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Ricarte
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    A Chama de Tupã

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    Mensagem por Admin Sex Jan 22, 2010 10:24 am

    O "Era" eu acho que é no sentido de que ja acabou, Ricarte Sad
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    Mensagem por Amanda$ Sex Jan 22, 2010 1:38 pm

    Foi o que o Alan disse Ricarte. "Era" otimo acompanha-la né?
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    Mensagem por gabriel damasceno Seg Mar 15, 2010 7:17 pm

    que bom que a chama de tupã voltou !!! é muito mara!
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    Mensagem por Matheus Qua Abr 21, 2010 7:59 pm

    Oi gente
    muito boa a fan fic
    alguem podia me ajudar como é que funciona aqui enfim todo o forum, algumas coisas eu já entendi tipo os episódios area dos atores enfim essas coisas xDD
    Amo a série Very Happy
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    Mensagem por Larissa Tavares/ Sex maio 21, 2010 9:48 pm

    aa eu adooro essa fanfic ! eu lia no fórum antigo, muuito boa .
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    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:06 pm

    Capítulo 43 - A milagrosa ajuda

    - O QUE É ISSO?! - chamou novamente.

    Era um homem do qual Ceci já tinha visto. Era a única pessoa na estação, fora a atendente, na hora em que ela notou que roubaram sua maleta.

    - Me ajude, por favor - Pediu à ele, desesperada.
    - Ei, sai daqui, cara. Não se meta nisso! - Avisou o molestador mais velho. O mais novo estava com medo e parecia querer fugir.
    - Não, não vou sair até que larguem essa moça inocente! - respondeu o homem, se aproximando.
    - Quer apanhar então?
    - Não se eu bater antes!

    Ele foi até o molestador rapidamente e lhe deu um soco no rosto, fazendo ele perder o controle e cair no chão, apoiando as mãos para não cair de cara.
    Logo depois, o homem sem as calças levantou-se rapidamente e bateu no que lhe socou.
    A briga assim, estava formada. Ceci estava desesperada, querendo ajudar o homem que lhe salvou, mas não sabia como.

    - POLICIAA!!! ALGUÉM AJUDA!!! SOCORROOO!! - passou a gritar.

    O rapaz mais novo correu com medo enquanto os dois brigavam aos gritos de Ceci.
    Estava começando a aparecer pessoas na rua que se assustaram imediatamente com a cena que estava acontecendo lá.

    - Alguém chama a policia!! - gritou Ceci.
    - Me solte, idiota! - gritou o molestador, preso pelo braço do homem em seu pescoço.

    A briga já estava ganha. Agora só precisavam saber o que fazer com aquele 'bandido' imobilizado.



    Na mansão Tupiniquim, o café da manhã já estava sendo servido para apenas uma pessoa na mesa.
    Jassanã estava saindo, apressada.

    - Filha, não vai comer?
    - Oi, pai. Não, hoje não. Não estou me sentindo muito bem, obrigada. - respondeu, causando estranhamento em Peri.

    A filha saiu. Ele passou a estar sozinho na mansão com Damiana. Se sentia abandonado, mas sabia que o culpado disso era ele por brigar com ela. "Talvez as coisas não devessem ter sido daquela forma", pensava.

    - Damiana, venha comer. Deve estar cansada. - chamou a serviçal para não comer sozinho.



    Um carro de policia apareceu no local depois de pouco tempo do molestador gritando e xingando. Ele acabou sendo levado.

    - Moça - chamou o homem para Ceci - Você está bem?
    - Oi - respondeu ela imediatamente, ao se virar - Estou. Muito obrigada por me ajudar.

    Ceci olhou para baixo para procurar a maleta dela e parar de olhar para o homem que lhe ajudou, pois já estava envergonhada.

    - O que você estava fazendo aqui numa hora dessas?
    - Eu... estava esperando o ônibus dessa manhã e acabei sendo assaltada e quase molestada como pode ver.
    - Faz muito tempo que está aqui.
    - Sim, já fazem algumas horas.
    - Mas é muito perigoso, não deveria estar por aqui tão cedo. Devia estar em casa ainda. Uma moça bonita e delicada como você é uma presa fácil para esses bandidos.
    - O problema é que... eu não tenho pra onde ir. Por isso estou indo para a casa dos meu pais, sabe. - disse, com sua tristeza voltando, se é que tinha ido embora em algum momento desse dia.
    - Ah... ta certo. - respondeu, envergonhado, sem saber o que dizer por ela não ter pra onde ir.

    Depois de um certo tempo sem nenhuma palavra a mais de Ceci, que estava quase chorando de novo ao se lembrar do dia que teve. Ele voltou a falar:

    - Eu nem sei qual é o seu nome. - riu, tentando distraí-la.
    - Caramba, é mesmo. Eu me chamo Ceci. - respondeu ela, tentando sorrir.
    - Eu me chamo Mauro. Muito prazer. - ele passou então a empurrá-la delicadamente pelo caminho de volta para a estação - Então, Ceci... qual o ônibus que você vai pegar?
    - O para Minas. E você?
    - Que coincidência, eu também. Eu sou de lá. Minha esposa e eu moramos lá mas passamos por aqui às vezes.
    - Esposa?






    CONTINUA NO CAPITULO 44 - A VIAGEM
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    A Chama de Tupã - Página 3 Empty Re: A Chama de Tupã

    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:07 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Jassanã se vinga de Ceci depois de uma briga fazendo com que Peri acredite que Ceci estava enganando ele esse tempo todo e que ainda roubava dinheiro de sua empresa. Peri não quis escutar a defesa de Ceci e brigou com ela, fazendo-a decidir sair da casa. Ceci sai chorando. O motorista de Peri oferece carona para onde ela vai mas ela não tem pra onde ir.
    Decide depois voltar para a casa dos pais, que estão no interior de Minas Gerais nesse momento. Só poderá pegar o ônibus no dia seguinte de manhã. Ela acaba ficando na rua de madrugada e tem sua mala roubada. Também é quase molestada por dois homens até que alguém aparece no local para lhe agredir.
    Por sorte, um homem chamado Mauro a ajudou, fazendo amizade com ela e contando que era casado.



    Capítulo 44 - A viagem

    - Esposa? - estranhou ela, por achar que ele era solteiro. Imediatamente olhou para a mão de Mauro e notou que ele tinha uma aliança.
    - Sim, a família dela é daqui e eu tenho vários negócios empresariais aqui também. Mas ela não gosta muito de vir, dessa vez eu vim só.
    - Que pena. Seu ônibus é o das seis?
    - Sim, sim. É o mesmo seu?
    - Uhum - sorriu. Aquela conversa já estava fazendo Ceci esquecer mais do que passou durante as últimas doze horas.
    - Já já ele sai. Vamos sentar nesse banco de espera.
    - Claro. - ela sentou e olhou para a passagem de Mauro para saber o seu assento - É uma pena o seu assento não ser ao meu lado. Foi a única pessoa que encontrei aqui simpática. - lembrou da atendente.

    Ele deu uma gargalhada e voltou à olhá-la deixando-a mais envergonhada nesse momento por saber que se tratava de um homem casado.

    - Eu troco o assento com quem estiver ocupando. Caso a pessoa não queira, eu uso o meu charme para conseguir.

    Foi a vez de Ceci rir. Ele parecia ser uma pessoa bem 'solta' para quem era casado. Só faltava flertar com Ceci em seu momento mais triste e carente.

    - Você vai para que cidade?
    - Iturama, onde meus pais estão.
    - Iturama? Caramba, é bem distante de Belo Horizonte, viu?
    - Sério? - perguntou, assustada. Pensava se a passagem pra chegar lá seria muito cara pois estava com pouquíssimo dinheiro.
    - É bastante demorado e caro para chegar lá. A distância é muito maior do que a do Rio para BH.

    Era o que faltava pra Ceci se desesperar naquele momento.
    Os passageiros passaram à subir no ônibus. Juntos, os dois também entraram.

    - Opa, tudo bom? Tem algum problema você trocar de lugar comigo? - perguntou ao passageiro do lugar ao lado do de Ceci - A minha é lá na frente, executiva, se você quiser...

    O passageiro aceitou imediatamente. Assim, os dois se sentaram. Mauro olhou pra ela, com um sorriso de "Não disse que conseguiria?" mas acabou vendo que ela não estava se importando nem um pouco com aquela cena. Estava em desespero. O ônibus saiu da estação, começando seu longo caminho.
    Ele acabou perguntando:

    - Está se sentindo bem?
    - Sim, estou bem. - respondeu - É que... aquele ladrão... ele levou meu dinheiro. Estou com quase nada aqui pra ir para a cidade dos meus pais. - Não era verdade, o ladrão não conseguiu levar nada.
    - Sabe, eu tenho aqui para te dar. Mas acho que você não deveria ir pra lá ainda hoje.
    - Não? Por quê? - "Mais alguma má notícia?", se perguntava.
    - Você está muito cansada e desgastada por tudo que passou. Além do mais que você não fazia idéia de que a cidade dos seus pais era tão longe. Não está preparada para essa cansativa viagem.
    - Então o que eu devo fazer? Descer desse ônibus enquanto há tempo?
    - Ou... pode ficar aqui, chegar até BH e se hospedar na minha casa durante uns dois dias para poder ir para a segunda parte da sua 'jornada' estando mais calma.
    - Não, obrigada. Não quero atrapalhar sua vida muito menos a da sua esposa.
    - Não vai atrapalhar. Eu não vou mais trabalhar essa semana. Vou tirar uma pequena folga agora. E minha esposa é muito legal e simpática, se tornarão grandes amigas.

    "Ou grandes inimigas, se eu passar à ser uma coisa mais importante pra você", pensava Ceci, tirando esse pensamento da mente logo em seguida.

    - E então? Aceita ou não? - perguntou com o seu ar conquistador para Ceci.
    - Está certo, então.

    A viagem seguia o rumo durante a infinita conversa dos dois. Conversa a qual Ceci tentava o máximo para não citar em nenhum momento sua vida de casada na mansão Tupiniquim.



    - Bom dia, doutor Peri. - comprimentou Jacuí, ao ver Peri chegar no escritório.
    - 'Dia. - entrou no escritório, estranho.

    Jacuí entrou em sua sala e perguntou, querendo saber o que estava acontecendo com ele:

    - Algo de errado, doutor?
    - Não, não, obrigado Jacuí. - disse com o seu pensamento longe, em como Ceci estava naquele momento.
    - Tem certeza? O senhor nunca esteve assim?
    - Então você me conhece mesmo, não é? - tentou sorrir para a secretária - Sim, eu estou sim com uns... problemas.
    - Existe algo que eu possa ajudar?
    - Não, não. Obrigado. - ele parou e pensou de novo, chamando - Ou melhor, tem, tem sim. Estou com as costas doendo bastante. Poderia chamar a massagista, por favor?

    Ela sorriu e fechou a porta do escritório, respondendo:

    - Por quê não fazemos melhor? Eu posso realizar essa massagem no senhor, se me permitir. Minhas mãos são bastante leves.
    - Mesmo? Então pode sim. - sorriu - Por quê não deixaria, não é?






    CONTINUA NO CAPITULO 45 - EM UM NOVO LUGAR
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    A Chama de Tupã - Página 3 Empty Re: A Chama de Tupã

    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:07 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Jassanã se vinga de Ceci depois de uma briga fazendo com que Peri acredite que Ceci estava enganando ele esse tempo todo e que ainda roubava dinheiro de sua empresa. Peri não quis escutar a defesa de Ceci e brigou com ela, fazendo-a decidir sair da casa. Ceci sai chorando. O motorista de Peri oferece carona para onde ela vai mas ela não tem pra onde ir.
    Decide depois voltar para a casa dos pais, que estão no interior de Minas Gerais nesse momento. Só poderá pegar o ônibus no dia seguinte de manhã. Ela acaba ficando na rua de madrugada e tem sua mala roubada. Também é quase molestada por dois homens até que alguém aparece no local para lhe agredir.
    Por sorte, um homem chamado Mauro a ajudou, fazendo amizade com ela e contando que era casado. Ceci conta à ele a cidade que vai e ele diz que é muito longe e oferece sua casa para ela ficar por um tempo. Assim, a viagem segue...



    Capítulo 45 - Em um novo lugar

    - Ceci? Ceci? Está acordada? - chamava Mauro, repetidamente.

    Ceci já escutava sua voz e começava à abrir os olhos. Estava no ônibus com todos os passageiros em pé, exceto ela e Mauro, pegando suas malas e pertences para descer do ônibus.

    - Chegamos, Ceci. - cochichou ele em seu ouvido.

    Ela finalmente despertou, notando que estava no ônibus que já tinha chegado em Belo Horizonte e que dormiu a partir do momento em que a conversa dos dois parou e que ficou, e ainda estava, encostada no ombro do mais novo amigo.
    Em um movimento brusco de consciencia, ela saiu do ombro de Mauro e se levantou para pegar a maleta e sair do ônibus. Desastrada, bateu com a cabeça no teto baixo onde fica as bagagens de mão.

    - Você está bem? - perguntou ele, assustado e passando a massagear a cabeça dela com as mãos.
    - E-estou. Estou sim. Obrigada. - respondeu sem graça - Vamos? Vamos descer?

    Os dois desceram. Ceci ainda sentia um pouco de dor da pancada na cabeça. Já Mauro, olhava para todos os lados em busca de algo.

    - O que está procurando? - perguntou ela.
    - Minha esposa. Ela disse que vinha me buscar aqui. Olha lá! - ele apontou ao encontrá-la.

    A esposa sorria e acenava para ele dentro do carro, ela sabia dirigir. Parecia ser alguns anos mais velha que Ceci. Tinha cabelos morenos, redondos e curtos. Mauro sorria e continuava acenando para ela.
    Mas a alegria dela passava a diminuir ao notar que a moça que estava perto dele não era uma mera passante do ônibus que seguiria seu caminho normalmente e sim alguém que estava acompanhando seu marido.

    - Oi, meu amor. - ele chegou no carro e a beijou na janela de seu Chevete comprado no mesmo ano, 78.
    - Como foi a viagem? - ela tentou agir naturalmente, mesmo sentindo a presença de Ceci e querendo saber o que ela era.
    - Foi... boa. Teve alguns problemas mas isso eu conto em casa. Ah! - lembrou de Ceci ao falar dos problemas na viagem - Essa aqui é Ceci. Eu a conheci no ônibus. Só que ela não fazia idéia de que a cidade de Iturama era longe daqui.
    - Nossa! - reagiu com um espanto falso, olhando para Ceci com desconfiança. - É muito longe, viu?
    - É por isso que eu chamei ela pra ficar uns dois dias conosco lá em casa até descansar pra ir pra lá.

    Dessa vez sua esposa se espantou verdadeiramente.

    - Muito prazer. - sorriu Ceci, ao comprimentá-la quando já estava entrando no carro - Eu ainda não sei o seu nome.
    - Amanda. Espero que goste da nossa casa.
    - Concerteza gostarei, pois já gosto muito de vocês - riu.

    A casa deles ficava bem perto da estação. O completo contrário da casa dos pais de Ceci.

    - Chegamos - avisou Mauro.

    Ceci olhou para a casa, era grande e bonita. Mauro era um empresário com um certo dinheiro. Sua conta bancária, porém, não era nada comparada à de Peri. Seu carro era novo e a casa era grande e bem cuidada, com um jardim, uma pequena piscina e vários objetos de arte. Mas, na mente de Ceci, nada era comparável à beleza e grandeza da mansão Tupiniquim.
    Saíram do carro. Amanda estava se convencendo de que Ceci realmente não passava de uma simples e nova amiga de seu marido.

    Ceci ao entrar na casa, olhava para todos os detalhes que existiam. Enquanto isso, Mauro encostou a esposa em um canto mais distante para cochichar pra ela um resumo do que aconteceu na estação com a Ceci. Amanda passou a entender mais a história e confiar mais na moça que deixaram entrar na sua casa.

    - Eu vou subir. - avisou ele em voz alta - Tomar um banho. Pode ajeitar suas roupas aí, Ceci. Temos um quarto de hóspedes pra você com um banheiro dentro também. Até já.

    Ao subir para o quarto, ele deixou as duas mulheres em silêncio. Não tinham o que falar até que Ceci iniciou a conversa:

    - Vocês moram sozinhos aqui?
    - Não. Somos nós dois e a nossa filha.
    - Vocês tem uma filha? Que legal. Qual é o nome dela?
    - Icaraí. Ela voltou pra casa faz pouco tempo, ela acabou o ensino médio lá na suíça, sabe. Com o dinheiro que juntei, eu a coloquei em um colégio interno lá.
    - Ela gostou?
    - Sim, sim. Adorou poder morar lá por uns tempos. Mas agora, finalmente, está de volta.

    Ceci foi arrumar suas roupas, necessitava de um banho. Algo que não teria nem tão cedo se fosse para a casa dos pais direto.
    A noite já começava no céu. Ela e Amanda acabaram tendo uma grande afinidade. As duas depois passaram a conversar sobre diversos assuntos enquanto Mauro assistia a tevê em cores que comprou.
    Ceci ainda se sentia mal por incomodar os dois e por não contar o que aconteceu na estação.

    - Amanda, eu preciso lhe dizer o que aconteceu lá na estação.
    - Não - respondeu ela, rapidamente - Não precisa se preocupar com isso. O Mauro me contou um pouco do que aconteceu. Você deve estar muito mal com isso. Não quero que lembre dessas coisas novamente.
    - Obrigada - disse Ceci, emocionada - É que eu não entendo, sabe. - sua voz estava trêmula - Como alguém pode ter a capacidade de molestar uma mulher que nem conhece daquele jeito, sem pensar em sua vida. Sem pensar no que pode acontecer com essa mulher depois disso. Só um monstro faz uma coisa dessas.

    Amanda ficou calada e séria. Já Ceci, chorou e depois de um certo momento se desesperou ao lembrar que estava casada com um 'monstro'.






    CONTINUA NO CAPITULO 46 - EX-SUÍÇA
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    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:08 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Jassanã se vinga de Ceci depois de uma briga fazendo com que Peri acredite que Ceci estava enganando ele esse tempo todo e que ainda roubava dinheiro de sua empresa. Peri não quis escutar a defesa de Ceci e brigou com ela, fazendo-a decidir sair da casa. Ceci sai chorando. O motorista de Peri oferece carona para onde ela vai mas ela não tem pra onde ir.
    Decide depois voltar para a casa dos pais, que estão no interior de Minas Gerais nesse momento. Só poderá pegar o ônibus no dia seguinte de manhã. Ela acaba ficando na rua de madrugada e tem sua mala roubada. Também é quase molestada por dois homens até que alguém aparece no local para lhe agredir.
    Por sorte, um homem chamado Mauro a ajudou, fazendo amizade com ela e contando que era casado. Ceci conta à ele a cidade que vai e ele diz que é muito longe e oferece sua casa para ela ficar por um tempo. Assim, a viagem segue...



    Capítulo 46 - Ex-Suíça

    No terrível clima de tristeza que estava na casa onde Ceci e Amanda passavam a chorar profundamente, Mauro tentou amenizar a situação:

    - Gente, gente. Venham assistir o programa da tevê. Esqueçam isso, é melhor.

    Ceci depois de se sentar no sofá e se acalmar, estranhou a forma como Amanda estava emocionada. Tudo aquilo era simplesmente por causa do que aconteceu na estação?

    - Amanda, daqui a pouco a Icaraí chega do centro. Você quer que ela te veja assim?
    - Não, não, já estou melhor. - respondeu, enxugando os olhos.



    Na mansão Tupiniquim, o jantar já estava pronto na mesma mesa vazia em que estava de manhã. Peri novamente se sentia só e lembrava de Ceci. Esta pela qual ele se arrependia de não ter impedido de ir embora, mas ainda assim não tomava nenhuma atitude para saber onde estava naquele momento.

    - Onde está Jassanã? - perguntou à Damiana.

    A serviçal fez gesto de não saber.

    - JASSANÃÃ!! - chamou ele, alto.

    A menina apareceu, com o aspecto pálido.

    - Oi, pai.
    - Venha jantar. Precisa comer.
    - Não, não. Eu não estou muito bem. Ainda sinto mal estar pelo que bebi ontem.
    - Você não devia ter bebido aquele champagne.
    - É verdade - ela voltou em direção ao quarto.
    - Quer ir ao médico? - perguntou mas não obteve resposta. A menina fechou a porta e não escutou, ou talvez não quis responder.

    Damiana saiu da sala, com um olhar irônico para Peri que não conseguia entender o óbvio daquela situação.



    - Mãe, cheguei! - avisou uma moça loira na casa de Mauro.
    - Oi, filha! - respondeu, Amanda.

    Era a Icaraí. Filha de Amanda com Mauro. Era Loira e tinha pouquíssimas semelhanças com a mãe e o pai.

    Ela entrou na casa, abraçou e beijou os dois e estranhou a presença de outra pessoa na casa.

    - Filha - chamou a mãe - Essa aqui é a Ceci. Ficará aqui conosco durante alguns dias.
    - Ah, sim. Muito prazer. Eu sou Icaraí. - comprimentou ela, educadamente. Se perguntava o porquê daquela mulher estar lá. "Quem é ela, afinal?", pensou.
    - Prazer. - sorriu Ceci.
    - Ela é do Rio. Está vindo pra cá por uns tempos pra ficar com a família. Mas eles moram muito longe e ela teve uma viagem muito cansativa, por isso está aqui pra descansar. - contou Amanda.
    - É do Rio de Janeiro? - perguntou Jacuí.
    - Sou sim. - Ceci tentou sorrir, pois não gostava mais de lembrar de lá.

    Mauro se levantou do sofá:

    - Vamos jantar?

    A mesa já estava quase pronta. Os quatro se sentaram e começaram a conversar sobre diversas coisas.
    Assim como Mauro fez, Amanda puxou Icaraí para o canto e contou o que aconteceu para a filha, antes de se sentarem na mesa.

    - Então, Ceci... Você é do rio, certo?
    - Sim, sim, sou. - aquele assunto era muito desagradável e Icaraí continuava tocando nele.

    A moça parecia estar desesperada para saber algo.

    - E você conhece um certo dono de uma indústria de lá? - perguntou nervosa.

    Amanda e Ceci arregalaram os olhos de susto.

    - Filha, isso não é hora de...
    - Conhece o meu pai?






    CONTINUA NO CAPITULO 47 - O MUNDO MINÚSCULO
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    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:08 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Após vários fatos e acusações contra Ceci, Peri briga com ela fazendo com que saia da mansão. Ela, sem ter pra onde ir, decide voltar para a casa dos pais que estão no interior de Minas Gerais nesse momento. À espera do ônibus, ela é quase molestada por dois homens até que alguém aparece no local. O nome dele é Mauro e oferece sua casa para que ela fique, já que a casa dos pais fica muito longe de Belo Horizonte. Lá, Ceci conhece sua esposa Amanda e Icaraí.
    Com um grande susto, Ceci descobre que Icaraí não conhece seu pai verdadeiro, mas sabe que ele é um dono de indústra.



    Capítulo 47 - O mundo minúsculo

    - Filha, estamos jantando. Não precisa ficar... - Amanda tentou acalmá-la.
    - EU QUERO SABER SOBRE MEU PAI! - ela se levandou da mesa, gritando - Você me diz que eu não sou filha do Mauro e quer que fique por isso mesmo? - olhou para a mãe, triste - Eu preciso saber quem é esse homem. Você sabe quem pode ser, Ceci?
    - Na verdade... existem muitas empresas e indústrias por lá. - fez-se de desentendida - É uma cidade grande, não é?
    - Filha, a nossa visita está assustada com esse seu ato. Por favor, se acalme. Essa pessoa que você busca não merece a sua atenção.
    - Mas eu preciso saber quem é, mãe. Nem que seja para olhar na cara dele e dizer apenas uma vez o que ele fez com a senhora. Olhe para a senhora, - as lágrimas desciam pelo seu rosto assim como a mãe que a olhava - ele a fez sair de sua cidade. Querer esquecer seu passado. Ele a violentou e foi embora, deixou a senhora grávida, deixou a senhora ser expulsa de casa por meus avós não acreditarem em você. Fez você mudar seu nome pra recomeçar a vida. Mas existe esse maldito empecilho que nunca sairá dela e é por isso que não podemos fingir que ele não existe.

    Ceci tentava realmente pensar que esse homem não era o Peri. Mas seria impossível não ser ele. Tudo se encaixava perfeitamente. Peri havia contado pra ela que quando jovem agredia mulheres por diversão e que tinha um filho que não sabia. O passado dele era muito mais obscuro do que ela imaginava. Não acreditava que ele tivesse feito esse erro muito mais de uma vez. Mas ele tinha. Estava com dois filhos que não o conhecem ainda e pode estar até com mais. Mauro disse que a Amanda não gostava de ir no Rio e só visitava os parentes às vezes. Icaraí é loira, muito diferente da mãe. Não havia dúvidas sobre aquilo. O que restava para Ceci era não levantar suspeitas e fingir que não conhecia esse tal dono de uma indústria, algo que ela começava a desejar não ter realmente conhecido.
    Amanda estava paralisada. Sua filha acabara de contar todos, ou quase todos os segredos da sua vida para uma estranha. Mauro permanecia calado na mesa. Não queria interferir naquele asssunto das duas.

    Todos ficaram em silêncio a partir daquele momento. Foram para os seus quartos dormir e a única coisa falada depois daquela cena foi um "Boa noite" para a visitante.



    DING DONG!

    Jacuí mais uma vez estranhava alguém estar visitando-a tão tarde. E, assim como das outras vezes, era o Aracauê.

    - Oi, Aracauê. O que você quer? - perguntou sem paciência.
    - Vim te visitar. Aceita chocolate?
    - Não, obrigada. É que eu já escovei os dentes. Estou bem cansada. Se não se importa, eu vou dormir, tá? Até amanhã.

    Tentou fechar a porta, mas ele a segurou com cara desconfiada.

    - Tem alguém aí com você, não é?
    - An? - estranhou - Não.
    - Não minta pra mim! - disse, com raiva.
    - Olha, não tem ninguém aqui. Mas mesmo que tivesse eu não preciso dar satisfações à você. Não deixarei que ninguém cuide da minha vida, principalmente alguém que não é nada meu. Boa noite.

    E a porta fechou com uma força imensa.
    Aracauê, não convencido, se perguntava quem poderia ser a pessoa dentro da casa. Já Jacuí, voltava para a cama, dando graças por não ter aceitado nenhum compromisso sério com aquele desequilibrado. Porém, isso não queria dizer que ficaria livre dele tão fácil.



    Ceci ficou em seu quarto, tentando dormir na casa que nunca havia entrado até aquele dia. Era dificil dormir depois de tudo o que aconteceu nessas últimas 48 horas. Ela se perguntava o porquê de tanta confusão que estava acontecendo atualmente. Era o passado obscuro de Peri que estava voltando para assombrá-lo? Porém, Ceci estava sendo muito mais prejudicada do que ele. Depois de descobrir que Abaeté era seu filho, Peri ficou atordoado e com tantos problemas não quis escutá-la no momento em que todos diziam que ela o enganou durante todos aqueles anos. Talvez se ele não estivesse com a mente tão preocupada, nada disso teria acontecido entre os dois.
    Ela não sentia raiva de Peri, e sim o mesmo sentimento amoroso mas magoado por não receber uma resposta na hora em que mais precisava de ajuda e compreensão.

    A noite passava e ela permanecia sem dormir, pensando nesses assuntos. Foi quando escutou uns passos pelo corredor.
    Parecia que não era só ela quem não conseguia dormir naquela casa.
    Escutou rangidos de macenatas e impressionantemente, a porta de seu quarto foi aberta.
    "Quem será?", se perguntou. A sombra da pessoa, no escuro do quarto fez com que demorasse pra ser reconhecida.

    - Ceci? Está acordada? - perguntou baixinho.

    Ceci reconheceu a voz. Era Amanda, fungando o nariz, parecia estar chorando.

    - Oi, Amanda. Estou sim. O que houve?
    - É que... sabe... eu queria me desculpar pelo que ocorreu agora. - acendeu o abajur ao lado da cama, fazendo Ceci ver que ela realmente chorava.
    - Não se preocupe com isso. Você está bem? Não fique assim tão triste.
    - É que - fungou o nariz mais uma vez - eu sou muito emotiva, sabe. A Icaraí. Ela... percebe tudo o que eu fiz por ela esse tempo inteiro sem o pai. Mas mesmo assim ela quer vê-lo. Eu não quero voltar ao passado novamente. Minha vida estava muito melhor aqui, sem me lembrar de nada que ocorreu. Passar por aquela rua sempre me causava arrepios, por isso que tive que me mudar pra cá. Quis recomeçar minha vida de novo, sabe. - fungou mais uma vez, as lágrimas já não desciam dos olhos mais - Eu confesso que aquilo não é motivo para eu estar nesse estado chorando, mas é que... o momento citado por ela foi muito doloroso pra mim.
    - Eu entendo você.
    - Não! - Ceci se assustou com a resposta dela - Infelizmente você não sabe pois por sorte meu marido lhe ajudou na estação. Eu só tive alguém pra ajudar depois que tudo já tinha ocorrido. Eu, com quinze anos. Uma garota inocente saindo pela primeira vez numa festa na década de sessenta. O primeiro homem que ela conhece e que acha bonito a agride dessa forma. Ela guarda esse segredo pra todas as minhas amigas e familiares. Passa a desconfiar de todos. Encontra esse homem na rua como um dono de uma empresa respeitado e se esconde para que ele não a veja. Esconde tudo até o momento em que descubre que está grávida e seu pai lhe bate e lhe expulsa de casa sem querer saber da verdade. Ela fico sem lugar pra ir, com medo, com raiva de todos... - ela parou por um instante, chorando.

    Ceci a olhava, se vendo em algumas das situações que Amanda descreveu. Estava sem lugar para ir, com medo e com uma dúvida de como seus pais a iriam tratar. Saiu da cidade sem dar nenhum tempo pra Peri se arrepender e pedir perdão. "Será que foi tudo muito precipitado?", pensou.

    - Você acha que uma pessoa gostaria de voltar a viver todo esse momento? - perguntou Amanda.
    - Não... - respondeu, pensando se gostaria de voltar a viver com Peri.
    - Sabe, você deve achar que sou louca por ficar falando assim da minha vida para alguém que mal conheço. Mas é que... esse tempo todo. Eu não tinha com quem conversar.
    - Não, eu te entendo. É preciso desabafar mesmo. - tentou acalmá-la.
    - A minha vida não vai tão bem quanto antes. Estou com esse problema, o Mauro também é uma ótima pessoa mas o casamento não vai muito bem como antes. Ele está estranho. Seria a vinda da Icaraí que tornou toda a minha vida numa bagunça?

    "Ou a minha vinda?", Ceci se perguntava. "Como esse mundo pode ser tão pequeno assim?"

    - Ela quer ir pro Rio - continuou - e talvez eu precise, depois de dezoito anos, voltar lá para reviver o passado. O meu passado como Amanauci.






    CONTINUA NO CAPITULO 48 - SOZINHO?
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    A Chama de Tupã - Página 3 Empty Re: A Chama de Tupã

    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:09 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Ceci descobre que Icaraí não conhece seu pai verdadeiro, mas sabe que ele é um dono de indústra. Amanda revela que ainda sofre com o que lhe ocorreu no passado e que seu nome era Amanauci.
    Jacuí faz massagem em Peri ao ver que ele está tenso no dia de trabalho.
    Jassanã passa a se sentir mal durante toda a semana, pálida e vomitando. Porém, mesmo assim, ela convida Peri para um novo encontro com Abaeté e sua mãe Iracema.
    Aracauê visita Jacuí mas é expulso por ela e começa a desconfiar que ela está com alguém.



    Capítulo 48 - Sozinho?

    - Seu nome verdadeiro é Amanauci? - perguntou.
    - Sim, sim. Um nome nada comum, não é? É por isso que eu mudei. Todos me reconheceriam se eu voltasse lá. Eu queria recomeçar tudo sem nenhuma ligação com o passado. Tinha raiva dos meus pais na época pelo que fizeram mas hoje em dia eu já visito eles lá às vezes. Porém, eu ainda continuo sendo Amanda. Eu superei um pouco do meu passado com o tempo, mas não gostaria de reencontrar esse homem que praticamente acabou com a minha vida.
    - Mas não pense nisso mais. Caso tenha que reencontrá-lo, será pro seu bem. Para tirar de uma vez por todas esse homem de sua vida e de seu pensamento.
    - Sabe, - olhou para Ceci, chorando - muito obrigada. Eu te conheci hoje, mas sei que é uma grande amiga que posso contar. Muito obrigada.

    As duas se abraçaram.



    O novo dia já nascia no Rio de Janeiro.
    Peri se preparava para mais um turno de trabalho, tentando se esquecer dos problemas que tinha. Ele tinha um pouco de esperanças de que Ceci pudesse bater em sua porta pedindo perdão, mas se convenceu de que era algo impossível de acontecer.

    - Pai - chamou Jassanã, ainda com um mal aspecto.
    - Oi - respondeu, calçando as meias.
    - Eu e o Abaeté combinamos de fazer um novo jantar. Dessa vez será na casa dele.
    - Ótimo, ótimo. Vamos sim. - Peri estava desatento, esqueceu de um pequeno detalhe da casa de Abaeté que Jassanã acabou lembrando pra ele.
    - Será bom que o senhor também conhece a minha sogra. A Iracema.

    Peri prestou mais atenção agora, assustado com o seu compromisso do dia seguinte.

    - Er... amanhã? Eu não sei se dá. - tentou sair do compromisso.
    - Claro que dá.
    - Eu acho que tem algumas coisas do trabalho para serem feitas e posso chegar mais tarde amanhã.
    - O senhor faz nos outros dias, ou até hoje mesmo. - respondeu a filha, sorrindo pálida.

    O assunto de reencontrar Iracema fez Peri esquecer a palidez da filha e sair para o trabalho sem se preocupar com a saúde dela.



    Jacuí, no escritório, não quis falar com Aracauê que esperava ansiosamente por alguma palavra dela.

    - Bom dia, Jacuí. - comprimentou, Peri, chegando.
    - Bom dia, doutor. - respondeu ela, seguindo o patrão até o seu escritório - Está melhor hoje.
    - Um pouco.
    - Por que, doutor? Não quero me meter na sua vida, mas o senhor está com problemas?
    - Primeiro, obrigado pela sua atenção. Segundo, não me chame de doutor, pode me chamar de 'você'. E terceiro, eu estou com problemas sim.

    Jacuí notou que aquilo que ele disse era uma forma de mostrar aproximação e intimidade que ela poderia ter.

    - O senhor quer falar sobre isso? Desabafar?
    - Adoraria desabafar... durante suas massagens. - sorriu.

    Ela também sorriu, andou até a poltrona do patrão e começou à lhe fazer massagens carinhosas nas costas. Ele sorriu, mostrando estar gostando. Ela continuou a massagem... passando pelas orelhas... pelo pescoço... Peri fechou os olhos... ela passava à alisar seu rosto... até que... até que...

    - O QUE DIABOS É ISSO? - Aracauê grita ao entrar na sala com café e encontrar os dois naquela situação.






    CONTINUA NO CAPITULO 49 - O FLAGRA E A CONFUSÃO
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    A Chama de Tupã - Página 3 Empty Re: A Chama de Tupã

    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:11 pm

    Capítulo 49 - O Flagra e a confusão

    Peri sorriu. Jassanã também retribuiu o sorriso, andou até a poltrona do patrão e começou à lhe fazer massagens carinhosas nas costas. Ele mais uma vez sorriu, mostrando estar gostando. Ela continuou a massagem, passando pelas orelhas, chegando no pescoço. Peri fechou os olhos, com uma cara agradável. Ela passava à alisar seu rosto, chegava mais perto dele. Sua cabeça estava muito próxima, estavam prestes à se beijar. Até que um barulho inesperado de porta abrindo assustou os dois mas não fez com que saíssem da posição em que estavam.
    Olharam assustados para quem poderia ter flagrado aquela massagem e quase beijo dos dois.

    - O QUE DIABOS É ISSO? - era Aracauê. Ele gritou ao entrar na sala com café e encontrar os dois naquela situação.
    - Oi, Aracauê. Tudo bom? - perguntou Peri, sorrindo. Ele não sabia dos sentimentos que o contínuo tinha pela secretária, por isso agiu normalmente com ele.
    - Não. Não estou. - respondeu nervoso - Como vocês podem fazer isso aqui no escritório?

    Jacuí se distanciou de Peri, querendo sair da cena.
    Peri olhou para o contínuo, sem entender o porquê daqueles gritos.

    - Aracauê, eu sou o dono da empresa. Eu que decido o que pode ou não pode, certo?

    O contínuo ficou sem reação ao ver que tinha se alterado demais. Peri continuou:

    - E outra, eu e a Jacuí não estávamos fazendo nada demais aqui. Ela simplesmente estava fazendo uma massagem que eu pedi pois estava muito cansado.

    Aracauê quis falar, mas preferiu sair rapidamente da sala sem dizer mais nada. Peri olhou para Jacuí, perguntando:

    - O que é que deu nele?



    Um longo beijo foi interrompido na casa de Abaeté. Ele e Jassanã estavam em um clima romântico como em todos os dias que Jassanã deixava de ir para a aula e ficava em sua casa. Os dois aproveitavam pela mãe de Abaeté estar trabalhando durante a manhã.
    Desta vez, ela interrompeu o beijo entre os dois por não estar se sentindo bem.

    - O que é que você tem, meu amor? - perguntou Abaeté.
    - Eu não sei, eu não sei.
    - Você está tão pálida. Alimentou-se hoje?
    - Não, não. Estou sem fome. Eu vou aqui no banheiro.

    Ela correu até o banheiro e fechou a porta. Abaeté ainda assim conseguiu escutar o barulho dela vomitando e se assustou. Ao vê-la sair, ele perguntou com medo:

    - Jassanã, a sua... a sua... - tentou dizer, nervoso.
    - A minha o quê?
    - A sua menstruação está correta?



    Abaeté tentava se controlar para não demonstrar a raiva que sentia pelo Peri por ter roubado sua filha, sua antiga mulher e agora a única pela qual se apaixonou depois de tanto tempo. Tinha certeza de que Peri estava mentindo sinicamente para ele ao dizer que era uma simples massagem o que ocorria lá naquele momento.



    - Me desculpe por isso que aconteceu. Ele tem sérios problemas mentais. - disse Jacuí, séria.
    - Entendo, eu sempre soube. - respondeu Peri - Mas... ele tem ciúmes de você?
    - É, ele tem. Não sei porque. Já disse diversas vezes que não quero nada com ele.
    - Verdade?
    - Claro que sim. Eu nunca teria nada com ele.
    - Então pelo menos esse ataque de ciúmes dele serviu pra algo.
    - Como assim?

    Ele chegou mais perto dela, dessa vez estavam os dois de pé.

    - Serviu para pararmos de fingir pra nós mesmos que não está acontecendo nada aqui.

    Peri a puxou e beijou.



    Na casa de Mauro, Ceci estava lavando as louças com Amanda, pra tentar ajudar de alguma forma. Ela iria no dia seguinte para a casa dos pais, mas tinha uma amizade com os três residentes de casa que parecia estar lá há mais de um mês. Icaraí estava no balcão da cozinha com uma lista telefônica e um telefone ligando para hospedarias do Rio de Janeiro. Ela disse que iria de qualquer jeito pra lá, a mãe gostando ou não da idéia.

    - Ceci, por que você não vem também?
    - Não, não. - ela sorriu não muito alegre - Obrigada mas tenho que ir pra casa dos meus pais, não é?
    - Mãe, qual daqui fica mais perto da casa dele? - perguntou ela.

    Amanda fez cara feia. Ela fez a mesma cara todas as vezes que se tocou no assunto sobre ir pro Rio até aquele momento, mas dessa vez apontou no que era mais próximo da casa de Peri.

    - Essa. Dessa praça aqui.

    Ceci espiou a escolha dela e corrigiu sem pensar:

    - Mas essa aqui fica mais perto da atual. Peri se mudou depois que o pai morreu.

    As duas se viraram para Ceci automaticamente, assustadas.

    - COMO?!






    CONTINUA NO CAPITULO 50 -
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    A Chama de Tupã - Página 3 Empty Re: A Chama de Tupã

    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:12 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Jacuí faz massagem em Peri ao ver que ele está tenso no dia de trabalho.
    Jassanã passa a se sentir mal durante toda a semana, pálida e vomitando. Porém, mesmo assim, ela convida Peri para um novo encontro com Abaeté e sua mãe Iracema.
    Abaeté desconfia que Jassanã está grávida.
    Aracauê visita Jacuí mas é expulso por ela e começa a desconfiar que ela está com alguém até que vê ela e Peri juntos e faz um escândalo. Peri garante que não está acontecendo nada entre os dois mas depois a beija escondido.
    Ceci descobre que Icaraí não conhece seu pai verdadeiro, mas sabe que ele é um dono de indústra. Amanda revela que ainda sofre com o que lhe ocorreu no passado e que seu nome era Amanauci. Ela e Ceci se tornam amigas rapidamente e Ceci, em um momento, acaba soltando sem querer que conhece Peri.



    Capítulo 50 - Tem perna curta

    - COMO?! - exclamou, Icaraí.

    Ceci tomou um susto ao notar o que tinha acabado de dizer naquele momento e tentou amenizar a situação, mas não deu certo.

    - Eu vi ali na lista um nome de um empresário chamado Peri.
    - Nã, nã, não, Ceci. Não me venha com desculpas. - disse Icaraí, irritada - Você conhece ele, é isso?
    - Não, não conheço.
    - Ceci, fale a verdade. - disse Amanauci que até aquele momento estava calada - Como você sabe que é o Peri?

    Icaraí olhou para a mãe, irritada pela confirmação que ela não tinha dado até agora sobre o nome do pai.

    - Eu.. eu... - Ceci tentou se explicar de alguma maneira mas os olhares das duas estavam lhe deixando completamente sem ação. Não conseguia inventar nenhuma história. Nenhuma mentira. Não conseguiria mais fingir.
    - Por favor, Ceci. Me diga a verdade. Você conhece o meu pai?

    Ceci viu que era tarde demais. Pensava antes que poderia esconder isso de todos naquela casa e sair de lá sem causar nenhuma polêmica em relação à esse assunto. Mas como diz o ditado "Mentira tem perna curta" e nem ela mesma conseguiu se conter e não contar a verdade mesmo que sem querer. Agora era tarde demais. Teria que contar tudo naquele momento.

    - Eu... conheço sim ele.
    - Ai, meu Deus, como? - perguntou rapidamente Icaraí, que já tinha a resposta de Ceci como "sim" na mente.
    - Eu quase fui sua secretária. Mas descobri com os funcionários de lá que ele tinha feito muitas coisas ruins quando jovem. - Ceci, como se não bastasse, acabou criando outra mentira e escondendo o fato de estar casada com o indivíduo citado.



    - Por favor, me solte, doutor Peri. - respondeu Jacuí ao beijo que Peri lhe deu, empurrando-o envergonhada.
    - Você não gostou?
    - Er... - ela ficou mais envergonhada, pois ela tinha gostado sim do que ele fez - Não é isso. É que... o senhor tem esposa.
    - Não tenho mais! Ela saiu da minha casa. Ela não quer mais saber de mim. Esse é o porquê da minha tristeza que você estava tanto querendo saber. É por causa disso que eu estava triste nessa semana. Eu estava sozinho. Eu precisava de alguém pra me fazer esquecer dela, pra me fazer ver que a vida continua. E esse alguém, Jacuí, é você.

    Ele a puxou novamente, dessa vez a secretária não o empurrou.



    - O quê?! - perguntou Jassanã ao namorado, depois de levar um susto com sua pergunta.
    - É isso mesmo Jassanã, eu estou preocupado com isso que você está sentindo nessas semanas.
    - Eu não estou grávida, tá? - disse ela, irritada, indo em direção à porta da casa.
    - E como você sabe?
    - Porque eu não estou! - ela fechou a porta.

    Saiu nervosa da casa porque nunca tinha pensado nessa possibilidade até agora. Estava com sua menstruação atrasada mas achou que fosse algo normal. Estava muito assustada por saber que poderia realmente estar esperando um bebê de Abaeté.
    Dessa forma, ela fez algo que nunca tinha pensado em fazer antes: ir à igreja.



    Icaraí, depois de um momento de reflexão, chegou novamente perto de Ceci para lhe fazer um pedido.

    - Ceci, eu gostaria de pedir à você uma coisa. Espero que me compreenda.
    - Sim, diga. - estava aflita, querendo saber do que se tratava.
    - Eu gostaria que você fosse para o Rio de Janeiro comigo.



    Jassanã chegou na igreja. Sentou um pouco, observou a decoração e demorou algum tempo até ir para onde a freira Rosélia Cunhapora estava.

    - Boa tarde, irmã Cunhapora. - cumprimentou, tímida.
    - Boa tarde, querida. O que a traz aqui? - perguntou a senhora delicada.
    - Não, nada. Quer dizer... - pensou melhor - eu gostaria de fazer uma confissão.
    - Ah, sim. Claro, claro. O nosso padre está lá em frente no confesionario. Pode ir lá.
    - Muito obrigada.
    - De nada. Deus lhe abençoe.



    - Ir com você? - perguntou, Ceci, assustada com a idéia de voltar pra lá.
    - Sim. Gostaria muito que você me ajudasse à encontrar o meu pai. Minha mãe não quer ir.
    - Mas, Icaraí, eu não estou mais com dinheiro pra ir lá.
    - Eu pago, não se preocupe com isso.
    - Mas eu... eu preciso pensar um pouco sobre isso. Eu preciso pensar... se vale a pena eu voltar para a situação em que eu estava.



    Assim o dia passou. Jassanã foi pra casa depois da igreja, nervosa ao imaginar que estava grávida. Ceci passou o tempo pensando se deveria voltar e resolver o que deveria ter sido feito quando foi embora e Peri ficou o resto do dia com Jacuí. Ele tentava esquecer de Ceci totalmente mas não conseguia mesmo estando com outra companhia.
    Peri levou Jacuí até a rua dela e lhe deu um beijo de despedida que foi visto por todos que estavam na rua do apartamento naquele momento, inclusive uma pessoa que estava à caminho de sua casa como de costume, trazendo bombons.






    CONTINUA NO CAPITULO 51 - CIÚME DOENTIO
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    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:13 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Ceci descobre que Icaraí não conhece seu pai verdadeiro, mas sabe que ele é um dono de indústra. Amanda revela que ainda sofre com o que lhe ocorreu no passado e que seu nome era Amanauci. Ela e Ceci se tornam amigas rapidamente e Ceci, em um momento, acaba soltando sem querer que conhece Peri. Assim, Icaraí pressiona ela à ir para o Rio também.
    Jacuí faz massagem em Peri ao ver que ele está tenso no dia de trabalho.
    Jassanã passa a se sentir mal durante toda a semana, pálida e vomitando. Porém, mesmo assim, ela convida Peri para um novo encontro com Abaeté e sua mãe Iracema.
    Abaeté desconfia que Jassanã está grávida.Aracauê visita Jacuí mas é expulso por ela e começa a desconfiar que ela está com alguém até que vê ela e Peri juntos e faz um escândalo. Peri garante que não está acontecendo nada entre os dois mas depois a beija escondido e Aracauê vê.



    Capítulo 51 - Suspensa

    Ver os dois ali sorrindo, se abraçando e se beijando no mesmo dia em que desmentiram que estava acontecendo algo deixava Aracauê extremamente furioso, enquanto segurava os bombons que tão carinhosamente havia comprado para Jacuí. Ele ainda tinha esperanças de que no fundo ela gostasse dele.
    Sua raiva por Peri só fazia aumentar cada vez mais. Sentia vontade de bater nele e até matá-lo mas se conscientizava que a pessoa que lhe roubou a filha, a primeira mulher e agora a segunda amada era nada menos que o seu patrão. Ele perguntava a si próprio o que deveria fazer naquela situação. Mas o seu desequilíbrio não lhe dava respostas corretas.



    O outro dia iniciou. Um pouco mais calmo que o anterior. Peri encontrou Jassanã vomitando e começou a finalmente estranhar sobre o que ela tinha mas não quis falar nada por estar atrasado. Ele passou boa parte do dia beijando Jacuí e esquecendo o que realmente deveria fazer no escritório.
    Aracauê forçava os ouvidos para conseguir escutar algo que eles falavam na sala mas não conseguia.



    Jassanã nesse dia não foi para a casa do noivo, e sim para o colégio, onde não ia há vários dias.
    Assim que chegou foi mandada para a sala da diretora.

    - Bom dia. - disse a diretora, com a cara séria, olhando fixamente para Jassanã.
    - Bom dia - respondeu, tímida.
    - Você sabe por que está aqui? - perguntou, ironizando a garota seriamente.
    - Faz algum tempo que não venho aqui, não é?
    - É, é sim. Mais de dez dias, Jassanã. E não é a primeira vez. No mês passado você ficou vários dias sem vir também.
    - É que eu estava doente. Estou mal, minha fisionomia mostra isso, certo?
    - Você realmente não parece nada bem, mas terei que falar com o seu pai sobre isso. Chamarei ele nessa semana para discutir sobre suas faltas.
    - Eu prometo que não falto mais. Não precisa chamar meu pai. - pediu, tristemente.
    - Não poderei atender seu pedido, Jassanã. Você nunca foi uma boa aluna e nunca foi alguém em que eu pudesse confiar. Sinto muito mas hoje você está suspensa. Chamarei seu pai aqui e enquanto ele não vier, você não poderá mais estudar aqui, entendeu?
    - Sim... entendi.

    Jassanã saiu com a cabeça baixa e triste por pensar no que lhe esperava.



    Ceci no dia em que deveria sair da casa dos novos amigos acabou aceitando a proposta de Icaraí, após ser pressionada várias vezes para voltar ao Rio.

    - Tá certo, eu aceito.
    - AHHHHHH, QUE BOM! - Icaraí deu pulos de alegria - Eu precisarei muito de sua ajuda, Ceci, eu não conheço nada de lá. Eu mal falo português. Obrigada por aceitar.

    Ceci pensava se aquilo era realmente uma boa idéia. Mas a vontade de resolver o que não foi finalizado com Peri e também vê-lo mais uma vez fazia com que ela quisesse voltar pra lá imediatamente.



    Jassanã passou o dia entristecida por ter cada vez mais certeza de que estava esperando um bebê. Tinha medo da reação que Peri teria ao saber disso e de que ela passou vários dias sem ir ao colégio para estar na casa do namorado.



    O dia estava acabando. Peri já estava voltando pra casa depois de um dia ao lado de Jacuí quase sem trabalhar. Com sono, ele esqueceu de um compromisso que teria no dia.

    - Oi, pai. - disse Jassanã, tentando sorrir, pálida e abatida porém com uma roupa bem elegante.
    - Oi filha, aonde vai com esses trajes?
    - Ao nosso encontro com o Abaeté e minha sogra, esqueceu pai?

    Sim, ele havia esquecido e não tinha pensado em uma desculpa para usar no momento.

    - Filha, eu estou um pouco indisposto pra sair de casa hoje, sabe.
    - Sem problemas. Abaeté ligou pra mim agora avisando que ele e a mãe virão pra cá ao invés de irmos pra lá. Bem melhor, né?






    CONTINUA NO CAPITULO 51 - NOIVOS IRMÃOS
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    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:14 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Ceci descobre que Icaraí não conhece seu pai verdadeiro, mas sabe que ele é um dono de indústra. Amanda revela que ainda sofre com o que lhe ocorreu no passado e que seu nome era Amanauci. Ela e Ceci se tornam amigas rapidamente e Ceci, em um momento, acaba soltando sem querer que conhece Peri. Assim, Icaraí pressiona ela à ir para o Rio também.
    Jacuí faz massagem em Peri ao ver que ele está tenso no dia de trabalho.
    Abaeté desconfia que Jassanã está grávida.Aracauê visita Jacuí mas é expulso por ela e começa a desconfiar que ela está com alguém até que vê ela e Peri juntos e faz um escândalo. Peri garante que não está acontecendo nada entre os dois mas depois a beija escondido e Aracauê vê.
    Jassanã passa a se sentir mal durante toda a semana, pálida e vomitando até descobrir que isso se trata de uma gravidez. Porém, mesmo assim, ela convida Peri para um novo encontro com Abaeté e sua mãe Iracema.



    Capítulo 52 - Noivos irmãos e a descoberta

    - Oi, pai. - disse Jassanã, tentando sorrir, pálida e abatida porém com uma roupa bem elegante.
    - Oi filha, aonde vai com esses trajes?
    - Ao nosso encontro com o Abaeté e minha sogra, esqueceu pai?

    Sim, ele havia esquecido e não tinha pensado em uma desculpa para usar no momento.

    - Filha, eu estou um pouco indisposto pra sair de casa hoje, sabe.
    - Sem problemas. Abaeté ligou pra mim agora avisando que ele e a mãe virão pra cá ao invés de irmos pra lá. Bem melhor, né?

    Não havia mais escapatória. Aquele dia de Peri estava muito calmo pra ser verdade. Nessa noite muitas coisas ruins poderiam acontecer se Iracema encontrasse com ele e fizesse algum escândalo.

    - Eu vou terminar de pentear o cabelo. - correu para o quarto.
    - Eu... eu... - Peri tentava arranjar alguma forma de sair daquela situação e não ver a Iracema.

    DING DONG!

    Tarde demais, a campainha já estava tocando. Possivelmente eram eles. Peri estava sozinho na sala, nem a Damiana estava por perto.

    - Paaai, atende! - gritou Jassanã, de seu quarto.
    - Estou... indo. - avisou ele, desistindo de fugir daquela situação e indo até a porta atender.

    Para o sua surpresa e alívio, não era Abaeté e Iracema que estavam esperando na porta e sim o segurança da casa.

    - Doutor Peri?
    - Ah, oi, Josival. O que foi? - perguntou, se acalmando.
    - Sua chave, o senhor deixou sem querer na porta do carro. Vim entregá-la.



    - Aonde é a casa dela?
    - Já estamos chegando mãe, é perto daqui. Por isso que preferi vir andando com a senhora. - avisou Abaeté - Ah, já dá pra vê-la. É bem ali, aquela casa enorme.

    Ao ver a casa que o filho estava apontando, Iracema rapidamente lembrou da mansão Tupiniquim. Era tão grande quanto aquela, mas tinha um toque mais antigo do pai do Peri, Jiguê.
    As imagens que ela começou à ter lembrando dos Tupiniquins não eram nada boas. Se sentia muito mal ao lembrar de quando foi agredida por Peri.
    Foi nesse momento, em que analisava a casa enorme e lembrava do passado que ela viu na porta, ninguém menos que a pessoa que ela pensava no momento: Peri Tupiniquim.
    Ela, com o susto, parou de andar na rua. "Não pode ser que aquela casa é a da noiva do meu filho", pensou. Apertava bem os olhos para saber se aquilo não era imaginação dela. Mas o mesmo homem de seu pensamento continuava lá, conversando com o segurança e pegando suas chaves.

    - Ah, o pai dela está bem na porta. É o Peri. - avisou Abaeté.

    Assim, veio a confirmação pra ela.

    - Não pode ser. Não pode ser. - disse pra si própria.

    Ela raciocinou que se seu filho estava noivo da filha de Peri, então ele iria se casar com a própria irmã.

    - Mãe, está se sentindo bem? - perguntou Abaeté, ao ver que a mãe tinha parado de andar e estava trêmula.
    - Me tire daqui, Abaeté! Não estou bem.
    - Mas, mãe...
    - ME TIRE DAQUI! - insistiu, colocando a mão no rosto. - Eu quero ir pra casa.
    - Mas e o jantar?
    - Outro dia... outro dia você combina com ela. Preciso ir embora daqui. - puxou o filho para o caminho de volta pra casa.

    [tr]
    TRIIIIIIIIIIIM! - o telefone tocou.

    Mais uma vez só tinha Peri para atendê-lo. Damiana estava ajudando Jassanã a arrumar o cabelo lá no quarto.

    - Alô. - atendeu Peri.
    - Alô, é o doutor Peri? - perguntou uma voz feminina.
    - É, é ele sim.
    - Que bom. Doutor Peri, sou eu, a diretora do colégio de Jassanã.
    - Opa, tudo bom? Como vai?
    - Estou bem, estou bem. Eu tenho algo para pedir ao senhor.
    - Diga.
    - Peço que venha nessa semana para falar comigo. É que... a sua filha, Jassanã, ficou mais de dez dias sem vir ao colégio.
    - Mais de dez? Mas ela sai daqui todos os dias pra ir pro colégio. Onde ela vai então?

    A diretora ficou calada, fazendo com que Peri visse que a resposta era óbvia.

    - Eu preciso que o senhor venha aqui para falarmos sobre isso, pois não é a primeira vez que acontece. Enquanto não resolvermos esse problema, a menina não poderá assistir mais as aulas.
    - Tá... certo.

    Ele desligou o telefone, assustado e furioso com a notícia de que a filha estava enganando-o e certamente passou todos esse dias na casa do noivo.
    Subiu as escadas determinado à dar uma bronca e proibir que a filha fosse pra casa de Abaeté de novo, mas acabou escutando algo muito pior do que esperava quando chegava perto do quarto.

    - Jassanã, esses enjôos que você está sentindo... Já procurou um médico? - perguntou Damiana. Sua voz estava longe mas dava pra Peri entender enquanto se aproximava mais do quarto.
    - Não, não, eu não preciso de médico. - respondeu Jassanã.
    - Jassanã - disse, tentando aconselhar - Você tem idéia do que pode ser isso?
    - Sim... eu tenho. Mas eu não estou. Não estou grávida, se é isso que você quer saber. E... se eu tiver, já estarei casada quando a barriga crescer.
    - Faz quanto tempo que você não menstrua?

    A menina demorou um pouco para responder, enquanto Peri se assustava cada vez mais com aquele assunto.

    - Dois... meses.
    - Dois meses?! Mas então é certeza de que est... - a serviçal parou ao ver Peri aparecer na porta com a cara mais furiosa que ela já viu.

    Jassanã estava de costas pra porta, mas ao ver o susto de Damiana, ela se virou e teve um pavor maior ao ver o pai olhando pra ela daquele jeito.

    - Doutor Per... - disse Damiana, sendo interrompida por ele.
    - Desça, Damiana. - respondeu ele raivoso, com os olhos fixos em Jassanã.
    - Pai... eu posso explicar

    A menina pálida e abatida começava a ter medo da forma que o pai lhe olhava e andava para perto dela.
    Ele ficou calado por algum tempo, vendo o estado que a filha estava, até ter a ação de levandar a mão e...
    "PLAC"

    - SUA VADIA!!






    CONTINUA NO CAPITULO 53 - SOFRIMENTO PRA QUEM JÁ FEZ ALGUÉM SOFRER
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    A Chama de Tupã - Página 3 Empty Re: A Chama de Tupã

    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:14 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Ceci descobre que Icaraí não conhece seu pai verdadeiro, mas sabe que ele é um dono de indústria. Amanda revela que ainda sofre com o que lhe ocorreu no passado e que seu nome era Amanauci. Ela e Ceci se tornam amigas rapidamente e Ceci, em um momento, acaba soltando sem querer que conhece Peri. Assim, Icaraí pressiona ela à ir para o Rio também e ela aceita.
    Jassanã passa a se sentir mal durante toda a semana, pálida e vomitando até descobrir que isso se trata de uma gravidez. Ela planeja casar com Abaeté antes que a barriga comece à crescer e todos descubram. Mas Peri acaba sabendo disso e de que ela estava faltando as aulas para ficar com o noivo, o que deixa ele furioso.



    Capítulo 53 - Sofrimento pra quem já fez alguém sofrer

    - Pai... eu posso explicar

    A menina pálida e abatida começava a ter medo da forma que o pai lhe olhava e andava para perto dela.
    Ele ficou calado por algum tempo, vendo o estado que a filha estava, até ter a ação de levandar a mão e...
    "PLAC"

    - SUA VADIA!!

    Jassanã ficou sem reação após levar o tapa no rosto pelo pai. Ele nunca havia feito isso com ela. Estava furioso naquele momento. Estava fora de si.
    Recuperando-se do tapa para ter alguma reação, nem que fosse a de chorar, Peri lhe deu outro tapa, que prendeu sua respiração. Jassanã soluçou.

    - SUA VAGABUNDA!! - gritava Peri.

    Jassanã começava à finalmente gritar e chorar. Pensava no que ocorreria se seu noivo chegasse com a mãe naquele exato momento.

    - Pai... - chorava, soluçando - não é o que o... irc... senhor está pensando.
    - NÃO?! NÃO É?! É MUITO PIOR! MINHA FILHA - lhe deu um novo tapa - COM UM CRETINO! FALTANDO AULA! MENTINDO PRA MIM! ENGRAVIDANDO NA CASA DELE!! - deu mais outros tapas, em meio aos gritos dela.

    Damiana escutava toda a briga da sala. Sentia pena de Jassanã. Tinha vontade de interferir naquela cena, mas não poderia fazer isso.

    Jassanã estava completamente acabada. Seu rosto de pálido e branco passava a ficar quase roxo de tantas tapas que levava. Estava caida no chão, com pedaços de seu vestido ragados pelo desespero das dores que sentia naquele momento.

    - EU DEVERIA TER FEITO ISSO COM VOCÊ HÁ MUITO TEMPO!! - gritava Peri, ainda machucando ela. Dessa vez, lhe puxou pelo braço, causando marcas, e lhe jogou no chão novamente após outra tapa.
    - Pare com... irc... isso. Por favor... por favor... - implorava, cambaleando até cair no chão novamente.
    - EU NUNCA DEVERIA TER LHE ACEITADO! NUNCA DEVERIA TER LHE ACEITADO!

    Jassanã não entendeu bem o que ele queria dizer com "nunca ter aceitado ela", mas não tinha condições de pensar nisso naquele momento.
    A fúria de Peri só fazia aumentar a cada instante, quando estava prestes à bater na filha com mais força, uma mão o segurou.

    - Pare com isso, Peri! - disse a voz feminina e segura.
    - DAMIANA?! SAIA DAQUI! EU DISSE PRA VOCÊ DESCER!!
    - Ela está grávida! Não posso deixar que você faça a menina perder o bebê! A sua própria filha e a sua neta!

    Jassanã, fraca, deitava com a cara no chão naquele momento. Olhando fixamente para o pai com os olhos inchados, tendo soluços de vez em quando.
    Estava chocada em como o pai teve aquela reação. Nunca em toda sua vida, imaginaria que ele a tratasse assim.

    - Foi por mim te dar tudo que você ficou assim. - respondeu ele, como se lesse os pensamentos da filha.

    Peri começava à se acalmar após ser segurado por Damiana. Depois de algum tempo saiu do quarto. Antes de sair, disse:

    - Nunca pensei... que você ficaria... assim.



    Em Belo Horizonte, o clima da casa de Mauro era calmo e agradável. Pelo menos pra alguns.

    Icaraí avisou à mãe que Ceci iria para o Rio de Janeiro com ela. Amanda reagiu silenciosamente. Era perceptível que ela não gostava nem um pouco dessa idéia da filha tentar encontrar o pai biológico e que continuaria pensando assim.

    Ceci notava as expressões de Amanda e tinha receio de ser culpada por ajudar Icaraí à ir pro Rio.



    Damiana tentava acalmar Jassanã que permanecia chorando.

    - Calma, querida. Tudo vai se acalmar. É uma raiva passageira apenas.
    - Não. Eu não aguento mais ficar nessa casa. Eu vou embora daqui. Ele vai ter o que merece, vai ficar sozinho.
    - Você não pode fazer isso com ele. É algo muito mal pensado, Jassanã. Isso vai passar, você tem que esquecer essa idéia. Só está pensando assim porque essa foi a primeira vez que brigaram desse jeito, mas a convivência de vocês dois sempre foi ótima e vai continuar sendo.
    - Eu quero ir embora daqui, Damiana. Eu vou morar com o meu noivo.

    Damiana passou a notar que aquilo já era um pensamento que Jassanã tinha antes mesmo de qualquer confusão. Queria morar com o noivo e sair da casa.

    - Pegue minhas malas. - pediu - Vou arrumar elas agora.



    Após preparar rapidamente as malas, Jassanã desceu as escadas, ainda com o rosto inchado e abatido.

    - Aonda pensa que vai? - chamou Peri, com a voz firme.
    - Eu vou embora daqui. - respondeu, sem olhar pra ele.
    - E acha que permitirei?
    - Você não tem o que permitir. Eu quero e vou sair dessa casa. Vou deixar de cumprir suas ordem sorrindo pra sempre. Aproveite sua vida, sem ninguém pra atormentá-la. É ótimo agora que você tem tempo pra si. Não há mais ninguém com você.

    Peri ficou calado, encarando-a.

    - E é assim que terminará sua vida: sozinho, sem filhos, sem esposa, sem nada.
    - Por que essa raiva toda? - ele perguntou, saindo do silêncio.
    - Porque eu nunca... gostei de você. E a partir de agora passo a te odiar. Não me arrependo de ter feito a Ceci ir embora daqui. Eu quero agora é que você sofra.







    CONTINUA NO CAPITULO 54 - ABRIGO
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    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:15 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Ceci descobre que Icaraí não conhece seu pai verdadeiro, mas sabe que ele é um dono de indústria. Amanda revela que ainda sofre com o que lhe ocorreu no passado e que seu nome era Amanauci. Ela e Ceci se tornam amigas rapidamente e Ceci, em um momento, acaba soltando sem querer que conhece Peri. Assim, Icaraí pressiona ela à ir para o Rio também e ela aceita. Amanauci não gosta da idéia.
    Jassanã passa a se sentir mal durante toda a semana, pálida e vomitando até descobrir que isso se trata de uma gravidez. Ela planeja casar com Abaeté antes que a barriga comece à crescer e todos descubram. Mas Peri acaba sabendo disso e de que ela estava faltando as aulas para ficar com o noivo, o que deixa ele furioso. Depois de agredir ela, Peri a vê com malas, avisando que vai embora da casa.





    - Aonde pensa que vai? - chamou Peri, com a voz firme.
    - Eu vou embora daqui. - respondeu, sem olhar pra ele.
    - E acha que permitirei?
    - Você não tem o que permitir. Eu quero e vou sair dessa casa. Vou deixar de cumprir suas ordem sorrindo pra sempre. Aproveite sua vida, sem ninguém pra atormentá-la. É ótimo agora que você tem tempo pra si. Não há mais ninguém com você.

    Peri ficou calado, encarando-a.

    - E é assim que terminará sua vida: sozinho, sem filhos, sem esposa, sem nada.
    - Por que essa raiva toda? - ele perguntou, saindo do silêncio.
    - Porque eu nunca... gostei de você. E a partir de agora passo a te odiar. Não me arrependo de ter feito a Ceci ir embora daqui. Eu quero agora é que você sofra.


    Capítulo 54 - Abrigo


    - Como? - perguntou Peri, sem entender o que ela queria dizer com aquilo.
    - Ah, é. Você não sabe.
    - Não sei o que? - aproximou-se da filha, que estava indo abrir a porta da casa com as malas.

    Jassanã olhou pra ele, rindo maldosamente, e respondeu:

    - Que eu planejei tudo para que ela saísse daqui.

    Peri ficou atordoado. "Como assim ela planejou que Ceci saísse da casa?". No final, aquele dia que parecia ser tão calmo estava se tornando um dos mais estressantes pra ele.
    Jassanã colocou a mão na maçaneta para sair da mansão até que o pai lhe pegou pelo pescoço, perguntando bastante irritado:

    - O que foi que você fez?!
    - Me solta! Isso dói! - gritou.
    - O que foi que você fez com a Ceci?! - continuou perguntando, raivosamente.
    - Eu fiz com que aquela mulher fosse embora daqui! Eu planejei tudo pra que ela fosse considerada uma bandida pra você.
    - Você planejou isso?!
    - Sim, planejei. E você tão bobo e ingênuo acreditou. Isso até prova que o grande amor - ironizou - que você sente por ela é uma completa mentira.
    - Não acredito nisso. Não pode ser. - soltou o pescoço dela, colocando a mão no rosto ao notar o que tinha feito injustamente com a esposa.

    Peri começou à andar pela casa, assustado com o rumo que a sua vida estava levando. Ficaria sozinho e sem sua amada por sua culpa.
    Jassanã continuou falando, de um modo que o torturava pelo seu erro:

    - Se você realmente gostasse dela você acreditaria no que ela estava falando, mas não. Você não acreditou. Sempre achou que os outros estavam interessados pelo seu dinheiro e continua pensando assim.
    - Cala essa boca - falava baixinho, quase pra si próprio.
    - Esse é o seu ponto fraco e eu sabia, por isso consegui. Você sempre vai achar que os outros estão apenas interessados no seu dinheiro. Nunca respeitou a opinião de ninguém, apenas a sua. Acha que apenas você está certo.
    - Cala essa boca - falou em um tom maior.
    - É por isso que você vai ficar sozinho. Ninguém é bom o bastante pra você como filha, como esposa, como serviçais - lembrou a demissão e morte do Alfred.
    - Cala essa boca - continuava.
    - Quando está nervoso, não admite que ninguém impeça você de fazer as coisas. Quem sabe sozinho você não fica feliz e...
    - CALA ESSA BOCA!! - gritou, perdendo a paciência - EU SEMPRE TE TRATEI TÃO BEM! Cuidei de você como uma rainha. Não consigo acreditar que tenha feito isso comigo... só pra me fazer sofrer. O que eu fiz pra você querer que eu ficasse assim?

    Jassanã ficou sem reação. Após segundos parada, enquanto Peri esperava alguma resposta, ela abriu a porta e disse:

    - Adeus.



    Ceci estava no quarto, pronta para dormir, quando Amanda entrou. Talvez quisesse ter outra conversa como aquela de dois dias atrás.

    - Oi, Amanda. - falou Ceci.
    - Oi... Ceci. Já vai dormir?
    - Sim, estava me arrumando para descansar. - Amanda ficou parada até Ceci perguntar - Quer me dizer algo?
    - Sabe, Ceci. Eu ainda não consigo me conformar com a vontade de Icaraí de ir para o Rio.

    Ceci passou a se sentir um pouco culpada por saber que estava ajudando Icaraí à ir pra lá.

    - Mas, Amanda. Eu acho que não adiantaria você ficar contra essa idéia. Só dará mais vontade pra ela ir.
    - Você acha?
    - Acho. E acho também que você poderia ir conosco.



    A pergunta do pai fez Jassanã pensar seriamente que seus motivos para atormentá-lo eram poucos.
    Tentava lembrar de algo que fizesse com que a raiva dela com Peri fosse por algum motivo especial. Mas não encontrava muita coisa.
    Sua raiva pelo pai iniciou quando esteve com Ceci e depois da briga entre as duas em que ele preferiu ficar do lado da madrasta. A partir daí eles tiveram outra briga durante o casamento onde ela era contra e disse que o odiava por estar fazendo aquilo.
    Sua agressão com ela há instantes atrás também fez com que a raiva aumentasse, mas talvez até aquilo não fosse o motivo que fizesse ela querer vê-lo sofrer tanto.
    Foi então que ela, assustada, pensou em tudo de ruim que já tinha feito não só com Peri e Ceci, mas com várias outras pessoas e começou a enxergar uma verdade que não era tão difícil de se ver: Ela fazia algumas maldades apenas por prazer. Talvez não tivesse nem motivos, mas a vontade de ver alguém sofrer era algo que a motivava a fazer tal coisa. Assim como quis que o pai morresse sozinho naquela casa.

    Andando nas ruas, abatida e com o rosto inchado, ela foi até a casa de Abaeté. Bateu na porta e ele abriu pouco tempo depois:

    - Ol... Jassanã?! - tomou um susto com o aspecto da noiva - Mas o que é isso, o que aconteceu com você?

    Ele a levou para dentro da casa, carinhosamente. Na sala, estava sua mãe, Iracema, que perguntou:

    - Mas o que está havendo com essa moça?
    - Jassanã - ajoelhou-se no chão ao lado da cadeira em que ela sentou, segurando sua mão - O que houve?
    - Abaeté... estou mal... Posso... ficar aqui?







    CONTINUA NO CAPITULO 55 - RESULTADO DOS ATOS
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    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:17 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Ceci descobre que Icaraí não conhece seu pai verdadeiro, mas sabe que ele é um dono de indústria. Amanda revela que ainda sofre com o que lhe ocorreu no passado e que seu nome era Amanauci. Ela e Ceci se tornam amigas rapidamente e Ceci, em um momento, acaba soltando sem querer que conhece Peri. Assim, Icaraí pressiona ela à ir para o Rio também e ela aceita. Amanauci não gosta da idéia mas também é convidada para a viagem.
    O romance entre Peri e Jacuí causa grande ciúmes no contínuo Aracauê.
    Jassanã passa a se sentir mal durante toda a semana, pálida e vomitando até descobrir que isso se trata de uma gravidez. Ela planeja casar com Abaeté antes que a barriga comece à crescer e todos descubram. Mas Peri acaba sabendo disso e de que ela estava faltando as aulas para ficar com o noivo, o que deixa ele furioso. Depois de agredir ela, Peri a vê com malas, avisando que vai embora da casa. Ela sai da mansão e busca a ajuda do noivo.





    - Oi... Jassanã?! - tomou um susto com o aspecto da noiva - Mas o que é isso, o que aconteceu com você?

    Ele a levou para dentro da casa, carinhosamente. Na sala, estava sua mãe, Iracema, que perguntou:

    - Mas o que está havendo com essa moça?
    - Jassanã - ajoelhou-se no chão ao lado da cadeira em que ela sentou, segurando sua mão - O que houve?
    - Abaeté... estou mal... Posso... ficar aqui?


    Capítulo 55 - Resultado dos atos

    Abaeté olhou para a mãe, Iracema, como se perguntasse à ela se Jassanã poderia ficar na casa. A mãe fez cara de desaprovação. Porém, mesmo assim, ele respondeu à Jassanã com uma cara nada feliz.

    - Claro, meu amor.

    Ela o abraçou, chorando. Iracema saiu da sala para não participar daquela cena que, pra ela, era patética.
    Iracema não tinha bom humor. O passado talvez tenha feito ela ficar rude em relação às tristezas da vida.



    O novo dia nasceu com Jassanã abrigada tristemente na casa de Abaeté. Peri também acordou triste e pensativo sobre tudo que a filha lhe disse na noite anterior. Será que ele realmente não possuia nenhuma relação amorosa confiável e duradora porque sempre desconfiava que sua parceira estivesse interessada em seu dinheiro?

    Ceci, por sua vez, acordou bem disposta e até um pouco ansiosa para voltar ao Rio de Janeiro. Icaraí e ela haviam combinado de viajar no máximo em dois dias, mas o pedido que ela fez à Amanda na noite passada poderia fazer com que a viagem atrasasse um pouco. Essa ansiedade que sentia para ir logo estava mostrando à ela o quanto Peri era significante em sua vida. Encontrou Amanda no corredor ao acordar, mas a nova amiga não falou muita coisa. Talvez ainda estivesse pensando se gostaria de ir junto com a filha e Ceci para a cidade de Peri.



    Jassanã acordou. Abaeté estava bem ao seu lado com um pequeno café-da-manhã já pronto na mesa. Ele a olhava tentando ajudar a noiva tão abatida e fraca naquele momento.

    - Bom dia, meu amor. - disse ele, dando um beijo na testa da amada.

    Iracema tentava não olhar para aquela cena, pois sabia que o romance dos dois se tratava de um pecado incestuoso.
    Jassanã levantou-se com a ajuda do noivo.

    - Venha tomar café-da-manhã, querida. Você está muito fraca. - disse ele, levando-a até a mesa.



    No dia de trabalho da indústria Tupiniquim, lá estava Peri triste com sua secretária e namorada tentando consolá-lo com seus beijos e massagens após saber de tudo o que aconteceu com ele.
    Aracauê continuava com o seu ciúme por Jacuí, conseguindo cada vez menos disfarçar o ódio que sentia pelo patrão.



    Em Belo Horizonte, tudo estava quase na mesma. Ceci contou para Icaraí sobre seu pedido à Amanda para ir junto com elas na viagem. A moça, por sua vez, contou ao pai sobre isso.

    Após seu longo dia de trabalho, ele conversou com a esposa no quarto.

    - Vá, Amanda.
    - O quê? - perguntou ela, sem entender ao que ele estava se referindo.
    - Para o Rio de Janeiro. - explicou, lembrando ela de algo que não saia da cabeça - Por que não?
    - Não, não quero voltar pra lá.
    - Sabe, Amanda. Eu sempre respeitei isso de você não querer ir para o Rio. Mas já se passaram muitos anos e você não consegue esquecer disso. Eu sinto que ainda existe algo que leva você até aqueles acontecimentos do passado, acho que você só vai superá-los se resolver o que não resolveu lá.

    Amanda ficou, então, pensando melhor à respeito. Agora, ela tinha o apoio de todos para voltar à sua cidade, menos o seu próprio apoio.



    Jassanã voltou a dormir. Estava melhorando sua fisionomia fraca e pálida aos poucos. Abaeté estava preocupado com ela e também com o filho que a amada esperava.

    Ele ficou olhando a noiva dormir durante alguns minutos até que virou-se para a porta do quarto, onde sairia para trocar a roupa e dormir ao lado dela. Ao virar, acabou se deparando com a mãe, olhando novamente para os dois com um olhar de desaprovação.
    Abaeté saiu do quarto fechou a porta e falou com a mãe:

    - O que foi, mãe? - perguntou, sem paciência, após aguentar o mau humor dela durante todo o dia.
    - Estou desapontada, meu filho.
    - Com o que?
    - Com a sua incapacidade de escolher uma noiva decente.
    - O quê? Está falando mal da Jassanã?
    - Exatamente. Ela não é pra você, meu filho. Você merece algo muito melhor que ela. Acabe com esse noivado antes que um desastre aconteça!







    CONTINUA NO CAPITULO 56 - ATITUDES NÃO-COMPREENDIDAS
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    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:17 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Ceci descobre que Icaraí não conhece seu pai verdadeiro, mas sabe que ele é um dono de indústria. Amanda revela que ainda sofre com o que lhe ocorreu no passado e que seu nome era Amanauci. Ela e Ceci se tornam amigas rapidamente e Ceci, em um momento, acaba soltando sem querer que conhece Peri. Assim, Icaraí pressiona ela à ir para o Rio também e ela aceita. Amanauci não gosta da idéia mas também é convidada para a viagem.
    O romance entre Peri e Jacuí causa grande ciúmes no contínuo Aracauê.
    Jassanã passa a se sentir mal durante toda a semana, pálida e vomitando até descobrir que isso se trata de uma gravidez. Ela planeja casar com Abaeté antes que a barriga comece à crescer e todos descubram. Mas Peri acaba sabendo disso e de que ela estava faltando as aulas para ficar com o noivo, o que deixa ele furioso. Depois de agredir ela, Peri a vê com malas, avisando que vai embora da casa. Ela sai da mansão e busca a ajuda do noivo.





    - O que foi, mãe? - perguntou Abaeté, após aguentar o mau humor dela durante todo o dia.
    - Estou desapontada, meu filho.
    - Com o que?
    - Com a sua incapacidade de escolher uma noiva decente.
    - O quê? Está falando mal da Jassanã?
    - Exatamente. Ela não é pra você, meu filho. Você merece algo muito melhor que ela. Acabe com esse noivado antes que um desastre aconteça!


    Capítulo 56 - Atitudes não compreendidas

    - Não irá acontecer nada, mãe! Jassanã é minha noiva, iremos nos casar. Eu nunca irei abandoná-la. Ainda mais agora que é o momento em que ela mais precisa de mim.
    - Ela não é pra você, será que não entende? - aumentou o tom de voz.
    - Por quê? Por quê ela não seria? - perguntou, perdendo a paciência com a mãe.

    Iracema notou que aquele não era o momento para revelar toda a verdade e nem estava disposta à dizer de uma forma tão brusca.
    Pensava em separar os dois de outra maneira, a qual eles não descobrissem que eram irmãos, evitando um grande conflito e sofrimento. Teria que fazer tudo com calma, mais tinha medo que ficassem tanto tempo juntos na mesma casa e ela tivesse que se deparar com uma desastrosa surpresa.



    Peri, sozinho em casa, não conseguia dormir.
    Se sentia mal, mais do que na noite anterior onde pensou que seria uma raiva passageira de Jassanã. Mas ela nem sequer deu notícias. Talvez teria realmente ido embora, pra sempre.
    "Será que ela está certa?", ele pensava, "Será que eu é que afasto as pessoas pelo meu jeito de ser? Serpa que sou o problema dessa história? Eu preciso mudar, então. Preciso mudar."



    Assim, mais um dia acabou para aquelas vidas interligadas. Um dia mais calmo que o anterior mais que prometia ser o mais calmo de todos que estavam por vir.

    Em Belo Horizonte, Amanda foi até a filha, Icaraí, para conversar à respeito da viagem, depois de terem tomado o café-da-manhã.

    - Icaraí, eu pensei muito sobre isso e eu acho que você está certa.
    - Como assim, mãe? - perguntou.
    - Eu reconheço que preciso voltar para finalizar a vida que eu tinha lá. É por isso que você está indo, por que eu ainda tenho coisas que me ligam até o Rio. Não estou falando de contratos com empresas do Mauro, mas sim de partes pessoais minhas, como você. Acho que só voltando lá que poderei esquecer de tudo e ter a minha vida aqui. Nós duas finalizaremos nossas ligações com aquele bairro. Eu irei para o Rio de Janeiro.
    - Obrigada, mãe. - Icaraí a abraçou, emocionada.



    Peri estava decidido à não ficar mais um dia sozinho em casa. Aproveitou a oportunidade de aquele dia ser domingo para chamar Jacuí a passar o dia com ele na mansão, e talvez a noite também.



    Jassanã, se sentindo melhor do que no dia anterior, tentou compensar o trabalho que tiveram com ela tentando ajudar a sogra e ser amigável. Ela estava começando à pensar nos erros que cometeu inclusive quando saiu de casa e 'jogou uma praga' no pai. Porém, Iracema não aceitava a amizade dela. Sempre respondia arrogantemente suas perguntas e ficava com uma cara emburrada.

    - Vamos no médico? - perguntou Abaeté.

    Iracema torcia para que a palidez e o mal-estar de Jassanã fosse apenas por causa da briga dela com o pai. Abaeté tinha avisado à ela que eles iriam ao hospital para cuidar dos ferimentos no corpo da noiva e saber o que era aquilo que ela estava sentindo.
    Ele, por sua vez, já tinha quase certeza, assim como Jassanã, de que aquilo se tratava de um bebê. Ele estava mais preocupado em ir ao médico para saber se o filho estava bem depois das agressões que a noiva recebeu de Peri.



    Jacuí aceitou o convite e foi para a casa de Peri. Os dois conversaram no sofá sobre diversos assuntos e começaram a tomar champagne. Peri gostava de ter Jacuí por perto, a única pessoa que restava na sua vida, mas não estava tão feliz com a sua presença quanto ficava com a presença de outras pessoas.
    Ele pensava na filha, pensava em Ceci, pensava no pai. Pessoas que ele perdeu na vida, talvez para sempre.

    O desespero de não ficar só fazia com que ele estivesse sempre com Jacuí. "Quem sabe eu possa mudar o meu jeito de ser e não perder a única pessoa que restou na minha vida", pensava. Ele estava disposto à não perdê-la, mas os imprevistos começariam à ocorrer a partir daquele momento.

    Peri, que estava tomando muito mais champagne que ele, já estava mais alterado e solto do que o comum. Alisou Jacuí, a beijou várias vezes até partir para carinhos mais íntimos.
    Jacuí não desaprovou a atitude dele, chamando-o para subir as escadas e ir até o quarto para não assustar Damiana se ela aparecesse na sala de repente.
    Os dois ficaram juntos na cama, trocando carícias e beijos por um longo tempo.
    Peri, em meio ao ato prazeroso, falou:

    - Eu te amo, Ceci.

    Um segundo depois, Jacuí parou de acariciá-lo após notar o que ele disse e olhou para ele:

    - O quê?



    Aracauê mais uma vez estava na rua onde Jacuí morava. Não conseguia parar de tentar agradá-la e lá estava com mais bombons, aliás, bombons que ele não pôde entregar na visita anterior.
    Ele entrou no apartamento, tocou a campainha mas ninguém atendeu.
    Tocou novamente e ninguém atendeu.



    Jassanã e Abaeté chegaram do médico, sorrindo.

    - Pensei que não iam mais chegar. - falou Iracema na cozinha, mal humorada, lavando a louça.
    - Mãe, vem cá que eu tenho uma coisa para contar. - chamou Abaeté, alegre.
    - Diz logo, o que foi? - ela andou até a sala, enxugando um prato.
    - É que... - ele tomou fôlego para contar alegremente a certeza de algo que já suspeitava - Nós iremos ter um filho!

    "PREC!!" - a louça caiu no chão.







    CONTINUA NO CAPITULO 57 - BRIGAS E SUSTOS
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    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:21 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Ceci descobre que Icaraí não conhece seu pai verdadeiro, mas sabe que ele é um dono de indústria. Amanda revela que ainda sofre com o que lhe ocorreu no passado e que seu nome era Amanauci. Ela e Ceci se tornam amigas rapidamente e Ceci, em um momento, acaba soltando sem querer que conhece Peri. Assim, Icaraí pressiona ela à ir para o Rio também e ela aceita. Amanauci não gosta da idéia mas também é convidada para a viagem.
    O romance entre Peri e Jacuí causa grande ciúmes no contínuo Aracauê.
    Jassanã passa a se sentir mal durante toda a semana, pálida e vomitando até descobrir que isso se trata de uma gravidez. Ela planeja casar com Abaeté antes que a barriga comece à crescer e todos descubram. Mas Peri acaba sabendo disso e de que ela estava faltando as aulas para ficar com o noivo, o que deixa ele furioso. Depois de agredir ela, Peri a vê com malas, avisando que vai embora da casa. Ela sai da mansão e busca a ajuda do noivo.





    Jassanã e Abaeté chegaram do médico, sorrindo.

    - Pensei que não iam mais chegar. - falou Iracema na cozinha, mal humorada, lavando a louça.
    - Mãe, vem cá que eu tenho uma coisa para contar. - chamou Abaeté, alegre.
    - Diz logo, o que foi? - ela andou até a sala, enxugando um prato.
    - É que... - ele tomou fôlego para contar alegremente a certeza de algo que já suspeitava - Nós iremos ter um filho!

    "PREC!!" - a louça caiu no chão.


    Capítulo 57 - Brigas e sustos

    O susto de Iracema com aquela notícia a deixou paralisada no momento. Não sabia o que fazer. Era tarde demais. Eles teriam um filho.

    - Mãe, cuidado. - Abaeté foi até onde ela estava pra ajudar a apanhar os cacos do prato quebrado.
    - E-escorregou. Eu apanho. - ela explicou, após 'acordar' do susto. Tentou não olhar para nenhum dos dois. Sentia-se suja naquele momento por não contar logo a verdade.
    - Cuidado pra não se cortar, mãe. - Abaeté continou tentando ajudar.
    - Pode deixar que eu cuido disso.
    - Tá certo, então. A senhora escutou o que eu disse anteriormente? - perguntou, com o sorriso voltando.
    - Bebê, bebê, já entendi. - disse, grosseiramente - Agora me deixe arrumar a sujeira que fiz. - saiu da sala, acabando com a alegria do filho em contar a notícia pra ela.



    Peri notou o erro depois de ver a expressão de Jacuí.

    - Não, não! Me desculpe, meu amor.
    - Você falou "Ceci". Como pode fazer isso comigo?
    - Eu não fiz de propósito, Jacuí. - tentou se explicar - Acho que o champagne me afetou. Estou... bêbado.
    - É? Eu também devo estar pra fazer isso que estou fazendo agora com um homem que me chama por outra. - falou irritada, saindo da cama.
    - J-Jacuí. Aonde vai, Jacuí? - tentou acompanhá-la no quarto, enquanto ela vestia a blusa.
    - Eu vou pra casa. Até amanhã, Peri.
    - Durma aqui.
    - Não vou! Tchau, Peri!
    - Calma, Jacuí. Espere.

    A porta do quarto se fechou. Jacuí desceu rapidamente as escadas para sair logo da mansão.
    Por dentro ela já sabia que Peri não tinha esquecido de Ceci, mas não esperava por aquilo. Sentia como se realmente não tivesse nenhuma importância pra ele.



    Icaraí chegou em casa, com as três passagens na mão.

    - Oi, filha. - disse Amanda, ao vê-la chegar - Já comprou?
    - Já. São para amanhã. - respondeu, entregando as passagens na mão da mãe.
    - Amanhã? - perguntou Ceci, chegando perto das duas.
    - Isso mesmo - sorriu - Preparem suas malas, partiremos amanhã.



    Iracema entrou no quarto e o trancou para não precisar encarar o filho ou a noiva dele mais uma vez naquele dia.
    Ela, preocupada em como resolver a situação, não conseguia dormir. Até que saiu da cama e pegou uma caixa fechada com cadeado.



    Jacuí foi para casa, chorando.
    Ao chegar em seu apartamento, deparou-se com o seu visitante de sempre. Era Aracauê, que estava sentado nas escadas segurando uma caixa de bombons.

    - Ainda bem que você chegou - ele disse, sorrindo por vê-la - Já estava quase desistindo de te ver. Aonde estava?
    - Eu saí, Aracauê.
    - Estava com o Peri, não é? - ele passou a se alterar.
    - Pra quê você veio?
    - Não mude de assunto. Você estava com o Peri, não estava? - perguntou, nervoso.
    - Olha, Aracauê. Eu não estou com disposição pra brigar mais uma vez com você e dizer que quem cuida da minha vida sou eu, mas você não está me dando outra escolha fazendo iss...
    - Você está chorando? - ele reparou, ao olhar melhor para o rosto dela.
    - Não, não estou. - respondeu, virando-se para abrir a porta - Aracauê, saia daqui, por favor.
    - Você está assim por causa dele. Ele não é a pessoa certa pra você, Jacuí.
    - Eu disse pra você sair daqui! - abriu a porta do apartamente e entrou.

    Ao tentar fechar a porta, Aracauê gritou:

    - Eu te amo, Jacuí!

    Jacuí parou, olhando para o contínuo que se declarava da mesma forma que Peri há minutos atrás. Porém, no caso anterior, ele chamava por outra.
    Ela sabia que o contínuo estava sendo verdadeiro naquela declaração, mas não queria ter nada com ele. Por isso respondeu grosseiramente:

    - MAS EU NÃO!

    E a porta foi fechada.



    O novo dia nasceu. Iracema não conseguiu dormir com tantos problemas, Peri também teve seu plano de não ficar sozinho fracassado.
    O ciúme que Aracauê sentia por Peri só fazia aumentar cada vez mais depois de tantas tentativas de estar com Jacuí.



    Jassanã acordou antes de Abaeté. Iracema já estava tomando o café-da-manhã quando aproveitou da situação para conversar à sós com a noiva do filho.

    - Olá, querida. - cumprimentou falsamente.
    - Bom dia - Jassanã tentou sorrir.
    - Sente-se aqui, eu tenho algo pra lhe dar.

    Jassanã sentou-se no lugar indicado, estranhando a atitude da sogra.

    - É mesmo? O que é? - perguntou.

    Iracema pegou uma caixa, tirou o cadeado e a abriu.

    - É um presentinho pra você.
    - Isso é-é dinheiro?

    Tinham muitas notas organizadas na caixa. Parecia ser algo que fora juntado durante anos.

    - É o suficiente? - falou, voltando a ficar séria.
    - Suficiente? Pra quê?
    - Pra você abortar esse bebê e sumir da minha vida e do meu filho pra sempre.








    CONTINUA NO CAPITULO 58 - PROPOSTA INDECENTE
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    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:22 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Ceci descobre que Icaraí não conhece seu pai verdadeiro, mas sabe que ele é um dono de indústria. Amanda revela que ainda sofre com o que lhe ocorreu no passado e que seu nome era Amanauci. Ela e Ceci se tornam amigas rapidamente e Ceci, em um momento, acaba soltando sem querer que conhece Peri. Assim, Icaraí pressiona ela à ir para o Rio também e ela aceita. Amanauci não gosta da idéia mas também vai para a viagem.
    O romance entre Peri e Jacuí causa grande ciúmes no contínuo Aracauê. Peri sozinho com Jacuí, acaba chamando-a de Ceci e fazendo ela ir embora da casa, chorando.
    Jassanã passa a se sentir mal durante toda a semana, pálida e vomitando até descobrir que isso se trata de uma gravidez. Ela planeja casar com Abaeté antes que a barriga comece à crescer e todos descubram. Mas Peri acaba sabendo disso e de que ela estava faltando as aulas para ficar com o noivo, o que deixa ele furioso. Depois de agredi-la, Peri a vê com malas, avisando que vai embora da casa. Ela sai da mansão e busca a ajuda do noivo e da mãe dele, Iracema. Ela, por sua vez, sabe que os dois são irmãos e tentará separá-los de qualquer jeito até que descobre que Jassanã está grávida.





    Iracema pegou uma caixa na frente de Jassanã, tirou o cadeado e a abriu.

    - É um presentinho pra você.
    - Isso é-é dinheiro?

    Tinham muitas notas organizadas na caixa. Parecia ser algo que fora juntado durante anos.

    - É o suficiente? - falou, voltando a ficar séria.
    - Suficiente? Pra quê?
    - Pra você abortar esse bebê e sumir da minha vida e do meu filho pra sempre.


    Capítulo 58 - Proposta indecente

    - Como? Não entendi o que a senhora falou. - respondeu Jassanã, achando que estivesse escutado errado por entender algo tão absurdo.
    - É isso mesmo que você escutou. Preciso que você aborte essa criança que está pra nascer e deixe logo o meu filho em paz.
    - Mas... eu não entendo - disse, atordoada com o pedido - Por que está me pedindo algo tão terrível?
    - Eu tenho meus motivos. Você e meu filho não podem ficar juntos.
    - Mas por que não? - perguntou, aflita.
    - Um dia você irá entender. Agora vá! Vá embora daqui sem dizer nada ao Abaeté que eu deixo esse dinheiro pra você.

    Jassanã não conseguia entender o porquê daquela situação. O que de tão terrível era ela estar com Abaeté e esperar um filho dele?
    Sua sogra lhe olhava seriamente. Queria que Jassanã saísse de lá rápido, antes que o filho acordasse.

    - Vá logo!

    Assim, Jassanã viu que não teria outra opção que não fosse ser atormentada por Iracema se não fosse embora daquela casa.
    Não queria de jeito nenhum abortar o filho que esperava, mesmo que esse filho não tivesse sido planejado. Também gostava muito de Abaeté pra ter que deixá-lo sem explicações.
    E sua decisão foi:

    - Tá, eu vou. - respondeu, triste.
    - Ótimo. Pode ficar com isso. - entregou a caixa de dinheiro que foi jogado contra si própria por Jassanã.
    - Não, obrigada. Pode ficar com o seu dinheiro sujo.

    Jassanã foi andando até o quarto para contar à Abaeté o que estava acontecendo. Iracema, porém, a puxou e disse no seu ouvido:

    - Nada de voltar lá no quarto, queridinha. Pode deixar que eu mesma arrumo suas malas e entrego amanhã. Pode ir.



    Aracauê estava se preparando para mais um dia de trabalho.
    Pensava em como Jacuí estava naquele momento. Sentia um ciúme doentio por Peri estar com ela e a raiva dele só fazia aumentar ainda mais agora, que viu a amada sofrer por ele.
    Aracauê sempre soube que ela gostava do patrão, inclusive usou esse conhecimento para mandá-la sair da empresa antigamente, quando brigavam. Mas agora era diferente, estava apaixonado enquanto Peri só estava enganando-a.
    Queria falar com ela, explicar que não valia a pena ficar com um homem daqueles. Queria que Jacuí o amasse assim como ele a ama.
    Não entendia como tudo só dava errado em sua vida e como Peri recebia tudo que ele queria.
    Assim, saiu de casa, aguardando para conversar novamente com sua amada e tentando se controlar se visse o odiado patrão.



    Icaraí e Amanda estavam terminando de se preparar para a viagem.
    Ceci já estava pronta, sentada no sofá. Sua ansiedade de voltar ao Rio de Janeiro fez ela se preparar antecipadamente.

    - Telefonei agora com a recepcionista de uma pousada lá. Eles possuem quartos vagos pra hoje.
    - Que bom. - respondeu Amanda - Porque está sendo uma loucura essa viagem tão de repente.

    Ceci, calada no sofá, começava à pensar no segredo que escondeu aquele tempo todo das três pessoas que mais lhe ajudaram nos últimos dias. Não disse até aquele momento a verdade sobre sua relação com o Peri.
    Pensava que era melhor dizer logo aquilo, antes que soubessem de outra forma.

    - Vamos? - chamou Icaraí, com as malas já prontas.

    Ceci levantou-se e foi junto com elas. Enquanto Amanda fechava a porta, Ceci perguntou:

    - E o Mauro? Cadê ele?
    - Dormindo. Ele vai tirar o dia de folga quando voltarmos. - sorriu.

    "Quando vocês voltarem", pensava Ceci, achando pouco provável voltar e gostaria de ter se despedido de quem mais ajudou ela oferecendo a casa como hospedagem pra uma estranha. Mas agora era tarde demais, viu que sua ação de sair da cidade foi muito precipitada e que sentia muita falta... de Peri.



    Jassanã não sabia o que fazer naquele momento. Não tinha mais pra onde ir.
    Chorava em desespero pelas ruas. Seu noivo não pôde nem escutar dela o que tinha acontecido. Provavelmente Iracema iria dar alguma desculpa sobre o desaparecimento dela. Estava ainda com um mal aspecto, com sua roupa de dormir e com o rosto inchado chorando. Muitas pessoas passavam na rua ignorando sua existência como se ela fosse um mendigo.
    Viu que a tristeza que fez em Ceci na semana anterior voltou contra si e não era uma experiencia nada boa. Estava arrependida pelas maldades que fez na vida no momento em que começou à sofrer com as maldades dos outros.



    Abaeté acordou pouco tempo depois da saída da noiva e comprimentou Iracema:

    - Bom dia, mãe.
    - Bom dia. - ela respondeu como se nada tivesse ocorrido há minutos atrás.
    - Onde está Jassanã?



    Na estação, as três mulheres estavam esperando o ônibus. Ceci ainda estava preocupada com o segredo que guardou aquele tempo todo e disse:

    - Gente, preciso contar uma coisa para vocês.
    - Sim, o que foi Ceci? - perguntou Icaraí.
    - Tem algo que não contei pra vocês, mas não gostaria que soubessem de outra forma.
    - O que foi? - disse Amanda, passando a prestar mais atenção.
    - É que...



    Peri chegou no escritório, onde já estavam Aracauê e Jacuí. Olhou para os dois mas não recebeu comprimentos de nenhum deles.
    Jacuí estava chorando, parecia ter contado um pouco do que ocorreu no dia anterior para Aracauê.

    Peri deixou sua maleta de trabalho na sua sala do escritório e foi até onde Jacuí estava:

    - Preciso falar com você - ele disse.

    Aracauê imediatamente levantou da cadeira que estava sentado e se aproximou do patrão.

    - Acho que ela não está em condições de falar agora. - disse, encorajado.
    - Sinto muito, mas o patrão que decide as coisas aqui sou eu. - respondeu Peri, sério e com uma voz calma, o que deixava Aracauê furioso.
    - Mas não é por isso que vai fazer o que quer com as pessoas. - aumentou a voz.
    - Esse assunto é pessoal e não interessa à você. Jacuí, venha para minha sala. Deixe o serviçal aí. - disse com um tom de desprezo ao contínuo.

    Jassanã ficou calada e imóvel em meio à raiva de Aracauê.

    - SEU IDIOTA! - gritou ele, assustando Jassanã e fazendo Peri, que andava de volta à sua sala, virar.

    Aracauê foi até ele rapidamente e bateu com a mão fechada em seu rosto.








    CONTINUA NO CAPITULO 59 - DESESPERO
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    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:23 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Jassanã briga com o pai e decide sair de casa. Ela, estando grávida, pede pra ficar na casa do noivo. A mãe dele, Iracema, sabe que os dois são irmãos e se desespera ao saber que estão esperando um filho. Assim, manda Jassanã ir embora daquela casa e abandonar Abaeté.
    Ceci está de volta ao Rio. Dessa vez com Icaraí, filha de Peri, e Amanda que na verdade é Amanauci. Ela está com receio de que as duas descubram que ela está casada com Peri e quer contar logo esse segredo. Aracauê fica com ciúmes do romance de Peri e Jacuí. Sua raiva aumenta ainda mais quando Peri faz sua amada sofrer, deixando-o descontrolado mais do que o comum.





    - Esse assunto é pessoal e não interessa à você. Jacuí, venha para minha sala. Deixe o serviçal aí. - disse com um tom de desprezo ao contínuo.

    Jacuí ficou calada e imóvel em meio à raiva de Aracauê.

    - SEU IDIOTA! - gritou ele, assustando Jacuí e fazendo Peri, que andava de volta à sua sala, virar.

    Aracauê foi até ele rapidamente e bateu com a mão fechada em seu rosto.


    Capítulo 59 - Desespero

    Peri, por não esperar uma reação tão brusca do contínuo, se desequilibrou ao levar o golpe no rosto e se apoiou na mesa do escritório, derrubando alguns papéis.

    - ARACAUÊ!! - gritou Jacuí assustada, que também não esperava aquilo.
    - ESTÁ LOUCO?! - gritou Peri, para o contínuo - QUEM VOCÊ PENSA QUE É PRA FAZER ISSO COMIGO?
    - QUEM EU PENSO QUE SOU?! - Aracauê gritou no mesmo tom que o patrão e apontou para ele dizendo, alterado - EU SOU QUEM DEVERIA ESTAR NO SEU LUGAR!
    - Você está maluco. Sempre soube que você era doido. Não diz nada com nada. O que você quer dizer com isso?
    - EU DIGO QUE VOCÊ ROUBOU TUDO DE MIM, - foi atrás de Peri para agredí-lo novamente - ROUBOU TUDO DE MIM, - bateu em seu rosto, retirando o apoio do patrão da mesa e levantando mais papéis - A MINHA EX - deu um chute na perna de Peri - A JACUÍ E MINHA F...!!

    Peri finalmente revidou as agressões do serviçal, batendo no rosto dele também e interrompendo o que estava falando.

    - PAREM COM ISSO, PAREM COM ISSO, VOCÊS DOIS!! - gritava Jacuí, em desespero. Os gritos já davam pra ser escutados nos outros setores da empresa.

    Aracauê pôs as mãos no rosto ao sentir a dor mas voltou até o patrão e revidou o soco de tamanha força que Peri não teve outra opção que não fosse cair no chão.
    Jacuí foi até ele pra ajudá-lo à se levantar. Outros funcionários entraram no local e assistiram à cena.

    - Agora já chega! - gritou Peri, com a mão no lado do rosto que estava avermelhado - Arrume suas coisas e vá embora daqui! Nunca mais quero vê-lo nesta empresa! Está demitido!

    Essas palavras bastaram para Aracauê ter a consciência do que tinha acabado de fazer naquele momento.
    Seu mundo passou a desabar. E agora? Teria aguentado aquele emprego medíocre e o patrão que odiava por tanto tempo só pra ficar perto da filha e acabou sendo despedido após vê-la em uma única vez?
    Ele passou a entrar em desespero por dentro. Não sabia o que fazer. Pra onde ir. Onde iria arranjar dinheiro a partir da demissão. E o mais importante, como iria embora de lá sem contar toda a verdade sobre Jassanã. O porquê de estar naquele emprego há tantos anos.

    - Você não pode me expulsar daqui. - disse, descontrolado.
    - Não só posso como vou. Por favor, chamem os seguranças. - dirigiu-se aos funcionários que chegaram no local.
    - Não, não. Eu não vou sair daqui. Jacuí, me ajude! - pediu, nervoso.

    Jacuí estava séria, com a cabeça baixa. Não queria encará-lo.
    Os seguranças chegaram pra tirar de lá.

    - Não, não, me soltem. ME SOLTEM! - foi levado por eles, debatendo-se inutilmente.



    - Gente, preciso contar uma coisa para vocês.
    - Sim, o que foi Ceci? - perguntou Icaraí.
    - Tem algo que não contei pra vocês, mas não gostaria que soubessem de outra forma.
    - O que foi? - disse Amanda, passando a prestar mais atenção.
    - É que... - Ceci ao iniciar, pensou melhor em quais reações as duas pessoas que lhe olhavam poderiam ter ao saber que ela foi, ou melhor, ainda era casada com Peri. Foi então que preferiu deixar pra depois essa revelação. Assim, na pior das hipóteses, ela já estaria no Rio e poderia voltar com Peri, saindo da pousada. - é que eu... briguei com o meu marido antes de vir para cá - preferiu contar algo que não chocaria as duas e que também não fosse mentira - Foi por isso que vim sozinha, sem dinheiro, sem nada. Estava desesperada pra sair da cidade pois não conhecia mais ninguém. Aliás, eu tinha um ex-noivo lá que não sei se ainda mora na cidade. Mas, mesmo assim, a insanidade do momento não me deu outra saída que não fosse sair do Rio.
    - Sim, sim. - disse Icaraí - Pra ser sincera eu já suspeitava que fosse algo do tipo que fez você sair de lá.
    - Ceci, - disse Amanda - você acha que seria melhor não voltar pra lá? Não queremos obrigar você à fazer nada que não queira, tá?
    - Não, não, não se preocupem. - respondeu - Na verdade... é o contrário. Acho que, talvez, eu converse melhor com ele, depois do conflito e do estresse, e que assim nós façamos as pazes e eu volte à morar lá.
    - Que bom, Ceci. - sorriu Icaraí - Você ainda gosta dele, não é? Então o melhor que tem à fazer é isso mesmo.

    Ceci também riu, sentindo-se um pouco mal por contar apenas 'meia verdade' para as duas.

    - O ônibus já vai sair, vamos. - avisou Amanda.

    Assim, as três subiram e a viagem finalmente iniciou.



    - Bom dia, mãe. - cumprimentou Abaeté.
    - Bom dia. - Iracema respondeu como se nada tivesse ocorrido há minutos atrás.
    - Onde está Jassanã?
    - Ela saiu pra comprar coisas para o café-da-manhã.
    - Estranho, eu pensei ter escutado ela chorar. Até me levantei logo pra saber o que era. - ao virar para ver as feições da mãe, notou que ela estava mentindo para ele e teve a certeza absoluta quando viu que não tinha nada faltando para o café-da-manhã na mesa - O que ela foi comprar? - perguntou, desconfiado.
    - Pão. - respondeu sem pensar muito, nervosa, querendo que o filho não reparasse que estava mentindo.
    - Pão? O que não falta é pão nessa mesa. Está tentando esconder algo?
    - Eu? Por que eu faria isso?
    - Não sei... talvez porque você nunca gostou da Jassanã?
    - E daí? Quem quer ter ela é você e não eu.
    - E daí, mãe, que talvez você seja capaz de fazer coisas cruéis pra que ela saia da casa.
    - Eu nunca faria isso. Ela foi embora por que quis.
    - Então assume que ela foi embora, já? - perguntou, com raiva - Pra onde ela foi?
    - Ela não disse. Não vai mais voltar. Não quer mais tê-lo em sua vida.

    A raiva de Abaeté pela mãe aumentou ainda mais quando ele viu na mesa a caixa de dinheiro que ela juntava e deduziu que havia chantageado sua noiva para algo.

    - Sua mentirosa!
    - É verdade! Ela não quer mais saber de você.
    - O QUE VOCÊ FEZ COM ELA?!! - gritou, prendendo a Iracema contra a parede.



    Aracauê saiu pelas ruas, desesperado, sem sabe o que fazer. Olhava para todos os lados, mas não sabia pra onde ir. Estava despedido. A única coisa que fazia na vida além de estar em casa ou procurar Jacuí era trabalhar. Não poderia ir atrás de Jacuí depois de tantas vezes que ela o mandou ir embora. Agora, nem trabalhar mais poderia. Não tinha mais razão de viver que não fosse a esperança de encontrar a filha.

    Estava profundamente triste até que viu uma garota no meio da rua, com terríveis aspectos. Parecia fraca, triste, com roupa de dormir manchada de areia das ruas. Provavelmente havia sentado nas calçadas, sem rumo.
    Foi aí que ele passou à prestar mais atenção no rosto daquela moça e notou que era a última mulher que ele gostaria de ver naquele estado.

    - Jassanã! - disse pra si próprio com os olhos enchendo de lágrimas, pior do que na primeira vez que a encontrou.

    Foi até ela, desesperado.

    - Jassanã! - chamou - Você está bem?
    - Estou, estou. - respondeu, chorando.
    - Precisa de ajuda?
    - Eu... te conheço de algum lugar. - disse, encarando-o, após notar que ele a chamou pelo nome.
    - Eu sou o contínuo que lhe ajudou à mexer nos documentos, lembra?
    - Sim, sim, lembro. - respondeu, sem entusiasmo, ainda chorando.
    - S-sabe... quando eu disse que um dia você entenderia porque lhe ajudei?
    - Lembro.
    - Então... a-acho que não terei outra oportunidade de dizer isso que não seja agora. - disse, bastante nervoso. Não esperava de jeito nenhum que fosse daquela maneira que iria contar a verdade para a filha.
    - O que quer dizer com isso? - estranhou.

    Jassanã olhava pra ele e achava que fosse um maluco pela forma de se expressar bastante nervoso e gago. Ele esperava não dizer isso tão bruscamente mas não havia outra opção. Seu desequilíbrio também o deixava mais nervoso para o momento que esperou acontecer por tantos anos:

    - E-u sou seu pai.








    CONTINUA NO CAPITULO 60 - DESGRAÇA
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    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:24 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Jassanã briga com o pai e decide sair de casa. Ela, estando grávida, pede pra ficar na casa do noivo. A mãe dele, Iracema, sabe que os dois são irmãos e se desespera ao saber que estão esperando um filho. Assim, manda Jassanã ir embora daquela casa e abandonar Abaeté. Abaeté escutou um pedaço da conversa entre as duas quando estava no quarto e pede à mãe explicações.
    Ceci está de volta ao Rio. Dessa vez com Icaraí, filha de Peri, e Amanda que na verdade é Amanauci. Ela está com receio de que as duas descubram que ela está casada com Peri e deseja contar logo esse segredo assim que chegar na cidade.
    Aracauê fica com ciúmes do romance de Peri e Jacuí. Sua raiva aumenta ainda mais quando Peri faz sua amada sofrer, deixando-o descontrolado mais do que o comum. Aracauê bate em Peri várias vezes e acaba sendo demitido da empresa. Agora o único motivo de viver pra ele é a filha que nem o conhece mas que está bem à sua frente.





    - Jassanã! - chamou Aracauê - Você está bem?
    - Estou, estou. - respondeu, chorando.
    - Precisa de ajuda?
    - Eu... te conheço de algum lugar. - disse, encarando-o, após notar que ele a chamou pelo nome.
    - Eu sou o contínuo que lhe ajudou à mexer nos documentos, lembra?
    - Sim, sim, lembro. - respondeu, sem entusiasmo, ainda chorando.
    - S-sabe... quando eu disse que um dia você entenderia porque lhe ajudei?
    - Lembro.
    - Então... a-acho que não terei outra oportunidade de dizer isso que não seja agora. - disse, bastante nervoso. Não esperava de jeito nenhum que fosse daquela maneira que iria contar a verdade para a filha.
    - O que quer dizer com isso? - estranhou.

    Jassanã olhava pra ele e achava que fosse um maluco pela forma de se expressar bastante nervoso e gago. Ele esperava não dizer isso tão bruscamente mas não havia outra opção. Seu desequilíbrio também o deixava mais nervoso para o momento que esperou acontecer por tantos anos:

    - E-u sou seu pai.


    Capítulo 60 - Desgraça

    Jassanã levou um enorme susto com as palavras gaguejadas por aquele homem quase desconhecido. "Ele está maluco? Não vê a minha situação? Como eu estou nesse momento?".
    Mesmo com raiva por achar que aquilo se tratava de uma brincadeira, Jassanã não quis xingá-lo. Preferiu sair de lá e não escutar mais bobagens.

    - Sinto muito, mas eu não estou com condições de ouvir besteiras nesse momento. - levantou-se, começando à andar para longe do contínuo que aguardava anciosamente por uma resposta dela.

    Ao ver a reação que a filha teve, Aracauê a seguiu.

    - Besteiras? Eu estou falando sério, filha. - disse, triste.
    - Você está louco?! - virou-se e gritou, irritada - Quem foi que mandou você vir falar isso pra mim? Foi o Peri? - terminou, voltando a lacremejar por lembrar do pai. Jassanã não sentia mais nenhuma lágrima passar pelo seu rosto depois de tantas coisas ruins que aconteceram nos últimos dias e lhe fizeram chorar tanto.
    - Não, não foi. Ele acabou de me despedir da indústria e...
    - E aí você se sentiu no direito de infernizar a minha vida mais ainda? O que foi que eu fiz pra você? Todos estão contra mim atualmente, todos!
    - Você é minha filha! Eu queria contar de outra forma mas é a verdade. Você é minha filha! - insistiu.

    Jassanã olhava para ele mas não conseguia encontrar nenhuma semelhança sua no contínuo. O estresse de todas as coisas ruins que aconteceram com ela também não a deixava preparada para tais tipos de revelações, ainda mais quando elas são ditas por um desequilibrado daqueles.

    - Você... está louco. - disse, dando as costas e torcendo para que ele não a perseguisse. Não queria mais problemas na vida, mais ainda quando eles pareciam ser uma patética mentira.

    Aracauê ficou parado, imóvel, durante um bom tempo. Não sabia o que fazer naquele momento em que via a filha sair de perto dele, não acreditando em sua história e o chamando de louco. Começou à pensar que sua vida não tinha mais sentido.



    - Você está bem? - perguntou Jacuí, passando uma bolsa de gelo na ferida do rosto de Peri.
    - Estou, estou. Sabe, Jacuí... eu gostaria de... ai - sentiu a dor no rosto - ...gostaria de pedir desculpas à você, pelo que ocorreu ontem.

    Jacuí ficou calada, sem querer dar uma resposta para mostrar que ainda estava magoada pelo que ele fez.

    - Eu espero que você me entenda nesse momento, porque eu quero que você saiba a verdade. Não vou mais esconder meus sentimentos de você. Então direi logo o que sinto.

    Jacuí permaneceu calada, olhando como se esperasse a resposta de Peri sobre o que realmente sentia.
    Não era fácil pra Peri dizer aquilo na frente dela, mas ele estava decidido a dizer isso antes mesmo de toda a confusão com o Aracauê.

    - A verdade é que... eu ainda amo a Ceci.



    - O QUE VOCÊ FEZ COM ELA?!! - gritou Abaeté, pressionando a mãe contra a parede da sala.
    - Você está me machucando.
    - O QUE VOCÊ FEZ COM ELA?!! - repetiu, furioso - DIGA!!

    Iracema ficou quieta por alguns segundos até ter coragem e responder com firmeza ao filho:

    - Eu mandei aquela mulher ir embora da minha casa. - respondeu, com frieza.
    - VOCÊ ESTÁ LOUCA. POR QUE ESTÁ FAZENDO ISSO COMIGO, MÃE?! ELA É MINHA NOIVA E EU A AMO. - a soltou, irritado.
    - Eu estou tentando lhe proteger. Eu faria isso muitas outras vezes para protegê-lo desse pecado que é estar com ela.
    - Mas que história é essa?! De onde a senhora tirou isso? - disse, sem entender.
    - Vocês dois não podem ficar juntos de jeito nenhum. Você precisa entender!
    - Eu nunca entenderei uma coisa dessas. Por que está tão contra à minha felicidade? Por que fez isso com ela, com a mulher que amo, quando está no momento mais frágil e triste? Por que está nos fazendo sofrer? Por que não quer nos ver juntos?
    - POR QUE VOCÊS SÃO IRMÃOS!







    CONTINUA NO CAPITULO 61 - A VERDADE
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    A Chama de Tupã - Página 3 Empty Re: A Chama de Tupã

    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:24 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Jassanã briga com o pai e decide sair de casa. Ela, estando grávida, pede pra ficar na casa do noivo. A mãe dele, Iracema, sabe que os dois são irmãos e se desespera ao saber que estão esperando um filho. Assim, manda Jassanã ir embora daquela casa e abandonar Abaeté. Abaeté escutou um pedaço da conversa entre as duas quando estava no quarto e pede à mãe explicações.
    Ceci está de volta ao Rio. Dessa vez com Icaraí, filha de Peri, e Amanda que na verdade é Amanauci. Ela está com receio de que as duas descubram que ela está casada com Peri e deseja contar logo esse segredo assim que chegar na cidade.
    Aracauê briga com Peri por causa de Jacuí e acaba sendo demitido da empresa. Ele conta pra Jassanã que é seu pai mas ela, debilitada, acha que está louco.





    - VOCÊ ESTÁ LOUCA. POR QUE ESTÁ FAZENDO ISSO COMIGO, MÃE?! ELA É MINHA NOIVA E EU A AMO. - Aracauê gritou, irritado.
    - Eu estou tentando lhe proteger. Eu faria isso muitas outras vezes para protegê-lo desse pecado que é estar com ela.
    - Mas que história é essa?! De onde a senhora tirou isso? - disse, sem entender.
    - Vocês dois não podem ficar juntos de jeito nenhum. Você precisa entender!
    - Eu nunca entenderei uma coisa dessas. Por que está tão contra à minha felicidade? Por que fez isso com ela, com a mulher que amo, quando está no momento mais frágil e triste? Por que está nos fazendo sofrer? Por que não quer nos ver juntos?
    - POR QUE VOCÊS SÃO IRMÃOS!


    Capítulo 61 - A verdade

    - O QUÊ?! - seus olhos abriram rapidamente.
    - Vocês são irmãos! - repetiu.

    Abaeté ficou paralisado ao escutar a mãe falar aquilo, duas vezes.

    - Do... do que está falando? - perguntou, incrédulo.
    - É a mais pura verdade. Realmente o único jeito era contar a verdade. Eu tentei não tornar essa situação tão desagradável mas não foi possível.
    - Mas do que está falando? Ficou maluca?! Como eu e a Jassanã somos irmãos?! - perguntou, ficando nervoso ao notar que a mãe parecia falar a verdade.
    - Sim, vocês são.
    - COMO PODE UMA COISA DESSAS?! ISSO É IMPOSSÍVEL!
    - Não, não é, meu filho.
    - Então você é mãe dela?!
    - Não sou. Você não conhece seu pai, certo? Pois você agora vai saber quem ele é. Ele é o Peri. O pai da sua noiva.

    Abaeté pôs as mãos na cabeça. Não podia acreditar naquilo.

    - Foi por isso que eu quis separar vocês dois. Vocês não podiam ficar juntos.
    - ENTÃO POR QUE NÃO ME CONTOU LOGO ISSO?! - gritou, chorando desesperadamente, pensando na irmã que ele engravidou e noivou - POR QUE ESCONDEU ISSO?! COMO PÔDE ESCONDER ALGO DESSA IMPORTÂNCIA ENQUANTO SABIA QUE ESTÁVAMOS JUNTOS.
    - Porque eu também não sabia que o pai dela era o Peri! Eu só soube quando fomos até a casa deles e o vimos na porta da casa. Foi por isso que eu pedi pra voltarmos naquele dia. Foi por isso que a partir daquele momento eu passei a implicar com o relacionamento de vocês. Está me entendendo agora?
    - Não... não consigo entender. Deveria me contar no momento em que descobriu. E mesmo quando não soubesse deveria... ter dito quem era meu pai. Assim, eu mesmo descobriria.

    Iracema ficou calada, sabendo que estava errada nesse ponto da história.
    Abaeté ficou encarando ela, esperando alguma resposta. Mas, vendo que não receberia nenhuma, tomou a decisão de andar e sair da casa.

    - Vou procurar a Jassanã. - avisou, chorando.



    - Eu espero que você me entenda nesse momento, porque eu quero que você saiba a verdade. Não vou mais esconder meus sentimentos de você. Então direi logo o que sinto.

    Jacuí permaneceu calada, olhando como se esperasse a resposta de Peri sobre o que realmente sentia.
    Não era fácil pra Peri dizer aquilo na frente dela, mas ele estava decidido a dizer isso antes mesmo de toda a confusão com o Aracauê.

    - A verdade é que... eu ainda amo a Ceci.

    Jacuí definitivamente não esperava que Peri dissesse aquilo. Achava que iria pedir perdão por citar a Ceci e dizer que quem ele amava era ela e não confirmar que ama mesmo a ex.
    Estava sem ação. Não sabia nem o que dizer sobre aquela confissão. Preferiu esperar que Peri continuasse falando.

    - Mas... ela... não gosta de mim. - continuou, Peri. Contando o que realmente achava sobre o sumisso de Ceci.

    Ele acreditava que ela tinha voltado para o ex-noivo ou para a casa dos pais. Também não tinha coragem de procurá-la, mesmo sabendo que o erro da briga foi dele. Pensava que a amada já tinha decidido a vida e que não gostaria mais de voltar pra ele.

    - Portanto, eu quero que você saiba que eu gosto muito de você e mesmo que ainda não a ame como a Ceci, gostaria de sua ajuda e compreensão pra poder superá-la e se tornar, enfim, a minha esposa.

    Jacuí não sabia como reagir à aquela confissão estranha em que a pessoa assumia gostar de uma mas que iria ficar com a outra.
    Não queria agir como se não tivesse gostado daquilo. Pois mesmo que não tivesse sido o tipo declaração que aguardava, no final de tudo ele acabou dizendo a verdade e que gostaria de esquecer Ceci com ela.

    - Ta... certo. - respondeu, sem saber o que dizer. Ela saiu da sala dele e ficou calada a partir daquele momento. Peri compreendeu e preferiu não tentar conversar mais naquele dia.



    Abaeté saiu pelas ruas, chorando desesperadamente ao pensar que iria se casar e tinha engravidando a irmã ao mesmo tempo que a procurava pra tentar contar tudo.

    - JASSANÃ?! - chamava inutilmente, em meio à multidão do centro do Rio de Janeiro.



    - Chegamos, finalmente chegamos. - avisou Icaraí à mãe e à Ceci.
    - Ah, que bom. - disse Ceci, sorrindo. Estava aguardando o momento certo para contar o segredo que evitou dizer durante a viagem.

    As três desceram do ônibus, pegaram as bagagens, chamaram um táxi e foram até a pousada.

    Ceci estava maravilhada por ver da janela do táxi o local em que viveu durante tantos anos e que não queria sair. Ela também sentia que já estava na hora de contar sobre sua relação com Peri para as duas, mas ainda não tinha coragem pra iniciar aquele assunto.

    Enfim, chegaram na pousada.
    Amanda parou de andar de frente à entrada do lugar e ficou olhando para a entrada da rua que levava até a indústria Tupiniquim. Icaraí virou ao notar isso.

    - O que foi, mãe?
    - É que... filha, por que você e Ceci não sobem para o quarto reservado enquanto eu vou visitar os meu pais? Faz muito tempo que não os vejo.
    - Mas eu queria ir também, mãe.
    - É só para não deixar a Ceci aqui sozinha e também pra vocês duas descansarem da viagem. Vai ser bem rápido. Irei só cumprimentar eles e digo que você vai comigo lá amanhã.
    - Tá, tá certo. - conformou-se.
    - Por mim eu posso ficar aqui sozin... - Ceci tentou falar mas foi interrompida por Amanda, que parecia não querer a companhia de ninguém.
    - Eu vou pegar o mesmo taxi antes que vá embora. Tchau! - disse rápido, sem deixar Ceci terminar o que dizia.
    - Tchau...



    Abaeté depois de procurar bastante acabou encontrando Jassanã chorando na esquina da cidade.

    - Querido! - o abraçou desesperada assim que o viu. Estava fraca e trêmula.

    Ela tentou beijá-lo mas ao fazer isso, ele virou o rosto. Jassanã estranhou aquela atitude. Ao olhar para o rosto de Abaeté, perguntou, ficando com medo do que mais ele poderia dizer de notícia ruim pra ela naquele dia.

    - Por favor, não me olhe assim. Não sei o que sua mãe disse mas eu não fiz nada. Olha, eu-eu... eu não fiz nada. A sua mãe - soluçou - ela, ela gritou comigo, me ofereceu dinheiro pra abortar o nosso filho. Ela está louca. Ela está louca.

    As lágrimas caiam do rosto de Abaeté ao ver o estado que Jassanã estava e mais ainda por saber que ela era sua irmã.

    - Jassanã... - Tentou respirar fundo, chorando pela situação em que se encontrava. Estava muito nervoso, o que deixava Jassanã com mais medo ainda. - olha... minha mãe está certa. Você não pode ter essa criança. P-precisamos abortar esse bebê.



    - Já, já, minha mãe deve estar chegando. - avisou Icaraí, no quarto da pousada com Ceci - Ela foi apenas cumprimentar meus avós. Faz tempo que ela não os vê.
    - Você já veio aqui alguma vez, Icaraí? - perguntou.
    - Aqui para o Rio? Uma vez, mas faz muito tempo. Eu era uma criança ainda.
    - Ah, tá. Espero que goste daqui.
    - Sim, sim. Vamos passear, fazer de tudo, mas antes... vamos naquela indústria, a Tupiniquim que você trabalhou, certo?
    - Er... sabe Icaraí... - Ceci aproveitou o momento em que foi citado a indústria pra contar logo a verdade que queria falar ao menos para Icaraí - Eu não disse a verdade antes porque não sabia qual seria sua reação, mas eu não quero que você descubra de outra forma isso.
    - Isso? Isso o quê?
    - A minha relação com o Peri, o seu pai, não foi profissional. Nós fomos... casados.



    - Bom dia. - cumprimentou o recepcionista do prédio da empresa Tupiniquim.
    - Eu gostaria de falar com o presidente. O doutor Peri. É particular.
    - Desculpe, senhora, mas nós tivemos um pequeno incidente hoje cedo e o doutor Peri me disse que não estaria disposto pra tratar dos negócios hoje. Ele teve muitos problemas já.
    - Eu sinto muito mas ele terá mais problemas hoje. Diga que é Aman..., melhor, diga que é Amanauci que quer falar com ele.








    CONTINUA NO CAPITULO 62 - REENCONTRO E ABORTO
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    Mensagem por Admin Qua Jul 14, 2010 10:25 pm

    Nos capitulos anteriores...
    Jassanã briga com o pai e decide sair de casa. Ela, estando grávida, pede pra ficar na casa do noivo. A mãe dele, Iracema, sabe que os dois são irmãos e se desespera ao saber que estão esperando um filho. Assim, manda Jassanã ir embora daquela casa e abandonar Abaeté. Abaeté escutou um pedaço da conversa entre as duas quando estava no quarto e pede à mãe explicações.
    Ceci está de volta ao Rio. Dessa vez com Icaraí, filha de Peri, e Amanda que na verdade é Amanauci. Ela revela à Icaraí sobre sua relação com Peri enquanto Amanauci havia saído da pousada.
    Aracauê briga com Peri por causa de Jacuí e acaba sendo demitido da empresa. Ele conta pra Jassanã que é seu pai mas ela, debilitada, acha que está louco. Abaeté vai até ela e diz que o bebê deles deve ser abortado.





    - Bom dia. - cumprimentou o recepcionista do prédio da empresa Tupiniquim.
    - Eu gostaria de falar com o presidente. O doutor Peri. É particular.
    - Desculpe, senhora, mas nós tivemos um pequeno incidente hoje cedo e o doutor Peri me disse que não estaria disposto pra tratar dos negócios hoje. Ele teve muitos problemas já.
    - Eu sinto muito mas ele terá mais problemas hoje. Diga que é Aman..., melhor, diga que é Amanauci que quer falar com ele.


    Capítulo 62 - Reencontro

    - Alô? - Peri atendeu o telefone que tinha a chamada do próprio prédio. Era o recepcionista da empresa.
    - Olá, doutor Peri. Tem uma moça aqui que gostaria de falar com o senhor. O nome dela é Amanauci.
    - Amanauci?! - Peri perguntou, assustado.

    "Só faltava essa", pensou. Aquele ano realmente estava se tornando um dos piores da sua vida, onde tudo dava errado e todo o passado estava voltando.

    - É, isso mesmo. Disse que conhece o senhor de muitos anos atrás e precisa ter uma conversa séria.
    - Tá, então... mande subir. - respondeu.

    Estava assustado e ao mesmo tempo curioso. Queria saber o que Amanauci gostaria de lhe dizer após tantos anos desde aquele incidente.



    - Você... foi casada com ele? - Icaraí perguntou, espantada com a revelação.

    Ceci notou a reação de Icaraí e sentiu que a moça não sentia raiva dela por isso. Assim, continuou, explicando melhor aquela história.

    - Sabe, eu não diria que fui casada com ele. Mas sim... que eu estou casada com ele.
    - Como ainda está casada com ele?! Você não se separou ainda?! - ficou boquiaberta, pensando no que aquilo significava até entender completamente - Ahhnn, então o homem que você disse que tinha brigado mas que poderia voltar quando estivesse aqui é ele?
    - Exatamente. - afirmou Ceci.
    - Meu Deus, não dá pra acreditar nisso. Como esse mundo é pequeno.
    - Eu não contei antes pois achei que ficariam chateadas então não quis me envolver na história. Você... está com raiva de mim por ter escondido isso? - Ceci perguntou, pois aguardava gritos de quem estava à sua frente e não aquele aspecto de espanto e riso.
    - Não, não. Compreendo sim sua atitude. Você poderia ter dito logo isso para mim, mas estava com receio além de querer esquecer dele depois da briga que tiveram, não é?
    - É. Que bom que consegue me entender e que não está com raiva.
    - Por que eu estaria? Isso não muda nada a história dele em relação à mim e à minha mãe. E outra é que você nunca soube sobre o passado dele e o que ele tinha feito antes de te conhecer. Eu só não acho ele uma pessoa digna por tudo que já fez, mas se você o ama entã...
    - Mas ele mudou, sabe. Mudou bastante. - explicou, tentando melhorar a visão que Icaraí tinha do pai. - Ele ficou arrependido por tudo que havia feito no passado.

    Assim, elas passaram a fazer uma amizade maior e Ceci começou à explicar como o pai de Icaraí era.



    - Abaeté, ela te convenceu que eu fiz algo de errado, não foi? Por favor, acredite em mim. - Jassanã suplicou, chorando - Eu não sei o que ela tem contra mim, eu não fiz nada.
    - Jassanã, calma. Eu sei que você não fez nada. - Abaeté respondeu. Tentando acalmá-la, mas no estado em que ele estava era impossível. Jassanã o via chorar e sabia que algo de muito terrível tinha acontecido ou iria acontecer.
    - Como calma? Você quer que eu aborte o nosso filho!
    - É a melhor maneira, Jassanã. O que fizemos foi muito errado.
    - O que foi que nós fizemos? Nós tivemos um filho, isso pode ser até errado mas abortar, tirar a vida de um bebê é um pecado.
    - E engravidar do próprio irmão é o que, Jassanã? - ele não conseguiu se conter e acabou contando de uma forma bastante chocante.

    Jassanã paralisou, passando depois a ficar trêmula com o que escutou. Abaeté estava chorando desesperadamente.

    - Que história é essa?
    - Nós somos irmãos! - gritou, nervoso.
    - N... nã... não.... não... não pode ser... iss, é... i-sso é um absurdo... Por que esta me dizendo um absurdo desse?!
    - Porque é a verdade! O seu pai... é o meu pai também.

    Jassanã virou, ficando de costas pra Abaeté. Ela tentou sair de onde estavam, cambaleando, não aguentava mais aquela situação. Estava tonta e sem saber o que fazer.

    - Não... não... eu não aguento mais... eu não aguento mais... - Sussurrava para si própria, com as lágrimas ainda caindo de seu rosto. Estava desidratada e sem comer.

    Quando estava prestes à desmaiar no chão, Abaeté foi tentar segururá-la.

    - ME SOLTE! - gritou, trêmula - EU QUERO MORRER! EU QUERO MORRER! EU NÃO AGUENTO MAIS ESSA VIDA! NÃO AGUENTO MAIS TANTA DOR E TRISTEZA!
    - Calma, Jassanã. Calma. - Abaeté dizia, ainda chorando - Por favor, não fique assim. Acalme-se.
    - Eu não aguento mais... eu não ag... - ela cambaleou e bateu a cabeça contra a parede da esquina da rua deserta, caindo e sentando aos poucos no chão, fraca.

    Parecia ter desmaiado.

    - Jassanã? Jassanã? Acorde. Acorde. - ele olhou melhor para o rosto dela, pálido, e seus lábios secos - Meu Deus, você precisa beber água.

    Assim, Abaeté saiu rapidamente, deixando-a sozinha desmaiada na esquina da rua para procurar uma farmacia.



    Amanauci chegou no escritório de Peri, sob o olhar curioso de Jacuí para saber do que se tratava.

    - Amanauci? - Peri perguntou ao vê-la.

    O passado parecia estar sendo exposto cada vez mais em sua mente, que queria esquecer de toda aquela época.

    - Olá, Peri. Lembra de mim?

    Peri saiu de sua cadeira e foi até a porta para fechá-la.

    - Claro, achei que estivesse morta.
    - Seria mais coveniente para você, não é? Mas eu ainda estou aqui e guardo até hoje as tristes lembranças daquele dia. Você abusou de mim quando eu tinha quinze anos.
    - Amanauci, eu tive problemas demais por hoje. Não aguentaria relembrar mais ainda o passado.
    - Mas é por causa do passado, Peri, que atualmente estou aqui com uma filha.
    - Filha? - espantou-se. Já era ruim demais pra Peri saber que tinha o Abaeté como filho pra naquele momento saber que tinha também outra filha.
    - É, bastou apenas aquele dia para que eu engravidasse de você. Fui expulsa de casa, sofri muito, mas eu finalmente encontrei um homem bom que realmente gosta de mim. Infelizmente estou aqui porque a minha filha, Icaraí, quer conhecê-lo.
    - Bom pra você, Amanauci. - ignorou a história triste - Por que não trouxe logo ela aqui?
    - Porque... eu queria saber como seria sua reação para não magoá-la e... saber se conseguiria resistir.
    - Resistir? Como assim?
    - Eu fiquei durante vários anos sem querer voltar para a minha cidade porque toda vez que eu vinha, lembrava de você. E... por mais traumatizante que tenha sido o momento em que eu te conheci, Peri, eu me apaixonei.









    CONTINUA NO CAPITULO 63 - ACIDENTE

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