Jassanã briga com o pai e decide sair de casa. Ela, estando grávida, pede pra ficar na casa do noivo. A mãe dele, Iracema, sabe que os dois são irmãos e se desespera ao saber que estão esperando um filho. Assim, manda Jassanã ir embora daquela casa e abandonar Abaeté. Abaeté escutou um pedaço da conversa entre as duas quando estava no quarto e pede à mãe explicações, descobrindo tudo.
Ceci está de volta ao Rio. Dessa vez com Icaraí, filha de Peri, e Amanda que na verdade é Amanauci. Ela revela à Icaraí sobre sua relação com Peri enquanto Amanauci havia saído da pousada pra se encontrar com Peri, escondida.
Aracauê briga com Peri por causa de Jacuí e acaba sendo demitido da empresa. Ele conta pra Jassanã que é seu pai mas ela, debilitada, acha que está louco. Abaeté vai até ela e diz que o bebê deles deve ser abortado pois eles são irmãos. Ela desmaia, atordoada com tudo que está acontecendo.
- Por que não trouxe logo ela aqui?
- Porque... eu queria saber como seria sua reação para não magoá-la e... saber se conseguiria resistir.
- Resistir? Como assim?
- Eu fiquei durante vários anos sem querer voltar para a minha cidade porque toda vez que eu vinha, lembrava de você. E... por mais traumatizante que tenha sido o momento em que eu te conheci, Peri, eu me apaixonei.
Peri concerteza não esperava aquela confissão de uma mulher que só havia visto ele uma vez, há mais de vinte anos e em uma situação traumatizante.
- Amaunauci, eu sinto muito mas a pessoa pela qual você está apaixonada não existe mais. Eu mudei, de verdade. Não sou mais aquele homem arrogante. - "Ou ao menos estou tentando não ser mais", ele pensou.
- Não adianta mais. Eu passei o percurso inteiro da viagem pensando em você. Você era o que me ligava até essa cidade, não apenas por ser o pai da minha filha. Tentei entender que isso era loucura e que não sentia nada por você mas agora vejo que é a mais pura verdade. Eu preciso... matar o meu desejo.
Amanauci foi até Peri e o beijou inesperadamente.
Depois de algum tempo conversando sobre como era Peri, Icaraí perguntou à Ceci algo que era óbvio nas feições que ela fazia ao citar o marido.
- Você está louca para revê-lo, não é?
- É verdade. - ela sorriu - Estou.
- Por que não vai logo?
- Não, vou com vocês.
- Vá, Ceci. - insistiu.
- Ma-mas, e você?
- Eu fico aqui, aguardando minha mãe chegar da casa dos meus avós. Acho que você merece vê-lo antes de mim e ter uma conversa particular com ele.
- Tem certeza?
- Claro, Ceci. Vá, pode ir! Eu vou ficar muito bem aqui. - riu.
- Tá certo, então. Muito obrigada. - respondeu Ceci, levantando-se sorrindente para sair da pousada e finalmente encontrar o amado.
Jassanã aos poucos estava acordando.
A vista embaçada começava à ser mais nítida com o tempo. Ela estava completamente atordoada com tudo o que passou e escutou naqueles últimos dias.
Sua mente estava possuída por várias vozes. Lembranças de tudo o que presenciou naqueles últimos dias...
"SUA VADIA!! MINHA FILHA COM UM CRETINO, FALTANDO AULA, MENTINDO PRA MIM, ENGRAVIDANDO NA CASA DELE!! EU NUNCA DEVERIA TER LHE ACEITADO! NUNCA DEVERIA TER LHE ACEITADO!"
"Preciso que você aborte essa criança que está pra nascer e deixe logo o meu filho em paz. Você e ele não podem ficar juntos."
"Você é minha filha! Eu queria contar de outra forma mas é a verdade. Você é minha filha!"
"É a melhor maneira, Jassanã. O que fizemos foi muito errado. Nós somos irmãos! O seu pai... é o meu pai também."
Estava em desespero, sem saber o que mais de ruim poderia acontecer na sua vida.
Não conseguia entender como ela e Abaeté eram irmãos. Como aquilo aconteceu.
Estava esperando um filho do próprio irmão e todos, inclusive Abaeté, desejavam o aborto do bebê.
Havia saído de casa, expulsa de onde pediu abrigo e naquele momento não tinha mais pra onde ir. Não via mais sentido de viver.
- Não aguento mais... não aguento mais... não aguento... - murmurava.
Encontrava-se só naquela esquina, com uma garrafa de cerveja quebrada ao seu lado e em um ato quase inconsciente e desesperado, puxou a garrafa quebrada para si e enfiou a parte afiada com toda a força que tinha na parte baixa da barriga onde estaria o feto de seu filho.
CONTINUA NO CAPITULO 64 - PEDIDO DE SOCORRO