dele, Iracema.
    Enquanto isso, Jassanã e Ceci brigam novamente ao ponto de Ceci dar um tapa no rosto de Jassanã, e esta planejar se vingar dela colocando em notas que ela está roubando a empresa Tupiniquim. Quando ela está colocando o plano em prática, é flagrada por Aracauê, seu pai biologico. Ele repara o que ela está tramando e oferece ajuda à filha que não o conhece. Em seguida, Jacuí encontra as notas alteradas e recebe o pedido para ajudar no plano. Assim, os três iniciam o plano fazendo com que Peri acredite que Ceci estava enganando ele esse tempo todo e que ainda roubava dinheiro de sua empresa. Ceci percebeu que algo estava diferente por notar que Peri não falava mais com ela. Assim, tomou uma reação.


    Capítulo 38 - A primeira briga

    - O que está acontecendo, Peri? - perguntou séria.

    Peri fechou a porta do quarto ao entrar e passou a caminhar até o banheiro. Pelo visto ele iria continuar evitando-a, sem lhe dirigir a palavra nem ao menos para responder sua pergunta.
    Ao notar que ele continuaria sem falar com ela. Ceci correu para a porta do banheiro, impedindo a passagem.

    - Então não vai falar comigo?

    Peri permaneceu calado. Por mais dificil que fosse ficar assim naquela situação. A vontade dele era de explodir na frente da esposa mas ele não gostaria de gritar com ela. Ainda tinha sentimentos por Ceci que talvez nunca sairia dele.
    Ela, por sua vez, não aguentava mais vê-lo calado e estranho sem saber o que tinha feito pra ser tratada assim.

    - Eu quero que você fale comigo! - gritou nervosa.

    Depois de um certo tempo ainda calado, e com susto da reação dela, ele resolveu finalmente responder.

    - Por favor, eu preciso ir ao banheiro. - disse calma e friamente.

    Isso fez Ceci se estressar mais do que já estava:

    - O QUE FOI QUE EU TE FIZ?! - gritou, com lágrimas nos olhos.

    Mesmo estando com raiva dela naquele momento, ele notou que deveria ao menos dizer que sabia de tudo que ela fez. No minimo pra acabar com aquela aflição.

    - Você quer mesmo saber? - permaneceu calmo.
    - Quero! Claro que eu quero! - as lágrimas começavam a cair de seu rosto enquanto passava a baixar a sua voz.
    - Então tá. Eu já sei das coisas que você faz na empresa... sem eu saber.
    - Coisas? Que coisas? - perguntou, desentendida.
    - Não se faça de desentendida. - respondeu, perdendo um pouco da calma.
    - Do que você está falando?
    - Estou falando que já sei de tudo! Que você simplesmente me enganou esse tempo todo!
    - Eu não entendo. O que eu fiz na empresa?

    Peri passou a rir ironicamente com sua raiva aumentando.

    - Você não sabe? Você não sabe? Você tirou dinheiro da empresa sem eu saber, mexeu nos meu papéis, em coisas importantes minhas. A minha empresa pode falir por sua causa, - Ceci o olhava completamente assustada com tantas invenções. - sempre implicou com minha filha, fez com que eu demitisse os meus serviçais durante vários anos...
    - Quem demitiu foi você! Eu pedi pra que você trouxesse eles de volta!
    - Eles nunca gostaram de você! Disseram naquela época que só estava interessada em meu dinheiro e eu burro não acreditei neles, que estavam comigo durante a minha vida inteira!
    - Então é isso? É isso? Tantas coisas do passado são lembradas porque alguém te diz que eu peguei dinheiro na empresa e por isso você acha que eu sou um monstro? Uma coisa, inclusive, que é mentira? Que eu nunca iria mexer nos procedimentos da empresa, muito menos sem você saber.
    - Eu não sei mais de nada do que você pode ser capaz.
    - Ótimo, então. Você acreditou em tudo e não quer saber nem o que eu tenho pra me defender.

    Ele voltou a ficar calado.

    - Eu que sempre lhe escutei e tentei lhe ajudar com os seus problemas. Que defendi você em qualquer momento e de qualquer pessoa e mesmo assim você prefere acreditar nos outros do que em mim?
    - São pessoas demais que estão tentando abrir meus olhos há muito tempo atrás e eu não escutei até agora.
    - Certo... já sei que não vai adiantar eu dizer nada, então - a sua voz passou a ficar trêmula e triste.

    A conversa parecia ter acabado. Ela se dirigiu ao guarda-roupa e jogou algumas camisas e calças na cama.

    - O que está fazendo? - perguntou Peri.
    - Pegando minhas coisas. Eu vou embora daqui.






    CONTINUA NO CAPITULO 39 - SEPARADOS
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    Mensagem por Admin Ter Jan 19, 2010 6:37 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Abaeté, o noivo de Jassanã, quer ter um novo encontro com Peri. Dessa vez ele deseja levar a mãe dele, Iracema.
    Enquanto isso, Jassanã e Ceci brigam novamente ao ponto de Ceci dar um tapa no rosto de Jassanã, e esta planejar se vingar dela colocando em notas que ela está roubando a empresa Tupiniquim. Quando ela está colocando o plano em prática, é flagrada por Aracauê, seu pai biologico. Ele repara o que ela está tramando e oferece ajuda à filha que não o conhece. Em seguida, Jacuí encontra as notas alteradas e recebe o pedido para ajudar no plano. Assim, os três iniciam o plano fazendo com que Peri acredite que Ceci estava enganando ele esse tempo todo e que ainda roubava dinheiro de sua empresa. Ceci percebeu que algo estava diferente por notar que Peri não falava mais com ela. Assim, tomou a reação de falar com ele sobre isso. Peri não quis escutá-la e gritou com ela, fazendo-a decidir sair da casa.


    Capítulo 39 - Separados

    - O que está fazendo? - perguntou Peri.
    - Pegando minhas coisas. Eu vou embora daqui. Ficarei na casa dos meu pais por um tempo até resolver onde vou ficar.
    - Agora?
    - Sim. Minha presença passou a incomodar aqui já fazem alguns minutos. Portanto, sairei.

    Peri não esperava aquilo. Sentia por dentro uma vontade de dizer pra ela ficar, mas aquela situação não permitia. Tentava lutar contra o amor que sentia por ela lembrando da mentira que o fizeram acreditar de que aquela mulher o enganou durante todo aquele tempo.
    Mas vê-la soluçando, com as lágrimas caindo do rosto e com a voz trêmula ao falar com ele fazia Peri se sentir muito mal.

    - Por que não espera até amanhã de manhã? A rua está escura e perigosa nesse momento. Pode até chover.
    - Eu não me importo. Nem você deve se importar com isso.
    - Claro que eu me importo! Você é... a minha esposa ainda.
    - Não se preocupe com isso. Logo, logo não serei mais. Estará livre de mim para sempre. Talvez eu volte nessa semana para pegar o que falta das minhas roupas. Estou indo.

    Ela abriu a porta e saiu do quarto com a pequena maleta de roupas que pegou.
    Peri sentia vontade de correr atrás dela e dizer que a amava e acreditava em tudo que disse mas o orgulho não lhe permitia fazer isso. A única coisa que pôde fazer foi olhá-la no andar de cima e falar alto:

    - Eu te levo no meu carro!
    - Não precisa. - respondeu, mais segura. As lágrimas de seu rosto já não caiam mais. Estava mais calma e séria. - Adeus, Peri.

    A porta se fechou. Jassanã reparou que aquilo tratava de uma separação dos dois e começou à gritar de felicidade.
    Peri estava congelado, ainda olhando fixamente para a porta, sem prestar atenção no que a filha estava falando ou gritando naquele momento. Estava paralisado por ver o amor de sua vida ir embora daquela casa, talvez, pra sempre.
    Enquanto isso, Jassanã ria e gritava:

    - Damiana, tem alguma coisa aí pra brindar que eu quero celebrar um dos dias mais felizes da minha vidaaaa!



    A calma de Ceci para sair da casa durou apenas o tempo para fechar a porta da mansão. Logo em seguida ela desabou em lágrimas novamente, sentando aos poucos no chão apoiada pela pequena mala.
    Não conseguia acreditar no que estava acontecendo. O casamento dos dois nunca teve nenhum momento de crise. Os dois viviam sempre muito bem um com o outro. Como pôde acabar tudo por uma coisa dessas, que ele nem sabia se era verdade?



    Peri também passava à pensar dessa forma. Talvez tivesse sido muito duro com ela. O arrependimento de ter brigado lhe invadia extremamente. Sentia vontade de gritar. Mas mal sentia que havia alguém ao seu lado gritando como ele queria... mas de felicidade.
    Ele foi para sua janela do quarto e ficou olhando detalhadamente para cada pessoa que estava na rua. Estranhamente ela não estava lá ainda. Será que já tinha ido embora rápido? Ou ainda não havia saído?



    Ceci, soluçando, conseguiu se levantar e foi até a rua caminhando lentamente quando se deparou com um dos carros que Peri tinha andando bem ao seu lado.

    - Dona Ceci! - gritou o motorista de seu marido (ou ex).

    Começavam a cair gotas do céu. Ela encarou o motorista mas preferiu continuar caminhando sem lhe dar uma resposta.

    - Dona Ceci! O senhor Peri me mandou para levá-la até onde deseja ir.

    Ela continou andando mais apressada para se livrar do carro que perseguia ela de toda forma. As lágrimas voltavam à cair do seu rosto, misturadas às gotas de chuva que começavam a cair mais forte.

    - Está começando a chover, dona Ceci! Entre no carro.
    - Não preciso de carona. Eu posso ir embora sozinha.

    A chuva estava ficando cada vez mais forte. Os cabelos de Ceci passavam a ficar bem molhados. Sua expressão era a mais triste possivel deixando aquela situação dela completamente digna de pena para Peri que olhava da janela a amada chorando.

    - Por favor, deixe-me levar a senhora.
    - Eu não quero! Vá embora! - respondeu irritada, enxarcada e com frio.
    - Poderá ficar resfriada. Eu levo a senhora rapidamente para onde deseja ir sem falar nada.
    - O PROBLEMA É QUE EU NÃO TENHO PRA ONDE IR!! - gritou, soluçando.






    CONTINUA NO CAPITULO 40 - NOVA VISITA
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    Mensagem por Admin Ter Jan 19, 2010 6:38 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Abaeté, o noivo de Jassanã, quer ter um novo encontro com Peri. Dessa vez ele deseja levar a mãe dele, Iracema.
    Enquanto isso, Jassanã e Ceci brigam novamente ao ponto de Ceci dar um tapa no rosto de Jassanã, e esta planejar se vingar dela colocando em notas que ela está roubando a empresa Tupiniquim. Quando ela está colocando o plano em prática, é flagrada por Aracauê, seu pai biologico. Ele repara o que ela está tramando e oferece ajuda à filha que não o conhece. Em seguida, Jacuí encontra as notas alteradas e recebe o pedido para ajudar no plano. Assim, os três iniciam o plano fazendo com que Peri acredite que Ceci estava enganando ele esse tempo todo e que ainda roubava dinheiro de sua empresa. Ceci percebeu que algo estava diferente por notar que Peri não falava mais com ela. Assim, tomou a reação de falar com ele sobre isso. Peri não quis escutá-la e gritou com ela, fazendo-a decidir sair da casa. Ceci sai chorando. O motorista de Peri oferece carona para onde ela vai.


    Capítulo 40 - Nova visita

    - Por favor, deixe-me levar a senhora.
    - Eu não quero! Vá embora! - respondeu irritada, enxarcada e com frio. As lágrimas ainda caiam do seu rosto, misturadas à chuva.
    - Poderá ficar resfriada. Eu levo a senhora rapidamente para onde deseja ir sem falar nada.
    - O PROBLEMA É QUE EU NÃO TENHO PRA ONDE IR!! - gritou, soluçando.

    Realmente ela não tinha pra onde ir. Disse à Peri que iria para a casa dos pais, mas era tudo mentira. Os pais dela haviam saído da cidade fazia algum tempo. Por isso que nunca mais tinha visitado eles. O dinheiro que Peri dava à ela pra comprar roupas e jóias ela guardava para a mãe e assim conseguiu comprar uma nova casa pra eles. Longe daquela cidade, longe daquele estado. No interior de Minas Gerais, onde estava uma parte da sua família. Foi duro pra ela poder ficar sem vê-los durante esse tempo.

    O motorista a olhou, espantado e triste com sua situação. Uma moça que ele sempre via tão elegante pela casa e simpática com todos. Ficar naquela situação era terrível.

    Ceci andou, se afastando do carro que permaneceu parado e a deixou ir sozinha, chorando.
    Ela pensava se a única saída naquele momento era realmente sair daquela cidade e procurar os pais na nova casa deles.



    DING DONG! - a campainha do apartamento de Jacuí tocou.

    Ela foi atender, estranhando por não ter nenhuma visita aguardada para aquele momento. Abriu a porta e se deparou com Aracauê e um buquê de flores.

    - O-oi, boa noite.
    - Aracauê? O que faz aqui?
    - Te trouxe isso! - jogou o buquê nela com uma força ocasionada pelo seu nervosismo.
    - Ah, obrigada. - respondeu, sem graça. Ela já não havia falado pra ele que o que aconteceu no dia anterior não significou nada?
    - Err... Vai me convidar pra entrar? - perguntou, envergonhado.
    - Tá, tá certo. Entre.

    Não havia outra escolha. "O que eu poderia dizer?", pensava, "Não, não entre. Eu não quero você aqui! Eu não podia fazer isso. Até porque ele veio com boas intenções, pelo menos eu acho, me trouxe flores. Mas precisa entender que eu não quero nada com ele".

    - Então... - começou o contínuo - eu estava passando por aqui, lembrei de você, vi umas flores, pensei em você, aí vim. - soltou um riso.

    Era tudo uma mentira. Ele saiu de casa com o único intuito de comprar flores e ir na casa de Jacuí. Até porque, naquele momento, era o unico contato que ele tinha com alguém. Não tinha amigos, namorada, nem família por perto. Jacuí era a "felizarda" de ser a única pessoa que ele tinha contato pessoal atualmente. Mas o problema é que ela 'morria' de vontade de ser esquecida por outra pessoa.

    - Ah, claro. Obrigada por ter o trabalho de vir aqui trazê-la então. - sorriu sem nenhuma vontade. Ela sabia muito bem que era mentira o que ele disse. Estava apenas aguardando ele tocar no assunto do dia anterior. Seria o momento mais constrangedor desse encontro na casa dela. Teria que dizer pela segunda vez que não o quer.
    - Então... o que aconteceu conosco... ontem... - finalmente tocou no assunto, assim como Jacuí preveu.

    Preferiu interrompê-lo antes que ele se declarasse pra ela e tornasse a situação pior:

    - Aracauê, eu já lhe disse que não gostaria de ter nenhum relacionamento sério no momento. Gostaria que você, por favor, me entendesse.
    - Mas... - tentou contenstar e continuar sua declaração mas não conseguiu. Jacuí foi o empurrando aos poucos até a porta do apartamento para botá-lo pra fora.
    - Por favor, Aracauê. Me entenda. - repetiu - Até amanhã. - e fechou a porta.

    O contínuo se sentiu triste e humilhado por ser tratado daquela forma. Estava se apaixonando por ela e era tratado assim?
    "Será que ela está com outro e não quer me dizer?", pensou.



    Ceci foi para a estação de ônibus do centro procurar passagem para a cidade de seus pais. Ela resolveu que o melhor seria voltar para a casa deles mesmo. Não tinha pra onde mais ir e dessa forma não teria que sofrer toda vez que passasse por perto da mansão ou das indústrias Tupiniquins. Muito mais quando ela encontrasse o próprio Peri nas ruas.
    Ela também estava sem dinheiro. Se tivesse de viajar para lá, teria que ser enquanto ainda tivesse dinheiro.
    Viu que a vida de madame não deu certo e precisaria de um emprego dessa vez. Mas enquanto não encontrasse, teria a ajuda da família que ajudou tanto quando pôde.

    - Boa noite, senhora.
    - Olá - chegou no atendimento da estação. Estava ainda molhada e com os olhos inchados, mas sua voz já estava mais calma e suave. - eu gostaria de um assento no ônibus que vai para Minas Gerais. Tem algum ainda pra hoje?

    Ela não tinha onde dormir naquele momento, portanto, quanto mais cedo saísse de lá seria melhor. Ainda teria que economizar dinheiro para pegar o ônibus de Minas para a cidade onde os pais estavam.

    - Tem sim, para o ônibus das oito horas. Tem ainda três vagas para a classe executiva.
    - Executiva... Err... tem nenhuma pra econômica não?
    - Infelizmente não, senhora. Mas tem para o ônibus das seis da manhã.
    - Então... - olhou para o dinheiro que tinha - eu quero uma para amanhã mesmo.

    Mesmo comprando a econômica, sobraria pouquíssimo dinheiro para Ceci. Do qual mal daria pra pagar a passagem de lá para a casa dos pais.
    Ela teria que passar a noite na rua naquele dia além de não poder comer nada.






    CONTINUA NO CAPITULO 41 - INESPERADAMENTE
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    Mensagem por Admin Ter Jan 19, 2010 6:38 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Jassanã planeja se vingar de Ceci depois de uma briga e acaba tendo a ajuda de Aracauê e Jacuí colocando em notas que ela está roubando a empresa Tupiniquim. Assim, os três iniciam o plano fazendo com que Peri acredite que Ceci estava enganando ele esse tempo todo e que ainda roubava dinheiro de sua empresa. Ceci percebeu que algo estava diferente por notar que Peri não falava mais com ela. Assim, tomou a reação de falar com ele sobre isso. Peri não quis escutá-la e brigou com ela, fazendo-a decidir sair da casa. Ceci sai chorando. O motorista de Peri oferece carona para onde ela vai mas ela não tem pra onde ir.
    Decide depois voltar para a casa dos pais, que estão no interior de Minas Gerais nesse momento. Só poderá pegar o ônibus no dia seguinte de manhã.





    "A noite... ela é bem mais apreciada para aqueles que estão em suas casas... que estão quentes em suas camas... que estão confortáveis em seus colchões. Espero estar assim em breve. Enquanto isso, preciso me contentar vagando pelas ruas dessa cidade imensa. Talvez, se sentir sono, os bancos da estação podem servir para cochilar. Mas não tenho vontade de dormir. Não tenho vontade... de viver. Talvez eu melhore em breve. Já não me sinto tão mal quanto a pouco tempo atrás. Preciso me esquecer de tudo que aconteceu e viver uma vida nova. Não vou mas me importar com o tempo que perdi achando que estava construindo um amor que duraria pra sempre. ...preciso esquecer de tudo. Não quero me sentir tão mal de novo. Meus pais serão minha grande companhia. Eles, que nunca me abandonaram mesmo se eu estivesse errada. Eles são os únicos que posso contar. Me amam de verdade.
    Que frio! A brisa gélida secou a minha roupa mas me deixou como se estivesse congelada. Preciso de um cobertor. Onde está minha mala? Ah, aqui está!
    Acho que vou me sentar agora. Quem sabe o sono chega com a presença do meu casaco pra me esquentar? Tudo o que eu preciso nesse momento é dormir... dormir... dormir... dormir... e esquecer... tudo e todos que conheci... durante esses últimos anos de minha vida..."



    Capítulo 41 - Inesperadamente

    "Amanheceu? Não, ainda está escuro. A minha mala! Ah não, está aqui.
    Será que dormi por muito tempo? Não... ainda são duas e meia. Droga, o dia parece que não passa.
    Os tempos bons passam tão rápido... não, Ceci, não chore! Essas pessoas não merecem suas lágrimas... estão em casa nesse momento, sem se preocupar com você. Sem se preocupar se você ainda está viva. Seria até melhor se não estivesse....
    Não, não. Não quero ver meus pais sofrendo por mim. Mas... será que eles sofreriam? Será que alguém sofreria?
    Certas pessoas ao meu redor pareciam se importar tanto comigo... e o que elas fizeram... não, não vou mais chorar! Não posso mais chorar. Ficarei desidratada desse jeito.
    Sinto sede nesse momento. Muita sede. Estou bastante tonta. Talvez eu devesse me preocupar mais com isso do que chorar. Preciso guardar dinheiro quando chegar da viagem para o próximo ônibus.
    Quem sabe esses trocados não servem para comprar uma água?"

    - Boa noite.
    - Bom dia, já, né, filha? - "Que mulher mais mal-humorada. Acho que não gosta nem um pouco de trabalhar aqui de madrugada."
    - Ah sim, é, é verdade. - "É melhor eu sorrir. Quem sabe converso mais com ela pra passar o tempo e ela me dá até um desconto na água. Pode até ser que ela não seja chata. Foi apenas uma impressão que deu na primeira vez que ela falou."
    - Tá, tá, o que você quer? - "Ih, a segunda frase não mudou nada no conceito."
    - Eu gostaria de uma água. - "Estou rouca? Minha voz está começando à falhar. Talvez seja a garganta seca. Os olhos em conpensação..."
    - São cem cruzeiros. - "CEM? Meu Deus, eu não posso gastar tudo isso numa água. Esqueci que aqui é caro de manhã, quanto mais de madrugada."
    - Er.. tem nenhuma garrafa menor não?
    - Não, não tem. Se quiser mais barato, vá no bar da esquina. - "E eu digo pra onde você vai, já já."
    - Tá certo, obrigada pela atenção.

    "E agora? Estou me sentindo tonta. Talvez seja falta d'água e a fome também. Das duas eu só poderia comprar a água mas não nesse preço absurdo. Acho que o único jeito é ir nesse bar que a mulher falou.
    Onde será que ele fica. Está tudo escuro, não dá pra saber onde é. Ah, tem uma luz ligada ali e várias pessoas. Deve ser lá.

    Quanto mais me aproximo de lá, mais a música fica alta. Esse lugar não parece ser algo de se levar a família. São pessoas estranhas dançando coladas umas às outras e gritando palavrões e besteiras ao som de músicas vulgares.

    Finalmente entrei, parece que todos passaram a olhar pra mim. Tem muitos cochichos, assovios e homens gritando. Aquilo é pra mim?
    Quero sair logo deste lugar. Quero minha água. Não estou bem. Posso até desmaiar com o ar abafado daqui."

    - Moço, preciso de uma água. - "Falei em desespero, tonta."
    - Aqui está, boneca!

    "Abri desesperadamente a garrafa e bebi metade dela para poder voltar a respirar. Só pensei no preço dela depois que vi uma tabela ao fundo."

    - Ai, meu Deus.
    - O que foi? - "Perguntou o gorducho ao qual só passei a prestar atenção agora".
    - É que... moço... eu não tenho como pagar isso agora.
    - O quê?! - "Ele parecia estar ficando com raiva de mim até que dois homens que estavam sentados bebendo gritaram:"
    - Ei, Tomas. Pode colocar na nossa conta. Não esquenta com isso! - "Que gentis. Não sei o que faria se o gordo passasse a me xingar ali."
    - Er, obrigada. - "Agradeci, desajeitada e fui embora rapidamente."

    "Voltei para a estação. Estava mais calma pela água bebida. Mas a fome também começava a bater.
    Olhei para o céu e notei que estava mais claro. Ainda bem! Finalmente essa noite vai acabar. Tem um homem já na estação, sentado entre os bancos vazios... VAZIOS?!
    Onde está minha mala? Ah, tem um homem com ela alí no canto!"

    - EI, MOÇO!! MOÇO!! ESSA MALA É MINHA! ESSA MALA É MINHA! - "Ele está correndo, não acredito que é um ladrão! E aquela vendedora não fez nada?!

    "Preciso correr. Todas as poucas roupas que levei estão lá. Não posso chegar na casa dos meus pais sem nada."

    - VOLTA AQUI! ALGUÉM ME AJUDA! ELE ME ROUBOU!

    "Um vulto inidentificável passou pela minha frente. Um não, dois. Quem era? Olhei melhor e reconheci. São os moços do bar que pagaram minha água!

    Eles conseguiram chegar até o ladrão e pegaram minha maleta, deixando o homem no chão. Estava tudo escuro e deserto fora da estação. Só tinham eles pra me ajudar mesmo. Foram minha salvação.
    Estavam chegando até mim para trazer a mala."

    - Muito obrigada mais uma vez. Não sei como agradecê-los. - "Agradeci educada. Eles soltaram um sorriso. Eu achei que iriam aceitar aquilo como resposta, mas estava enganada."
    - É? Mas nós sabemos.






    CONTINUA NO CAPITULO 42 - DESESPERO
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    A Chama de Tupã - Página 2 Empty Re: A Chama de Tupã

    Mensagem por Admin Ter Jan 19, 2010 6:38 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Jassanã se vinga de Ceci depois de uma briga fazendo com que Peri acredite que Ceci estava enganando ele esse tempo todo e que ainda roubava dinheiro de sua empresa. Peri não quis escutar a defesa de Ceci e brigou com ela, fazendo-a decidir sair da casa. Ceci sai chorando. O motorista de Peri oferece carona para onde ela vai mas ela não tem pra onde ir.
    Decide depois voltar para a casa dos pais, que estão no interior de Minas Gerais nesse momento. Só poderá pegar o ônibus no dia seguinte de manhã. Ela acaba ficando na rua de madrugada e tem sua mala roubada.



    Capítulo 42 - Desespero

    Os dois homens ajudaram Ceci a pegar sua maleta roubada. Um parecia ser um pouco mais velho que o outro, porém o mais novo era mais alto.
    Conseguiram a maleta e foram levar até ela.

    - Muito obrigada mais uma vez. Não sei como agradecê-los - sorriu Ceci.

    Um olhou para a cara do outro, sorrindo e combinando coisas apenas com os olhares que se viraram para Ceci.

    - É? Mas nós sabemos. - respondeu o mais novo.
    - Rápido, tira essa roupa dela! - mandou o mais velho.

    Ceci entrou em pânico. Estava sozinha, de madrugada, numa rua completamente deserta. O que eles pretendiam fazer com ela?

    - Vai logo, tira! - ordenou novamente.

    Enquanto o mais novo se preocupava em retirar as roupas dela, o mais velho se preocupava em retirar seu cinto e desabotoar a calça.
    Ela começou à se debater, dificultando o rapaz de tirar suas roupas.

    - Não, não, por favor, não façam isso comigo! Não! - gemia, fraca. Ela já não tinha forças para correr ou até mesmo gritar.
    - Ah, boneca, é só um agradecimento pra você fazer à nós dois pela água e pela mala.
    - Por favor, eu imploro!



    O dia estava começando na mansão Tupiniquim. O despertador de Peri tocou, mas ele já estava acordado.
    Não conseguiu dormir a noite inteira pensando em Ceci. "Será que ela está bem?", pensava. Ele sentia vontade de sair de casa e correr à procura dela pra chamar de volta. Mas, mais uma vez a razão não o deixava ter essa atitude.

    Enquanto isso, Jassanã acordou completamente feliz pela saída da madrasta. Nada poderia ter dado mais certo do que aquele plano. Ainda queria pular, gritar e rir mais. Estava começando à se preparar pra sair.
    Iria mais uma vez à casa de Abaeté, faltando a aula de seu colégio sem Peri saber. Estava bastante contente em poder informar a ele que sua madrasta se foi.
    Porém, mesmo com toda a felicidade, sentia-se um pouco mal. "O que é esse mal estar que sinto?", se perguntava.
    Ela desceu para beber água pra ver se melhorava, mas ao sentir o cheiro da comida sendo preparada por Damiana, correu para o banheiro e vomitou.

    - O que foi isso, minha filha? - perguntou a serviçal.
    - Deve ter sido o champanhe que eu tomei ontem, Damiana. Não se preocupe. - respondeu.



    O dia já estava começando a nascer no céu. A rua da estação ainda assim estava deserta.
    Ceci chorava e gritava por socorro, sem forças. Alguém precisava ajudá-la. O homem já estava conseguindo tirar a sua roupa.
    Quando o ato estava prestes a ser feito pelo homem já com a calça no chão, ela tentou pela última vez alguma ajuda. Alguém escutaria seu grito de longe. Mas ela não tinha forças pra gritar. Respirou fundo e fez o máximo que conseguiu.

    - SOCORROOOOOOOOOO!!! - gritou, chorando.
    - Para com isso, vagabunda! - respondeu o mais velho, tampando a boca dela após lhe dar uma tapa no rosto.

    Ceci permanecia gritando, com seu desespero abafado pelas mãos do molestador. Alguém parecia finalmente estar chegando no local.

    - O que significa isso?!






    CONTINUA NO CAPITULO 43 - A MILAGROSA AJUDA


    Última edição por Admin em Sáb Jan 08, 2011 1:55 pm, editado 1 vez(es)
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    Mensagem por Ricarte Ter Jan 19, 2010 6:45 pm

    Admin escreveu:Tbm to com saudades de escrevê-la. Sad

    E nós com saudade de lê-la
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    Mensagem por !Kevin Ter Jan 19, 2010 6:48 pm

    Tinha me esquecido como eh intenso o capitulo 42, com estupros.... Very Happy
    Parabens, Allan!
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    Mensagem por Amanda$ Qua Jan 20, 2010 10:12 pm

    Ricarte escreveu:Eu sei que Eu, a Vivi, a Flávia e vc estariamos morrendo de saudade dessa história que é absolutamente Mara

    Com certeza, estou com mta saudades de acompanhá-la. Era otimo.
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    Mensagem por Ricarte Sex Jan 22, 2010 8:38 am

    Era não Amanda, É ótimo

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